10 de set. de 2021

RECONSTRUIR A RELAÇÃO COM DEUS


 Isaías 55.1-13

RECONSTRUINDO MINHA RELAÇÃO COM DEUS

MISSÃO: A Igreja Batista no Morumbi existe para ser um sinal visível do Reino: Amando a Deus, Fazendo discípulos e Servindo à comunidade.

Já abordamos aqui a necessidade de “Reconstruir Relacionamentos”, “Reconstruir Famílias” e “Reconstruir Sonhos”, mas antes de tudo, precisamos “reconstruir nossa relação com Deus”, é esta reconstrução que dará base e condições para termos êxito nas outras. Sem uma vida sólida, intima e vibrante com Deus, teremos mais dificuldade em alcançar sucesso nas demais.

Vejamos o contexto antes de Neemias. O retorno dos judeus do cativeiro da Babilônia aconteceu em várias fases. É importante notar que, mesmo depois de completados todos os anos do cativeiro, dos decretos que libertaram os judeus e da restauração de seu templo e seu culto, nem todos eles voltaram para Jerusalém e para as terras de Israel.

Antes de Neemias chegar a Jerusalém para reconstruir os muros e a cidade, Zorobabel e Jesua haviam chegado e reconstruído o altar (Ed 3.1-6), depois o templo (Ed 3.7-13; 6.13-18), que era o lugar de adoração. Depois do templo pronto, vem Esdras, o escriba, um profundo conhecedor da Lei, para ensinar o povo (Ed 7.1,6,8-10).

Antes de tudo, em primeiro lugar, o culto a Deus foi restaurado, para então a Lei, a Palavra ser ensinada, e depois então, a cidade e os muros foram restaurados. Isaías nos dá um caminho para reconstruir nossa relação com Deus.

O Servo Sofredor – Jesus - morreu não apenas pelos pecados de Israel (Is 53:8), mas também pelos pecados do mundo inteiro (Jo 1:29; 1 Io 4:14). Isaías deixa claro, ao longo de todo o seu livro, que os gentios fazem parte do plano de Deus. O que Isaías e os outros profetas não sabiam é que judeus e gentios crentes, um dia, seriam unidos em Jesus Cristo na Igreja (Ef 3:1-12). Deus faz um convite triplo aos gentios:

 

1. CONVITE PARA IR AO SENHOR (55:1-5).

O convite é estendido a "todos" e não apenas aos judeus. Qualquer um que esteja sedento por aquilo que verdadeiramente satisfaz (Jo 4:10-14) é bem-vindo. Em Isaías 25:6, o profeta retrata as bênçãos de Deus como um grande banquete, em que Deus é o anfitrião (Sl 23:5,6).

A água é um bem precioso, e a abundância de água é uma bênção especial (Is 41:17; 44:3). Vinho, leite e pão eram elementos básicos da dieta dos judeus. O povo estava vivendo de substitutos que não os nutriam. Precisavam daquilo que era verdadeiro e que somente Deus poderia lhes dar.

Nas Escrituras, tanto a água quanto o vinho são representações do Espírito Santo (Jo 7:37-39; Ef 5:1 8). Jesus é o "pão da vida" (Jo 6:32-35), e sua Palavra é com o leite (1 Pe 2:2). É provável que Cristo tivesse em mente Isaías 55:2 quando disse: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna" (Jo 6:27).

Era preciso trabalhar arduamente para cavar poços, pastorear o rebanho, plantar e cuidar das vinhas. Mas Deus ofereceu de graça ao povo tudo aquilo pelo que estavam labutando. Se ouvissem sua Palavra, teriam o desejo de chegar-se a ele, pois é por meio da Palavra que Deus atrai os pecadores para si (Jo 5:24).

Observe a ênfase sobre o "ouvir" em Isaías 55:2,3. "As fiéis misericórdias prometidas a Davi" (ls 55:3). É claro que esse Descendente é Jesus Cristo (Lc 1:30-33). Jesus Cristo é a aliança de Deus aos gentios ("povos"), e suas promessas permanecerão enquanto o seu Filho viver, o que significa para sempre.

Isaías 55:5 indica que Deus usará Israel para chamar os gentios à salvação, o que sem dúvida foi o caso no começo da Igreja (At 10:1ss; 13:1ss) e também o será durante o reino (ls 2:2-4; 45:14; Z c 8:22). Jerusalém será o centro de adoração no mundo, e Deus será glorificado quando as nações juntarem-se a Israel para honrar ao Senhor.

 

2. CONVITE PARA BUSCAR AO SENHOR (55:6-13).

Quando Deus libertou seu povo da Babilônia e o levou em segurança de volta a sua terra, isso serviu de testemunho para as outras nações. Também deu a Israel outra oportunidade de ser luz para os gentios (ls 49:6) e de conduzi-los à fé no verdadeiro Deus vivo. Apesar de ser importante para Israel buscar ao Senhor e consagrar-se inteiramente a ele, era importante também que o povo compartilhasse esse convite com as nações.

O que implica buscar ao Senhor? Em primeiro lugar, admitir que somos pecadores e que pecam os contra o Deus santo. Implica nos arrependermos (Is 55:7), mudar a forma de pensar sobre o pecado e abandoná-lo, voltando-nos para o Senhor. Devemos retornar a Deus com fé e crer em sua promessa de que, em sua misericórdia, ele perdoa abundantemente. O arrependimento e a fé andam juntos: "o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus" (At 20:21).

