Gálatas 5.1, 13-16
VIVENDO A
LIBERDADE NO ESPÍRITO
Paulo começa a verso 13 com a sentença máxima “foram chamados para serem livres”. Uma vez desfrutando da liberdade, não podemos
usá-la como desculpa para satisfazer nossos desejos, mas servir aos outros pelo
dom maior, o amor (1 Cor 13). Não tratar os outros com amor, é igual a agir
pelas regras da lei e não do evangelho.
No v. 14 vemos que se amamos cumprimos a lei, já não
precisamos mais ser guiados por ela. O amor substitui a lei. No AT a lei era
olho por olho, dente por dente, ferimento por ferimento (Ex 21.23-25; Lv
24.19,20).
No v.15 vemos a questão da rivalidade, ou da execução da lei. Ao perder meu olho, tiro o olho do outro, logo não vai demorar muito, para haver muitos caolhos. Isso é o morder e devorar que acabará por nos matar. Preferimos nos mutilar mutuamente a exercitar o perdão.
Em 1 Coríntios 3.1-3, vemos algumas características
da carnalidade expressa por meio do ódio e rivalidade. O não crescimento
espiritual é o que impossibilita o exercício do amor cristão. Crentes imaturos
não serão crentes amorosos e perdoadores.
Portando comece a observar a forma como você trata
as outras pessoas, pois sua atitude para os demais vai revelar se você age
baseado no amor ou no ódio, se você está debaixo do Evangelho ou da lei, se
você está vivendo ou não o grande mandamento do amor.
Encontramos em Gálatas pelo menos catorze
referências ao Espírito Santo. Quando cremos em Cristo, o Espírito passa a
habitar dentro de nós (GI 3:2). Somos "nascidos segundo o Espírito",
como Isaque (GI 4:29). É o Espírito Santo no coração que dá a certeza da
salvação (GI 4:6); e é o Espírito Santo que capacita a viver para Cristo e a
glorificá-lo. O Espírito Santo não é apenas uma "influência divina";
é uma Pessoa divina, assim como o Pai e o Filho. Na cruz, o Filho pagou o preço
daquilo que o Pai planejou para nós, e o Espírito personaliza e aplica isso à
nossa vida quando nos sujeitamos a ele.
Este parágrafo é, possivelmente, o mais crítico de
toda a seção final de Gálatas, pois nele Paulo explica três ministérios do
Espírito Santo que permitem ao cristão desfrutar sua liberdade em Cristo.
1. O ESPÍRITO NOS CAPACITA A CUMPRIR A
LEI DO AMOR (Gl5:13-15)
O Espírito Santo que habita em nós concede o amor de
que precisamos (Rm 5:5; GI 5:6, 22). Ao que parece, faltava aos cristãos da
Galácia justamente esse amor, pois estavam "mordendo e devorando uns aos
outros" (GI 5:15).
Trata-se de uma descrição de animais selvagens
atacando-se. Essa observação, por si mesma, mostra que a lei não pode obrigar as
pessoas a se entenderem. Por mais regras ou parâmetros que uma igreja venha a
adotar, nenhuma delas garante a espiritualidade.
A menos que o Espírito Santo de Deus tenha permissão
de encher o coração dos cristãos com O amor de Deus, o egoísmo e a competição
tomarão conta da congregação. Nas igrejas da Galácia, os dois extremos - os
legalistas e os libertinos destruíam a comunhão.
O Espírito Santo não trabalha no vácuo. Ele usa a
Palavra de Deus, a oração, a adoração e a comunhão dos cristãos para nos edificar
em Cristo. O cristão que passa algum tempo diariamente lendo a Palavra e orando
e que se sujeita à obra do Espírito desfrutará liberdade e ajudará a edificar a
igreja. Em 2 Coríntios 3, Paulo explica a diferença entre o ministério
espiritual da graça e o ministério carnal da Lei.
2. O EPÍRITO NOS CAPACITA A VENCER A CARNE
(GL 5:16-21,24)
O conflito (vv.16, 17). Assim como Isaque e Ismael, o Espírito e a carne (a
velha natureza) encontram-se em conflito. Ao se referir à "carne", é
evidente que Paulo não fala do "corpo". O corpo humano é neutro, não
pecaminoso.
Quando o Espírito Santo controla o corpo, andamos no
Espírito; mas quando entregamos o corpo ao controle da carne, andamos segundo
os desejos ("concupiscência") da carne. O Espírito e a carne têm
desejos diferentes, e é isso o que gera os conflitos.
A velha natureza é como o porco e o corvo, sempre
procurando algo imundo para se alimentar. Nossa nova natureza é como a ovelha e
a pomba, ansiando por aquilo que é limpo e santo. Não é de se admirar que
ocorra tamanho conflito dentro da vida do cristão! A pessoa não salva não
experimenta essa batalha, pois não tem o Espírito Santo (Rm 8:9).
A conquista (v. 18). A solução não é lutar contra a carne, mas se
entregar à vontade do Espírito Santo. O Espírito Santo escreve a Lei de Deus em
nosso coração (Hb 10:1417; ver 2 Co 3), de modo que desejemos lhe obedecer em
amor. "Agrada-me fazer a tua vontade, Ó Deus meu; dentro do meu coração,
está a tua lei" (SI 40:8). Ser "guiados pelo Espírito" e
"andar no Espírito" são atitudes opostas a se entregar às
concupiscências da carne.
A crucificação (vv. 19-21, 24). Em seguida, Paulo apresenta uma relação de algumas
das "obras perversas da carne". Esta lista em Gálatas pode ser
dividida em três categorias principais: 1. Os pecados sensuais (vv.19,21b); 2. Os
pecados supersticiosos (v.20a); 3. Os pecados sociais (vv. 20b, 21a).
A pessoa que pratica esses pecados não herdará o
reino de Deus. Paulo não fala de um ato pecaminoso, mas sim do hábito de pecar.
O Espírito Santo não é apenas Espírito de vida (Rm 8:2; GI 5:25), mas também
Espírito de morte: ele ajuda a nos considerarmos mortos para o pecado.
3. O EPÍRITO NOS CAPACITA A PRODUZIR
FRUTO (Gl 5:22,23,25,26)
Uma coisa é vencer a carne e não praticar a
perversidade, outra bem diferente é praticar o bem. Os frutos devem crescer da
vida e, no caso do cristão, essa vida é do Espírito Santo (GI 5:25).
Quando pensamos em "obras", o que nos vem
à mente é esforço, trabalho, cansaço e labuta; a ideia de "fruto" nos
traz à mente beleza, tranquilidade, desenvolvimento da vida. A carne produz
"obras mortas" (Hb 9:14), enquanto o Espírito produz fruto vivo.
O amor gera mais amor! A alegria nos ajuda a
produzir mais alegria! Jesus deseja que produzamos: "Fruto [...] mais
fruto ainda [...] muito fruto" (Jo 15:2, 5), pois é assim que o
glorificamos. A velha natureza não é capaz de produzir fruto; ele só pode
nascer da nova natureza.
O "fruto do Espírito" relacionado nesta passagem refere-se ao
caráter (GI 5:22, 23). É importante distinguir o dom do Espírito, que é a salvação
(At 2:38; 11 :17), e os dons do Espírito, que dizem respeito ao serviço (1 Co
12), das graças do Espírito, relacionadas ao caráter cristão.

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