19 de ago. de 2020

Conquistando a Vida Eterna


Conquistando a vida eterna 
três inimigos para derrotar todo dia

“E a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo” (João 17:3).

 

Introdução

A vida eterna é dada àqueles que, tendo sido predestinados por Deus, eleitos antes da fundação do mundo, foram resgatados dos seus pecados, regenerados em Cristo Jesus, lavados pelo seu sangue e selados com o Espírito Santo da promessa. Mas a vida eterna é também ter uma experiência pessoal com Deus. É nesses termos que Jesus diz no texto lido que a vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus Cristo. Conhecer não é “saber informações sobre”, mas sim “conhecer pela experiência” através de um relacionamento íntimo e cotidiano.

 

Sendo assim, vida eterna é relacionar-se de forma íntima com Deus. A palavra conhecer é usada em Gênesis 4.1 como eufemismo para o ato sexual: “Adão conheceu Eva e tiveram um filho”. Conhecer a Deus e a Jesus Cristo é ter com ele intimidade tal comparável a uma relação sexual. O apóstolo Paulo gosta da expressão “entranháveis afetos” para falar de um sentimento profundo que nos une a Cristo, um sentimento entranhado em nós afetando todas as áreas da nossa vida (Filipenses 2.1).

 

Ou seja, ter a vida eterna é lidar com todas as circunstâncias da vida a partir do conhecimento que você tem de Deus. Quem tem a vida eterna avalia tudo que acontece na sua vida da perspectiva desse relacionamento:

 

·         a maneira como eu falei agradou a Deus?

·         Deus ficou feliz comigo hoje?

·         Deus está contente com a minha maneira de agir?

·         Jesus está satisfeito com minha postura de discípulo?

 

Quem tem a vida eterna toma decisões e faz escolhas em função do seu relacionamento com Cristo:

·         Recebi uma proposta de trabalho, isso glorifica a Deus?

·         Recebi uma proposta de casamento…

·         Tenho uma decisão para tomar, de que maneira o nome de Deus será glorificado e o nome de Cristo exaltado?

 

Ter a vida eterna é encarar todas as circunstâncias, tomar todas as decisões e fazer todas as escolhas considerando o seu relacionamento com Deus e com Jesus Cristo. 

 

Quem não vive assim é o que nós chamamos de ateu prático. Ele não faz declarações como “Deus não existe”, ao contrário, ele fala até lindamente sobre Deus, vai à igreja, faz orações, mas a fé  não faz nenhuma diferença em sua vida. Ele diz que é um cristão, diz que tem fé, mas enfrenta os problemas e toma decisões sem lembrar que Deus existe. Ele nunca pensa na existência do céu, do inferno ou do Juízo Final. Nada disso interfere um milímetro nas suas ações diárias.

 

Talvez você pergunte: Mas existe alguém assim? Meus irmãos, a Bíblia está repleta de textos em que Deus condena o povo que o honra apenas da boca para fora, que comete crimes a semana toda e depois vai ao templo “adorar”. Gente que explora, maltrata, mata e depois, sem um pingo de remorso, vem para igreja cultuar. São crentes nas palavras, mas na vida, são ateus.

 

No entanto, mesmo aqueles que, de fato, tem a vida eterna, podem ser tentados a viverem como ateus práticos. Obviamente, isso não dura indefinitivamente porque o Espírito Santo que habita em nós não permite e Deus disciplina seus filhos; mas, o diabo e todo mundo ao nosso redor não economiza esforços para nos fazer viver como se Deus não existisse. É como você Satanás usasse você para desafiar a Deus dizendo: “a alma dele é sua, mas a vida é minha”. Ou como se ele dissesse: “não posso impedir você de viver com Deus nos novos céus e nova terra, mas posso impedi-lo de viver com Deus agora, posso impedi-lo de experimentar um relacionamento verdadeiro com ele nessa terra”. Infelizmente nenhum de nós pode dizer que Satanás não está tendo sucesso em grande parte dessa empreitada.

