Efésios 2
NOVA VIDA EM
CRISTO PARA VIVER EM COMUNIDADE
Paulo começou a carta mostrando a obra da Trindade:
o Pai nos escolheu, o Filho nos redimiu e o Espírito nos selou.
Devido a esta benção, Paulo passa a orar pela
Igreja: exaltando a fé e o amor1, pedindo que ela receba o espírito de sabedoria,
revelação para serem iluminados2 e contemplem as riquezas de sua glória3.
Nesta mesma oração Paulo foca o poder de Deus que
foi capaz de ressuscitar a Cristo, colocando-o sobre todas as coisas a exercer
o domínio pleno. Esse mesmo poder ele agora transfere para a Igreja que é o seu
corpo.
Para que nos tornemos a Igreja-corpo, Paulo fala
sobre a necessidade de salvação, que é segundo a graça, processo este no qual
saímos da condição de morto espiritualmente, recebemos a vida e passamos a
justificar nossa criação.
Este aspecto pessoal (Ef 2.1-10) é expandido para o aspecto coletivo (Ef 2.11-22) onde a tônica é a pacificação dos relacionamentos por meio da obra de Cristo Jesus.
1. A NOVA VIDA EM
CRISTO – (vv.1-10)
1.1.
Quando Mortos no Pecado (vv.1-3)
O texto começa dizendo que “Ele nos deu vida, estando vós mortos”, então não resta dúvidas de que o todo ser humano
começa morto espiritualmente devido ao pecado original herdado de Adão e Eva (Gn
2.16,17; 3.23,24, Rm 3.10-12,23).
Uma vez morto nos pecados o homem tem as
seguintes características:
I.
Andam
conforme o mundo. A multidão incrédula;
a massa inteira de homens alienados de Deus, e por isso hostil a causa de
Cristo.
II.
Seguem o
Diabo. O príncipe dos
demônios, o autor de toda a maldade, criador de inimizade entre a humanidade e
Deus, instigando ao pecado.
III.
Satisfazem
a carne (1Pe 4.1-4). Natureza sensual do
homem, a depravação moral, desejos que incita a pecar (Rm 1.24-27).
IV.
São
filhos da ira de Deus. Se dizem cristãos, mas
estão engando pessoas, tentando enganar a si mesmas e a Deus, com aparência
piedosa, mas são lobos devoradores.
Esse estilo vida traz as seguintes consequências (v.12):
I.
Vivem
sem Cristo: “estavam naquele
tempo sem Cristo”
II.
Estão
excluídos: “separados da
comunidade de Israel”
III.
Não tem
esperança: “estranhos às alianças e promessas, sem esperança”
IV.
Andam
sem Deus: “e sem Deus no mundo”
Hoje há muitas pessoas vivendo assim, são
mortos-vivos, tem vida no corpo, mas não no espírito. Comem, trabalham, se
divertem, se casam, etc. Mas quando terminar esta vida na terra, irão para a
eternidade longe de Deus (Inferno).
1.2.
Quando Recebemos a Vida (vv.4-9)
O texto começa dizendo “mas
Deus sendo rico em misericórdia, pelo imenso amor”, vemos que só
recebemos a vida pelos atributos do Pai: misericórdia1 e amor2. Não é por nosso mérito ou qualquer outro motivo. É
uma iniciativa de Deus.
Quando recebemos a vida as seguintes características nos acompanham:
i.
Somos
amados – v.4. Amor este que é
demonstrado onde o Pai envia seu Filho para morrer e salvar àqueles que estavam
longe (Rm 5.8, Jo 3.16);
ii.
Temos
vida – v.5. Somente pela
intervenção divina, para trazer ao homem uma nova vida, como em Joao 3, onde
Jesus fala do novo nascimento;
iii.
Nos ressuscitou – v.6. Essa
promessa é descrita em 1 Coríntios 15, onde Paulo fala da certeza da nossa
ressureição
iv.
Estamos
assentados – v.6. Somos transportados
para uma outra “dimensão”, deixamos de ser seres terrenos, para sermos
celestiais. O foco agora na nova vida é o céu e suas recompensas;
v.
Somos um exemplo –
v.7. Nossa condição transformada agora serve de testemunho. Não há como
contestar a ação de Deus em favor do homem perdido.
Esta mudança gera algumas consequências
positivas:
I.Estamos próximos – v.13. “viestes para
perto pelo sangue de Cristo”
II.Fazemos
parte do corpo – 14. “derrubando a parede de separação, em seu corpo desfez a
inimizade”
III.Temos
paz – v.15. “fazendo assim temos paz”
IV.Temos
acesso ao pai – v.18. “temos acesso ao Pai no mesmo Espírito”
Quando recebemos a vida, mudamos, não por
nosso mérito, não porque fizemos boas obras suficientes, não porque somos menos
maus, mas exclusivamente pela graça (v.8,9), que é uma expressão do amor de
Deus (v.4).
Agora devemos valorizar essa nova vida,
vivendo de tal maneira que retribua o amor de Deus por nós, principalmente
andando em novidade de vida. Produzindo frutos que demonstrem o arrependimento.
Deixando para traz o velho homem.
1.3. Hora de Justificar Nossa Criação (v.10)
A expressão “fomos
feitos... criados... para...” aponta
qual era o propósito e expectativa de Deus em relação a nós. Ele nos fez para
as boas obras, ou produzir coisas boas, atos e comportamentos relativos ao
propósito de Deus, e para que andemos dessa forma.
O homem sem Deus não consegue viver nesta forma
pela interferência do pecado, daí a necessidade de um novo nascimento, para em
uma nova vida, poder praticar e andar em boas obras.
Se assim não procedemos, não justificamos
nossa criação, estamos em débito com Deus e para com as pessoas que nos cercam.
Não viveremos em família (v.19); não cresceremos para ser santuário (v.21); não
seremos habitação para o Espírito (v.22).
2. A NOVA VIDA EM COMUNIDADE – (vv.11-22)
2.1. A Realidade Passada: Inimigos De Deus -
(vv.11-12)
Gentios por natureza –
v.11. Esta é uma descrição
de todos os que não são judeus por nascimento.
Viviam sem Cristo –
v.12. Jesus veio
primeiramente para os judeus, e uma vez que estes não o reconheceram, a
salvação foi estendida a todos os povos. Os efésios eram gentios por natureza e
assim estavam sem Cristo.
Separados do povo de
Deus. Israel era considerado
o “povo de Deus” escolhido para perpetuar o nome do Senhor entre as demais
nações.
Estranhos às alianças. Feitas com Israel ao longo de sua história.
Sem esperança. A base das alianças era a esperança vinda das
mesmas. Israel esperava - e ainda espera - pelo Messias para restaurar a nação
e livrar dos opressores.
Sem Deus no mundo. Os gentios não podiam contar com o Todo Poderoso,
apesar de ter suas divindades, estavam longe da verdade.
2.2.
Realidade Presente: Família De Deus – (vv.13-17)
A vida em Cristo. O sangue de Cristo nos tornou aceitáveis diante de
Deus. Essa nova vida que recebemos pela graça, traz agora algumas
responsabilidades as quais devemos cumprir.
Fomos aproximados pelo
sangue. Já vimos que a
salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8,9), independe de nossos esforços.
A separação deu lugar
à paz – v.14-17. Cristo é a
fonte de paz e pode irradiar paz aos nossos relacionamentos. Não há mais
separação, Cristo removeu todo obstáculo e inimizades.
2.3. Benefícios Desta Realidade: Uma Vida Em
Unidade – (vv.18-22)
Temos acesso ao Pai – (v.18). Não importa se judeu ou gentio. Antes só
os sacerdotes podiam chegar a presença de Deus e interceder pelos judeus. Os
gentios não tinham este privilégio. Quis Deus então remover toda barreira para
que todos tivessem acesso a Ele.
Fazemos parte da
família de Deus – (v.19). As divisões
agora dão lugar a um novo sentimento, pertencer a uma FAMÍLIA. Estar unido com
o Pai e ser filho junto com o Filho.
Estamos edificado
sobre sólido fundamento – (v.20).
Os profetas falavam em nome de Deus transmitindo sua Palavra. Os apóstolos eram
enviados por Deus para pregar a Palavra. O fundamento é a Palavra que tem como
alicerce o próprio Verbo, Jesus.
Crescemos para ser
templo do Senhor – (v.21,22). Deus tomou
a iniciativa para que nos tornássemos morada do Espírito. Edifício é uma referência
à Igreja, que recebeu o poder (Ef 1.19,22,23), que deve estar bem ajustado (em
paz), tornando-se cada vez maior.
CONCLUSÃO:
Igreja de Cristo, composta por homens salvos
do pecado, devem viver em unidade e paz, para que com o acréscimo de novas
vidas, se torne na morada de Deus.
Este é um compromisso de todo o corpo, viver
juntos, ser edificado para receber a habitação do Espírito. Aqui o salmo 133
toma sentido para nós, a união gera bênçãos e crescimento. É como o próprio
Jesus disse que uma casa dividida contra si mesma não vai subsistir.
Jesus pacifica nossos relacionamentos numa
perspectiva pessoal onde passamos e viver em paz com Ele. Essa pacificação
agora se estende para o aspecto coletivo, pelo fato de Ele ter derrubado toda
barreira e unido dois povos em um.
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