POR
AMOR, SEGUIMOS FAZENDO MISSÕES
Porque Ele me amou... este é o tema
desta campanha de Missões Nacionais. Nestes últimos quatro domingos enfatizamos
o acróstico a partir da palavra AMOR:
AMO o próximo não por
uma imposição ou obrigação, mas como forma de gratidão e de retribuição a Deus;
MULTIPLICO discípulos
de Cristo, levando esse amor aos quatro cantos do País;
ORO para que os que
ainda não conhecem esse extraordinário amor sejam alcançados por ele;
REPARTO o que tenho com
os que têm pouco ou nada.
Mas o que fazemos, seja como discípulos ou como Igreja após o encerramento da promoção de uma Campanha missionária? Continuamos orando por missões! Continuamos ofertando até alcançar o alvo! Continuamos dispostos a fazer tudo de novo na próxima campanha! Sim, tudo isso é louvável, mas será que não podemos fazer algo a mais?
O texto nos mostra que
até este momento o treinamento dos discípulos fora mais teórico que prático
(Sermão do Monte - cap. 5 a 7 de Mateus). A prática deles se limitou em ver
Jesus em ação ministrando (diversas curas, acalmando a tempestade, expulsando
demônios). A teoria ganhou companhia da observação.
A partir do discurso
de Mateus 9.35-38, Jesus então decide colocar os discípulos em ação. Após a
sensibilização para com a “multidão aflita e abandonada como sem pastor”
(v.36); Jesus decide dar pastores para aquelas pessoas enviando os doze
com poder e autoridade.
Agora que concluímos a
promoção da campanha de missões, é hora de experimentarmos na prática o
que é ser um missionário. É hora de fazermos como os discípulos,
sairmos pelas casas, ruas e bairros proclamando o evangelho do Reino e a
Salvação em Jesus. Agora chegou o nosso momento de sermos missionários
enviados por Jesus.
1. FAZEMOS MISSÕES
EXERCENDO AUTORIDADE. (v.7)
Nos textos paralelos
de Mateus 10.5-15 e Lucas 9.1-6 fica ainda mais clara a autoridade outorgada
por Jesus aos discípulos. Mateus registra: “curem doentes; ressuscitem
mortos e expulsem demônios” (v.8). Lucas aponta: “lhes deu poder e
autoridade para expulsar todos os demônios e curar doenças... para anunciarem o
Reino de Deus” (v.1,2).
O Reino de Deus não
estava penetrando em um vácuo de poder. Levar as boas novas é entrar em guerra
com o Diabo. Todo discípulo que deseja resgatar pessoas precisa dominar
primeiro o “espaço” ou derrubar as “fortalezas” (Ef. 6.12).
Até então os discípulos
haviam visto Jesus fazendo isso, mas eles mesmos não haviam experimentado o
exercício desta autoridade. Agora enviados, os discípulos vão viver suas
próprias experiências para fortalecer a fé e confiança no poder de Jesus
(Lc 10.17-20).
Cada discípulo sendo
um missionário e exercendo autoridade foi e ainda continua sendo um forte
instrumento de evangelização e salvação de vidas, assim como uma forma saudável
de expansão do Reino de Deus. “Discípulo que não é um missionário é um
mercenário.”
2. FAZEMOS MISSÕES NA
DEPENDÊNCIA DE DEUS. (v.8-9)
O discípulo
missionário não se preocupa com a escassez material exterior,
pois estando ele cheio do Espírito Santo, as provisões não são uma preocupação.
Isso mostra uma total dependência de Deus. Eles deveriam apresentar
simplicidade, ninguém deveria temê-los, nem eles a ninguém, pois iram anunciar
as obras do Senhor.
Pelo fato de não levar
sacola, dinheiro nem comida não significa que eles iam passar
necessidades, mas os ensina a depender das possibilidades comuns no
caminho. Além de usufruir das leis do sustento dos viajantes, não ostentar bens
era uma questão de segurança.
