17 de set. de 2014

Rique Sem Deus é a Maior Pobreza


Texto: Tiago 5.1-6
Tema: Condenação à Riqueza
Título: Riqueza sem Deus é a Maior Pobreza

Introdução:
·         Este texto está relacionado ao Cap. 4.13-17 seja pelo estilo quanto pelo conteúdo, ambos condenam a busca de riquezas que não leve em consideração Deus e seus propósitos na história.
·         Diante de um cumprimento em relação ao fim dos tempos, o texto se une com Cap. 5.7-11, desta forma temos o texto de 4.13-17 é dirigido tanto para a igreja quanto para o mundo, 5.1-6 é dirigido para os não-cristãos e 5.7-11 é dirigido para cristãos.
·        
As pessoas ricas retratadas são claramente prósperas proprietárias de terras, uma classe acusada de exploração econômica e opressão.
·         No ambiente interno da igreja trata-se de senhores de terras judeus palestinos, que possuíam grandes áreas e estavam preocupados com o lucro que podiam obter.
·         Tiago anuncia sua condenação aos ricos proprietários (v.1), pois egoistamente acumulavam riquezas (v.2,3), enganando seus trabalhadores (v.4), levando uma vida de extravagancias (v.5) e oprimindo o justo (v.6).
·         Para os cristãos esta condenação aos ricos servia para não invejarem as riquezas dos incrédulos e suportar com paciência os males, pois Deus irá fazer justiça a eles.

1. A CONDENAÇÃO AOS RICOS OPRESSORES. v.1
·         Tiago fala num tom dos profetas do AT, onde “chorai e lamentai” frequentemente descreviam a reação dos perversos quanto à chegada o dia do Senhor (Isaías 13.6, 15.3) para o dia de julgamento.
·         Isto mostra que as “desgraças que virão” não se referem a um sofrimento terreno, temporário, afinal eles viviam no conforto da riqueza, mas é uma referencia à condenação e punição que Deus irá impor a eles no dia do julgamento.
·         Essa denúncia que Tiago faz contra os ricos, retoma e amplia o tema da preocupação de Deus com o pobre, tão presente na Lei de Moisés. Ao longo dos anos os israelitas ricos e poderosos oprimiam e tiravam vantagens do pobre.
·         Jesus falou muito sobre os perigos da riqueza, em Lucas 6.24,25 ele pronuncia um “ai” sobre os ricos, advertindo-os de que o bem estar deste mundo seria substituído por sofrimento no mundo vindouro.
·         Não podemos cair no erro de pensar que os ricos serão condenados pelo fato de serem ricos, o que a Bíblia diz é que esta condenação se dá pelo mau uso da riqueza evidente nos pecados que eles desenvolvem.

2. A INUTILIDADE DOS BENS MUNDANOS. v.2,3
·         Estes bens foram adquiridos com tanto cuidado, sendo destacado três modalidades de riquezas comuns da época: riquezas (referencia às colheitas), roupas, ouro e prata, uma prosperidade material completa.
·         Esta riqueza estava “podre” referindo-se à decadência ou transitoriedade dos esforços humanos, “roídas pela traça” destacando o quão passageiro são os tesouros desta terra, a “ferrugem do ouro e prata” mostra o quão temporário são até os metais mais valiosos.
·         Isto mostra a insensatez de se confiar em bens materiais perecíveis, e que a destruição deles no dia do juízo é tão certa que já pode ser descrita no presente. Elas não têm benefício espiritual no presente nem terão no futuro.
·         Essas riquezas serão testemunhas contra seus possuidores atestando sua culpa, pois eles concentraram-se no acúmulo de tesouros terrenos, excluindo o tesouro celestial, mostrando a que está dedicado seus corações (Mat 6.19-21).
·         Além disso, este acúmulo de bens de nada servia para ajudar os pobres (Lucas 12.33), e assim é errado, pois demonstra falsas prioridades e priva da própria vida outras pessoas que deixam de ser assistidas nas necessidades.

3. A FRAUDE NO PAGAMENTO DOS TRABALHADORES. v.4
·         Nesta época havia uma concentração cada vez maior de terras nas mãos de um pequeno grupo rico, assim os homens do campo foram forçados a se tornar empregados dos ricos.
·         Dentro desta perspectiva, o pagamento deveria ser feito no mesmo dia (Mateus 20.1-16, Deut. 24.14,15). Este pagamento imediato garantia o sustento da família do empregado.
·         Isso não era exagero, pois como não havia crédito, a falta de pagamento aos trabalhadores poderia de imediato, colocar em risco a própria vida.

·         Agindo assim, os ricos não se darão bem com o pecado deles. A semelhança do sangue de Abel que clama desde a terra, os salários retidos clamam a Deus por justiça e defesa.
·         Quando a injustiça cometida é colocada diante de Deus, Ele é santo, poderoso e pronto a julgar aqueles que desrespeitam seus mandamentos.

4. A VIDA DE LUXO, EGOÍSMO E INDIFERENÇA. v.5
·         Esses ricos têm vivido em “delícias, satisfazendo prazeres”, o que revela pessoas que não se importam com seus próprios erros, assim como o povo de Sodoma que descansava na sua tranquilidade.
·         A semelhança de 2 Pedro 2.13 eles estão “festejando” em pleno dia “sobre a terra”, o que é um contraste com o tormento que os aguarda na eternidade (Lucas 16.25).
·         É devido a este esquema de inversão de valores que estão “engordando o coração” enquanto os pobres sofrem muito. Está prática egoísta e arrogante dos ricos vai continuar até o dia do julgamento de Deus.
·         O mais triste é que esses últimos dias já haviam começado, o julgamento podia acontecer a qualquer momento, mesmo assim os ricos continuam com sua arrogância egoísta, aumento assim sua culpa.

5. A CONDENAÇÃO E MORTE DO JUSTO. v.6
·         O justo era a maneira de descrever o homem perseguido pelos ricos. Este justo é “pobre e necessitado” e espera em Deus seu livramento.
·         A expressão “matar o justo” é uma forma de descrever os excessos do rico que decide em não dividir seus bens nem de pagar os salários de seus empregados, chegando até a confiscar suas terras fraudando processos legais.
·         Esta prática era totalmente injusta pois, mesmo que os oprimidos quisessem, não poderiam promover qualquer tipo de retaliação ou de resistência contra aquela realidade.
·         E assim Tiago conclui com grande sensibilidade expondo que o justo não está resistindo ao rico opressor, sua esperança de resgate está depositada em Deus e no seu poder.

CONCLUSÃO:
·         A única maneira de conciliar a riqueza com a não condenação é ser generoso. A generosidade faz de nós senhores sobre a riqueza e não o contrário.
·         Mesmo possuindo muitos bens, devemos entender que eles em nada nos beneficiarão na eternidade. Por isso precisamos acumular tesouros nos céus.
·         Mesmo tendo muito sempre sentimos falta de algo, imagina aquele que tem pouco e deixa de receber o lhe é direito? Pague a quem você está devendo.

·         Um estilo de vida luxuoso e indiferente ao meu próximo demonstra o egoísmo e conduz à condenação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário