ATOS 2.42-47
Multiplicar Igrejas – Razão para o Alcance do Evangelho
INTRODUÇÃO
Em uma
ordem lógica, podemos admitir que: Deus fundou a Igreja, Jesus Cristo formou a
Igreja e o Espírito Santo confirmou a Igreja. A igreja de Cristo sempre existiu
na mente e coração do Pai, desde antes da fundação do universo. Vejamos:
Efésios 1.4 “Como também nos elegeu nele antes da
fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em
amor”
I Pedro 1.20 “O qual, na verdade, em outro tempo foi
conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos
tempos por amor de vós”
O
plano de Salvação estava traçado por Deus desde o eterno passado. O sacrifício fora
feito antes da fundação do universo, isto é, antes mesmo de ser efetuado no
calvário, o cordeiro já era conhecido pelo Pai. É através da Igreja que este
plano é efetivado.
Assim,
o projeto chamado Igreja nasceu do coração de Deus, tomou forma pelo ministério
de Cristo e está sendo confirmado, desde o dia de Pentecostes até hoje, pelo
poderoso derramamento do Espírito Santo para multiplicação de discípulos e
expansão da Igreja, que é seu corpo.
A
Igreja surgiu dentro do antigo povo e como cumprimento das profecias do Antigo
Testamento. A princípio a igreja é considerada como uma seita do judaísmo (At
24.5; 28.22). Há um sobrepor dum sobre o outro. A igreja é formada dentro do
ventre de Israel. Embora nasça a Igreja em Atos 2, ela já está em formação desde
o nascimento de Jesus 33 anos antes.
A
igreja distingue-se de Israel de várias maneiras, mesmo que estas
características estão prefiguradas no Antigo Testamento: Ela é o corpo de Jesus
Cristo neste Mundo. Seus símbolos (batismo e ceia) são baseados no evento
realizado uma vez para sempre na morte de Jesus. Ela é universal, sem nenhuma
base em raça ou cultura.
1. BASE QUE SUSTENTA A IGREJA - (Mt 16.18)
A
Igreja de Deus, começou a formar e revelar-se no tempo, quando João Batista
disse “Eis o Cordeiro de Deus...” (João 1.36). Precisamos considerar também o
texto de Mateus 16.18: “Pois também eu te
digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela”.
A
questão principal nem é a semântica das palavras Pedro (uma rocha ou uma pedra)
e pedra (rocha, penhasco ou cordilheira de pedra), mas envolve conceitos que
tratam da “base, alicerce” sobre o qual a igreja de Cristo seria edificada (Mt
7.24-27).
Pedro,
o discípulo, é um sinônimo de instabilidade, ele é um homem volátil,
inconstante, inconsequente, impulsivo, age por impulsos. Ele negou a Jesus,
renegou o chamado discipular e voltou a pescar (Mt 16.16; 23, Jo 21.3). Mesmo
sendo restaurado por Jesus (Jo 21.15-17), Pedro não poderia ser a base/alicerce
da Igreja.
A
“pedra” a que Jesus se refere nos remete primeiramente a própria declaração de
Pedro no verso 16: “O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo”. A Igreja seria
edificada a partir do ministério de redenção do Messias.
Finalizando,
a “pedra” é o próprio Cristo, que é chamado de “pedra de esquina, ou angular”,
apontando como o verdadeiro, estável, firme e sólido alicerce para a Igreja.
Jó 38.6 “Sobre que estão fundadas as suas bases ou
quem lhe assentou a pedra angular”
Salmos 118.22 “A pedra que os construtores rejeitaram, essa
veio a ser a principal pedra, angular”
Isaías 28.16 “Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Eis que
eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular,
solidamente assentada; aquele que crer não foge”
Mateus 21.42 “Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas
Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal
pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos”
Atos 4.11 “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os
construtores, a qual se tornou a pedra angular”
Efésios 2.20 “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos
e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”
2. A BASE PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA - (At
2.42-47)
A
Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de âmbito mundial, no
dia de Pentecostes, cinquenta dias após a ressurreição, e dez dias depois da
ascensão do Senhor Jesus.
A arma
usada pela igreja, através da qual a igreja crescia demasiadamente, era o testemunho
de seus membros. Enquanto aumentava o número de membros aumenta o número de
testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo. Os motivos desse
crescimento foram:
-
Perseveravam na doutrina dos apóstolos
-
Perseveravam na comunhão e partir do pão
-
Perseveravam na oração
-
Possuíam temor
-
Muitos sinais e maravilhas se faziam
-
Muita alegria e sinceridade
Atos 2.47 “Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor,
dia a dia, os que iam sendo salvos.”
Atos 5.14 “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto
homens como mulheres, crescia cada vez mais”.
Atos 6.7 “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém
se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes
obedecia à fé.”
A
Igreja Primitiva era uma igreja poderosa na fé e no testemunho, pura em seu
caráter, e abundante no amor. Entretanto, o seu defeito era a falta de zelo
missionário. Foi necessário o surgimento de severa perseguição, para que se
decidisse a ir a outras regiões.
3. O MEIO PARA EXPANSÃO DA IGREJA – (At 8.4)
Atos
8.4 “Mas os que andavam dispersos iam por
toda a parte, anunciando a palavra.”
Período
de transição e expansão para Samaria e demais regiões (8:4-11:18), ainda focada
nos remanescentes judeus.
Atos
9.31 “A igreja, na verdade, tinha paz por
toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do
Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.”
Expansão
para os gentios até os confins da Terra (11:19-21:14), a partir da Igreja de
Antioquia que era formada por gentios, diferente da Igreja de Jerusalém formada
por judeus. É a Igreja de Antioquia que inicia o mover missionário, enviando
Barnabé, Paulo, Silas, João Marcos para as conhecidas “três viagens
missionárias”.
Atos 12:24
“Entretanto, a palavra do Senhor crescia e se multiplicava”
Atos 16:5 “Assim, as
igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número”
Atos 19:20 “Assim, a
palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente.”
Na
perseguição iniciada com a morte de Estevão, a igreja em Jerusalém dispersou-se
por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até a Antioquia. Por
qual motivo sobreveio então as perseguições? A partir desta perseguição, os
cristãos fugiam, porém pregavam o evangelho e testemunhavam das maravilhas que
Jesus operava.
Devido
à natureza fragmentária dos dados, é possível darmos peso demais às viagens
missionárias de Paulo e da expansão que as acompanhou (Ásia Menor, Grécia,
etc.). Não temos, por exemplo, conhecimento de como ou por quem o evangelho
chegou a Alexandria ou a Roma. Também vemos uma congregação em Damasco antes da
conversão de Paulo (At 9.1-19).
Os
primeiros agentes da expansão missionária provavelmente foram os convertidos do
dia de Pentecostes (At 2.9-11) que levaram o evangelho consigo quando voltaram
para casa. As regiões alistadas no texto já indicam a larga gama de países do
mundo de então.
Uma
segunda leva de "missionários" foram aqueles que foram espalhados por
toda parte na perseguição que seguiu o martírio de Estevão At 8.4. Estes foram
pregando na Fenícia, no Chipre e na Antioquia, mas sempre aos helenistas. Um
dos convertidos de Chipre e de Cirene (Líbia) pregaram aos helenos (gregos) em
Antioquia. Como resultado da evangelização do eunuco por Filipe surgiu a Igreja
na Etiópia (At 8.26-39).
As
viagens missionárias de Paulo foi o ápice da expansão da Igreja (Atos 13.1ss;
15.36ss; 18.23ss). Além destas viagens, Barnabé e Marcos (At 15.39), também
empreenderam um esforço missionário.
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