1 de out. de 2019

A Fé que traz Descanso e Alegria - Salmo 4



SALMO 4
A FÉ QUE TRAZ DESCANSO E ALEGRIA
Quem Ora Com Profunda Confiança Recebe Alegria e Descanso

INTRODUÇÃO
Sendo o Salmo 3 uma oração de Davi pedindo ajuda de Deus e nos ensina que “a confiança em Deus leva o temente a descansar mesmo na presença da angústia”, o Salmo 4, mesmo que não esteja explicita esta informação, pode ser lido como uma continuação do anterior e uma reafirmação de sua fé, confiança, dependência e descanso.
O Salmo 4 é conexo ao Salmo 3 em clima e conceito. Ambos falam da possibilidade de encontrar tanta paz na presença de Deus que, até mesmo quando dilacerada de dor física e emocional, a pessoa ainda consegue dormir em paz (Sl 3.5; 4.8). Este é um salmo de lamentação individual, mas que expressa um grau de confiança incomum. Aos perversos proclama-se esperança, e não destruição.
Este Salmo não regista um pedido: “vem, ó Senhor! Salva-me, meus Deus!” (3.7), mas é uma afirmação de que “Deus é o seu defensor” e sua mensagem central é: “aquele que pede ao Senhor com profunda confiança recebe alegria e descanso” (v.8).

Quando Davi diz no Salmo 4.1 “...na angústia, me tens aliviado” entendemos as aflições que ele enfrentou quando conhecemos a história de sua vida. Ele foi perseguido por Saul, o seu filho Absalão tramou contra ele, e ele sofreu muitas outras angústias. Conhecer estas “angústias” de sua vida nos ajuda na aplicação do Salmo.
Apesar de ser o homem mais poderoso em Israel durante seu reinado de 40 anos, Davi depositou a sua confiança em Deus, e não na sua própria força. Ele dependia da justiça de Deus, acreditando que o Senhor faria a distinção entre os fiéis e os ímpios.
Neste Salmo é possível perceber que o salmista busca alertar os próximos sobre as bênçãos divinas que ele alcançou ao seguir os ensinamentos de Cristo e obedecer a Deus. Mesmo em meio a angústias e dificuldades, Davi sente o cuidado do Senhor e sabe que ele nunca o abandonou.
É possível perceber também a indignação dele com os pecadores, que mentem, que insultam e que seguem a vida sem fé. Ele nos mostra como nós, criaturas e servos de Deus, devemos convidar aqueles que pecam e erram a se arrependerem e seguirem o caminho divino.
É muito fácil ver os outros no caminho do pecado e apontar-lhes o dedo. Mas temos o dever de evangelizar, convidar à mudança de pensamento. Devemos nos manter fiéis ao cuidado do Senhor, pois ele tudo vê e percebe nossos atos de bondade e também de pecado.
A estrutura do Salmo 4 é a seguinte: 1. Clamor de libertação (v.1); 2. Aviso aos ímpios, estimulando-os a deixar a falsidade e confiar em Deus (v.2-5); 3. Afirmação de que só Deus é capaz de conceder a verdadeira alegria, paz de espírito e segurança permanente (v.6-8).


1. CLAMOR POR LIBERTAÇÃO - (v.1)
àv.1. Davi abre esse Salmo com uma súplica ao Senhor. Ele deseja ser ouvido pelo Deus da justiça, e demonstra sua confiança baseada na fidelidade de Deus no passado. O Senhor já aliviou o sofrimento de Davi. Ele confia numa resposta que parte da misericórdia divina.
Davi fala de sua “angústia”, que traz uma ideia de “ficar preso num canto apertado”, e esta era a realidade dele. Mesmo neta situação de aflição ele pode exclamar “e tu me colocaste à vontade” ou “vieste me ajudar”. A oração expressa força nas experiências passadas vividas por Davi na presença de Deus.
O Salmo é escrito num entardecer, a noite estava chegando e com ela, além da escuridão, muitas incertezas, mas o tema principal da oração de Davi é a paz interior (v.8) em meio a uma situação extremamente perturbadora, que tinha todos os elementos para tirar, não só a paz, mas a tranquilidade e o sono de Davi.
A aproximação da noite, com sua tentação no sentido de remoer injustiças passadas (v.4) e perigos presentes, apenas serve como desafio para Davi tornar explicita a sua fé e conclamar outros a tomarem parte dela, como modo de entregar ao fiel Criador sua causa (v.4-5) e sua própria pessoa (v.3,8).
Dizemos ao Senhor: “Tem misericórdia de mim e ouve a minha oração”, é o nosso melhor rogo. O que não pedir bênçãos como o perdão, a justificação e a vida eterna, deverá perecer por falta delas. Infelizmente muitos tomam uma decisão tão terrível.
Quando vivemos provações semelhantes a de Davi – que podem surgir em mais do que uma ocasião – dá a entender que algo equivalente pode ocorrer na vida de qualquer um. Bem vindo ao clube dos que são provados, mas não esmorecem, buscam a Deus e clamam por libertação.
O que faz Davi ter esta confiança é o caráter de Deus como sustentador da justiça e da Sua aliança, através da qual é Protetor dos Seus. Estas afirmações não são mera formalidade, mas são verdades que enriquecem o espírito e geram expectativas positivas quanto a atuação de Deus em favor dos seus servos.

