JÓ
1.1, 20-22; 2.7-10
A FÉ ENCONTRA DEUS
A
leitura de Jó nos mostra que o texto se trata de uma interpretação teológica de
certos acontecimentos da vida de um homem. O autor tenta responder a pergunta
essencial: Qual é o significado da fé?;
Um
chefe tribal piedoso e integro, foi abençoado por Deus com prosperidade terrena
que se tornou o maior de todos os homens do Oriente (1.3);
De
repente experimentou a perda de toda a fortuna, foi assolado por uma série de calamidades
e privado de todas as suas posses, além de perder os filhos (1.13-19), teve o
corpo coberto de feridas (2.7);
Três
amigos (Elifaz, Bildade e Zofar), que vieram para consolá-lo, mas insistiam que
esse sofrimento era um castigo contra o seu pecado, e o único recurso era o
arrependimento. Mas Jó rejeita a acusação e também a solução, afirmando sua
retidão e que não conseguia compreender sua desgraça.
Outro
amigo sugere que Jó estaria passando por uma disciplina amorosa enviada por
Deus para impedi-lo de cair em outros pecados. Mas Jó rejeita essa
interpretação do seu sofrimento.
Por
fim Deus responde a Jó, mas não com uma justificativa de suas ações, nem com
alguma solução intermediária. Deus responde com uma manifestação pessoal em sabedoria
e poder.
Isso é
suficiente para Jó. Ele entende que Deus iria apresentar uma solução. Ele descansa
nessa solução pela fé.
A
história de Jó mostra que a certeza da fé não reside nas circunstancias
externas, nem em explicações especulativas, mas no encontro de fé com um Deus
onisciente e onipotente.
Quando a Fé encontra a Deus...
1. ADORAMOS E RECONHECEMOS QUE DEUS É
SOBERANO – (1.20-22)
Depois
de ouvir o que aconteceu com seus bens e filhos, ele teve uma reação que muito
nos surpreende (v.20,21): ADOROU E OROU.
- Talvez
se fossemos nós, teríamos reclamado, xingado, blasfemado. Mas a verdadeira fé
quando encontra a Deus, glorifica o Senhor pelo que ele é e não pelas
circunstancias a nossa volta.
- Jó
não culpou a Deus (v.22) como talvez se fossemos nós teríamos feito.
Depois
de saber que não tinha mais fortuna, Jó nos surpreende revelando sua postura
frente aos bens materiais (v.21).
- Ele
revela um entendimento profundo, nasceu sem nada, não seria problema morrer sem
nada. A fonte das bênçãos é Senhor, tudo é dele, ele dá e ele pode pedir de
volta.
- Nada
nos pertence. Somos apenas mordomos daquilo que o Senhor coloca em nossas mãos.
E quanto mais apego as coisas materiais, menos recebemos. Quanto mais liberalidade,
mais é colocado sobre nossas mãos.
Quando a Fé encontra a Deus...
2. MANTEMOS A INTEGRIDADE E ENTENDEMOS A
ORIGEM DO BEM E DO MAL – (2.9-10)
Não
bastava perder os bens e os filhos, agora Jó perde a saúde. Só uma coisa ele
não perde: SUA INTEGRIDADE.
- Para
sua mulher não adiantava nada manter uma conduta e caráter retos.
- Para
ela, já que o favor de Deus não estava mais com Jó, pra que manter a integridade?
Diante
do apelo da mulher e das circunstâncias, Jó não muda sua condição interior. Seu
exterior havia mudado, mas seu coração, sua fé, seu temos a Deus continuavam os
mesmos.
Essa
firmeza interior o fez revelar uma face de Deus que muitos não conhecem ou simplesmente
não aceitam: que Deus pode usar a pedagogia do mal para nos ensinar algo que o
bem não consegue.
Jó nos
revela uma verdade, que aprendemos mais quando as coisas estão ruins, do que
quando tudo está bem. Infelizmente e pela dureza do nosso coração, Deus precisa
fazer isso.
Jó
lança por terra a ideia de que todo mal tem sua origem e finalidade no Diabo.
Porém o mal vindo de Deus é para nosso bem, mas o mal que vem do Diabo é para
nossa destruição.
Quando a Fé encontra a Deus...
3. PODEMOS VER ALÉM, VEMOS O REDENTOR – (19.25-27)
Uma
coisa que Jó nos ensina é olhar além da circunstância que vivemos. Se olhamos
só a nossa realidade atual (terrena), perdemos de vista aquilo que realmente é
importante (celestial).
Em
meio a dor e desespero, Jó tirou o foco dessa realidade para comtemplar algo
muito maior: SEU REDENTOR. Jó olha para o alto e contempla a promessa e a
certeza de que sua vida não se resumia só aquele momento que ele estava
vivendo.
Depois
que seu corpo fosse destruído e que ele não estivesse mais preso a ele (v.26),
ele teria a sua grande recompensa: veria a Deus. Um Deus diferente, não mais
como um adversário (v.27), mas como seu Redentor.
Jó
entendeu que para contemplar a plenitude de Deus ele deveria passar por um esvaziamento,
e se para isso acontecer, a sua situação atual era parte desse plano de Deus,
ele não iria se rebelar contra, iria se manter firme e fiel, pois seus olhos
estavam no Redentor.
Quando a Fé encontra a Deus...
4. EXPERIMENTAMOS O QUE ANTES SÓ OUVÍAMOS – (42.2-6)
A
descrição do cap. 1.1 sobre Jó era verdadeira, apesar de ele ter alcançado a
integridade e retidão, isso era fruto daquilo que ele ouvia das outras pessoas.
O seu ouvir sobre Deus o fez a seguir esse Deus.
Mas
chega uma hora em que precisamos nos aprofundar mais em Deus:
- Pelo
ouvir Jó sabia que os planos do Senhor não poderiam ser frustrados (v.2);
- Pelo
ouvir Jó entendeu que seu conhecimento era falho e incompleto e que nem tudo o
que ele dizia, ele mesmo entendia (v.3);
Agora
Jó tinha chegado a um nível de maturidade que jamais pelo ouvir ele poderia
chegar. Ele confessa que em meio a todo esse sofrimento, enfim pode ver o Deus
que antes ele só ouvia falar (v.5);
Era
exatamente aqui que Deus queria levar Jó. Deus queria que Jó experimentasse pessoalmente
aquilo que os outros diziam para ele. Deus queria os olhos contemplassem aquilo
que os ouvimos ouviam. Deus queria profundidade no relacionamento.
CONCLUSÃO:
Quando
a fé encontra a Deus, passamos por estas quatro experiências:
1. Adoração à
soberania de Deus;
2. Ser íntegro no
bem ou no mal;
3. Vemos pela fé o
Redentor;
4. Experimentamos a
Deus.
Quando
a fé encontra a Deus recebe sua recompensa (42.12-17).
Que
você encontre Deus através da sua fé, e porque não, através de suas dores e, santifique-se
e atenda ao seu chamado.
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