11 de ago. de 2013

O Pai do Filho Pródigo


Texto: Lucas 15.11-24
Tema: Três Atitudes de um Pai Diante do Filho Ingrato

Introdução:
·         Todo filho tem um pai, até os filhos pródigos tem um pai. Nenhum pai (equilibrado) escolhe ou educa os filhos para serem pródigos, são eles que no decurso da vida, tornam-se pródigos. Mesmo escolhendo esta postura, eles continuam sendo filhos.
·         A falta de sabedoria dos pais diante das atitudes erradas dos filhos podem trazer traumas para toda a família. Mas as vezes não é fácil saber como agir, qual decisão tomar, o que fazer. O bom seria se os filhos viessem com um manual de instrução no nascimento.
·         Mesmo sem manual, devemos buscar na Palavra, que é nosso manual, as orientações e instruções de como agir diante dos filhos, principalmente daqueles que são ingratos. Não queira fazer as coisas do seu jeito, ou da mesma forma que seu pai fez com você. Temos que buscar na Bíblia as orientações corretas. As atitudes deste pai foram:

1. NÃO IMPEDI-LO DE SAIR DE CASA. v.12,13
a.      Quando o filho chega e pede a parte de sua herança, provavelmente ele estava descontente com alguma coisa. Talvez não estivesse mais querendo trabalhar com o pai, acordar cedo, lidar com animais, etc. Estava querendo uma vida mais fácil.
b.      O descontentamento fez com que tomasse uma decisão errada. Achar que deixando o lar ele seria mais feliz. Bem, o resultado nós sabemos. A questão é nos perguntar: “por que o pai não impediu ou pelo menos insistiu com o filho para não sair de casa?” Essa questão é fundamental.
c.       O pai sabia que aquela não era a melhor escolha. Sabia que o desejo de liberdade do filho traria escravidão e dor. Sabia que ele iria “quebrar a cara”. Mesmo sabendo tudo, o pai não forçou o filho a ficar, nem ofereceu vantagens para isso: te dou mais terras; não precisa ir trabalhar; faça o que você quiser; etc.
d.      Hoje quando um filho não concorda com o estilo de vida que está levando, os pais acabam cedendo às chantagens para evita que saiam: o pai compra um computador ou um celular novo, pai deixa você chegar tarde em casa, o pai deixa você fazer o que quiser, mas não saia de casa. Essa é a atitude errada que um pai comete.
e.      Ao ceder às chantagens dos filhos, os pais se tornam reféns para outras chantagens e dentro deste contexto, os pais ficam sob o controle dos filhos, os papeis são invertidos. Filhos crescem mimados e sem responsabilidade, não conhecem a realidade da vida.
f.        Pai, se seu filho está descontente com o estilo de vida familiar, não impeça sua saída. Não mude seus princípios e conceitos (a não ser que estejam fora da Palavra e vontade de Deus). A saída de um filho não significar perde-lo, mas fazer com que veja o que ele está perdendo na casa do pai.

