31 de dez. de 2019

A Humildade do Natal Quebra o Jugo da Arrogância


Lucas 1.46-55
A Humildade do Natal Quebra o Jugo da Arrogância
INTRODUÇÃO
A jovem e humilde Maria foi a escolhida para gerar o Filho de Deus. O Salvador não nasceu em berço de ouro, nem no seio de famílias tradicionais que ocupavam as estalagens em Belém, mas em um lar simples e humilde de Nazaré, foi colocado numa manjedoura e visitados por pastores de ovelhas logo após seu nascimento.
A humildade que envolve o nascimento de Jesus contrasta propositalmente com a arrogância do coração e mente dos homens (v.51,52). Só um Deus-homem humilde seria capaz de quebrar o jugo da arrogância que controla a humanidade. Esta arrogância não é exclusiva de pessoas abastadas, até os pobres podem ter um coração arrogante.
Estamos próximos à data que comemora o Natal, um tempo onde a falsa humildade emana de corações arrogantes que ainda não foram transformados pelo humilde Salvador da manjedoura. O tal “espírito de Natal” toma conta de todas as classes sociais, e em nome do “amor ao próximo”, os ricos aliviam suas consciências doando o que lhes sobra para os mais pobres.

O Natal provoca admiração desde sua origem – o nascimento de Jesus: “E todos os que ouviram os pastores ficavam muito admirados” (Lucas 2.18). Com o passar dos anos o foco da admiração é que mudou e esvaziou o verdadeiro sentido desta data especial. Infelizmente a arrogância tem prevalecido sobre a verdadeira humidade em grande parte da humanidade.
Os pastores ficaram admirados com o esplendor do anjo e da glória do Senhor (Lucas 2.9). Os magos ficaram admirados com a estrela que surgiu no Oriente (Mateus 2.2). Ambos foram atraídos a Jesus com o desejo humilde de se inteirar do que estava acontecendo, o que era totalmente novo e sobrenatural.
Os pastores foram até Jesus e o encontraram numa humilde manjedoura. Relataram o que o anjo havia dito sobre o menino e depois voltaram glorificando e louvando a Deus. Os humildes pastores se identificaram com o humilde salvador e não ficaram indiferentes a isso, pelo contrario, fizeram exatamente aquilo que era esperado. (Lucas 2.16-20)
Da mesma forma os magos saíram do oriente e foram guiados pela estrela até Bélem, mas o humilde salvador já estava em sua humilde casa na humilde cidade de Nazaré (Mateus 2.11). Essa viagem tinha um propósito: “eles vieram adorar Jesus” (Mateus 2.2). Ao encontrar o humilde rei, tiraram os seus tesouros e presentearam o Salvador com ouro, incenso e mirra. 
Hoje Jesus saiu do foco e Sua pessoa não provoca mais admiração nem atração. O foco está nas coisas secundárias: luzes, estrelas, árvores, enfeites, presentes, etc. Que Jesus volte a ser o centro do Natal! Que a arrogância do coração dos homens dê lugar a humildade de espírito requerida e demonstrada pelo humilde Filho de Deus (Filipenses 2.7) e assim possamos celebrar a verdadeira beleza natalina.



1. QUEBRANDO A ARROGÂNCIA TRICOTÔMICA – v.46-48
Todo nosso ser precisa ser transformado. A arrogância do pecado maculou nosso corpo, nossa alma e nosso espírito, desta forma, todos precisam ser restaurados para que possam ser dirigidos pela humildade.
Em I Tessalonicenses 5.23 a Bíblia diz: "E o próprio Deus de paz vos santifique completamente: o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." O homem, o ser humano é composto de três partes: ele tem um corpo, uma alma e um espírito.
O corpo é a “casa”, local de abrigo, e morada de sua alma e de seu espírito. A Bíblia nos ensina que nossos corpos foram feitos do pó da terra. Gênesis 2.7 diz: "Então, do pó do terra, o Deus Eterno formou o ser humano..." . Seu corpo é importante. Em I Coríntios 6.13, a Bíblia ensina que devemos usar os nossos corpos para a glória de Deus.
A alma é considerada um princípio imaterial criado por Deus, enquanto está neste mundo material ela está ligada a um corpo físico. A alma recebe de Deus a vida (veja Gênesis 2.7), a alma, diferente do corpo, continua a existir depois da morte física, ela não desaparece, não é eliminada. (Mt 10.28; Tg 5.20)
Sua alma contém três partes:
1. Mente: Através da alma você tem a capacidade de pensar, se raciocinar, de imaginar cenários, lugares, ações, etc., você consegue antecipar cenários e consequências e assim fazer escolhas.
2. Emoções: É através da alma que você é capaz de sentir amor, raiva, ódio, amarguras, compaixão, tristezas, frustrações. Esta área de sua vida deve ser bem cuidada, para não ser uma porta de acesso a depressão e suicídio.
3. Vontade: É pela alma que você tem a capacidade de escolher e fazer decisões. Para tomar decisões, em todas as áreas de sua vida, você usa sua vontade. Assim, se sua alma não estiver sob o controle do Espírito Santo, suas vontades podem trazer sérias consequências para sua vida.
 O espírito é o ruah ou o sopro da boca de Deus (Gênesis 2.7). Em Gênesis 1.27 diz que "Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou: o homem e mulher os criou." A Bíblia diz em João 4.24 que "Deus é Espírito." É devido a algumas faculdades da alma e principalmente por termos um espírito que somos semelhantes a Deus. O espírito humano foi feito por Deus e para Ele, de modo que seus filhos possam viver em comunhão com Ele mediante o Espírito Santo.
Maria aponta para esta necessidade tricotômica, ou integral do ser humano. Ela diz: “minha alma engrandece”; “o meu espírito se alegra” e que Deus “atentou para a humildade” dela.

