6 de mai. de 2019

Família Conforme o Plano Divino



Gênesis 4.1-5
A Família Conforme o Plano Divino

INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 trata da Família no Art. 226 dizendo que ela é “a base da sociedade”, e que ela “tem especial proteção do Estado”, diz ainda que “é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher”, que “os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher” que “o planejamento familiar é livre decisão do casal”.
Quero destacar o ponto principal e que está em conformidade das Escrituras, a qual é a base e revela o plano de Deus para a formação de uma família: homem e mulher. A união entre um homem e uma mulher é o principal fundamento para a formação de uma família: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher” (Gn 2.24).
Mas a mesma Constituição aponta para algumas concessões que, a meu ver por um olhar à luz da Bíblia, são perigosas para as bases familiares, tais como: “é reconhecida a união estável”, como também “entende-se... como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes” e mais “o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.

Embora a lei facilite que a união estável seja convertida em casamento, não é isso que acontece na prática, e essa tem sido a escolha de muitos casais, deixando de lado o princípio e o compromisso do casamento civil. A meu ver a união estável é uma forma mais fácil de não se comprometer tanto com a outra pessoa numa relação conjugal.
Acho perigoso afirmar que uma “entidade familiar pode ser formada por qualquer dos pais e seus filhos”, pois pode ser uma forma de descaracterizar o tripé familiar formado por pai, mãe e filhos. Embora um homem ou uma mulher separados que cuidem dos filhos seja sim considerado uma família, isso traz traumas para todos. Esta configuração só não é tão nociva para as famílias que perdem o pai ou a mãe em caso de morte.
E por último e mais grave é a questão do divórcio que é claramente o fator que mais destrói as bases familiares nos dias de hoje. O divórcio não está no plano divino para o casal, ele afeta toda a família, pois não separa apenas os cônjuges, mas afasta pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos.
“O conceito de família sofreu mudanças ao longo da História, acompanhando a própria evolução da sociedade... O STF decidiu por equiparar a união homoafetiva à união estável... não mais se justifica a preferência do Direito por um modelo familiar em detrimento de outro, pois o conceito de família não se esgota no matrimônio”. (Renata Barros Bernando)
A mudança do conceito de família aos olhos da sociedade e lei não muda o conceito bíblico e divino sobre ela. A evolução - para pior - da sociedade não pode exigir que a família também evolua para o mal, Deus não precisa se amoldar às pessoas. Se a justiça reconhece algo, não significa que Deus concorda e se há um modelo familiar estabelecido na Palavra, é esse que devemos desenvolver em nossos lares.

1. FAMÍLIA. UNIÃO ENTRE HOMEM E MULHER. v.1
O primeiro fundamento da família é a união entre um HOMEM e uma MULHER, não podemos fugir desse modelo ou tentar muda-lo, pois foi assim que Deus o criador estabeleceu. O Gênesis é o livro não só do começo, mas também dos “modelos” deixados por Deus, desde a natureza, os astros, os animais, o ser humano e suas implicações.
Não vemos no Gênesis e por toda a Bíblia outro modelo se não a união de um homem e uma mulher. Já no capítulo 2.18 vemos a preocupação de Deus pela solidão do homem no Éden e como Ele iria resolver esta questão: “farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”. De uma costela do homem Deus fez uma mulher a qual lhe entregou.
A união do homem e da mulher segue o padrão do Gênesis no que diz respeito ao resto da criação sobre a união de macho e fêmea. Se a natureza animal não mudou, muito menos a natureza humana vai mudar, pois somos a “imagem e semelhança de Deus”. Portanto, qualquer outra proposta, principalmente a união de pessoas do mesmo sexo,  na tentativa de formar um casal a partir do qual vai nascer uma família, está fora do projeto de Deus.
Ainda no capítulo 2 vemos a ratificação deste formato divino, quando Deus determina que o “homem” deve deixar pai e mãe para se unir a sua “mulher”, esse deixar para se unir dará início a uma nova célula familiar. Vemos o reforço do projeto divino nos termos “pai e mãe” naturalmente apontam para “homem e mulher”, ambos vivendo em intimidade e sem constrangimento, pois esta é a forma natural.
Por mais que a sociedade tente implantar outros padrões para a formação conjugal e por consequência familiar, precisamos compreender que o único padrão a ser seguido é o deixado pelas escrituras. Família começa com a união de um homem e uma mulher, jamais a união de dois homens ou duas mulheres poderá substituir o projeto divino. Se a base começa frágil, o que for construído sobre ela ruirá.