2. CLAMOR AO ÍMPIOS – (v.2-5)
àv.2. A linguagem desse verso se ajusta bem ao período da rebelião de Absalão, pois ele e seus co-conspiradores tentaram tirar a glória do rei legítimo. Os homens que apoiaram o filho rebelde compartilharam seu amor da vaidade e depositaram confiança em suas mentiras.
àv.3. Homens injustos recusam escolher o bem sobre o mal, mas Deus escolhe os bons sobre os maus! Os adversários de Davi não venceriam o ungido do Senhor, mas ainda poderiam se submeter à vontade de Deus e receber o benefício da sua proteção.
àv.4. A expressão “irai-vos” refere-se ao efeito de ser agitado ou provocado por uma força externa, não à ira que vem do próprio coração da pessoa. Algumas traduções refletem o mesmo sentido aqui como exemplo “tremam de medo” (NTLH).
Parece que Davi (e Paulo, também, quando cita o mesmo verso em Efésios 4:26) está ensinando o leitor a não ser perturbado e induzido ao pecado, pois pode confiar em Deus e achar sossego.
O salmista adverte contra o pecado. Guardai com santa reverencia a glória e a majestade de Deus. Nós, que temos muito a dizer aos nossos corações, não devemos deixa-los sem a palavra. Examinemos com seriedade se nossos pensamentos se ajustam a tudo o que é bom, e mantenhamo-los próximos a isto.
Devemos refletir em nossas vidas, examinar nossas consciências, se fizemos algo mal, para que nos arrependamos, para pedir e receber o perdão e assim estar em paz. Num exercício íntimo e pessoal examinar nossos corações, mas jamais tentar justificar ou negar um pecado diante de Deus.
Toda a confiança deve ser posta na graça gratuita de Deus, pois só através da fé e depois de ser justificado, o verdadeiro convertido poderá testemunhar aos pecadores e exortá-los para que assim como ele, todos possam “confiar no Senhor”.
àv.5. Para deixar a agitação da vaidade e engano, é necessário renovar a relação com Deus. Sacrifícios, no Antigo Testamento, foram uma maneira de buscar perdão e a restauração de comunhão, permitindo que a pessoa arrependida encontrasse refúgio em Deus.

3. SEGURANÇA PLENA EM DEUS – (v.6-8)
àv.6,7. Na época de Davi, como nos dias de hoje, muitos buscavam sinais visíveis do favor de Deus. Davi, porém, achou mais prazer na confiança da sua comunhão com Deus – suas bênçãos espirituais – do que na abundância de posses.
O povo mundano busca o que é bom, mas não busca o supremo bem; tudo o que desejam é o seu bem-estar exterior, o bem presente e parcial, boa comida, boa bebida, um bom negócio e uma boa situação; porém, de que serve tudo isso?
Todo bem serve para a gestão da maioria dos homens; porém, a alma bondosa não será deixada de lado. Senhor, que tenhamos o teu favor, e faça-nos saber que o temos, e não desejamos mais do que isto; satisfaça-nos com a tua bondade e estaremos completamente satisfeitos com ela.
Muitos buscam a felicidade, mas Davi a encontrou. Quando Deus coloca a sua graça em nosso coração, deposita nele a felicidade. Assim consolado, Davi lamentou-se, mas nunca invejou nem temeu ao pecador mis próspero.
àv.8. A tranquilidade de Davi não dependia das suas circunstâncias. Mesmo se não tivesse nada, e ainda sendo perseguido pelos seus inimigos, ele conseguiu dormir em sossego. Davi entendeu o que nós precisamos crer: Deus é maior do que todos os problemas, provações e adversários que nos perturbam. Paulo ensinou a mesma coisa (Filipenses 4:6-7). A paz do Senhor nos guardará quando confiamos, de fato, em Deus.
Ele encomenda todos os seus assuntos a Deus, e está preparado para cumprir fielmente a sua santa vontade. Somente em Cristo há salvação. Onde estarão os que o desprezam como seu Mediador e insultam-no através de seus discípulos? Que o venerem e não pequem mais contra o único remédio.

CONCLUSÃO
A mensagem é: conte com Deus e não haverá tristeza, dificuldades ou amarguras que poderão te derrubar.
A paz que o Senhor nos traz guia a nossa vida, por isso, crê nele, confia e evangeliza, e ele continuará abençoando a sua vida.

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