1 de ago. de 2016

Modelos de Liderança para Igreja


Texto: João 10.1-5
Tema: Os Pastores da Igreja
Título: Modelos de Liderança: Sacerdotal ou Pastoral?

Introdução:
·         Finalizamos hoje a série sobre a igreja. Já vimos os desafios da sociedade; o papel na igreja na evangelização; os aspectos para renovação; hoje falaremos sobre os pastores, ou os dois modelos de liderança que podem ser adotas pelos pastores. Semana que vem iniciaremos a última sério de 4 mensagem enfatizando o mundo, ou a missão na Igreja para com ele.
·         Para pensar em vida, missão e renovação da igreja, precisamos refletir sobre a liderança pastoral. Em linhas gerais, a igreja reflete seu pastor, por isso, o modelo pastoral vai ser refletido na forma da igreja ser, dependente ou auto-provedora.
·         Mas qual a natureza e função dos pastores, eles são: sacerdotes, profetas, pastores, facilitadores, psicoterapeutas, administradores, facilitadores, assistente social? O que você como ovelha espera que seu pastor seja? O que Deus espera que ele seja?

·         A quem diga que os pastores não são necessários hoje, a igreja estaria melhor sem eles. Outros colocam o pastor no pedestal, ou o veneram quando ele se auto promove. A quem deixa tudo para o pastor fazer, ai ele se esgota e os membros se frustram.
·         Há dois extremos a serem evitados: a dominação dos pastores sobre a igreja e a falta de submissão da igreja para com o pastor. No modelo sacerdotal o ministério é exercido em relação a Deus e em favor do povo, no modelo pastoral o ministério é exercido em relação ao povo em nome de Deus.

1. O MODELO SACERDOTAL – leva o povo a Deus (1 Pedro 2.5,9)
·         Adotado pelo romanismo, que considera o seu clero como sacerdotes, cuja função é oferecer através da missa, pela eucaristia, um sacrifício real e salvador, tal qual fez Cristo. Esta ideia não cabe no protestantismo, pois seus líderes não são chamados de sacerdotes.
·         Os líderes sacerdotes do AT exerciam um papel duplo: 1. Como sacerdotes tinham um ministério voltado para Deus, se achegavam a Ele, ofereciam sacrifícios e faziam intercessão. 2. Como pastores tinham um ministério para com o povo, cuidando do seu bem estar, ensinando a lei, abençoando em nome de Deus, julgando e tomando decisões.
·         A partir da cruz os sacrifícios físicos sessaram, os privilégios do sacerdócio com Deus foi herdado em Cristo por todos os cristãos. Juntos oferecemos em sacrifício nossos corpos, nossa oração, louvor, penitencia, nossos dons e boas obras, nossa vida a serviço e nossa evangelização. Os líderes cristãos nunca foram comparados aos sacerdotes do AT.
·         No AT os sacerdotes e os profetas se completavam, os sacerdotes levavam, pelo sacrifício, o povo a Deus; os profetas eram porta-vozes de Deus para o povo. Este duplo ministério de mediação é hoje, em essência, exercido por Cristo, não precisamos de mediadores humanos.
·         Sacerdote no NT, é uma referencia aos sacerdotes judeus, a Jesus Cristo e aos cristãos como um todo (1 Pe 2.5,9), nunca aos lideres/pastores. Infelizmente hoje alguns líderes tem praticado seu ministério cada vez mais semelhante ao modelo sacerdotal, presente no AT e exercido pelos levitas.
·         O ministério pastoral esboçado no NT evidencia a responsabilidade de cuidar e ensinar o povo de Deus, indicando que Deus quer que sua igreja tenha pastores, ou um grupo de líderes, não que o cuidar e o ensinar sejam prerrogativas só deles – é de todos os cristãos mutuamente.