 

É por isso que o tema desse sermão é “Conquistando a vida eterna”. Mas não se confunda, não há nada de arminianismo aqui. Deus já nos comprou para ele e fez isso muito antes de você ou eu nascermos. Jesus nos conquistou na cruz não apenas para estarmos com ele “na casa de meu Pai”, mas nos capacitou a viver a vida eterna mesmo aqui, com esse corpo corruptível e nesse mundo maligno.

 

Todos os dias quando você acorda, sua natureza pecaminosa e o mundo maligno batalham para fazê-lo esquecer Deus, sufocar o Espírito Santo e desprezar as profecias. Tudo à sua volta conspira em favor do materialismo, do ateísmo prático, de uma vida centrada em si mesmo.

 

Você pode aceitar isso ou ouvir Jesus gritando: “Vivam a vida eterna agora mesmo, aqui, mesmo agora nesse mundo de trevas e nas barbas do diabo, exerçam seu direito conquistado na cruz e conquiste a vida eterna”.

 

CONQUISTAR A VIDA ETERNA É CHEGAR O FINAL DO DIA E DIZER: “Hoje eu andei com Cristo”, “hoje Deus está feliz comigo”, “hoje todas as minhas escolhas, cada reação e cada palavra que saiu da minha boca, tudo que eu fiz, fiz lembrando do Cristo que morreu na cruz por mim e do Deus que irá julgar a minha alma no dia do juízo”.

 

Conquistar a vida eterna é falar ao final do dia o que Jesus falou ao final da sua vida aqui: “eu te glorifiquei fazendo trabalho que me deste para fazer” (João 17.4). Todos nós temos um trabalho para fazer, uma circunstância para viver. Conquistar a vida eterna é, mesmo em circunstâncias tão desfavoráveis, glorificar a Deus nesse trabalho e nessa circunstância. Essa conquista é diária e implica em derrotar todo dia pelo menos três inimigos:

1.    a multidão

2.    o orgulho

3.    o seu senso próprio do que é necessário.

 

 

1 - Derrote a multidão

E os que iam na frente o repreendiam para que se calasse; ele, porém, cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (Lucas 18:39).

 

A multidão é um microcosmo do mundo, é o mundo em miniatura, e o mundo sempre trabalha para nos afastar de Deus. Sempre tenta nos impedir, seja como um muro ao nosso redor ou com palavras de reprovação nos mandando calar a boca quando clamamos a Deus.

 

·         A multidão mandava que o cego se calasse e não clamasse a Jesus.

·         A multidão tentou impedir que Zaqueu visse a Jesus e fosse salvo.

·         A multidão dificultou o acesso dos amigos que foram levar seu amigo paralítico para ser curado.

·         A multidão escolheu barrabás e, acerca de Cristo, gritou: crucifica-o.

 

A multidão nem sempre faz isso ativamente, como com o cego em Jericó; às vezes, como com Zaqueu, a multidão faz isso passivamente. Outras vezes, como quando os discípulos tentaram impedir que as crianças viessem até Jesus, faz isso com motivos religiosos.

 

Em dias tão conectados como os nossos, a multidão incute na nossa mente seus valores. A multidão pode estar em nossa própria cabeça:

 

·         Quantos pensamentos que você tem não foram dados pelo que você vê nas redes sociais e nos grupos de watsapp?

·         Quantos valores seus não foram formados a partir de músicas, filmes, séries e desenhos animados que incutem em nossa mente ideias e valores mundanos sem que você perceba?

 

O resultado é que não é preciso mais que pessoas gritem para você mandando-o não orar ou tentem fisicamente impedi-lo de buscar a Deus, você mesmo se reprime permitindo que a multidão de valores e pensamentos mundanos em sua mente destruam seu relacionamento com Deus.

 

Isso pode acontecer várias vezes ao longo de um único dia. Você vê alguém que está claramente passando por um grande problema, talvez ele esteja chorando ou claramente angustiado. Você sente um desejo de ir até lá, orar com ele e falar de Jesus. Mas aí a multidão grita dentro da sua mente: “o que você tem a ver com isso? e se ele não quiser ajuda? cada um cuida dos seus problemas!”. Você dá ouvido e é derrotado pela multidão. Você dá ouvidos e passa mais um dia sem saber o que é vida eterna, sem experimentar na vida prática o que é ter um relacionamento pessoal com Cristo.

