2 Coríntios 1.3-11
SOMOS CONSOLADOS
PARA REPARTIR A GRAÇA
Uma das palavras-chave desta epístola é consolar ou encorajar. O termo grego significa "chamar para junto de
alguém a fim de ajudar".
No original, o verbo é usado dezoito vezes e o substantivo onze vezes nesta
carta.
A palavra conforto vem de duas palavras em latim que significam "com força". A
palavra grega quer dizer "acompanhar e ajudar". É o mesmo termo usado
para o Espírito Santo ("o Consolador") em João 14 a 16.
Apesar de todas as tribulações que havia passado,
pela graça de Deus Paulo pôde escrever uma carta repleta de encorajamento. Qual
era o segredo da vitória de Paulo ao passar por pressões e tribulações? Seu
segredo era Deus.
Quando nos encontramos desanimados e prontos para desistir, devemos mudar o foco da atenção de nós mesmos para Deus. Partindo de sua própria experiência difícil, Paulo mostra como encontrar ânimo/consolo/conforto/esperança em Deus.
TRANSIÇÃO:
Somos consolados ao lembrar do que Deus...
1. É PARA NÓS - (2 Co 1:3)
a) Louvem-no porque
ele é Deus! Paulo louva a Deus
pelas bênçãos do presente, por aquilo que Deus estava fazendo naquele instante
e lugar.
b) Louvem-no porque
ele é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Deus vê em nós seu Filho e nos ama como ama seu Filho (Jo 17:23). Tudo
o que o Pai fez por Jesus durante seu ministério aqui na Terra, também pode
fazer por nós hoje. Somos valiosos para o Pai, e ele cuidará para que as
pressões da vida não nos destruam.
c) Louvem-no porque
ele é o Pai de misericórdias! A expressão “pai de” significa "aquele que dá origem a". Deus
é o Pai das misericórdias, pois todas as misericórdias provêm dele e podem ser
recebidas somente dele. Em sua graça, Deus nos dá o que não merecemos e, em sua
misericórdia, não nos dá o que merecemos.
d) Louvem-no porque
ele é o Deus de toda consolação! O “consolo” aqui não é "comiseração", a comiseração pode nos
enfraquecer ao invés de fortalecer. Deus não passa a mão em nossa cabeça e nos
dá um doce ou brinquedo para nos distrair das dificuldades. Antes, coloca sua
força em nosso coração para que possamos enfrentar as tribulações e vencê-las.
Quando ficamos desanimados por causa de
circunstâncias difíceis, é fácil olhar para nós mesmos e para nossos
sentimentos, ou concentrar a atenção nos problemas. Mas devemos é olhar pela fé
para o Senhor e descobrir tudo o que Deus é para nós (Sl 121:1,2).
TRANSIÇÃO:
Somos consolados ao lembrar do que Deus...
2. FAZ POR NÓS (2 Co 1:4a, 8-11)
a) Deus permite as
tribulações. Há certos sofrimentos
que suportamos simplesmente porque somos humanos e estamos sujeitos à dor; mas
há outros sofrimentos que nos sobrevêm porque somos parte do povo de Deus e
desejamos servir ao Senhor.
Tratando-se das tribulações da vida, uma pessoa só
pode ter três perspectivas: 1. É resultado do "destino" ou do
"acaso", tudo o que nos resta fazer é desistir. Ninguém é
capaz de controlar o destino ou o acaso. 2. Se nós temos o controle
sobre tudo, vemo-nos em uma situação igualmente desesperadora. 3. Mas, se Deus
está no controle e confiamos nele, podemos contar com sua ajuda para superar as
circunstâncias.
b) Deus está no
controle das tribulações (v. 8). Paulo sentia-se oprimido como um animal de carga levando um peso grande
demais. No entanto, Deus sabia exatamente quanto Paulo poderia suportar e
manteve a situação sob controle (1Co 10:13; 1Pe 1:6,7).
c) Deus nos capacita
para suportarmos as tribulações (v. 9). Por certo Paulo possuía experiência suficiente para encarar e superar
inúmeras dificuldades. Deus, porém, quer que confiemos nele - não em nossos
dons ou habilidades, em nossas experiências ou "recursos
espirituais". É quando nos sentimos seguros de nós mesmos e capazes de
enfrentar o inimigo que sofremos as piores quedas.
d) Deus nos livra das
tribulações (v. 10). Deus
nem sempre nos livra imediatamente e nem sempre age da mesma forma. Tiago foi
decapitado, no entanto Pedro foi liberto da prisão (At 12). Os dois foram
libertos, mas de maneiras diferentes. Por vezes, Deus nos livra das tribulações,
mas em outras ocasiões nos livra em meio às tribulações.
e) Deus é glorificado
por meio de nossas tribulações (v. 11). Nossa realização suprema aqui na Terra é glorificar o nome de Deus, e,
por vezes, alcançar essa realização envolve sofrimento. Se nos entregamos a
Deus, cremos nele e obedecemos a suas ordens, ele realiza seus propósitos em
meio às tribulações da vida.
As dificuldades podem aumentar nossa fé e fortalecer
nossa vida de oração. Podem nos aproximar de outros cristãos que estejam dividindo
o fardo conosco e podem ser usadas para glorificar a Deus.
TRANSIÇÃO:
Somos consolados ao lembrar do que Deus...
3. FAZ POR MEIO DE NÓS (2 Co 1:4b-7)
Em tempos de sofrimento, quase todos temos a
tendência de pensar apenas em nós mesmos e de nos esquecer dos outros. Em vez
de sermos canais, transformamo-nos em cisternas. No entanto, um dos motivos de
passarmos por tribulações é para que aprendamos a ser canais de bênção para
consolar e encorajar a outros. Podemos encorajá-los, pois recebemos o
encorajamento de Deus.
Paulo, porém, deixa claro que não é preciso
experimentar exatamente a mesma provação a fim de ter capacidade de
compartilhar com outros o encorajamento que Deus dá. Quem sente o consolo de
Deus na vida pode "consolar os que estiverem em qualquer angústia" (2
Co 1:4b). É evidente que, se passamos por provações semelhantes, estas poderão
ajudar a nos identificarmos ainda mais com os outros e a entender melhor como
se sentem; mas nossas experiências não alteram o consolo de Deus. Seu consolo é
sempre suficiente e eficaz, quaisquer que tenham sido nossas experiências.
O sofrimento humano não é fácil de entender, pois há
mistérios referentes ao modo de Deus operar que só compreenderemos no céu. Mas
o sofrimento também nos ajuda a ministrar a outros. Em toda igreja, há sempre
cristãos maduros que sofreram e experimentaram a graça de Deus, pessoas que
podem dar grande estímulo à congregação.
O ânimo que Deus nos dá pela graça nos ajudará, se
aprendermos a suportar. "Suportar com paciência" é uma evidência de
fé. Amargurar-se ou criticar a Deus, rebelar-se em vez de se sujeitar a ele,
fará com que nossas provações deixem de trabalhar em nosso favor, voltando-se
contra nós.
Antes de trabalhar por meio de nós, Deus
precisa trabalhar em nós.
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