13 de out. de 2020

MANIFESTAMOS O AMOR A DEUS REPARTINDO


Marcos 6.35-44

AO REPARTIR MANIFESTAMOS O AMOR A DEUS

Porque Ele me amou, reparto o que tenho com os que têm pouco ou nada. Assim manifesto o amor a Deus que não vejo, fazendo algo para as pessoas que vejo. Falar que amamos a Deus é fácil, nosso desafio diário é mostrar este amor prático aos que nos cercam.

Quando pensamos em repartir, logo nos vem a mente "coisas" materiais: alimento, bens, dinheiro, roupas, brinquedos, etc. Mas nem todos têm o suficiente para si, quanto mais para repartir. Isso não é justificativa nem álibi para deixar de repartir o aquilo que temos.

Mas temos algo muito mais valioso que coisas materiais. Temos o amor de Deus, temos dons espirituais, temos virtudes cristãs, e muitas outras coisas que devemos repartir. Quando conhecermos as necessidades dos que nos cercam, veremos que nem tudo que elas precisam são coisa materiais, assim poderemos ser uma fonte de ajuda e complemento.

O salmista tinha a percepção da importância do repartir: “generosamente reparte o que possui com os pobres” (Sl 112.9); Salomão também entendeu isto: “o homem generoso será abençoado, porquanto reparte seu pão com o necessitado” (Pv 22.9); Jesus deixou bem claro o ensino do repartir quando diz: “de graça recebestes, de graça deveis dar!” (Mt 10.8); a Igreja em Atos era uma igreja solidária que repartia: “vendiam suas propriedades e bens, e dividiam o produto entre todos” (At 2.45).

Vejamos o exemplo descrito por Paulo sobre a Igreja em 2Coríntios 8.2-7: “embora sendo muito pobres, eles deram ofertas com grande generosidade. Afirmo a vocês que eles fizeram tudo o que podiam e mais ainda. E, com toda a boa vontade, pediram com insistência que os deixássemos participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso. E fizeram muito mais do que esperávamos. Primeiro, eles deram a si mesmos ao Senhor e depois, pela vontade de Deus, eles se deram a nós também. De modo que pedimos a Tito, que começou a recolher essas ofertas, que continuasse e ajudasse vocês a completarem esse serviço especial de amor. Vocês mostram que, em tudo, são mais ricos do que os outros: na fé, na palavra, no conhecimento, na vontade de ajudar os outros e no nosso amor por vocês. E nesse novo serviço de amor queremos também que façam mais do que os outros.”

Não podemos pensar que ser discípulos de Jesus é apenas receber do Mestre como consumidores passivos e acomodados. Tudo o que recebemos deve ser colocado a disposição para de forma prática repartirmos o que recebemos gratuitamente.

Ser discípulo de Jesus é um privilégio, mas isso não significa só louros e coroas, glórias e privilégios. Ser discípulo que reparte implica em entrega, serviço, dedicação. É abrir mão de necessidades pessoais para que outros sejam ministrados, tocados, transformados. É pagar o preço que o chamado impõe.

 

1 . REPARTINDO O NOSSO TEMPO (v.31-32)

Na vida secular temos o privilégio de gozar férias uma vez por ano e ter um descanso semanal, além do descanso diário. Mas em se tratando do serviço ao Senhor, nem sempre será possível manter essas condições, pois nossa carga horária é integral, todo o dia, todas as semanas, todos os anos.

Jesus como um bom Mestre ensina que devemos equilibrar a carga horária de trabalho ministerial com a necessidade de descanso. Eles estavam num ritmo tão acelerado que não estavam comendo e descansando. Por isso são chamados para um retiro, a fim de poderem descansar, mas a folga é interrompida, as férias canceladas, pois havia muita gente que precisa que eles repartissem o tempo deles.

O discípulo sábio é aquele que sabe administrar bem seu tempo, faz o que deve ser feito com zelo e dedicação, pois gerencia seu tempo para que suas necessidades primárias possam ser contempladas: família, saúde, lazer, descanso. Por saber gerenciar seu tempo, sobra horas na semana que ele pose repartir com ou outros.

