Isaías foi o “rei dos
profetas”, foi digno e intrépido; sua pregação foi majestosa; suas palavras
tinham força e beleza poética. Principalmente na segunda metade a compaixão
sacerdotal marca sua pregação.
Ele claramente
descreve o Cristo: como o Rei messiânico (AT - nos capítulos 1-39); como Servo
sofredor do Senhor (NT - nos capítulos 40-66). Desta forma e com justiça Isaías
é chamado o evangelista do antigo pacto. Cerca de 400 citações aparecem no N.T.,
o próprio Jesus proferiu muitas delas, seu maior número está em Mateus.
Esta terceira sessão do livro (cap. 58-66) procura estimular a comunidade que veio do Exílio na Babilônia e se reuniu em Jerusalém com os que estavam dispersos. Prediz que o Messias vindouro fará com que a justiça brilhe com fulgor, e que a salvação chegue às nações como uma tocha ardente (cap. 62.1).
Isaías neste capítulo
64 faz uma afirmação que traz conforto e confiança em tempo de crise. Este Deus
que trabalha para o bem e vai ao encontro, nem sempre é bem compreendido (v.4).
Após a afirmação, Isaías lança uma dúvida: “existe alguma esperança para nós?
Podemos ser salvos?” (v.5) Isso demonstra o que se passa na mente de algumas
pessoas, reconhecem que Deus é amoroso, mas duvidam que podem ser amadas.
Esta dúvida deriva
principalmente da vida de pecados que levam, e esta consciência pecadora,
coloca em dúvida a misericórdia e graça de Deus, cegando o entendimento, e não
podendo ver que apesar dos pecados, Deus continua amando e disposto a perdoar e
restaurar. Para estas pessoas, suas falhas são grandes demais, e, portanto,
imperdoáveis.
A mensagem da salvação
é uma mensagem de esperança para todos. João 3.16 diz que Deus amou o mundo...
e deu seu filho para que todos os que creem possam ser salvos. Nenhuma falha é
maior que o amor de Deus. Não há pecador que, em se arrependendo, não possa ser
salvo. Creia e receba!
1. DEUS É AMOROSO E
SALVADOR – v.1-3
Do lamento (63.17-19) o
profeta retorna à suplica, diante da intensa aflição do povo, a resposta
deveria ser com poder e urgência. O coração pecador e árido almeja pela
presença do Senhor (v.1), aqueles que voltaram as costas para Deus querem que
Ele se manifeste contra seus inimigos. Este é o contraste da natureza humana,
abandona a Deus, mas exige que ele os salve das aflições.
A verso 2 descreve a
descida de Deus de maneira minuciosa. Ele deve vir com irreversível
demonstração de força, como a que o fogo exerce sobre os ramos que incendeia,
ou sobre a água que faz ferver borbulhante e ruidosamente (semelhante a Elias e
os profetas de Baal – 1 Reis 18.38). O objetivo disso é tornar Seu nome
conhecido do Seu povo e dos inimigos deste, é leva-los a experimentar quem Ele
é, e assim fazer com que as nações que oprimem Israel tremam diante dEle.
Diferente de qualquer
outro deus, o Senhor se manifesta presencialmente, Isaías no verso 3 se refere
as vezes que Deus se manifestou no Monte Sinai e no Tabernáculo. Mas a maior
manifestação foi na pessoa de Jesus, através de quem demonstrou todo seu amor e
em quem executou seu plano de salvação.
2. SOMOS PECADORES
IMUNDOS E INDIGNOS – v.4-7
De acordo com Isaías,
há boas razoes para orar desta forma ao Deus de Israel, e não a qualquer outro.
Ele é um Deus que “trabalha para aqueles que nele espera/confia” (v.4). E Ele é
o único: desde os tempos antigos nenhum ouvido percebera e nenhum olho vira um
Deus de quem se pudesse dizer o mesmo (1 Co 2.9).
Isaias segue no verso
5 dizendo que Deus “sai ao encontro daquele que com alegria pratica justiça” e
dos que “se lembram de ti nos teus caminhos”, a saber, fazendo Sua vontade e
confiando nEle.
Mas a realidade
presente está muito longe disso, é um contexto completamente diferente do que
deveria ser. Em contraposição à bondade de Deus, coloca-se o fato de que Ele
agora está irado; e em contradição com o caminhar piedoso que há pouco foi
retratado, surge o fato de que o povo de Israel se conduz de maneira pecaminosa
e ímpia.
