MANIFESTANDO O REINO EM TEMPOS DIFÍCEIS
O amor é a base de todos os
relacionamentos (v.8). Esses relacionamentos precisam ser preservados e curados
através do constante suporte e cuidado que podemos oferecer uns aos outros. O
provérbio diz: “O amigo ama sempre e na desgraça ele se torna um irmão”
(Pv 17.17 NTLH).
Nós como discípulos de Jesus
não estamos isentos de “dias maus” (Ef 6.13). O próprio apóstolo Paulo
relata em suas cartas momentos de tribulação, dor, perigo, morte, etc., (2 Cor
11.23-28).
Passamos por tempos difíceis diante da perca do emprego; quando morre um amigo ou familiar; quando um filho sai de casa; quando o casamento acaba; diante de uma enfermidade, estamos a um ano vivendo uma pandemia. É nessas horas que precisamos ser acolhidos, supridos e consolados.
1.
TEMPOS DIFÍCEIS REQUEREM HOSPITALIDADE. v.9
Hospitalidade é proporcionar
um ambiente de valorização e cuidado. Ela proporciona conhecer novas pessoas e
ajudar a se sentirem bem-vindas; cria um ambiente seguro e confortável; deixa
as pessoas à vontade em ambientes desconhecidos.
Ser hospitaleiro é uma
ordem, não uma opção (v.9; Rm 12.13). Vemos muitos exemplos na Bíblia: 1. Abraão recebeu “estranhos” (Gn
18.1,2; 19.1); 2. Jetro recebeu Moisés e o sustentou (Ex 2.20); a mulher
samaritana
hospedou Elias (2 Rs 4.8-10); Marta e Maria hospedaram Jesus (Lc 10.38-42); Lídia hospedou Paulo e seus
companheiros (At 16.14-15).
Mesmo com as mudanças da
sociedade, ainda vale o princípio de sermos hospitaleiros. Missionários,
pastores, irmãos, pessoas desabrigadas precisam ser acolhidos. Sermos
mutuamente hospitaleiros era e ainda é a vontade de Cristo.
1.1.
Significado da hospitalidade
Ser hospitaleiro é amar o
hóspede. A hospitalidade só é legítima quando é feita com amor, pois ambos são
abençoados (Hb 13.1-3). Segundo Paulo, a hospitalidade demonstra maturidade
cristã (1Tm 3.2).
Hospitalidade
é um ato de generosidade e cuidado, é como se nossa casa, e até a igreja, fosse
uma espécie de hospital.
1.2.
Valor da hospitalidade
Seja praticada em favor de
amigos e irmãos em Cristo, seja para com pessoas desabrigadas ou perseguidas,
para pessoas chegando à igreja, a hospitalidade é vital. Em tempos
difíceis, elas precisam de carinho, ajuda, cuidados.
1.3.
Cuidados da hospitalidade
Deve ser
exercida com precaução (2Ts 3.6-16). Precisamos ser simples, mas prudentes (Mt 10.16). Devemos
ter o bom senso, e sempre em oração. Nem sempre acolhemos “anjos”. Isso não
significa que devamos fechar as portas de nossas casas a quem precisa.
1.4.
Tornando-se hospitaleiros
Oremos para que Deus nos encoraje
a receber pessoas mesmo que as condições não sejam ideais; Estejamos atentos às
oportunidades; Comecemos praticando com nossos irmãos da igreja.
2.
TEMPOS DIFÍCEIS REQUEREM SERVIÇO – AÇÕES PRÁTICAS. v.10
Os evangelhos apresentam
Jesus como aquele que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). Os
mesmos evangelhos apresentam o conceito que quem quer ser grande que primeiro
sirva, contrariando o conceito secular sobre grandeza.
Os líderes na igreja não são
senhores ou dominadores. Na igreja, se não é serviço, não é poder legítimo: é
despotismo, autoritarismo. Liderança na igreja é serviço. Líder da igreja é o que serve, não o que
manda. A igreja é a comunidade do servo sofredor.
Em Gálatas 5.13,14 temos o
mandamento para o serviço, reforçado por Pedro (v.10). Servir é,
livre e espontaneamente, ou seja, por amor, realizar a favor dos irmãos qualquer
serviço para seu bem-estar espiritual, físico ou mental, suprindo as
necessidades reais dos outros.
Jesus é
nosso exemplo, ele não deu apenas ordem. Ele se aproximou de pessoas, andou com
pecadores, conversou com mulheres, curou, fez milagres, deu de comer aos
famintos. É a partir de Cristo que a igreja deve se basear para cumprir sua
tarefa no mundo.
Como discípulos somos exortados a
testificar com palavras e ações, compartilhas o evangelho e servir aos outros
conforme suas necessidades, usando os talentos, capacidades e bens materiais.
Este serviço é tarefa de toda a Igreja colocando seus dons, tempo e dinheiro a
serviço de todos.
O serviço está esboçado na
ideia de diaconia (empenho em assistir e edificar a igreja). Este serviço é
estendido para vida interna dos membros bem como sua missão no mundo. o amor
deve ser demonstrado a todos, sem atentar para a posição das pessoas.
3.
TEMPOS DIFÍCEIS REQUEREM CONSOLO. v.11
Este é um dever de ajuda
mútua na igreja e entre amigos fora dela. Todos temos momentos ou dias de
tristeza, desânimo, angústia, depressão… E é tão bom quando alguém, com sincera amizade e
empatia, se achega para nos conforta e encorajar. Mas é preciso saber fazer
isso.
O sentido desta recomendação
aproxima-se do da expressão “exortai-vos uns aos outros”. A distinção pode ser a seguinte:
·
“Exortação” é o encorajamento de que necessita o irmão desanimado por razão de
negligência espiritual e incredulidade;
·
“Consolação” é o encorajamento, o conforto de que necessita o irmão desalentado e
entristecido por uma provação ou sofrimento. “Consolar” é confortar, aliviar o
sofrimento, suavizar a dor
O apóstolo Paulo, que foi um
dos cristãos mais experimentados no sofrimento, escreveu aos cristãos Romanos:
“Muito desejo ver-vos…. para que em vossa companhia, reciprocamente nos
confortemos” (Rm 1.11-12).
Lamentavelmente, muitos
cristãos têm desconsolado ainda mais seus irmãos entristecidos tentando
“consolá-los” com palavras e sabedoria próprias e não de Deus. Limitam-se a contar suas experiências e,
muitas vezes, impropriamente.
Algumas experiências, nossas e de outros poderão
ser úteis
ao propósito da consolação, se usadas com bom senso, sensibilidade, empatia, no momento certo e com
a intenção de ilustrar ou comprovar a Palavra de Deus e suas preciosas
promessas.
Há muita
gente sofrendo por aí, Deus quer usar-nos para consolá-las. Precisamos de sensibilidade,
empatia, amor, algum conhecimento da Bíblia e lembrança das ocasiões em que o
Senhor nos consolou! Certamente, nós também vamos precisar de consolo, em
determinados momentos.
CONCLUSÃO:
O salmista declara que os
momentos difíceis são passageiros (Sal 30.5). Este choro pode por não ter onde
morar ou se abrigar; por uma perda que abalou e tirou a esperança.
Como igreja e discípulos de
Jesus podemos ser fonte de socorro sobre aqueles que estão vivendo seus dias
maus. Não podemos fechar os olhos para a realidade destas pessoas.
Devemos abrir nossas casas,
servir com espírito humilde e prover o consolo. Lembremos do provérbio: “na
desgraça ele se torna um irmão”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário