INTRODUÇÃO:
a) É
preciso considerar a ligação intima entre o suicídio e a depressão. Grande
parte dos casos de pessoas que tiram a vida, são pessoas que estavam em um
estado depressivo profundo;
b) Não
podemos fechar os olhos para outra triste realidade, dentro de nossas igrejas
há pessoas doentes, em nossas famílias, em nossas amizades há pessoas
deprimidas.
c) Dentro
deste contexto, a igreja não deve ser um clube de recreação (como muitas têm
sido), a igreja precisa ser uma clínica, uma comunidade terapêutica que oferece
qualidade de vida aos que buscam em Cristo (João 10.10).
1.
CASOS DE SUICÍDIO NA BÍBLIA
a)
Abimeleque
– Juízes 9.54.
b)
Sansão – Juízes 16.28-30.
c)
Saul – 1 Samuel 31.4.
d)
Aitofel – 2 Samuel 17.23.
e)
Zinri – 1 Reis 16.18.
OBS.: Além
desses casos de suicídio efetivados, vemos outras atitudes de desprezo pela
vida e desejo de morrer: Jonas (Jonas 4.8), Elias (1 Reis 19.4), Carcereiro
(Atos 16.27).
2. SUICÍDIO É UM PROBLEMA ATUAL E GLOBAL
a)
Ele não escolhe classe
social, faixa etária, nível de poder;
b)
Pobres endividados se
matam, ricos abastados se matam, pessoas enfermas se matam, pessoas sãs de
matam;
c)
Índios, brancos, negros,
artistas, músicos, políticos também se matam.
3. SUICÍDIO, RELIGIÃO E CULTURA
A
religião e a cultura tem a ver, em muitos casos, com as causas, as formas e as
consequências de um suicídio:
a)
No Japão, a religião mais
seguida não proíbe o suicídio. Pelo contrário, é uma maneira de escapar do
fracasso e poupar constrangimentos;
b)
No budismo é um ato de
libertação, o próprio Buda suicidou-se;
c)
No Islamismo, o suicídio
pela causa de Alá é aceito como meio de chegar ao paraíso;
Dentre
as maiores religiões, só o Cristianismo e o Espiritismo condenam o suicídio:
d)
Cristianismo: Para o catolicismo o
suicida não tem direito a missas, pois quebrou o 7º mandamento. Para os
evangélicos é inaceitável por ir contra a eficácia do Evangelho; ser um ato de
falta de amor próprio; quebrar o princípio do respeito pela vida;
e)
No Espiritismo é condenado, pois atrasa o desenvolvimento e deixa
sequelas para a próxima reencarnação.
4. FATORES PESSOAIS PARA O SUICÍDIO
a)
Personalidade mal formada,
principalmente por pais dominadores;
b)
Impulso de autodestruição,
suicidomania, se torna uma obsessão;
c)
Fatores psíquicos como
depressão, bipolaridade;
d)
Fatores psicossomáticos;
e)
Tensões emocionais sem
solução;
f)
Mimetismo – quando a
influencia de alguém famoso causa influencia sobre os faz;
g)
Reação radical à situações
difíceis, doenças, morte de alguém próximo;
h)
Autodeterminismo - pessoa
sem limites que não suporta desfeitas;
i)
Autopunição – sentimento
de remorso, culpa;
j)
Agressão – ato dirigido à
alguém que a pessoa odeia;
k)
Carência afetiva e de
afirmação – baixo-alto-estima;
l)
Ideologias - politica,
religião;
m)
Crise existencial;
n)
Vergonha resultante de
humilhação;
o)
Atração irresistível pela
morte;
“Não
há desgraças na vida que determine o homem se matar, se ele não tiver outra
inclinação para isso” (Durkheim). Essa outra inclinação podemos entender como
sendo a ação do diabo. Segundo Freud “o suicídio é a vitória da morte sobre o
amor”.
5. FATORES SOCIAIS PARA O SUICÍDIO.
a)
Rejeição social – laços
familiares rompidos;
b)
Frustração profissional –
inadaptação ao meio de trabalho;
c)
Mudanças socioeconômicas –
crise financeira;
d)
Fracasso existencial –
‘ninguém me ama’;
e)
Nostalgia – pessoas que
não se adaptam em outras culturas.
6. CLASSIFICAÇÃO DOS SUICÍDAS
a)
Egoísta – não admite
intromissão nem prejuízos à sua privacidade;
b)
Altruísta – faz em favor
de uma causa ou pessoa;
c)
Anônimo – impossível
determinar causas e objetivos.
7. PREVENÇÃO ATRAVÉS DO ENSINO BÍBLICO
a)
A origem da vida em Deus,
a vida como sendo uma dádiva dele, para ser celebrada vitoriosamente. Jesus é o
autor, doador, sustentador e o alvo da vida;
b)
A necessidade da comunhão
fraterna, da ajuda mútua, da oração intercessória, do amor;
c)
A importância da santidade
de vida, de ter uma vida piedosa, uma vida de oração e leitura da Bíblia para
se fortalecer espiritualmente;
d)
O exercício dos dons
espirituais, para que sejamos úteis na igreja, na obra de Deus;
e)
Ter a família como criação
de Deus, como estrutura espiritual, sendo um recurso para vida vitoriosa;
f)
Praticar a mordomia cristã
como forma de desenvolver a confiança em Deus e evitar a desordem interna, seja
pessoal, seja da igreja, seja da família.
8. SUICÍDIO E TEOLOGIA
a)
A Bíblia não aceita o
suicídio como direito de escolha do indivíduo, o suicídio assistido, a
eutanásia, etc.
b)
O corpo é templo do
Espírito Santo, não podemos destruí-lo, seja pelo pecado habitando nele, seja
pela morte (1 Coríntios 3.16,17).
c)
O suicídio é um ato de
rebeldia contra o Senhor da vida (João 14.6);
d)
A igreja deve zelar pela
qualidade de vida, alegria, para que cada um encontre um significado para ela
através de Cristo.
9. PODE UM SUICÍDA IR PARA O CÉU?
É
difícil afirmar sim ou não para esta questão sem ter um caso específico para
ser analisado, em linhas gerais podemos observar que:
a)
A salvação da alma não
depende da maneira como a pessoa morre, mas sim da forma como vive sua fé em
Cristo. Fatores como a graça de Deus, o fato de só Deus poder julgar o coração e que no conceito
humana pode ser uma questão moral, devem ser considerados também.
b)
A decisão de suicídio é
tomada em condições de descontrole emocional;
c)
Jesus guarda os seus do
diabo e ele não os toca. Nem todo suicídio é motivado diretamente pelo inimigo.
d)
Romanos 8.38 diz que ‘nem a more, nem a vida podem nos separar do
amor de Deus’;
e)
Antes de a pessoa entrar
num estado depressivo, seguido da perda da razão que leva ao suicídio, a pessoa
pode ter aceitado Cristo como Senhor e Salvador;
f)
Nada, porém justifica,
apoia, incentiva o suicídio, seja por um não crente, seja por um crente.
CONCLUSÃO:
A
vida é um dom de Deus, seja a vida do corpo, seja a vida da alma, não podemos
desprezar este dom, mas usufruir da vida abundante que Jesus prometeu para os
seus.