31 de dez. de 2019

Misericórdia e Graça para 2020


Lucas 13.6-9
MISERICÓRDIA E GRAÇA PARA 2020
A figueira estéril era símbolo da nação judia. Isaías (5.2) usou uma parábola semelhante sobre uma vinha, e identifica os símbolos: o dono da vinha é o Senhor e a vinha é a casa de Israel. A mesma identificação simbólica é feita neste texto.
Porém, aqui Jesus conta esta parábola trazendo para o contexto da Igreja e seus discípulos. O dono continua sendo o Senhor; a vinha a nação de Israel, o caseiro é Jesus e a figueira plantada na vinha é a Igreja. Paulo diz (Romanos 11.23,24) que a Igreja é como uma espécie de enxerto.
Assim como Deus esperava frutos de Israel, o Senhor Jesus espera frutos da Igreja e de seus discípulos.


1. A EXPECTATIVA DO SENHOR - v.6
O proprietário da figueira tinha o direito de esperar frutos, e com motivos ficou desapontado quando não encontrou nenhum. O texto diz que a figueira estava plantada na vinha, e como na Palestina a figueira dá fruto dez meses em cada ano, a qualquer tempo o dono pode encontrar fruto nela.
A ausência de fruto é denunciada como consequência da idolatria em que Israel vivia nos dias de Oséias (9.16). Assim como Israel, se a Igreja se afastar do Senhor não produzirá mais frutos e assim frustra a expectativa do Senhor.
O nosso Senhor age da mesma forma. Ele espera que frutifiquemos. Quantos anos você já conhece a Jesus? Quantas viradas de ano você já viveu na presença de Deus, mas nada muda quando se trata de frutos?
Paulo nos fala de frutos do Espírito em Gálatas 5.22,23. Jesus nos diz: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8); “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16).
Não frustre a expectativa do Senhor, não passe mais um ano sem produzir frutos. O juízo do Senhor poderá vir sobre sua vida.


2. O JULGAMENTO DO SENHOR - v.7
Esta árvore teve três anos para poder crescer. Depois, durante três anos o fruto era considerado proibido (Levítico 19.23). O fruto do quarto ano (sétimo ano da planta) era considerado puro e oferecido ao Senhor (Levítico 19.24). Assim, o dono estava procurando o fruto do sétimo ano.
O julgamento vinha em virtude do tempo sem frutos. Já fazia três anos que ele estava as primícias e ficou desapontado. A preocupação do dono era preservar a plantação (vinha) uma vez que apenas uma árvore (figueira com nove anos) não estava produzindo.
O Senhor esperou pacientemente, muito mais que o tempo suficiente. A condenação era cortar a figueira para não sugar os nutrientes da terra em vão, era no entendimento do proprietário, a única resposta para a esterilidade.
Não podemos abusar da sorte. O Senhor é misericordioso, mas devemos lembrar que ele é justo. Haverá um tempo em que ele executará seu juízo. Quando o tempo da graça terminar ele virá como juiz.
É tempo de avaliar a nossa produção de frutos, para que quanto chegar o tempo do juízo não sejamos arrancados e jogados no fogo conforme Jesus descreve em João 15.1,2.

3. A INTERVENÇÃO DO SALVADOR - v.8
Além de não produzir e ocupar espaço de outra planta, ela estava sugando a força do solo. Devido a preocupação pelo solo e pela vinha, o dono ordena que a figueira seja arrancada e não cortada, pois requer uma eliminação radical dessa planta infrutífera.
O caseiro do proprietário intercedeu pela árvore, para que tivesse mais uma oportunidade, é oferecido à figueira um período de graça: o caseiro vai cavar ao redor e colocar adubo e quem sabe regar todos os dias e podar seu galhos. Aqui vemos um apelo à misericórdia do Senhor, o que poderia salvar a figueira.
Jesus deu a entender que a sua nação estava tendo a última oportunidade de agir devidamente antes que o juízo de Deus caísse por causa de sua rebeldia e improdutividade.
Jesus ainda continua intervindo por nós junto ao Pai. Ele ainda acredita que possamos produzir os frutos que o Senhor espera. Ele deseja com limpar, alimentar e cuidar afim de que os frutos aparecem.

4. A GRAÇA DO SENHOR - v.9
O texto não diz se o caseiro foi atendido ou não, se a árvore reagiu no ano seguinte, mas supomos que sim, que o proprietário deu a figueira mais uma chance de produzir os frutos que ele esperava.  A voz da graça (dá a ela mais tempo) e misericórdia (perdoa a figueira) é ouvida.
Depois dos atos de redenção serem completados, e depois que for dado tempo suficiente para a renovação esperada, a figueira precisa reagir. A saúde da vinha é importante, a expectativa de fruto é muito grande para deixar uma árvore improdutiva no solo fértil.
A salvação tem uma qualidade especial: ela vem de fora. O perdão pode ser oferecido ainda mais uma vez, mas uma ajuda de fora é necessário. A renovação não poderá acontecer a partir dos recursos internos da árvore, ela não pode reunir as forças que necessita, o vinhateiro precisa agir para salvar a árvore.
Mas a árvore precisará reagir a esses atos, ou então eles não adiantarão nada. Devemos responder a graça do Senhor. Quando não reagimos fazendo aquilo que devemos, inutilizamos o sacrifício do Salvador.
Não desperdice a graça de Deus em sua vida, comece a frutificar hoje.

CONCLUSÃO:
Estamos plantados na “vinha de Deus” e espera-se que produzamos frutos para ele. Quando não frutificamos, não falhamos apenas na obediência como indivíduos, mas também esterilizamos a comunidade ao nosso redor.
Deus tem muito cuidado com sua Igreja e não tolerará uma improdutividade constante. Por isso ele oferece a sua misericórdia na forma de perdão e graça renovadora. Só na graça de Deus existe renovação possível.
Deus age para renovar e perdoar, estes atos estão além da capacidade de qualquer ser humano que não conseguem renovar-se a si próprios.
A oferta de misericórdia feita por Deus precisa suscitar uma reação interior, se assim não for, não acontecerá a renovação, e o juízo será inevitável.

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