SALMO 5
DEUS OUVE E ABENÇOA O JUSTO, REJEITA E JULGA O ÍMPIO
INTRODUÇÃO
Este
salmo é “companheiro” do anterior. O pano de fundo é mesmo apresentado nos
Salmo 3 e 4. As circunstâncias são semelhantes, mas o verso 3 faz este uma
“oração matinal”.
A
presença dos inimigos, uma sombra que raras vezes está ausente dos salmos de
Davi, aqui se sente especialmente através da ameaça que constitui a propaganda
deles (v.6, 9). Este é um salmo matutino (v.3), em cinco estrofes, das quais
três se voltam diretamente a Deus, alternando-se com duas que, com paixão,
denunciam a Ele o inimigo. O salmo inteiro exprime o espírito da exclamação no
versículo 2 “Rei meu e Deus meu”.
O salmista
expressa sua convicção que Deus certamente ouvirá sua oração, e por isso ele dá
a glória a Deus e fica com o consolo que vem do Senhor. Ele ora em seu próprio
favor, para que Deus lhe guie, e a favor de todo o povo do Senhor, para que
Deus lhes dê gozo e os mantenha a salvo.
1. A VIGÍLIA DA MANHÃ - (v.1-3)
As
palavras ditas na oração de Davi no verso 1 é uma comunhão consigo mesmo que
dificilmente se ouve, mas há crescente clareza enquanto irrompe num clamor por
ajuda (v.2), e depois, numa oração bem articulada, disciplinada e esperançosa
(v.3).
O
relacionamento da aliança, que se exprime pela repetição de “meu” na frase “Rei
meu e Deus meu” (v.2), dá base firme à oração, e o emprego da palavra Rei
coloca a realeza de Davi no seu contexto certo. Aceita a verdade de ser um
homem sujeito a autoridade, e não alguém que deve lutar em prol dos seus
próprios interesses através dos seus próprios meios.
Davi
coloca sua oração no contexto do sacrifício diário à porta do tabernáculo para
expressar sua certeza da expiação e sua dedicação total ao vir diante de Deus.
Há também, expectativa na sua vinda para falar a povo, pois Deus fala, não
escuta apenas.
O
Senhor é o Deus que ouve a oração. Ele sempre foi assim, e continua, como
sempre, disposto a ouvir a oração. O princípio mais alentador da oração e o
rogo mais poderoso é contemplá-lo como o nosso Rei e Deus.
Aprendemos
com o salmista que o nosso primeiro ato do dia deve ser em fazer com que Deus ouça
a nossa voz em oração e então ficaremos o restante do dia vigilantes na expectativa
da resposta do Senhor. Se não oramos, Deus ser calará e não irá responder.
2. O CAPEÃO DA JUSTIÇA – (v.4-6)
A
oração agora toma a sua forma como petição pela justiça. Note-se o crescendo,
desde os negativos suaves do v.4 até as expressões da ira divina nos v.5,6. A
própria integridade do Juiz, que seria a ruína de Davi se estivesse sob
escrutínio moral rigoroso, é o seu refúgio quando está sendo atacado por razões
injustas.
Davi
apela para o julgamento da sua causa, não do seu caráter, ele reconhece que é
pecador, mas que sua vida de comunhão e intimidade com Deus estão em acordo ao
esperado pelo Senhor. O que ele requer é sua inocente quando as acusações dos
inimigos.
O
salmista também ora ao Deus que odeia o pecado. O pecado é uma atitude néscia,
e os pecadores são os maiores néscios por seus próprios feitos. Os que são maus
odeiam a Deus, e é justo que sejam odiados por Ele, sendo esta a sua miséria e
eterna ruína.
Aprendemos
a importância da verdade e da sinceridade em todos os assuntos da vida. Os
mentirosos e os assassinos parecem-se com o Diabo e são seus filhos; portanto,
bem podemos esperar que Deus os aborreça. Este era o caráter dos inimigos de
Davi e, como tais, continuam inimigos de Cristo e de seu povo.