O verso 6 explica a
sua conduta pecaminosa. A sua degradação foi tão extensa que aos olhos de Deus
todos se haviam tornado como alguém que é impuro, e todos os seus atos retos se
haviam tornado, por assim dizer, impuros trapos. O povo não tem nada a mostrar,
a não ser pecado impuro.
O verso 6 aponta para
o leproso, coberto dos trapos da imundícia, é uma ilustração drástica do
pecador que, por si mesmo, está completamente perdido. Assim como o profeta se
inclui nesta confissão humilde, nós também, de igual modo, devemos reconhecer e
confessar nossa total corrupção natural, pelos pecados que diariamente
cometemos.
Só esta confissão pode
nos abrir o caminho para o verdadeiro arrependimento, o reconhecimento dos
méritos de Jesus Cristo, e à aceitação da sua morte expiatória em prol dos
pecadores. Nenhum ser humano está sem pecado aos olhos de Deus.
O castigo não foi
sonegado. Todos haviam murchado como plantas secas. A vida do povo e dos
indivíduos fora privada de sua beleza e força. E os seus pecados, assim como o
vento, os haviam espalhado, causando ruína e ocasionando a sua dispersão entre
as nações.
Naquele estado de
ruína não havia ninguém (v.7) que, enquanto rugia a tempestade do juízo de
Deus, invocasse o nome do Senhor, para implorar a Sua compaixão pelo seu povo
ferido, ninguém que “se desperte” para deter o Senhor. Pois Ele escondeu do Seu
povo a Sua face, e o entregou ao poder do seu pecado, fazendo com que ele se
consuma.
3. SERÁ QUE AINDA HÁ
ESPERANÇA E SALVAÇÃO? – v.8-12
Agora Isaías levanta
sua voz ao céu em favor do povo. Ele dirige-se ao Senhor como “nosso Pai”. A palavra
“pai” no verso 8, segundo o contexto, refere-se ao criador, e não ao nome
consolador do Deus de amor (63.16), ele apresenta como defesa este
relacionamento de paternidade que que o Senhor constituiu com o Seu povo, descrevendo-o
nos termos mais íntimos.
A paternidade divina
acarreta, entre outras coisas, o fato de Deus ser o Criador, o formador de
Israel; isto é pintado mais detidamente através da imagem do barro e do oleiro.
Como o barro nas mãos do oleiro, somos impotentes para mudar a nossa própria
condição. A soberania divina e a dependência humana são enfatizadas pela
expressão “obras das tuas mãos”. Por serem totalmente obrar das suas mãos, os
israelitas podem esperar que o Senhor se interessará pela sua morte.
Desta convicção brota
a oração para que Deus não permita que a Sua ira aja infinitamente, e para que
Ele não se lembre dos seus pecados nunca mais: “todos nós somos o teu povo”
(v.9). Em seguida a oração se transforma em um lamento, Isaías menciona a
destruição das Suas “santas Cidades” (Sião e Jerusalém).
O profeta aponta para
o Templo, o lugar mais sagrado, dado a Israel, era o lugar onde se deveria
servir e louvar a Deus, algo que os pais não haviam feito; portanto, não apenas
Israel, mas o próprio Deus está envolvido nele. A destruição do lugar mais
amado enfatizava a culpa do povo por terem se afastado do Senhor.
A oração acaba
perguntando ao amor paternal de Deus se, depois de tudo isto, Ele ainda Se
conteria (63.14), e permitiria que a opressão de Israel continuasse além de
toda medida.
CONCLUSÃO:
Algumas pessoas
desejam que Deus se manifeste a eles e a favor deles, mas a única maneira de
isso acontecer é através de Cristo, agora ou na segunda vinda.
Deus é amoroso e
salvador, sempre está procurando meios de neutralizar a ação do pecado na vida
de cada pessoa que deseja realmente viver em santidade.
Diante da nossa
pecaminosidade e imundícia, as vezes fica difícil perceber o amor e a graça do
Senhor, logo vivendo alheios a seu perdão por estar cegos para Sua pessoa.
Mas a Bíblia nos deixa
uma mensagem de esperança, dizendo que há esperança, é possível o pecador ser
salvo, desde que se entregue e se disponha a ter uma vida diferente.

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