2. NÃO ANTECIPAR A VOLTA DELE PARA CASA. v. 14-19
a.      O texto nos diz que depois de gastar tudo, houve fome e ele começou a passar necessidade (v.14). Teve que se submeter a um trabalho humilhante para um judeu, cuidar de porcos (v.15). Na verdade ele estava em situação pior que os animais, pois nem comer a comida deles ele podia (v.16).
b.      Dentro deste contexto ele não estava feliz, percebeu que a felicidade não está fora da casa do pai, pelo contrário, passou a lembrar das coisas que tinha na casa do pai e ele abriu mão. Mas voltamos a centrar nossa atenção no pai, que acredito eu, sabendo da situação do filho, não foi ao seu encontro.
c.       Talvez você possa pensar que o pai foi rude demais em não socorrer o filho necessitado, mas essa foi uma atitude correta a tomar. Se o pai saísse de sua casa para buscar o filho, ele estaria passando uma mensagem de que não importa os erros do filho, ele como pai estaria disposto a passar a mão na cabeça.
d.      Diante desta mensagem o filho poderia entender que sempre que estivesse descontente, poderia sair de casa, fazer um monte de burradas, que o pai iria passar a mão na sua cabeça, leva-lo de volta e ter pena da sua situação. O filho iria pensar: “posso fazer qualquer coisa que meu pai vem me tirar da situação e resolver os problemas que criei”.
e.      Assim o pai estaria criando um filho mimado e inconsequente que não tem responsabilidade pelas suas atitudes e nem por suas decisões. Um filho que estaria dando dor de cabeça e trazendo preocupação para ele. Um filho que seria o centro das atenções e consumiria a vida, saúde, bens e tudo mais que tivesse.
f.        Pai se seu filho saiu e está sendo moldado pelas dificuldades da vida, cuidado, não antecipe o tratamento que ele está recebendo. Deixe que ele sinta na pele as consequências de sua decisão. Deixe que ele perceba o quanto ele perdeu em desprezar a casa do pai (v.17). Deixe que ele perceba a necessidade de voltar (v.18), assim ele voltará mansinho e jamais vai querer sair de casa outra vez.

3. NÃO SE NEGOU EM RECEBE-LO DE VOLTA. v.20-24
a.      O texto diz que caindo em si, o filho levantou-se e voltou para a casa do pai (v.20). O tempo do tratamento havia terminado, agora o filho estava pronto a reconhecer os seus erros e sua ingratidão por tudo aquilo que ele desprezou.
b.      Lá estava, como sempre esteve, o pai esperando. Imagino que este pai, desde a saída do filho dividiu sua atenção entre os compromissos da fazendo e o caminho que trazia para sua casa (v.20). Ele não perdeu em nenhum dia sequer, a esperança de ver seu filho retornando. A cada novo dia, este pai se enchia de esperança em ter seu filho em seus braços.
c.       A recepção foi calorosa: compaixão, pressa, abraço e beijo. O filho justificou-se do seu erro (v.21), mas o pai não ficou remoendo o passado, nem jogando na cara do filho o seu erro, o estado em que o filho estava, era a melhor repreensão e bronca que podia receber. O texto mostra que o pai direciona sua fala aos servos ordenando que preparassem a festa (v. 22).
d.      Este moço era filho, embora quisesse ser tratado como empregado, foi reconduzido à condição de filho (v.22): melhor roupa; anel no dedo; sandálias nos pés. Os seus erros não o destituíram da condição de filho. Este pai soube diferenciar as atitudes erradas da condição de filho.
e.      Para este pai não importa mais as atitudes erradas do filho (sair de casa, gastar sua herança, dar tristeza ao pai, causar uma discórdia na família). O que mais importa agora é que ele voltou, estava “morto e reviveu; havia se perdido e foi achado” (v.24).
f.        Pai se seu filho está voltando para casa, receba-o de braços e coração abertos. O pai sempre tem que deixar a porta aberta pro filho, pois na hora do sufoco, o primeiro lugar que ele vai se lembrar é da casa do pai. Esteja disposto a perdoar e começar uma nova história de vida.

CONCLUSÃO:
·         O que poderia ser uma tragédia pré-anunciada se transformou num momento de alegria. Tanto a saída do filho de casa, quanto o seu retorno, poderiam ser traumáticos se o pai não tivesse sido sábio para contornar a situação.
·         O saber esperar e agir em Deus fez toda a diferença. Não impedir o filho de sair, não antecipar o seu retorno e recebe-lo quando decide voltar foram decisões sábias, embora difíceis.
·         Mas ser pai é isso. É a cada dia se redescobrir, aprender a como lidar com as situações diversas, saber contornar as dificuldades que o lar enfrenta. A paternidade é uma missão e um ministério.
·         Ser pai é estar preparado para cada novo desafio (ele tinha que resolver a questão do filho mais velho). Nunca podemos descansar e dizer que nossa missão acabou. Ela só acaba quando o nosso Pai nos chama para sua presença.

·         Seja sábio, submeta-se a Deus, viva em Sua presença e desfrute das alegrias da paternidade.

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