
ENCONTRE PAZ EM MEIO AO SOFRIMENTO
Estamos a cinco meses como Baruque dizendo que são dias maus, vendo tantas desgraças, uma atrás da outra, vivendo como se estivéssemos “amontoando sofrimento”. Como resultado disso, muitos estão exaustos, sem nenhuma perspectiva de um futuro melhor, onde tudo isso passe e voltemos a viver em paz. Mas será que tínhamos paz antes de tudo isso começar?
Antes da pandemia e do
isolamento você tinha paz consigo mesmo? Tinha paz em sua família? Tinha paz
nas outras relações? Tinha paz com Deus? Será que estes cinco meses não
serviram para potencializar o que você já vivia antes, mas ainda não tinha se dado
conta disso? Será que não está aproveitando o momento para se isentar da culpa?
No texto em questão, em meio a tantas tragédias, Deus manda uma mensagem para Baruque, um fiel amigo e escrivão de Jeremias (32.11-15; 36.4-8). Baruque se queixava dos dias que eram maus, das constantes e sucessivas desgraças que sofriam, do repetitivo e cumulativo sofrimento, o que produzia cansaço, desanimo, apatia, falta de confiança, fazendo com que ele perdesse as esperanças de um futuro melhor.
Baruque não ouve de
Deus o que ele gostaria. Ele ouve uma advertência e uma promessa. A palavra do
Senhor foi mais para prepará-lo para o que viria, do que dar esperança de
mudança da situação. De uma forma direta o Senhor diz que as coisas iriam
piorar, que ele não deveria fazer grandes planos, mas ele teria como garantia sua
vida poupada.
1. A CAUSA DA TRISTEZA
E SOFRIMENTO – v.3
A queixa de Baruque
foi que o Senhor “acrescentou tristeza ao meu sofrimento”; devia-se ao
fato de ter reconhecido os pecados de seu povo e estar sofrendo em espírito por
causa da pecaminosidade deles. Depois, escrevera para Jeremias as profecias de
destruição que haviam aumentado ainda mais sua tristeza.
Baruque foi forçado a
esconder-se com Jeremias por causa da oposição oficial às profecias de
Jeremias. Depois da queda de Jerusalém, quando Jeremias proíbe os que ficaram
de fugir ao Egito, os judeus furiosos culparam Baruque pela mensagem (43.3).
Baruque ainda era
jovem, ele foi designado para escrever as profecias de Jeremias, e lê-las (cap.
36), e por causa disto foi ameaçado pelo rei. Os jovens principiantes da fé
tendem a se desencorajar com as primeiras pequenas dificuldades que comumente
encontram no serviço a Deus.
As queixas e temores
vêm de suas decepções. Baruque havia elevado demais as suas expectativas em
relação a este mundo, e isto fez com que a angústia e o problema em que estava
se tornassem ainda mais difíceis de suportar.
Não devemos buscar
aqui no mundo grandes coisas para nós, onde tudo é pequeno e incerto. O Senhor
conhece a causa real do nosso afã e depressão, melhor do que nós mesmos, e
devemos rogar-lhe que examine os nossos corações e reprima em nós todo o desejo
mal.
2. O JUÍZO DE DEUS
SOBRE A NAÇÃO – v.4
A constante
pecaminosidade do povo de Deus não deixara outra saída ao Senhor, senão a de
castigá-lo severamente. É o reverso do plano revelado a Jeremias, de demolir
para depois edificar (1.10). As tentativas de edificação serão eliminadas até
que os falsos alicerces do paganismo sejam totalmente derribados.
Diante deste quadro, a
mensagem visava fortalecer a fé de Baruque, secretário, representante e
conselheiro de Jeremias, que estava desanimado devido ao aparente fracasso do
ministério de Jeremias, e por causa do juízo sobre Judá (cap. 36).
Tanto Baruque quanto
Jeremias não eram os responsáveis por toda desgraça e calamidade que a nação
estava passando, porém, como judeus estavam sofrendo na pele todas aquelas
dores. Deus estava trazendo juízo sobre a nação como punição pelos pecados.
Jeremias estava alertando para o que viria sobre eles, e naturalmente, sofreu
junto com Baruque.
Não podemos afirmar
que estamos sofrendo uma espécie de juízo de Deus, nem que estamos sendo
castigados. O fato é que estamos vivendo dias difíceis, que não gostaríamos,
com consequências trágicas, que nos atinge, nos desestabiliza, e nos faz muitas
vezes questionar a Deus os motivos de tudo isso.
3. A PROMESSA DE DEUS A
BARUQUE– v.5
A vida de Baruque foi
gasta servindo em segundo lugar. A crise nacional era tal que ele não podia esperar
por recompensa nesta vida, embora, por sua linguagem, era escriba real, oriundo
de uma família proeminente envolvida nessa profissão, tivesse o direito de uma
alta posição política. Assim foi a vida dos apóstolos: mereciam tempo para
descansar, mas os necessitados do povo da época não paravam de se fazer sentir
(Mc 6.30-34).
Deus lhe falou que não
deveria buscar para si poder nem posição (Mt 20.26-28). Por causa de sua
fidelidade a Jeremias e à mensagem de Deus, Baruque sobreviveria à destruição
de Jerusalém.
A única recompensa que
Deus poderia dar a Baruque era poupar sua vida, esse seria o eu grande prêmio
(21.9; 38.2 39.18). O despojo era algo tomado apressadamente e levado para
longe.
Jesus disse que “neste
mundo teríamos aflições”, mas afirma que “nEle podemos ter paz” (João
16.33). Essa é a mensagem ideal para o momento que vivemos.
Nós queremos e pedimos
para que as coisas mudem, Deus promete dar Sua paz, mesmo que “em meio às
aflições”. Para termos paz não é preciso cessar a aflição. Paz não é ausência
de aflição. Paz é a presença de Cristo. Paz é poder contar com Deus em todos os
momentos. Seja grato a Deus por sua vida, viva em paz com Ele.
CONCLUSÃO:
Se não podemos evitar
as aflições, podemos em meio a elas, encontrar paz em Jesus.
Agradeça a Deus pelo
seu cuidado e livramento sobre sua vida, agradeça a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário