10 de set. de 2021

SENHOR SOBRE TODAS AS COISAS

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Colossenses 1.13-20

JESUS É SENHOR SOBRE TODAS AS COISAS


Os falsos mestres de Colossos, como os de hoje, não negavam a importância de Jesus Cristo. Antes, eles o desentronizavam, dando-lhe proeminência (mais um), mas não preeminência (único, pleno, superior).

De acordo com sua filosofia, Jesus Cristo era apenas uma das muitas "emanações" provenientes de Deus, por meio das quais os seres humanos poderiam alcançar o Ser divino.

É justamente essa ideia que Paulo refuta nesta seção. É provável que nenhum parágrafo do Novo Testamento contenha tanta doutrina concentrada sobre Jesus Cristo quanto este.

Podemos ir direto ao cerne da questão, se lembrarmos que Paulo escreveu esta carta a fim de provar a preeminência de Cristo, usando, para isso, quatro argumentos irrefutáveis.

 

1. CRISTO É O SALVADOR (1:13,14)

O maior problema do ser humano é o pecado, problema que não pode ser resolvido por nenhum filósofo ou líder religioso. Os pecadores precisam de um Salvador. Esses dois versículos apresentam uma imagem vívida dos quatro atos de salvação realizados por Cristo.

1. Ele nos libertou (v.13a). Significa "livrou do perigo". Não poderíamos nos livrar da culpa e do castigo pelo pecado por conta própria, mas Jesus era capaz. Não corremos mais o perigo de passar a eternidade separados de Deus: fomos libertos da autoridade de Satanás e dos poderes das trevas. Os gnósticos acreditavam que uma organização de espíritos perversos controlava o mundo (1:16; 2:10,15): anjos, arcanjos, principados, potestades, soberanias, domínios e tronos.

2. Ele nos transportou (v. 13b). O verbo "transportar" era usado para descrever a deportação de uma população de um país para outro.

Jesus Cristo nos libertou da escravidão e nos colocou no próprio reino de luz e nos deu a vitória sobre o reino de trevas de Satanás. Os governantes terrenos transportavam os povos que derrotavam, mas Jesus Cristo transportou os vencedores.

A experiência de Israel no Antigo Testamento é uma ilustração dessa experiência espiritual, pois Deus os livrou da escravidão do Egito e os levou para a Terra Prometida de sua herança. O Senhor nos tira das trevas para poder nos levar para a luz.

3. Ele nos redimiu (v. 14a). Esse termo significa "libertar um prisioneiro mediante o pagamento de um resgate". Paulo não sugere que Jesus pagou um resgate a Satanás, a fim de nos livrar do reino das trevas. Por meio de sua morte e ressurreição, Jesus cumpriu os requisitos sagrados da Lei de Deus.

4. Ele nos perdoou (v. 14b). A redenção e a remissão andam juntas (Ef 1:7). O termo traduzido por remissão (perdão) tem o sentido de "mandar embora" ou de "cancelar uma dívida". Cristo não apenas nos libertou e nos transferiu para um novo reino como também cancelou todas as dívidas para que não voltemos a ser escravos.

O perdão que Deus oferece aos pecadores é um ato de sua graça. Saber que fomos perdoados permite que tenhamos comunhão com Deus, que desfrutemos sua graça e que procuremos fazer sua vontade.  O perdão não é um pretexto para pecar; antes, é um estímulo à obediência. Pelo fato de termos sido perdoados, podemos perdoar a outros (C1 3: 13).

2. CRISTO É O CRIADOR (1:15-17)

Os falsos mestres ensinavam que a matéria, inclusive o corpo humano, era má. Ensinavam que Jesus Cristo não teve um corpo de verdade, uma vez que isso o teria colocado em contato com essa matéria perniciosa. Os resultados desses falsos ensinamentos foram trágicos: em um extremo, o asceticismo radical e, no outro, o pecado desenfreado. Afinal, se o corpo é pecaminoso, só nos resta tentar escravizá-lo ou desfrutá-lo ao máximo.

Nesta seção, Paulo explica quatro aspectos da relação de Jesus Cristo com a criação.

1. Ele existia antes da criação (v. 15). O termo primogênito não se refere ao tempo, mas sim ao lugar ou situação. Jesus Cristo não foi o primeiro ser criado, o fato de ser primogênito significa, apenas, que é o "primeiro em importância, do primeiro escalão". O primogênito de toda a criação significa "anterior a toda a criação". Ele não é um ser criado; é o Deus eterno.

A palavra imagem significa "uma representação e revelação exata". Jesus poderia dizer: "Quem me vê a mim vê o Pai" (Jo 14:9). Em sua essência, Deus é invisível, mas em Jesus Cristo ele se revelou a nós (Jo 1:18).