 

2 - Derrota o orgulho

Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (Marcos 7:27)

 

Essa é uma das histórias mais marcantes do ministério de Jesus. Não vou entrar em detalhes da razão de Jesus ter dado essa resposta para aquela mulher (grega, de origem siro-fenícia). Quero chamar sua atenção para o fato dela ser rejeitada e humilhada por Jesus, mas isso não a abalou, ela continuou firme no propósito dela de ser abençoada.

 

Porquê Jesus disse aquilo? Não importa! O que importa é que Ele é o Filho de Deus e Ele é minha única esperança. Então, enquanto houver um resquício de esperança eu vou continuar clamando. E foi isso que aquela mulher fez.

 

Quantas vezes o nosso orgulho, a nossa vaidade, nossa autocomiseração, nossa tendência para a vitimização e a facilidade com que ficamos ofendidos não nos fez perder bênçãos de Deus?

 

Se você quiser realmente ter um relacionamento pessoal com Cristo, saiba que ele vai massacrar o seu orgulho. Deus odeia soberbos e orgulhosos e é impossível caminhar com Cristo sem passar pela humilhação. 

 

3 - Derrote o seu senso próprio do que é necessário

Todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lucas 10:42).

 

Eu queria encontrar uma forma mais concisa de falar isso, mas espero que o texto escolhido ajude você a entender o que pretendo dizer. Todos nós, naturalmente, temos um senso próprio, uma convicção pessoal acerca daquilo que nós achamos que importa, aquelas coisas que nós acreditamos que são necessárias à nossa vida.

 

O problema é que Jesus Cristo tem sua própria opinião [um modo de dizer] acerca do que é necessário à nossa vida. Ninguém consegue caminhar com Jesus enquanto não abandonar, não derrotar sua convicção pessoal acerca do que importa e substituir essa convicção por aquilo que Jesus diz que importa.

 

Isso é perfeitamente ilustrado nesse relato de Jesus com Marta. Ela tinha certeza que o que ela estava fazendo era necessário; mas Jesus contraria Marta e diz que não, que apenas uma coisa era necessária, exatamente aquilo que a irmã dela havia escolhido.

 

Muitas coisas são boas, muitas coisas são importantes, mas quantas coisas são necessárias? Jesus responde e diz: Apenas uma coisa!

 

Você pode fazer muitas coisas boas e importantes na sua vida, pode executar muitos projetos e realizar muitos sonhos; mas quantas coisas são realmente necessárias à sua vida? Jesus responde e diz: Apenas uma coisa!

 

Conclusão

 

A multidão, ao nosso redor ou dentro da nossa cabeça; o orgulho e uma ideia equivocada do que é necessário, impedem que você experimente ao longo do dia a vida eterna.

 

Impedem que você experimente hoje um tipo de vida superior. Norman Champlin, comentando o texto de João 17.3, diz que há vários tipos de vida. Há a vida microscópica, há a vida dos insetos, a vida zoológica; superior a esses tipos de vida está a vida dos homens; mas, superior à vida dos homens, há a vida dos anjos e demais seres celestiais. Acima de todos os tipos de vida, está a vida de Deus, a mais perfeita forma de existência. É esse tipo de vida que Jesus veio nos dar. Ter a vida eterna é (mesmo nesse mundo caído) compartilhar a vida de Deus.

 

O objetivo dessa mensagem é que você acorde amanhã cedo e, mesmo com tantos inimigos ao redor (o mundo, sua natureza pecaminosa, o diabo, os demônios, as circunstâncias), que mesmo assim, você se proponha a viver de tal maneira a compartilhar a vida de Deus. Como se Jesus estivesse todo o dia ao seu lado, assentado ao seu lado no trabalho, ouvindo suas palavras, vendo suas reações e interagindo com você como um amigo íntimo. Porque Ele estará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário