Tema: Os Pastores da Igreja
Título: Modelos de Liderança:
Sacerdotal ou Pastoral?
Introdução:
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Finalizamos hoje a série sobre a igreja. Já vimos os desafios da
sociedade; o papel na igreja na evangelização; os aspectos para renovação; hoje
falaremos sobre os pastores, ou os dois modelos de liderança que podem ser adotas
pelos pastores. Semana que vem iniciaremos a última sério de 4 mensagem
enfatizando o mundo, ou a missão na Igreja para com ele.
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Para pensar em vida, missão e renovação da igreja, precisamos refletir
sobre a liderança pastoral. Em linhas gerais, a igreja reflete seu pastor, por
isso, o modelo pastoral vai ser refletido na forma da igreja ser, dependente ou
auto-provedora.
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Mas qual a natureza e função dos pastores, eles são: sacerdotes,
profetas, pastores, facilitadores, psicoterapeutas, administradores,
facilitadores, assistente social? O que você como ovelha espera que seu pastor
seja? O que Deus espera que ele seja?
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A quem diga que os pastores não são necessários hoje, a igreja estaria
melhor sem eles. Outros colocam o pastor no pedestal, ou o veneram quando ele
se auto promove. A quem deixa tudo para o pastor fazer, ai ele se esgota e os
membros se frustram.
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Há dois extremos a serem evitados: a dominação dos pastores sobre a
igreja e a falta de submissão da igreja para com o pastor. No modelo sacerdotal
o ministério é exercido em relação a Deus e em favor do povo, no modelo
pastoral o ministério é exercido em relação ao povo em nome de Deus.
1. O MODELO SACERDOTAL – leva o povo a Deus (1 Pedro
2.5,9)
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Adotado pelo romanismo, que considera o seu clero como sacerdotes, cuja
função é oferecer através da missa, pela eucaristia, um sacrifício real e
salvador, tal qual fez Cristo. Esta ideia não cabe no protestantismo, pois seus
líderes não são chamados de sacerdotes.
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Os líderes sacerdotes do AT exerciam um papel duplo: 1. Como sacerdotes
tinham um ministério voltado para Deus, se achegavam a Ele, ofereciam
sacrifícios e faziam intercessão. 2. Como pastores tinham um ministério para
com o povo, cuidando do seu bem estar, ensinando a lei, abençoando em nome de
Deus, julgando e tomando decisões.
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A partir da cruz os sacrifícios físicos sessaram, os privilégios do
sacerdócio com Deus foi herdado em Cristo por todos os cristãos. Juntos
oferecemos em sacrifício nossos corpos, nossa oração, louvor, penitencia,
nossos dons e boas obras, nossa vida a serviço e nossa evangelização. Os
líderes cristãos nunca foram comparados aos sacerdotes do AT.
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No AT os sacerdotes e os profetas se completavam, os sacerdotes
levavam, pelo sacrifício, o povo a Deus; os profetas eram porta-vozes de Deus
para o povo. Este duplo ministério de mediação é hoje, em essência, exercido
por Cristo, não precisamos de mediadores humanos.
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Sacerdote no NT, é uma referencia aos sacerdotes judeus, a Jesus Cristo
e aos cristãos como um todo (1 Pe 2.5,9), nunca aos lideres/pastores. Infelizmente
hoje alguns líderes tem praticado seu ministério cada vez mais semelhante ao
modelo sacerdotal, presente no AT e exercido pelos levitas.
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O ministério pastoral esboçado no NT evidencia a responsabilidade de
cuidar e ensinar o povo de Deus, indicando que Deus quer que sua igreja tenha
pastores, ou um grupo de líderes, não que o cuidar e o ensinar sejam
prerrogativas só deles – é de todos os cristãos mutuamente.
2. O MODELO PASTORAL – leva Deus ao povo (João
10.1-16)
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Mesmo que o conceito de pastor, vindo de uma imagem rural, não seja
muito familiar a uma sociedade urbana, será difícil encontrar outro termo para
expressar aquilo que Cristo mostrou de si mesmo, com o “bom pastor” que se
compadeceu e veio salvar as ovelhas perdidas.