2. FAMÍLIA. HOMEM E MULHER GERANDO FILHOS. v.1,2
Vimos que o casamento é a união de um homem e uma mulher, os quais decidem deixar suas casas para formarem uma nova família. É essa relação de intimidade – o que os torna uma só carne – que possibilita ao casal evoluir para o status de família. O texto afirma que Adão e Eva tiveram filhos como resultado da sua união (Gn 4.1,2,25; 5.3,4).
A geração de filhos da união de um homem e uma mulher passou a ser o padrão divino para a perpetuação das famílias, mesmo que estas tenham se afastado de Deus. Caim o filho de Adão que matou o próprio irmão também se uniu a uma mulher e gerou filhos que por sua vez geram também filhos (Gn 4.17,18).
Na ocasião do dilúvio após a corrupção da humanidade, vemos que na Arca entram ao todo oito pessoas, sendo quatro casais formados por Noé e sua esposa, e pelos três filhos dele com suas esposas (Gn 7.1,7). Quando saíram da Arca após o dilúvio, Deus os orientou a serem férteis, multiplicarem-se e encherem a terra (Gn 9.1,7). E assim foi e assim tem sido, e assim deve continuar sento.
Na formação do homem e da mulher Deus estabelece a possibilidade de perpetuação da humanidade. Homem e mulher são seres únicos em sua formação e completamente diferentes em comparação, mas que ao se unirem, reúnem todos os pré-requisitos necessários para formação da família. Nenhuma outra forma de união poderá reunir os pré-requisitos necessários para a formação de uma família.

