Texto: Lucas 15.11-24
Tema: Três Atitudes de um Pai
Diante do Filho Ingrato
Introdução:
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Todo filho tem um pai, até os filhos pródigos tem um pai. Nenhum pai (equilibrado)
escolhe ou educa os filhos para serem pródigos, são eles que no decurso da
vida, tornam-se pródigos. Mesmo escolhendo esta postura, eles continuam sendo
filhos.
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A falta de sabedoria dos pais diante das atitudes erradas dos filhos
podem trazer traumas para toda a família. Mas as vezes não é fácil saber como
agir, qual decisão tomar, o que fazer. O bom seria se os filhos viessem com um
manual de instrução no nascimento.
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Mesmo sem manual, devemos buscar na Palavra, que é nosso manual, as
orientações e instruções de como agir diante dos filhos, principalmente
daqueles que são ingratos. Não queira fazer as coisas do seu jeito, ou da mesma
forma que seu pai fez com você. Temos que buscar na Bíblia as orientações
corretas. As atitudes deste pai foram:
1. NÃO IMPEDI-LO DE SAIR DE
CASA. v.12,13
a. Quando o filho chega e pede
a parte de sua herança, provavelmente ele estava descontente com alguma coisa.
Talvez não estivesse mais querendo trabalhar com o pai, acordar cedo, lidar com
animais, etc. Estava querendo uma vida mais fácil.
b. O descontentamento fez com
que tomasse uma decisão errada. Achar que deixando o lar ele seria mais feliz.
Bem, o resultado nós sabemos. A questão é nos perguntar: “por que o pai não
impediu ou pelo menos insistiu com o filho para não sair de casa?” Essa questão
é fundamental.
c. O pai sabia que aquela não
era a melhor escolha. Sabia que o desejo de liberdade do filho traria
escravidão e dor. Sabia que ele iria “quebrar a cara”. Mesmo sabendo tudo, o
pai não forçou o filho a ficar, nem ofereceu vantagens para isso: te dou mais
terras; não precisa ir trabalhar; faça o que você quiser; etc.
d. Hoje quando um filho não
concorda com o estilo de vida que está levando, os pais acabam cedendo às
chantagens para evita que saiam: o pai compra um computador ou um celular novo,
pai deixa você chegar tarde em casa, o pai deixa você fazer o que quiser, mas
não saia de casa. Essa é a atitude errada que um pai comete.
e. Ao ceder às chantagens dos
filhos, os pais se tornam reféns para outras chantagens e dentro deste
contexto, os pais ficam sob o controle dos filhos, os papeis são invertidos.
Filhos crescem mimados e sem responsabilidade, não conhecem a realidade da
vida.
f.
Pai, se seu filho está descontente com o estilo de vida familiar, não
impeça sua saída. Não mude seus princípios e conceitos (a não ser que estejam
fora da Palavra e vontade de Deus). A saída de um filho não significar
perde-lo, mas fazer com que veja o que ele está perdendo na casa do pai.
2. NÃO ANTECIPAR A VOLTA
DELE PARA CASA. v. 14-19
a. O texto nos diz que depois
de gastar tudo, houve fome e ele começou a passar necessidade (v.14). Teve que se submeter a um
trabalho humilhante para um judeu, cuidar de porcos (v.15). Na verdade ele estava em situação pior que os animais, pois
nem comer a comida deles ele podia (v.16).
b. Dentro deste contexto ele não
estava feliz, percebeu que a felicidade não está fora da casa do pai, pelo
contrário, passou a lembrar das coisas que tinha na casa do pai e ele abriu
mão. Mas voltamos a centrar nossa atenção no pai, que acredito eu, sabendo da
situação do filho, não foi ao seu encontro.
c. Talvez você possa pensar que
o pai foi rude demais em não socorrer o filho necessitado, mas essa foi uma
atitude correta a tomar. Se o pai saísse de sua casa para buscar o filho, ele
estaria passando uma mensagem de que não importa os erros do filho, ele como
pai estaria disposto a passar a mão na cabeça.
