JESUS É A GARANTIA DE VITÓRIA SOBRE A MORTE
Hoje estamos celebrando a Páscoa. Para os judeus é a comemoração da libertação física da escravidão do Egito, do poder do Faraó, após 430 anos de escravidão. Instituída em Êxodo 12, e celebrada a cada ano para não esquecer dos que Deus fez por eles, de como Moisés os libertou e os conduzi até a terra prometida, a terra de Canaã, o seu lugar de descanso.
Para nós cristãos, a Páscoa
também é a celebração da liberdade, esta porém não meramente física, mas sim
espiritual. Cristo nos libertou do poder do pecado e de Satanás ao morrer na
cruz, e nos libertou do poder da morte ao ressuscitar ao terceiro dia.
Esta libertação nos permite peregrinar neste mundo a caminho da nossa terra prometida, a Canaã celestial, onde iremos descansar eternamente das nossas aflições deste mundo. Se os judeus tiveram que atravessar o Mar Vermelho e o rio Jordão para chegar em Canaã, nós precisamos cruzar a fronteira chamada morte, para na ressurreição, entrarmos no descanso.
Estar com Cristo no descanso
eterno todos nós queremos, porém passar pela morte para desfrutar da eternidade
não é uma ideia que nos agrada. Nisso há uma contradição, pois não há como
estar na presença de Cristo sem morrer, mas ninguém quer morrer, a morte é
bem-vinda, ela não desejada, pelo contrário, fazemos de tudo para enganá-la e
retardar sua ação em nós.
É justamente sobre a maneira
como lidamos com a morte que o apóstolo Paulo nos ensina, não só aqui em
Filipenses, mas também em 1 Coríntios 15, Romanos 8. A crise de Paulo é inspiradora
e nos ensina sobre a segurança que o discípulo deve ter diante da morte.
Ele queria aquilo que nós
evitamos: ELE QUERIA MORRER PARA ESTAR COM CRISTO! Será que nós estamos
preparados para desejar isso também?
1. CRISTO
PRECISA SER ENGRANDECIDO (vv.19-20).
Por causa das cadeias de
Paulo, Cristo tornou- se conhecido (Fp 1:13), e por causa dos críticos de
Paulo, Cristo foi pregado (Fp 1:18). Mas por causa da crise de Paulo, Cristo
foi engrandecido! (Fp 1:20). Havia a possibilidade de Paulo ser considerado
traidor de Roma e de ser executado.
Ao que parece, seu
julgamento preliminar fora favorável, mas o apóstolo ainda não recebera o veredito
final. Mas o corpo de Paulo não lhe pertencia, e seu único desejo (resultante
de sua determinação) era engrandecer a Cristo em seu corpo.
Cristo precisa ser
engrandecido? Afinal o que um simples ser humano pode fazer para engrandecer o
Filho de Deus? Consideremos, por exemplo, as estrelas, muito maiores que o
telescópio, mas bem distantes. O telescópio as "aproxima" de nós.
O corpo do cristão deve ser
um telescópio que diminui a distância entre Jesus Cristo e as pessoas. Para
muitos, Cristo é uma figura histórica distante e nebulosa que viveu há séculos.
Mas quando os incrédulos observam o cristão passar por uma crise, podem ver
Jesus mais de perto. Para o cristão comprometido, Cristo está conosco aqui e
agora.
Enquanto o telescópio
aproxima o que está distante, o microscópio amplia o que é pequeno. Para o
incrédulo, Jesus não é grande. Outras pessoas e coisas são muito mais importantes
do que ele.
Mas, ao observar o cristão
passar por uma experiência de crise, o incrédulo deve ser capaz de enxergar a verdadeira
grandeza de Jesus Cristo. O corpo do cristão é uma lente que torna o
"Cristo pequeno" dos incrédulos extremamente grande e o "Cristo
distante", bem próximo.
Paulo não temia a vida nem a
morte! De uma forma ou de outra, desejava engrandecer a Cristo em seu corpo.
Não é de se admirar que tivesse alegria!
2. FAZENDO
UMA ESCOLHA DIFÍCIL (vv.21-22)
Paulo se encontra diante de
uma escolha difícil. Para o bem dos cristãos em Filipos, era necessário que ele
permanecesse vivo, mas seria muito melhor partir e estar com Cristo.
O apóstolo chega à conclusão
de que Cristo permitiria que ele vivesse não apenas com o propósito de "[contribuir]
para o progresso do evangelho" (Fp 1:12), mas também "para o
[...progresso e gozo da fé [dos filipenses]" (Fp 1:25). Desejava que
desbravassem novas áreas de crescimento espiritual.
Paulo era um homem e tanto!
Dispôs-se a adiar sua ida para o céu a fim de ajudar os cristãos a crescerem e
a ir para o inferno a fim de ganhar os perdidos para Cristo! (Rm 9:1-3).
3. VENCENDO
O MEDO DA MORTE (v.23-25)
É evidente que Paulo não
tinha medo da morte, pois significava apenas "partir". Esse termo era
usado pelos soldados e se referia a "desarmar a tenda e prosseguir viagem". Que
retrato da morte do cristão!
A "tenda" em que
vivemos é desarmada pela morte, e o espírito vai para o lar, viver com Cristo
no céu (2 Co 5:1-8). Os marinheiros também usavam essa palavra com o sentido de
"soltar as amarras da embarcação e pôr-se a navegar".
Todavia, partir também era
um termo burocrático e descrevia a libertação de um prisioneiro. O povo
de Deus encontra-se preso às limitações do corpo e às tentações da carne, mas a
morte os libertará dessa servidão. Ou,
ainda, serão libertos quando Cristo voltar, se isso acontecer antes de morrerem
(Rm 8:18-23).
Por fim, partir era um termo
usado pelos agricultores para se referir ao ato de remover o jugo dos bois.
Paulo havia levado o jugo de Cristo, que era suave (Mt 11:28-30), mas também
havia carregado inúmeros fardos em seu ministério (2Co 11:22-12:1O).
Partir e estar
com Cristo significava colocar de lado todos os fardos, pois seu trabalho na
Terra estaria consumado.
4. MORRER É
MELHOR QUE VIVER (v.21)
Em todos os sentidos, não há
coisa alguma que prive uma pessoa determinada de sua alegria. "Porquanto,
para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Fp 1:21).
“A vida é aquilo para que
estamos vivos" (Maltbie Babcock). O que mais nos interessa é o que representa
a "vida" para nós. No caso de Paulo, Cristo era sua vida. Cristo o
empolgava e fazia sua vida valer apena.
CONCLUSÃO
Filipenses 1:21 pode ser
usado como um teste valioso para nossa vida ao completar as lacunas: "Para
mim, o viver é______ e o morrer é __________”. "Para mim, o viver é dinheiro,
e o morrer é deixar tudo para trás." “Para mim, o viver é fama, e o morrer
é ser esquecido." "Para mim, o viver é poder, e o morrer é perder
tudo."
Afim de ter alegria apesar
das circunstâncias e de contribuir para o progresso do evangelho, devemos fazer
nossas as convicções de Paulo: "Para mim, o viver é Cristo, e o morrer
é lucro!"

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