3. O ESPÍRITO DO PEREGRINO – (v.7,8)
A
significância das palavras “porem eu... entrarei na tua casa” é ressaltada por
sua proximidade com o v.4 “o mal não ode ser hóspede teu”. É por isso que a
entrada tem que ser “pela riqueza da tua misericórdia”. Pode ser que Davi
esteja no exílio, orando para que “ele me fará voltar para lá e me deixar
ver... sua habitação” (2 Sm 15.25).
O
salmista fala dos “seus adversários”, o que mostra que ele está ainda em perigo
e possivelmente sendo vigiado por eles. Diante disso, o perigo que o salmista
corre é exposto e surge um clamor pela segurança confiante em Deus a quem ele
ora.
O
salmista costumava orar a sós, apesar de ser constante e frequente na prática
da adoração pública. A misericórdia de Deus sempre deve ser o fundamento de
nossa esperança e do nosso gozo em tudo o que tenhamos de fazer com Ele.
4. A CAMPANHA DE MENTIRAS (v.9,10)
Os
“sanguinários e fraudulentos” do v.6 agora são desmascarados, e a oração é
proferida contra eles. Com tais pessoas, todos os recursos da fala se combinam
para alcançar os desígnios do coração. Os métodos são os da serpente no Éden, e
dos seus filhotes menores: o lisonjeador e o difamador.
“Sepulcro
aberto” esperando seus ocupantes, é o quadro sinistro empregado por Jeremias
para descrever a eficácia assassina na batalha. Aqui, como em Romanos 3.13
(onde o leitor se vê incluído na acusação) há, provavelmente, também uma
indicação da corrupção do sepulcro.
“Declara-os
culpados” capta o significado da petição inicial, que é uma palavra única em
hebraico, o oposto de “justificar”. É o primeiro de três aspectos de julgamento
neste versículo – desmascaramento, colapso, expulsão – porque o mal é
vulnerável à verdade, à sua própria instabilidade e à atuação divina direta.
O
salmista fala que o colapso dos rebeldes “por seus próprios planos” e da sua
consequências estão descritas na oração de Davi contra Aitofel (2 Sm 15.31).
Nota-se que a motivação deste apelo em prol de julgamento não é pessoal: em
útlima análise, a rebelião não é “contra mim” mas “contra ti”, ou seja, contra
o Senhor.
5. A DEFESA CERTA (v.11,12)
Embora
o perigo não seja esquecido, o salmista agora se solta da sua solidão. Já não é
um homem orando sozinho, cercado de perto pelos seus inimigos; toma consciência
de um grupo inteiro que pode juntar-se a ele nos seus louvores.
Em um
contraste feliz, a palavra final do salmo “cercas” (no hebraico) é a palavra
cuja única ocorrência está em 1 Sm 23.27, onde descreve uma força hostil, que
“cercava” a Davi, fechando o cerco só para se ver calmamente desviada pelo
cuidado providencial como qual Deus cercava Seu escolhido.
Aprendemos
a orar não somente por nós mesmos, mas também pelos demais; que a graça seja
com todos os que amam ao Senhor Jesus Cristo com sinceridade. A bênção divina
vem do céu sobre nós através de Jesus Cristo, o reto e o justo, do modo como
anteriormente vinha sobre Israel através da intercessão de Davi, a quem Deus
protegeu e colocou como rei.
CONCLUSÃO
Jesus
é o justo Salvador, Rei de Israel e fonte de bênçãos para todos os crentes, o
Seu favor é a defesa e a proteção da Igreja.
Neste
salmo vemos as diferenças entre os ímpios e os tementes a Deus. Nos versos 4 a
6 consideram o ímpio pelo olhar de Deus. Os versos 9 e 10 descrevem como eles
vivem suas vidas.
Os
versos 7 e 8 constituem uma confissão humilde de confiança em Deus; os versos
11 e 12 falam da jubilosa confiança na benção de Deus.
Quando
nossa oração torna-se mais precisa, a fé torna-se muito mais segura.
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