2. O MODELO PASTORAL – leva Deus ao povo (João 10.1-16)
·         Mesmo que o conceito de pastor, vindo de uma imagem rural, não seja muito familiar a uma sociedade urbana, será difícil encontrar outro termo para expressar aquilo que Cristo mostrou de si mesmo, com o “bom pastor” que se compadeceu e veio salvar as ovelhas perdidas.
·         Todo ministério cristão é derivado de Cristo, Ele é o protótipo a ser imitado. A nós cabe ser servos e pastores como Ele foi. Como “subpastores”, cabe a nós conhecer e imitar os seus passos, modelando nosso ministério pelas características de Jesus, o Bom Pastor.
1. Ele guia as ovelhas (v.3,4). O pastor vai à frente e as ovelhas seguem devido ao relacionamento. O açougueiro vai atrás tocando para o matadouro. Os pastores devem guiar as pessoas de forma que seja seguro para elas seguirem, devem ser exemplo coerente e confiável, desenvolvendo uma liderança baseada no serviço e não na força.
2. Ele controla as ovelhas (v.3). O pastor exerce uma certa autoridade através do seu ministério da Palavra e do seu exemplo, exerce papel de liderança, preside uma igreja local, sendo devido a ele a obediência e a submissão (Hb 13.17). Em casos de disciplina, isso deve ser feito coletivamente, não por um único pastor.
3. Ele alimenta as ovelhas (v.9). As ovelhas precisam ter o suficiente para comer, assim as pessoas precisam da exposição fiel e sistemática da Escritura, a falta deste alimento, gera igrejas enfermas ou as faz morrer. O papel do pastor é conduzir aos bons pastos, e assim fazer com que se alimentem para maturidade e para desenvolver um ministério, não ficar dando a comida na boca.
4. Ele serve as ovelhas (v.11). Ele se dedica ao bem-estar delas e toda sua vida é dominada pelas necessidades delas. Precisam de cuidados para saúde, limpas da sujeira, fortalecer as fracas, curar as doentes, atar as feridas das machucadas, buscar as extraviadas. O pastor não deve ser mercenário, mas dar-se por elas com amor sacrificial.
5. Ele guarda as ovelhas (v.13). O maior perigo são os lobos, os mercenários fugiam, não se arriscavam, mas o bom pastor os enfrentava. Os lobos de hoje são os falsos mestres negando os fundamentos da fé, e os mercenários são os pastores infiéis. O pastor de verdade não se omite, parte para cima, enfrenta-os para expulsá-los.
6. Ele conhece as ovelhas (v.14-15). A ovelha para consumo vive pouco tempo, não cria relacionamento com o fazendeiro; a criada para lã fica aos cuidados do pastor por muitos anos, criando relação de confiança e intimidade. Jesus nos conhece e chama pelo nome. O pastor deve desenvolver relacionamento pessoal com as pessoas. Elas não são clientes, eleitores, pacientes, fregueses ou um número. Tem um nome, são únicas, precisam ser conhecidas e conhecer a seu pastor, que precisa deixar-se conhecer por elas.
7. Ele busca as ovelhas (v.16). Através do evangelismo novas ovelhas dentre os gentios são agregadas ao rebanho. Essa tarefa não é exclusiva do pastor, é também dos membros. A tarefa de buscar os perdidos e nutrir os que foram achados não se separam.

CONCLUSÃO
·         Onde há ovelhas, existe a necessidade de pastores que vão buscá-las e pastoreá-las, seguindo o exemplo de Jesus, o Bom Pastor.
·         O pastor deve evitar o modelo dos governos seculares que dominam com autoridade, mas deve servir; e evitar o modelo fariseu que buscam status e honra pessoal, mas levar as pessoas a depender de Deus, não deles.
·         O pastor deve evitar a sede de poder e prestígio. A marca essencial de liderança é a humildade, não a autoridade, serviço não senhorio.

·         O reconhecimento, apreciação ou honra que realmente importa, não são os terrenos, mas é a que Jesus lhes dará na eternidade.

STOTT, John, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo

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