13 de jul. de 2021

MANIFESTANDO O REINO EM TEMPOS DIFÍCEIS


1 Pedro 4.7-11

MANIFESTANDO O REINO EM TEMPOS DIFÍCEIS


O amor é a base de todos os relacionamentos (v.8). Esses relacionamentos precisam ser preservados e curados através do constante suporte e cuidado que podemos oferecer uns aos outros. O provérbio diz: “O amigo ama sempre e na desgraça ele se torna um irmão” (Pv 17.17 NTLH).

Nós como discípulos de Jesus não estamos isentos de “dias maus” (Ef 6.13). O próprio apóstolo Paulo relata em suas cartas momentos de tribulação, dor, perigo, morte, etc., (2 Cor 11.23-28).

Passamos por tempos difíceis diante da perca do emprego; quando morre um amigo ou familiar; quando um filho sai de casa; quando o casamento acaba; diante de uma enfermidade, estamos a um ano vivendo uma pandemia. É nessas horas que precisamos ser acolhidos, supridos e consolados.

1. TEMPOS DIFÍCEIS REQUEREM HOSPITALIDADE. v.9

Hospitalidade é proporcionar um ambiente de valorização e cuidado. Ela proporciona conhecer novas pessoas e ajudar a se sentirem bem-vindas; cria um ambiente seguro e confortável; deixa as pessoas à vontade em ambientes desconhecidos.

Ser hospitaleiro é uma ordem, não uma opção (v.9; Rm 12.13). Vemos muitos exemplos na Bíblia: 1. Abraão recebeu “estranhos” (Gn 18.1,2; 19.1); 2. Jetro recebeu Moisés e o sustentou (Ex 2.20); a mulher samaritana hospedou Elias (2 Rs 4.8-10); Marta e Maria hospedaram Jesus (Lc 10.38-42); Lídia hospedou Paulo e seus companheiros (At 16.14-15).

Mesmo com as mudanças da sociedade, ainda vale o princípio de sermos hospitaleiros. Missionários, pastores, irmãos, pessoas desabrigadas precisam ser acolhidos. Sermos mutuamente hospitaleiros era e ainda é a vontade de Cristo.

1.1. Significado da hospitalidade

Ser hospitaleiro é amar o hóspede. A hospitalidade só é legítima quando é feita com amor, pois ambos são abençoados (Hb 13.1-3). Segundo Paulo, a hospitalidade demonstra maturidade cristã (1Tm 3.2).

Hospitalidade é um ato de generosidade e cuidado, é como se nossa casa, e até a igreja, fosse uma espécie de hospital.

1.2. Valor da hospitalidade

Seja praticada em favor de amigos e irmãos em Cristo, seja para com pessoas desabrigadas ou perseguidas, para pessoas chegando à igreja, a hospitalidade é vital. Em tempos difíceis, elas precisam de carinho, ajuda, cuidados.

1.3. Cuidados da hospitalidade

Deve ser exercida com precaução (2Ts 3.6-16). Precisamos ser simples, mas prudentes (Mt 10.16). Devemos ter o bom senso, e sempre em oração. Nem sempre acolhemos “anjos”. Isso não significa que devamos fechar as portas de nossas casas a quem precisa.

1.4. Tornando-se hospitaleiros

Oremos para que Deus nos encoraje a receber pessoas mesmo que as condições não sejam ideais; Estejamos atentos às oportunidades; Comecemos praticando com nossos irmãos da igreja.

2. TEMPOS DIFÍCEIS REQUEREM SERVIÇO – AÇÕES PRÁTICAS. v.10

Os evangelhos apresentam Jesus como aquele que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). Os mesmos evangelhos apresentam o conceito que quem quer ser grande que primeiro sirva, contrariando o conceito secular sobre grandeza.

Os líderes na igreja não são senhores ou dominadores. Na igreja, se não é serviço, não é poder legítimo: é despotismo, autoritarismo. Liderança na igreja é serviço. Líder da igreja é o que serve, não o que manda. A igreja é a comunidade do servo sofredor.

Em Gálatas 5.13,14 temos o mandamento para o serviço, reforçado por Pedro (v.10). Servir é, livre e espontaneamente, ou seja, por amor, realizar a favor dos irmãos qualquer serviço para seu bem-estar espiritual, físico ou mental, suprindo as necessidades reais dos outros.

Jesus é nosso exemplo, ele não deu apenas ordem. Ele se aproximou de pessoas, andou com pecadores, conversou com mulheres, curou, fez milagres, deu de comer aos famintos. É a partir de Cristo que a igreja deve se basear para cumprir sua tarefa no mundo.

Como discípulos somos exortados a testificar com palavras e ações, compartilhas o evangelho e servir aos outros conforme suas necessidades, usando os talentos, capacidades e bens materiais. Este serviço é tarefa de toda a Igreja colocando seus dons, tempo e dinheiro a serviço de todos.

O serviço está esboçado na ideia de diaconia (empenho em assistir e edificar a igreja). Este serviço é estendido para vida interna dos membros bem como sua missão no mundo. o amor deve ser demonstrado a todos, sem atentar para a posição das pessoas.

3. TEMPOS DIFÍCEIS REQUEREM CONSOLO. v.11

Este é um dever de ajuda mútua na igreja e entre amigos fora dela. Todos temos momentos ou dias de tristeza, desânimo, angústia, depressão… E é tão bom quando alguém, com sincera amizade e empatia, se achega para nos conforta e encorajar. Mas é preciso saber fazer isso.

O sentido desta recomendação aproxima-se do da expressão “exortai-vos uns aos outros”.  A distinção pode ser a seguinte:

·         Exortação” é o encorajamento de que necessita o irmão desanimado por razão de negligência espiritual e incredulidade;

·         Consolação” é o encorajamento, o conforto de que necessita o irmão desalentado e entristecido por uma provação ou sofrimento. “Consolar” é confortar, aliviar o sofrimento, suavizar a dor

O apóstolo Paulo, que foi um dos cristãos mais experimentados no sofrimento, escreveu aos cristãos Romanos: “Muito desejo ver-vos…. para que em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos” (Rm 1.11-12).

Lamentavelmente, muitos cristãos têm desconsolado ainda mais seus irmãos entristecidos tentando “consolá-los” com palavras e sabedoria próprias e não de Deus.  Limitam-se a contar suas experiências e, muitas vezes, impropriamente. 

Algumas experiências, nossas e de outros poderão ser úteis ao propósito da consolação, se usadas com bom senso, sensibilidade, empatia, no momento certo e com a intenção de ilustrar ou comprovar a Palavra de Deus e suas preciosas promessas.

Há muita gente sofrendo por aí, Deus quer usar-nos para consolá-las. Precisamos de sensibilidade, empatia, amor, algum conhecimento da Bíblia e lembrança das ocasiões em que o Senhor nos consolou! Certamente, nós também vamos precisar de consolo, em determinados momentos.

CONCLUSÃO:

O salmista declara que os momentos difíceis são passageiros (Sal 30.5). Este choro pode por não ter onde morar ou se abrigar; por uma perda que abalou e tirou a esperança.

Como igreja e discípulos de Jesus podemos ser fonte de socorro sobre aqueles que estão vivendo seus dias maus. Não podemos fechar os olhos para a realidade destas pessoas.

Devemos abrir nossas casas, servir com espírito humilde e prover o consolo. Lembremos do provérbio: “na desgraça ele se torna um irmão”.

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