No entanto, não devemos demorar para tomar essa decisão! A expressão "enquanto se pode achar" sugere que, se não levarmos seu convite a sério, ele pode ser suspenso enquanto nos demoramos. Na parábola da Grande Ceia, Deus fechou as portas para aqueles que rejeitaram seu convite (Lc 14:1624; ver Pv 1:20-33). "Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação" (2 Co 6:2).

Não é sábio criticar as determinações de Deus, pois seus caminhos e pensamentos vão muito além de nossa compreensão (ls 55:8, 9). Vemos Deus como se fosse igual a nós e concluímos que ele pensa e age da mesma forma (Sl 50:21), o que não é verdade!

De que maneira Deus chama e salva os pecadores? Pelo poder de sua Palavra (Is 55:10, 11). A Palavra de Deus é semente (Lc 8:11). Assim como a chuva e a neve nunca são desperdiçadas, mas cumprem os propósitos de Deus, também sua Palavra nunca falha. "Mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente" (ls 40:8). Nunca sabemos com o Deus usará até mesmo um testemunho fortuito para plantar e regar a semente no coração de uma pessoa.

Isaías 55:12, 13 descreve tanto a alegria dos exilados ao serem libertos do cativeiro como a alegria de Israel ao participar daquele "êxodo glorioso" no fim dos tempos, quando regressar a sua terra. Na ocasião em que o reino for estabelecido, toda a natureza cantará ao Senhor (ls 32:13; 35:1, 2; 44:23; 52:8, 9).

 

3. CONVITE À ADORÃO (56:1-8).

A nação havia ido para o cativeiro por causa de sua desobediência à lei de Deus, particularmente do quarto mandamento: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar" (Êx 20:8). Esse mandamento era um "sinal" especial entre Deus e os judeus (ls 31:12-18; Ne 9:13, 14) e nunca foi dado aos gentios. Os judeus foram repreendidos pela forma indiferente com que trataram o sábado enquanto vagaram pelo deserto (Ez 20:10-26) e quando viviam na terra prometida (Jr 1 7:1 9-27). Mesmo depois que voltaram à terra santa no fim do cativeiro, os judeus continuaram a profanar o sábado (Ne 13:15-22).

Lembre-se de que o sábado é o sétimo dia da semana, o dia que Deus santificou quando completou a Criação (Gn 2:1-3). Domingo é o Dia do Senhor, o primeiro dia da semana e que comemora a ressurreição de jesus Cristo dentre os mortos. Chamar o domingo de "sábado cristão" é fazer confusão entre esses dois dias muito importantes. O sábado era um sinal para os judeus e pertencia à lei: trabalhar seis dias e descansar no sétimo. O Dia do Senhor refere-se à ressurreição e pertence à graça. O povo de Deus confia em Cristo e só depois vem o trabalho.

Em momento algum, até aqui, Deus havia chamado os gentios a guardar o sábado juntamente com os judeus, mas foi o que fez nessa passagem. Convidou exatamente aquelas pessoas que proibira de entrar na aliança: estrangeiros e eunucos (Dt 23:1-8). Trata-se de outra representação da graça de Deus (ver At 8:26ss). O convite ainda é a 'todos vós"! Aplica-se aos pecadores hoje, mas se aplicará de forma especial quando Israel entrar em seu reino, os serviços do templo forem restaurados e o sábado voltar a fazer parte da adoração judaica.

A admoestação de Deus ao remanescente - "Mantende o juízo e fazei justiça" (Is 56:1) - não foi obedecida. Ao ler Esdras, Neemias, Ageu e Malaquias, vemos que os judeus logo se esqueceram da bondade de Deus e voltaram a suas antigas práticas pecaminosas. Reservar um tempo a cada semana para nos lembrar do Senhor e adorá-lo ajuda-nos a obedecer à sua vontade.

 

CONCLUSÃO

Para restaurar nossa relação com Deus precisamos:

1. Ir até o Senhor (por quatro vezes no v.1 encontramos a expressão “venham”). O convite é para os sedentos e sem dinheiro. Os sedentos que forem até o Senhor encontrarão água, os sem dinheiro poderão comprar e se alimentar mesmo não tento com que pagar.

2. Atentar para sua palavra - depois de ir ao Senhor, a recomendação é dar ouvidos (v.3-5) Deus promete fazer uma aliança, promete ser fiel, exaltar em posto de autoridade.

3. Buscar ao senhor - pois o tempo é findo (v.6,7). “Enquanto está perto” aponta para o fim do tempo da graça. O ímpio deve abandonar seu caminho, o homem mau deve abandonar seus pensamentos, e voltar-se para Deus, que tem misericórdia, que se alegra em perdoar.

4. Crer na soberania do Senhor – crer é exercer a fé (v.8,9). Devemos crer que seus pensamentos, seus caminhos, seus sonhos são maiores do que os nossos, assim precisamos abrir mão “dos nossos”, para viver “os do Senhor”.

5. adorá-lo de todo coração – eliminar tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus em nosso coração e impede a comunhão.

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