2. QUEBRANDO A ARROGÂNCIA GERACIONAL – v.49,50; 54,55)
Maria era judia, parente de Isabel, mulher do sacerdote Zacarias (Lc 1.5,6,24,36). Historicamente, de geração em geração os judeus aguardavam o Messias, o libertador prometido, que viria, em cumprimento das profecias, para livrar Israel e os judeus do jugo dos opressores, neste caso, o jugo do império Romano.
O nascimento de Jesus tinha esta função geracional com o povo de Israel. Mas como sabemos pelas páginas do novo testamento, principalmente os líderes judeus não se curvaram ante a humildade do Natal e não permitiram que fosse quebrado o jugo da arrogância geracional. Este orgulho ainda impera hoje, pois os judeus, como nação, não reconhecem Jesus como o seu Messias.
Maria reconhece os poderosos feitos do Senhor em seu favor e que Sua misericórdia se estende sobre os que O temem em todas as gerações. Os gentios não tinham esta esperança de ver o jugo da arrogância quebrado, foi a salvação trazida por Jesus que possibilitou que todos pudessem ser libertos deste cativeiro.
O poder e a misericórdia do Senhor, associados com Sua graça continuam libertando pessoas, famílias, povos e gerações ao longo dos séculos. É incompreensível que ainda hoje, como fazem os judeus, pessoas se recusem a reconhecer a liberdade que Jesus está oferecendo para continuarem cativos e oprimidos.

3. QUEBRANDO A ARROGÂNCIA DA PROSPERIDADE – v.51-54
Aqui o cântico de Maria se volta para a arrogância da prosperidade. Ela fala da forma como Deus lidou com os soberbos, com os governantes e com os ricos. Os primeiros (judeus arrogantes) foram dispersos; os outros foram tirados do seu trono (Nabucodonosor); e os últimos ficam sem nada, literalmente de mãos vazias.
Notemos que a prosperidade de nada adiantou diante do poder, misericórdia e graça do Senhor. Aqueles que se preocuparam e se ocuparam com o que não era prioridade, acabaram ficando sem nada, os que se voltaram para o mais importante (Deus) foram exaltados e tiveram a sua fome saciada (v.52,53).
A arrogância que é fruto do poder, da soberba e do dinheiro tem afastado muitas pessoas de Deus. A busca pela prosperidade transcendeu o mundo caído e se instalou dentro do seio da igreja, com a diferença que lá fora é fruto de trabalho, ou em alguns casos, roubos, desvios, trapaças, etc. e na igreja é oferecida como uma bênção de Deus.
A prosperidade não é em si uma coisa má. Timóteo diz que é “amor ao dinheiro”, não o dinheiro em si o problema (1 Tm 6.10). A questão é que quando Corações não transformados, que estão dentro da igreja, não saberão lidar de uma forma humilde com a prosperidade, seduzidos pela cobiça, se desviarão da fé humilde e genuína.
Neste tempo de Natal vemos como impera a “falsa humildade” de muitas pessoas, que para afagar a arrogância da sua prosperidade, doam alimentos, brinquedos, tempo, etc. Se de fato estas pessoas fossem realmente humildes como querem parecer, elas fariam estas “boas obras” o ano todo e sem aparecer em um canal de TV, as quais fazem boas ações com as doações dos outros.

CONCLUSÃO
O Natal precisa quebrar a arrogância do ser todo, para que este de forma plena possa adorar e servir a Deus em plena humildade.
Infelizmente até com gestos humildes, as pessoas demonstram sua arrogância. Que o humilde Jesus da manjedoura quebre todo jugo da arrogância do coração humano.

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