11 de abr. de 2023

Servo é Injustiçado pelos Religiosos

Marcos 14.53-65
O Servo é Injustiçado pelos Religiosos

Jesus se aproxima cada vez mais da cruz. Ele foi adorado por Maria em Betânia, traído por Judas no cenáculo, abandonado pelos discípulos no jardim, agora é injustiçado pelos religiosos.

Agora as coisas estavam ocorrendo rapidamente em direção ao seu fim inevitável. O cenário muda do público para o privado, até aqui, os embates com os religiosos foram em público, mas agora, eles estão na casa do Sumo Sacerdote, não estão num tribunal, nem no templo como orientava a lei judaica.

Os dois julgamentos de Jesus - pelos judeus e pelos romanos - se deram em três estágios:

1.      O julgamento judeu iniciou com Anás, o antigo sumo sacerdote (Jo 18:13-24). Em seguida, o conselho todo ouviu as testemunhas (Mc 14:53-65), e; numa sessão logo pela manhã o conselho votou em favor da condenação de Jesus à morte, então ele foi levado para Pilatos (Mc 15:1-5; Jo 18:28-38);

2.    Pilatos o encaminhou para Herodes (Lc 23:6-12),

3.     Herodes por sua vez, o mandou de volta para Pilatos (Mc 15:6-15; Jo 18:39; 19: 6). O governador romano cedeu ao clamor da multidão e entregou Jesus para ser crucificado.

Quando os soldados chegaram ao palácio do sumo sacerdote, Pedro e João – que não haviam dado ouvidos às advertências repetidas de Jesus e tinham seguido a multidão - já estavam no pátio. Naquela noite, o suor de Jesus foi "como gotas de sangue" (Lc 22:44), mas Pedro sentiu frio e se assentou perto do fogo do inimigo! Os dois discípulos não conseguiram testemunhar o julgamento propriamente dito, mas estavam perto o suficiente para saber qual seria o resultado (Mt 26:58; Jo 18:15).

Depois de interrogar e de insultar Jesus, Anás o enviou, ainda amarrado, a seu genro Caifás, o sumo sacerdote. O Sinédrio estava reunido, e as testemunhas estavam prontas. Era preciso que pelo menos duas pessoas testemunhassem antes que um acusado fosse declarado culpado de um crime passível da pena de morte (Dt 17:6).

Várias testemunhas depuseram contra Jesus, mas, uma vez que caíram em contradição, seu testemunho foi anulado. Como é triste ver que um grupo de líderes religiosos incentivou pessoas a mentir, e isso durante o tempo particularmente sagrado da Páscoa!

Enquanto as testemunhas faziam suas acuações falsas, Jesus permaneceu calado (Is 53:7; 1 Pe 2:23). Porém, quando o sumo sacerdote o colocou sob juramento, Jesus foi obrigado a responder e declarou, com todas as letras, que era, verdadeiramente, o  Filho de Deus.

O sumo sacerdote fez precisamente a pergunta que a Lei lhe proibia fazer. Ele estava proibido fazer perguntas que, se a pessoa julgada respondia, poderia incriminar-se a si mesmo. Não se podia pedir a ninguém que se condenasse a si mesmo.

Bruscamente perguntou a Jesus se era o Messias. Evidentemente Jesus sentiu que era o momento de que todo o desgraçado assunto terminasse. Sem vacilação respondeu que o era. Era uma acusação de blasfêmia, um insulto contra Deus.

O título "Filho do homem" é de caráter messiânico (Dn 7:13), e os membros do conselho sabiam exatamente o que Jesus estava dizendo: afirmava ser Deus que veio ao mundo em forma humanal É evidente que, para os judeus, tal asserção não passava de blasfêmia, de modo que o declararam culpado e passível da pena de morte. Uma vez que a lei não permitia ao sinédrio votar em casos de pena de morte logo cedo na manhã seguinte e apresentou a sentença oficial (Mc 15:1).

O Sinédrio tinha o que queria, uma acusação que merecia a pena de morte, e os invadiu uma alegria selvagem.

Não há dúvida de que no processo de Jesus o Sinédrio quebrantou todas as suas próprias leis. Não se reuniu em seu recinto próprio. Reuniu-se de noite. Não há notícias de que se dessem veredictos individuais. Não se deixou passar uma noite antes de executar a sentença de morte. Em sua ansiedade por eliminar a Jesus, as autoridades judaicas não vacilaram em rebaixar-se a violar suas próprias leis.

Nesta época os poderes do Sinédrio eram limitados porque os romanos governavam o país. O Sinédrio tinha plenos poderes em matérias e questões religiosas. Parece que também tinha certa soma de poder policial. Mas não tinha poder para infligir a pena de morte. Se o que Marcos descreve é uma reunião do Sinédrio, deve comparar-se a um grande jurado. Suas funções não eram condenar, e sim preparar uma acusação pela qual o réu pudesse ser julgado pelo governador romano.

 

Aplicações:

Uma vez mais vemos surgir as duas grandes características de Jesus.

1. Vemos sua coragem. Sabia que dar essa resposta significava a morte, e entretanto, deu-a sem vacilar. Se tivesse negado as acusações, teriam sido impotentes para tocá-lo.

2. Vemos sua confiança. Até com a certeza da cruz, continuou falando com plena confiança de seu triunfo final.

3. Aquele que veio para oferecer amor aos homens, é despojado até da mera justiça, e humilhado pelos cruéis serventes e guardas do Sinédrio.

 

Implicações práticas:

1. O julgamento de Jesus nos ensina a importância da fidelidade a Deus, mesmo quando enfrentamos oposição e perseguição.

2. Devemos sempre buscar a verdade, não nos deixar intimidar pela oposição, permanecer firmes em nossa fé e confiança em Deus.

3. Nunca devemos abandonar a nossa fé, independentemente das consequências.

 

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