MISERICÓRDIA E GRAÇA PARA 2020
A
figueira estéril era símbolo da nação judia. Isaías (5.2) usou uma parábola
semelhante sobre uma vinha, e identifica os símbolos: o dono da vinha é o
Senhor e a vinha é a casa de Israel. A mesma identificação simbólica é feita
neste texto.
Porém,
aqui Jesus conta esta parábola trazendo para o contexto da Igreja e seus discípulos.
O dono continua sendo o Senhor; a vinha a nação de Israel, o caseiro é Jesus e
a figueira plantada na vinha é a Igreja. Paulo diz (Romanos 11.23,24) que a
Igreja é como uma espécie de enxerto.
Assim
como Deus esperava frutos de Israel, o Senhor Jesus espera frutos da Igreja e
de seus discípulos.
1. A EXPECTATIVA DO SENHOR - v.6
O
proprietário da figueira tinha o direito de esperar frutos, e com motivos ficou
desapontado quando não encontrou nenhum. O texto diz que a figueira estava
plantada na vinha, e como na Palestina a figueira dá fruto dez meses em cada
ano, a qualquer tempo o dono pode encontrar fruto nela.
A
ausência de fruto é denunciada como consequência da idolatria em que Israel
vivia nos dias de Oséias (9.16). Assim como Israel, se a Igreja se afastar do
Senhor não produzirá mais frutos e assim frustra a expectativa do Senhor.
O
nosso Senhor age da mesma forma. Ele espera que frutifiquemos. Quantos anos
você já conhece a Jesus? Quantas viradas de ano você já viveu na presença de
Deus, mas nada muda quando se trata de frutos?
Paulo
nos fala de frutos do Espírito em Gálatas 5.22,23. Jesus nos diz: “Produzi,
pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8); “Pelos seus frutos os
conhecereis” (Mateus 7:16).
Não
frustre a expectativa do Senhor, não passe mais um ano sem produzir frutos. O
juízo do Senhor poderá vir sobre sua vida.
2. O JULGAMENTO DO SENHOR - v.7
Esta
árvore teve três anos para poder crescer. Depois, durante três anos o fruto era
considerado proibido (Levítico 19.23). O fruto do quarto ano (sétimo ano da
planta) era considerado puro e oferecido ao Senhor (Levítico 19.24). Assim, o
dono estava procurando o fruto do sétimo ano.
O
julgamento vinha em virtude do tempo sem frutos. Já fazia três anos que ele
estava as primícias e ficou desapontado. A preocupação do dono era preservar a
plantação (vinha) uma vez que apenas uma árvore (figueira com nove anos) não
estava produzindo.
O
Senhor esperou pacientemente, muito mais que o tempo suficiente. A condenação
era cortar a figueira para não sugar os nutrientes da terra em vão, era no
entendimento do proprietário, a única resposta para a esterilidade.
Não
podemos abusar da sorte. O Senhor é misericordioso, mas devemos lembrar que ele
é justo. Haverá um tempo em que ele executará seu juízo. Quando o tempo da graça
terminar ele virá como juiz.
É
tempo de avaliar a nossa produção de frutos, para que quanto chegar o tempo do
juízo não sejamos arrancados e jogados no fogo conforme Jesus descreve em João
15.1,2.
3. A INTERVENÇÃO DO SALVADOR - v.8
Além
de não produzir e ocupar espaço de outra planta, ela estava sugando a força do
solo. Devido a preocupação pelo solo e pela vinha, o dono ordena que a figueira
seja arrancada e não cortada, pois requer uma eliminação radical dessa planta
infrutífera.
O
caseiro do proprietário intercedeu pela árvore, para que tivesse mais uma
oportunidade, é oferecido à figueira um período de graça: o caseiro vai cavar
ao redor e colocar adubo e quem sabe regar todos os dias e podar seu galhos.
Aqui vemos um apelo à misericórdia do Senhor, o que poderia salvar a figueira.
Jesus
deu a entender que a sua nação estava tendo a última oportunidade de agir devidamente
antes que o juízo de Deus caísse por causa de sua rebeldia e improdutividade.
Jesus
ainda continua intervindo por nós junto ao Pai. Ele ainda acredita que possamos
produzir os frutos que o Senhor espera. Ele deseja com limpar, alimentar e
cuidar afim de que os frutos aparecem.
4. A GRAÇA DO SENHOR - v.9
O
texto não diz se o caseiro foi atendido ou não, se a árvore reagiu no ano
seguinte, mas supomos que sim, que o proprietário deu a figueira mais uma
chance de produzir os frutos que ele esperava.
A voz da graça (dá a ela mais tempo) e misericórdia (perdoa a figueira)
é ouvida.
Depois
dos atos de redenção serem completados, e depois que for dado tempo suficiente
para a renovação esperada, a figueira precisa reagir. A saúde da vinha é
importante, a expectativa de fruto é muito grande para deixar uma árvore
improdutiva no solo fértil.
A
salvação tem uma qualidade especial: ela vem de fora. O perdão pode ser
oferecido ainda mais uma vez, mas uma ajuda de fora é necessário. A renovação
não poderá acontecer a partir dos recursos internos da árvore, ela não pode
reunir as forças que necessita, o vinhateiro precisa agir para salvar a árvore.
Mas a
árvore precisará reagir a esses atos, ou então eles não adiantarão nada.
Devemos responder a graça do Senhor. Quando não reagimos fazendo aquilo que
devemos, inutilizamos o sacrifício do Salvador.
Não
desperdice a graça de Deus em sua vida, comece a frutificar hoje.
CONCLUSÃO:
Estamos
plantados na “vinha de Deus” e espera-se que produzamos frutos para ele. Quando
não frutificamos, não falhamos apenas na obediência como indivíduos, mas também
esterilizamos a comunidade ao nosso redor.
Deus
tem muito cuidado com sua Igreja e não tolerará uma improdutividade constante.
Por isso ele oferece a sua misericórdia na forma de perdão e graça renovadora.
Só na graça de Deus existe renovação possível.
Deus
age para renovar e perdoar, estes atos estão além da capacidade de qualquer ser
humano que não conseguem renovar-se a si próprios.
A
oferta de misericórdia feita por Deus precisa suscitar uma reação interior, se
assim não for, não acontecerá a renovação, e o juízo será inevitável.

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