Para o discípulo
missionário, é salutar ser modesto em tudo o que é exterior, a ostentação e a
soberba, assim como a pobreza e mendicância não refletem o perfil missionário,
que leva o amor e salvação sem distorcer a mensagem. O missionário não está interessado
em vantagens próprias, eles não faz da religião uma fonte de renda, esta é sua
missão de vida.
O discípulo missionário
deve estar totalmente dependente do Senhor que o envia. Essa dependência é
em termos espirituais e materiais. Da mesma forma que ele não deve se preocupar
com seu sustento material, deve ter a certeza que vencera toda oposição.
3. FAZEMOS MISSÕES
SENDO ACEITOS E REJEITADOS. (v.10-11)
Ao chegar num povoado
e receber hospedagem, os discípulos não deveriam trocar de alojamento por
outro melhor, muito menos com justificativa “espiritual”, até porque
era uma questão de boa educação.
O discípulo
missionário deve estar preparado para duas reações dos ouvintes: aceitação
“fiquem na casa que forem recebidos” ou rejeição “se em
algum lugar as pessoas não quiserem recebe-los”. Na verdade, não somos nós
que seremos aceitos ou rejeitados, mas o próprio Jesus que nos enviara.
Não vemos nenhum
indício de desapontamento nos discípulos diante de uma rejeição, apesar de não
ser registrado conversões em massa nem fundação de igrejas. Eles cumpriram uma
ação simbólica e profética, que apontava para frente e só se cumpriu mais
tarde, ou ainda está por se cumprir.
O discípulo
missionário aprende como é essa duplicidade de sentimento: alegria
de ver a mensagem ser acolhida e vivida; a tristeza e pesar ao
vê-la rejeitada e ignorada. Não temos domínio sob a forma como as pessoas vão
reagir a nossa pregação, mesmo assim devemos pregar.
4. FAZEMOS MISSÕES COMPARTILHANSO
EXPERIÊNCIAS. (v.12,13,30)
Temos aqui a
confirmação do conteúdo da pregação dos discípulos: salvação e perdição.
Faz parte da tarefa de um mensageiro que ele preste relatório depois da
execução, este relato precisa ser minucioso e abrangente (At 14.26-28).
Apesar da rejeição,
eles também tiveram boa acolhida, realizaram sinais, prodígios e maravilhas o
que os deixou “muito alegres”. Mas para Jesus, o mais importante era que os
seus nomes estivessem escritos no livro da vida (Lc 10.20).
Mais do que aquilo que
realizamos
quando somos enviados, e do que temos para compartilhar no retorno, a nossa
real condição espiritual para eternidade é que importa (Mt 7.22-23). Jesus não
estava menosprezando o que eles fizeram, mas lembrando do que era mesmo
importante.
Muitos discípulos não
tem experiência pessoal nenhuma para compartilhar devido ao fato de não se
disporem a ser enviados como missionários. Viver a vida cristã nos redutos do
templo limita as oportunidades de ver a ação e o poder de Deus sobre a vida das
pessoas. O discípulo que não sai, nada tem a relatar.
CONCLUSÃO:
Sermos missionários é
uma das muitas lições a serem aprendidas por nós como discípulos, ela não
finaliza a nossa formação, mas agrega e muito a nossa vida espiritual.
O discípulo que é
missionário está em constante treinamento, por isso não pode se afastar do seu
mestre. Ele deve estar na presença do Cristo, orar, estudar, congregar e
servir.
Esta não é a última
campanha que nos despertará para a necessidade do nosso envio como missionários:
“Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos” (Mt 10.16); “Assim
como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21).
Ainda hoje Jesus
continua enviando seus discípulos, para que sejam missionários que preguem com
autoridade e ministrem as bençãos aos cativos e oprimidos.

Nenhum comentário:
Postar um comentário