3. FAMÍLIA. MINIMIZANDO CONFLITOS. v.3-5
A primeira família não esteve imune aos conflitos. O capítulo quatro do Gênesis escancara uma realidade que é comum a todos os lares, seja nas relações entre irmãos, que é o caso do Gênesis, ou o conflito entre os cônjuges ou entre pais e filhos. Este modelo de família composto de pai, mãe e filhos está sujeito a desavenças e desencontros.
Para minimizar alguns conflitos, o melhor a fazer é seguir os princípios divinos quanto a:
1. Determinação do Cônjuge. No A.T. o casamento consanguíneos erem proibidos (Lv 18.6-18); porém era preferido o casamentos dentro do clã familiar como Isaque e Rebeca (Gn 24.4); Jacó e Raquel (Gn 28.2) não sendo aconselhado o casamento com estrangeiros (Jz 14.3).
Hoje quando um jovem propõe no seu coração se casar e formar uma família, precisa determinar de onde virá seu cônjuge, pois uma escolha errada pode trazer sofrimentos por toda uma vida e infelicidade conjugal.
2. Escolha do Cônjuge. Geralmente no A.T. a escolha era através de arranjos feitos pelos pais que na maioria das vezes, não tinha a participação de quem iria se casar. Neste arranjo havia um preço a ser pago em dinheiro (Ex 22.16) ou em serviço (Gn 29.18-20). Fora estes havia a captura na guerra ou assaltos (Dt 21.10-14; Jz 21) ou a sedução, onde o sedutor era obrigado a se casar (Gn 34.1-4).
Fiquem tranquilos todos os solteiros e principalmente as solteiras, pois estas práticas têm mudado, embora não terminado. Hoje a melhor maneira de escolher um cônjuge é esperar em Deus em oração e dependência dEle. Muitos jovens casam errado porque não esperam em Deus, avançam etapas do namoro, não escutam os pais ou se deixam levar pelas aparências físicas sem avaliar o caráter e o nível de vida com Deus.
3. Onde Morar. Era comum a mulher deixar sua casa e ir viver com o marido no mesmo grupo familiar dele. Nos tempos da monarquia o filho depois do casamento saia de casa para estabelecer sua própria morada.
Os casais só deveriam formalizar a união depois de terem um lugar seu para morar, seja próprio ou alugado. A casa de qualquer um dos pais não é uma boa opção, nem aquele “puxadinho” nos fundos da casa dos sogros.
4. Marido e Mulher. Principalmente no A.T. o esposo era o “senhor e mestre” da esposa o que definia bem os papeis de cada um na relação. A moça era sujeita ao pai até o casamento, depois era sujeita ao marido. O homem podia se divorciar da mulher, ela não. A mulher não herdara as propriedades do marido, pois eram dos filhos. Os deveres da esposa incluíam o cuidado pelos filhos, tarefas caseiras e ajudar o marido quando necessário. A fidelidade era importante tanto para o homem como para a mulher. O papel mais importante da mulher era dar à luz filhos.
No N.T. a orientação bíblica quanto ao papel da mulher é “estar sujeita ao marido, como ao Senhor” (Ef 5.22) e o papel do marido é “amar sua esposa como Cristo amou a Igreja” (Ef 5.25). Cabe a cada um cumprir seu papel e não cobrar do outro que cumpra o papel dele. Os tempos mudam, mas os papeis na relação são eternos.
5. Pais e Filhos. O maior desejo dos casais no A.T. era terem filhos (Sl 127.3-5). O filho mais velho ocupava a posição especial, quando o pai morria ele ganhava herança dobrada e assumia a chefia da família. A prática da adoção não era descartada por parte de casais sem filhos (Gn 15.3). Quando pequenos, os filhos eram criados e educados pelas mães, mas a medida que iram crescendo, aprendiam o ofício do pai, sendo este o responsável pela educação dos rapazes, enquanto que a mãe dirigia a educação das moças. Assim, para os filhos, a mãe era tão digna de honra como o pai (Ex 20.12).
Temos inúmeros ensinamentos bíblicos no que tange a relação pais e filhos, mas isso será tema de uma ministração futura.
6. Parentes. Era muito comum no tempo bíblico o convívio bem próximo dos parentes dada a configuração familiar da época e dos laços de sangue entre os membros. Como consequência haviam desavenças que deveria ser sanadas, mas também criava-se laços de solidariedade onde uns socorriam e protegiam os outros (Rt 2.20; 3.12).
Os laços de parentesco são muito importantes ainda hoje no que diz respeito a solidariedade e socorro, porém é preciso saber manter uma relação saudável para que a influência não cause danos ao circulo mais intimo da família. Jesus disse que se estes laços nos impedem de andar com Ele em plena comunhão, os mesmos devem ser desfeitos (Mt 10.35,36; 19.29).

CONCLUSÃO:
Deus estabeleceu um plano para a família que deve ser construída a partir do projeto por Ele estabelecido, é isso que vai garantir o sustento e preservação dos nossos lares.
Não importa o que a sociedade tem dito e militado na tentativa de adaptar e mudar as bases familiares deixadas nas Escrituras. Não podemos adequar a família aos pensamentos humanos, estes devem ser render ao que a Bíblia estabelece para a família.
A base de toda família é a união entre um homem e uma mulher. Nenhuma outra configuração é biblicamente aceitável, pois vai ferir os propósitos divinos para a saúde da família.
Esta união tem muitos propósitos, dentre os quais a geração de filhos é um de suma importância. É através da procriação que o casal de completa e vive a expressão máxima de família, garantindo assim a perpetuação do projeto divino.
No que diz respeito aos conflitos, não há como evita-los, podemos minimizar e solucionar aqueles que se instalarem no decurso do tempo. Mas se seguirmos o projeto de Deus, teremos menos propensão de errar e evitar desgastes.

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