Como discípulos não precisamos fazer muitas coisas, mas sim fazer aquilo que produz frutos para o reino de Deus. Em muitas situações o problema não está no trabalhar demais, mas sim nos seus muitos afazeres sem foco, zelo, dedicação, perseverança, e por consequência, sem resultado. Assim nunca sobrará tempo para repartir com os outros.

Quando Marta ficou aflita com os afazeres da cozinha, Jesus disse que naquele momento uma coisa era importante (Lc 10.38-42). Devemos discernir a hora de avançar ou recuar, quando nos sacrificar ou nos recuperar, quando investir nos outros ou investir em nós.

 

2. REPARTINDO A PALAVRA DE DEUS (v.33-34)

Quando chegaram ao local do descanso, surpresa! Eles não estavam sozinhos, não iriam descansar, eles teriam mais trabalho. Aquelas pessoas eram como “ovelhas sem pastor”, logo precisariam ser pastoreadas, cuidadas, alimentadas física, mas principalmente com a Palavra.

Jesus não espera que os discípulos tenham esta percepção, logo toma a frente e começa a ensinar a Palavra de Deus àquela multidão. Jesus também estava cansado, mas Ele reconhece que aquela era uma oportunidade que não podia ser desperdiçada. Havendo alguém necessitado, o discípulo precisa estar pronto para repartir os ensinos da Palavra.

Há uma multidão ao nosso reder para ser pastoreada e ensinada. Como discípulos não podemos perder esta oportunidade (Jo 4.35-38), mesmo que para isso precisemos sacrificar nosso descanso, nossos recursos, nossa vida. Repartir a Palavra é missão nossa como discípulos.

 

3. REPARTINDO NOSSA COMIDA E DINHEIRO (v.35-38)

O dia havia passado e Jesus ensinado a multidão desde a manhã, agora a preocupação dos discípulos era com o horário e com o que o povo ira comer, por isso eles recomendam que Jesus despeça a todos para cada um ir comprar a sua refeição, pois eles não tinham como fazer isso.

Novamente Jesus os desafia e diz para que eles mesmos deem de comer à multidão, para isso os manda verificar o quanto eles têm disponível e que possa ser dividido, mas não era muito promissor: cinco pães e dois peixes.

Jesus estava ensinando a necessidade do repartir a comida e o dinheiro. Era mais cômodo despedir as pessoas para que enfim os discípulos pudessem descansar e comer sozinhos a refeição. Mas isso não ensinaria sobre repartir. Eles deviam repartir e dar de comer.

Como discípulos não podemos fugir de nossas responsabilidades. O tapinha nas costas e dizer: “Deus te abençoe” não é suficiente. É preciso algo mais. É preciso sacrificar aquilo que temos, mesmo que seja pouco. É no repartir que temos as maiores experiências com o Senhor.

Ser discípulo que reparte é ser um canal de benção e experimentar os milagres do Senhor. De um em um, eles foram entregando pão e peixe, de forma que cinco mil homens comem e ficam satisfeitos. Não só isso, eles recolhem doze cestos, um para cada um. Repartir é melhor que ser egoísta (jovem rico de Marcos 10.17-22).

Nem sempre vamos ter para oferecer tudo aquilo que as pessoas necessitam. Também temos nossas limitações, mas quando colocamos o nosso pouco nas mãos do Senhor, ele faz o milagre acontecer, e aquilo que parecia pouco aos nossos olhos, é capaz de satisfazer e até de sobrar.

 

CONCLUSÃO:

Desse evento aprendemos que um discípulo deve repartir seu tempo, a Palavra de Deus e seus bens. Para repartir, algumas vezes vamos precisar abrir mão de algo e nos sacrificar.

Aprendemos que Deus vai colocar em nossas vidas pessoas para cuidarmos, pessoas confusas, perdidas, desorientadas, cansadas, assim como uma ovelha sem pastor.

Aprendemos que nosso Senhor quer de nós mais que participação, Ele quer envolvimento, isso exige entrega, renúncia, abnegação, oferecendo o pouco que temos para repartir com quem nada tem.

Aprendemos que devemos abençoar, e para isso é preciso dispor e entregar tudo que temos nas mãos de Jesus. Quando fechamos a mão e coração em dar, não vamos contemplar o milagre do Senhor.

 

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