d. Diante desta mensagem o
filho poderia entender que sempre que estivesse descontente, poderia sair de
casa, fazer um monte de burradas, que o pai iria passar a mão na sua cabeça,
leva-lo de volta e ter pena da sua situação. O filho iria pensar: “posso fazer
qualquer coisa que meu pai vem me tirar da situação e resolver os problemas que
criei”.
e. Assim o pai estaria criando
um filho mimado e inconsequente que não tem responsabilidade pelas suas
atitudes e nem por suas decisões. Um filho que estaria dando dor de cabeça e
trazendo preocupação para ele. Um filho que seria o centro das atenções e
consumiria a vida, saúde, bens e tudo mais que tivesse.
f.
Pai se seu filho saiu e está sendo moldado pelas dificuldades da vida,
cuidado, não antecipe o tratamento que ele está recebendo. Deixe que ele sinta
na pele as consequências de sua decisão. Deixe que ele perceba o quanto ele
perdeu em desprezar a casa do pai (v.17).
Deixe que ele perceba a necessidade de voltar (v.18), assim ele voltará mansinho e jamais vai querer sair de casa
outra vez.
3. NÃO SE NEGOU EM RECEBE-LO
DE VOLTA. v.20-24
a. O texto diz que caindo em
si, o filho levantou-se e voltou para a casa do pai (v.20). O tempo do
tratamento havia terminado, agora o filho estava pronto a reconhecer os seus
erros e sua ingratidão por tudo aquilo que ele desprezou.
b. Lá estava, como sempre
esteve, o pai esperando. Imagino que este pai, desde a saída do filho dividiu
sua atenção entre os compromissos da fazendo e o caminho que trazia para sua
casa (v.20). Ele não perdeu em nenhum dia sequer, a esperança de ver seu filho
retornando. A cada novo dia, este pai se enchia de esperança em ter seu filho
em seus braços.
c. A recepção foi calorosa:
compaixão, pressa, abraço e beijo. O filho justificou-se do seu erro (v.21),
mas o pai não ficou remoendo o passado, nem jogando na cara do filho o seu erro,
o estado em que o filho estava, era a melhor repreensão e bronca que podia
receber. O texto mostra que o pai direciona sua fala aos servos ordenando que
preparassem a festa (v. 22).
d. Este moço era filho, embora
quisesse ser tratado como empregado, foi reconduzido à condição de filho
(v.22): melhor roupa; anel no dedo; sandálias nos pés. Os seus erros não o
destituíram da condição de filho. Este pai soube diferenciar as atitudes
erradas da condição de filho.
e. Para este pai não importa
mais as atitudes erradas do filho (sair de casa, gastar sua herança, dar
tristeza ao pai, causar uma discórdia na família). O que mais importa agora é
que ele voltou, estava “morto e reviveu; havia se perdido e foi achado” (v.24).
f.
Pai se seu filho está voltando para casa, receba-o de braços e coração
abertos. O pai sempre tem que deixar a porta aberta pro filho, pois na hora do
sufoco, o primeiro lugar que ele vai se lembrar é da casa do pai. Esteja
disposto a perdoar e começar uma nova história de vida.
CONCLUSÃO:
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O que poderia ser uma tragédia pré-anunciada se transformou num momento
de alegria. Tanto a saída do filho de casa, quanto o seu retorno, poderiam ser
traumáticos se o pai não tivesse sido sábio para contornar a situação.
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O saber esperar e agir em Deus fez toda a diferença. Não impedir o
filho de sair, não antecipar o seu retorno e recebe-lo quando decide voltar
foram decisões sábias, embora difíceis.
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Mas ser pai é isso. É a cada dia se redescobrir, aprender a como lidar
com as situações diversas, saber contornar as dificuldades que o lar enfrenta.
A paternidade é uma missão e um ministério.
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Ser pai é estar preparado para cada novo desafio (ele tinha que
resolver a questão do filho mais velho). Nunca podemos descansar e dizer que
nossa missão acabou. Ela só acaba quando o nosso Pai nos chama para sua
presença.
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Seja sábio, submeta-se a Deus, viva em Sua presença e desfrute das
alegrias da paternidade.