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Todo ministério cristão é derivado de Cristo, Ele é o protótipo a ser
imitado. A nós cabe ser servos e pastores como Ele foi. Como “subpastores”,
cabe a nós conhecer e imitar os seus passos, modelando nosso ministério pelas
características de Jesus, o Bom Pastor.
1. Ele guia as ovelhas (v.3,4). O pastor vai à frente e as
ovelhas seguem devido ao relacionamento. O açougueiro vai atrás tocando para o
matadouro. Os pastores devem guiar as pessoas de forma que seja seguro para
elas seguirem, devem ser exemplo coerente e confiável, desenvolvendo uma
liderança baseada no serviço e não na força.
2. Ele controla as ovelhas (v.3). O pastor exerce uma certa
autoridade através do seu ministério da Palavra e do seu exemplo, exerce papel
de liderança, preside uma igreja local, sendo devido a ele a obediência e a
submissão (Hb 13.17). Em casos de disciplina, isso deve ser feito
coletivamente, não por um único pastor.
3. Ele alimenta as ovelhas (v.9). As ovelhas precisam ter o
suficiente para comer, assim as pessoas precisam da exposição fiel e
sistemática da Escritura, a falta deste alimento, gera igrejas enfermas ou as
faz morrer. O papel do pastor é conduzir aos bons pastos, e assim fazer com que
se alimentem para maturidade e para desenvolver um ministério, não ficar dando
a comida na boca.
4. Ele serve as ovelhas (v.11). Ele se dedica ao bem-estar
delas e toda sua vida é dominada pelas necessidades delas. Precisam de cuidados
para saúde, limpas da sujeira, fortalecer as fracas, curar as doentes, atar as
feridas das machucadas, buscar as extraviadas. O pastor não deve ser
mercenário, mas dar-se por elas com amor sacrificial.
5. Ele guarda as ovelhas (v.13). O maior perigo são os
lobos, os mercenários fugiam, não se arriscavam, mas o bom pastor os
enfrentava. Os lobos de hoje são os falsos mestres negando os fundamentos da
fé, e os mercenários são os pastores infiéis. O pastor de verdade não se omite,
parte para cima, enfrenta-os para expulsá-los.
6. Ele conhece as ovelhas (v.14-15). A ovelha para consumo vive
pouco tempo, não cria relacionamento com o fazendeiro; a criada para lã fica
aos cuidados do pastor por muitos anos, criando relação de confiança e
intimidade. Jesus nos conhece e chama pelo nome. O pastor deve desenvolver relacionamento
pessoal com as pessoas. Elas não são clientes, eleitores, pacientes, fregueses
ou um número. Tem um nome, são únicas, precisam ser conhecidas e conhecer a seu
pastor, que precisa deixar-se conhecer por elas.
7. Ele busca as ovelhas (v.16). Através do evangelismo
novas ovelhas dentre os gentios são agregadas ao rebanho. Essa tarefa não é
exclusiva do pastor, é também dos membros. A tarefa de buscar os perdidos e
nutrir os que foram achados não se separam.
CONCLUSÃO
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Onde há ovelhas, existe a necessidade de pastores que vão buscá-las e
pastoreá-las, seguindo o exemplo de Jesus, o Bom Pastor.
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O pastor deve evitar o modelo dos governos seculares que dominam com
autoridade, mas deve servir; e evitar o modelo fariseu que buscam status e
honra pessoal, mas levar as pessoas a depender de Deus, não deles.
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O pastor deve evitar a sede de poder e prestígio. A marca essencial de
liderança é a humildade, não a autoridade, serviço não senhorio.
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O reconhecimento, apreciação ou honra que realmente importa, não são os
terrenos, mas é a que Jesus lhes dará na eternidade.
STOTT, John, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo

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