2. Ele criou todas as coisas (v.16a). Uma vez que Cristo criou todas as coisas, ele próprio não foi criado. Jesus Cristo é o primogênito de tudo porque foi ele quem criou todas as coisas. Não é de se admirar que os ventos e as ondas lhe obedecessem e que as enfermidades e a morte desaparecessem diante dele.

3. Todas as coisas existem para ele (v. 16b). Todas as coisas existem nele, para ele e por meio dele. Jesus Cristo é o Âmbito da existência de todas as coisas, o Agente por meio do qual todas vieram a existir e Aquele para o qual foram criadas.

Os filósofos gregos ensinaram que todas as coisas precisavam de uma causa primária, uma causa instrumental e uma causa final. Tratando-se da criação, Jesus Cristo é a causa primária (foi ele quem a planejou), a causa instrumental (foi ele quem a realizou) e a causa final (ele a fez para o próprio prazer).

4. Ele mantém a união de todas as coisas (v. 17). O verbo subsistir também pode ser traduzido, nesse contexto, por "existir em união". Uma vez que "Ele é antes de todas as coisas", pode mantê-las em união. Somente Deus existe antes de toda a criação e somente Deus pode dar coesão à criação. Considerar Jesus inferior a Deus é o mesmo que desentronizá-lo.

 

3. CRISTO É O CABEÇA DA IGREJA (1:18)

Das diversas imagens da Igreja no N.T., o corpo é uma das mais importantes (Rm 12:4ss; 1Co 12:14; Ef 4:816). Quando uma pessoa crê em Jesus Cristo, é selada pelo Espírito Santo e se tornar parte desse corpo (1Co 12:12, 13).

Todo cristão é membro desse corpo espiritual, e Jesus Cristo é o cabeça. O termo "cabeça" referia-se à "fonte" ou "origem" bem como a um "líder, governante". Jesus Cristo é a Origem e o Líder de seu corpo, a Igreja.

Não há como negar a preeminência de Jesus Cristo na Igreja. Originou-se nele e opera nele. Como cabeça da Igreja, Jesus Cristo lhe dá vida por meio de seu Espírito.

Também concede dons às pessoas e as coloca em sua Igreja para servir ao Senhor onde se fizerem necessárias.  Por meio de sua Palavra, Jesus Cristo nutre e purifica sua Igreja (Ef 5:25-30).

 

4. ELE É O AMADO DO PAI (1:19, 20)

Paulo já afirmou que Jesus Cristo é o "Filho do seu amor [de Deus]" (CI 1:13). Os que creem em Jesus Cristo como Salvador são aceitos "no Amado" (Ef 1:6). Por esse motivo, Deus pode nos chamar de amados (CI 3:12).

Paulo declara que, em Cristo, "reside toda a plenitude"! O termo grego é pleroma. Significa "a soma total dos poderes e atributos divinos". Paulo usa essa em oito ocasiões no texto original.

A palavra "residir" é importante também, significa muito mais que "morar", quer dizer: "estar no lar em caráter permanente".

O Pai não concederia seu pleroma (plenitude) em caráter permanente a algum ser criado. O fato de que "aprouve a Deus" ter sua plenitude em Cristo comprova que Jesus Cristo é Deus.

Uma vez que Jesus Cristo é Deus, ele é capaz de fazer o que nenhum mero ser humano jamais poderia fazer: reconciliar os pecadores com um Deus santo.

A mente natural do pecador não salvo encontra-se em guerra com Deus (Rm 8:7). O pecador pode ser sincero, religioso e até mesmo moral, mas ainda assim está em guerra com Deus.

A fim de ocorrer a reconciliação entre o ser humano e Deus, a iniciativa e a ação devem partir do Ser divino. Deus foi reconciliado com o homem em Cristo (2 Co 5:19). A paz entre Deus e o homem foi feita por meio da morte de Cristo. (Cl 1:20).

 

CONCLUSÃO:

Em primeiro lugar, Jesus Cristo cuidou de todas as coisas. Todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Existia antes de todas as coisas e, hoje, mantém a união de todas as coisas.

Reconciliou todas as coisas mediante a cruz. Não é de se admirar que Paulo tenha declarado que em todas as coisas [Cristo tem] a primazia" (C11 :18).

Em segundo lugar, tudo de que precisamos encontra-se em Jesus Cristo. Nele, temos toda a plenitude de Deus e somos "aperfeiçoados" (Cl 2:10). Não há necessidade de acrescentar coisa alguma à pessoa ou à obra de Cristo.

Acrescentar qualquer coisa a ele é o mesmo que subtrair de sua glória. Dar-lhe proeminência em lugar de preeminência é o mesmo que desentronizá-lo.

Em terceiro lugar, Deus tem prazer em ver seu Filho, Jesus Cristo, honrado e recebendo preeminência. Algumas pessoas dizem que são cristãs, mas ignoram ou negam Jesus Cristo. Dizem adorar somente ao Pai, pois o resto é dispensável.

Jesus Cristo tem a primazia em sua vida?

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