10 de set. de 2021

VITÓRIA SOBRE A MORTE


 Filipenses 1.19-25

JESUS É A GARANTIA DE VITÓRIA SOBRE A MORTE

Hoje estamos celebrando a Páscoa. Para os judeus é a comemoração da libertação física da escravidão do Egito, do poder do Faraó, após 430 anos de escravidão. Instituída em Êxodo 12, e celebrada a cada ano para não esquecer dos que Deus fez por eles, de como Moisés os libertou e os conduzi até a terra prometida, a terra de Canaã, o seu lugar de descanso.

Para nós cristãos, a Páscoa também é a celebração da liberdade, esta porém não meramente física, mas sim espiritual. Cristo nos libertou do poder do pecado e de Satanás ao morrer na cruz, e nos libertou do poder da morte ao ressuscitar ao terceiro dia.

Esta libertação nos permite peregrinar neste mundo a caminho da nossa terra prometida, a Canaã celestial, onde iremos descansar eternamente das nossas aflições deste mundo. Se os judeus tiveram que atravessar o Mar Vermelho e o rio Jordão para chegar em Canaã, nós precisamos cruzar a fronteira chamada morte, para na ressurreição, entrarmos no descanso.

Estar com Cristo no descanso eterno todos nós queremos, porém passar pela morte para desfrutar da eternidade não é uma ideia que nos agrada. Nisso há uma contradição, pois não há como estar na presença de Cristo sem morrer, mas ninguém quer morrer, a morte é bem-vinda, ela não desejada, pelo contrário, fazemos de tudo para enganá-la e retardar sua ação em nós.

É justamente sobre a maneira como lidamos com a morte que o apóstolo Paulo nos ensina, não só aqui em Filipenses, mas também em 1 Coríntios 15, Romanos 8. A crise de Paulo é inspiradora e nos ensina sobre a segurança que o discípulo deve ter diante da morte.

Ele queria aquilo que nós evitamos: ELE QUERIA MORRER PARA ESTAR COM CRISTO! Será que nós estamos preparados para desejar isso também?

 

1. CRISTO PRECISA SER ENGRANDECIDO (vv.19-20).

Por causa das cadeias de Paulo, Cristo tornou- se conhecido (Fp 1:13), e por causa dos críticos de Paulo, Cristo foi pregado (Fp 1:18). Mas por causa da crise de Paulo, Cristo foi engrandecido! (Fp 1:20). Havia a possibilidade de Paulo ser considerado traidor de Roma e de ser executado.

Ao que parece, seu julgamento preliminar fora favorável, mas o apóstolo ainda não recebera o veredito final. Mas o corpo de Paulo não lhe pertencia, e seu único desejo (resultante de sua determinação) era engrandecer a Cristo em seu corpo.

Cristo precisa ser engrandecido? Afinal o que um simples ser humano pode fazer para engrandecer o Filho de Deus? Consideremos, por exemplo, as estrelas, muito maiores que o telescópio, mas bem distantes. O telescópio as "aproxima" de nós.

O corpo do cristão deve ser um telescópio que diminui a distância entre Jesus Cristo e as pessoas. Para muitos, Cristo é uma figura histórica distante e nebulosa que viveu há séculos. Mas quando os incrédulos observam o cristão passar por uma crise, podem ver Jesus mais de perto. Para o cristão comprometido, Cristo está conosco aqui e agora.

Enquanto o telescópio aproxima o que está distante, o microscópio amplia o que é pequeno. Para o incrédulo, Jesus não é grande. Outras pessoas e coisas são muito mais importantes do que ele.

Mas, ao observar o cristão passar por uma experiência de crise, o incrédulo deve ser capaz de enxergar a verdadeira grandeza de Jesus Cristo. O corpo do cristão é uma lente que torna o "Cristo pequeno" dos incrédulos extremamente grande e o "Cristo distante", bem próximo.

Paulo não temia a vida nem a morte! De uma forma ou de outra, desejava engrandecer a Cristo em seu corpo. Não é de se admirar que tivesse alegria!

 

2. FAZENDO UMA ESCOLHA DIFÍCIL (vv.21-22)

Paulo se encontra diante de uma escolha difícil. Para o bem dos cristãos em Filipos, era necessário que ele permanecesse vivo, mas seria muito melhor partir e estar com Cristo.

O apóstolo chega à conclusão de que Cristo permitiria que ele vivesse não apenas com o propósito de "[contribuir] para o progresso do evangelho" (Fp 1:12), mas também "para o [...progresso e gozo da fé [dos filipenses]" (Fp 1:25). Desejava que desbravassem novas áreas de crescimento espiritual.

Paulo era um homem e tanto! Dispôs-se a adiar sua ida para o céu a fim de ajudar os cristãos a crescerem e a ir para o inferno a fim de ganhar os perdidos para Cristo! (Rm 9:1-3).

 

3. VENCENDO O MEDO DA MORTE (v.23-25)

É evidente que Paulo não tinha medo da morte, pois significava apenas "partir". Esse termo era usado pelos soldados e se referia a "desarmar a tenda e prosseguir viagem". Que retrato da morte do cristão!

A "tenda" em que vivemos é desarmada pela morte, e o espírito vai para o lar, viver com Cristo no céu (2 Co 5:1-8). Os marinheiros também usavam essa palavra com o sentido de "soltar as amarras da embarcação e pôr-se a navegar".

Todavia, partir também era um termo burocrático e descrevia a libertação de um prisioneiro. O povo de Deus encontra-se preso às limitações do corpo e às tentações da carne, mas a morte os libertará dessa servidão.  Ou, ainda, serão libertos quando Cristo voltar, se isso acontecer antes de morrerem (Rm 8:18-23).

Por fim, partir era um termo usado pelos agricultores para se referir ao ato de remover o jugo dos bois. Paulo havia levado o jugo de Cristo, que era suave (Mt 11:28-30), mas também havia carregado inúmeros fardos em seu ministério (2Co 11:22-12:1O).

Partir e estar com Cristo significava colocar de lado todos os fardos, pois seu trabalho na Terra estaria consumado.

 

4. MORRER É MELHOR QUE VIVER (v.21)

Em todos os sentidos, não há coisa alguma que prive uma pessoa determinada de sua alegria. "Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Fp 1:21).

“A vida é aquilo para que estamos vivos" (Maltbie Babcock). O que mais nos interessa é o que representa a "vida" para nós. No caso de Paulo, Cristo era sua vida. Cristo o empolgava e fazia sua vida valer apena.

 

CONCLUSÃO

Filipenses 1:21 pode ser usado como um teste valioso para nossa vida ao completar as lacunas: "Para mim, o viver é______ e o morrer é __________”. "Para mim, o viver é dinheiro, e o morrer é deixar tudo para trás." “Para mim, o viver é fama, e o morrer é ser esquecido." "Para mim, o viver é poder, e o morrer é perder tudo."

Afim de ter alegria apesar das circunstâncias e de contribuir para o progresso do evangelho, devemos fazer nossas as convicções de Paulo: "Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro!"

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