Texto: Tiago 5.1-6
Tema: Condenação à Riqueza
Título: Riqueza sem Deus é a Maior
Pobreza
Introdução:
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Este texto está relacionado ao Cap. 4.13-17 seja pelo estilo quanto
pelo conteúdo, ambos condenam a busca de riquezas que não leve em consideração
Deus e seus propósitos na história.
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Diante de um cumprimento em relação ao fim dos tempos, o texto se une
com Cap. 5.7-11, desta forma temos o texto de 4.13-17 é dirigido tanto para a
igreja quanto para o mundo, 5.1-6 é dirigido para os não-cristãos e 5.7-11 é dirigido
para cristãos.
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As pessoas ricas retratadas são claramente prósperas proprietárias de
terras, uma classe acusada de exploração econômica e opressão.
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No ambiente interno da igreja trata-se de senhores de terras judeus
palestinos, que possuíam grandes áreas e estavam preocupados com o lucro que
podiam obter.
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Tiago anuncia sua condenação aos ricos proprietários (v.1), pois
egoistamente acumulavam riquezas (v.2,3), enganando seus trabalhadores (v.4),
levando uma vida de extravagancias (v.5) e oprimindo o justo (v.6).
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Para os cristãos esta condenação aos ricos servia para não invejarem as
riquezas dos incrédulos e suportar com paciência os males, pois Deus irá fazer
justiça a eles.
1. A CONDENAÇÃO AOS RICOS
OPRESSORES. v.1
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Tiago fala num tom dos profetas do AT, onde “chorai e lamentai” frequentemente descreviam a reação dos perversos
quanto à chegada o dia do Senhor (Isaías
13.6, 15.3) para o dia de julgamento.
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Isto mostra que as “desgraças que
virão” não se referem a um sofrimento terreno, temporário, afinal eles
viviam no conforto da riqueza, mas é uma referencia à condenação e punição que
Deus irá impor a eles no dia do julgamento.
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Essa denúncia que Tiago faz contra os ricos, retoma e amplia o tema da
preocupação de Deus com o pobre, tão presente na Lei de Moisés. Ao longo dos
anos os israelitas ricos e poderosos oprimiam e tiravam vantagens do pobre.
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Jesus falou muito sobre os perigos da riqueza, em Lucas 6.24,25 ele pronuncia um “ai” sobre os ricos, advertindo-os
de que o bem estar deste mundo seria substituído por sofrimento no mundo
vindouro.
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Não podemos cair no erro de pensar que os ricos serão condenados pelo
fato de serem ricos, o que a Bíblia diz é que esta condenação se dá pelo mau
uso da riqueza evidente nos pecados que eles desenvolvem.
2. A INUTILIDADE DOS BENS
MUNDANOS. v.2,3
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Estes bens foram adquiridos com tanto cuidado, sendo destacado três
modalidades de riquezas comuns da época: riquezas (referencia às colheitas), roupas,
ouro
e prata, uma prosperidade material completa.
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Esta riqueza estava “podre”
referindo-se à decadência ou transitoriedade dos esforços humanos, “roídas pela traça” destacando o quão
passageiro são os tesouros desta terra, a “ferrugem
do ouro e prata” mostra o quão temporário são até os metais mais valiosos.
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Isto mostra a insensatez de se confiar em bens materiais perecíveis, e
que a destruição deles no dia do juízo é tão certa que já pode ser descrita no
presente. Elas não têm benefício espiritual no presente nem terão no futuro.
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Essas riquezas serão testemunhas contra seus possuidores atestando sua
culpa, pois eles concentraram-se no acúmulo de tesouros terrenos, excluindo o
tesouro celestial, mostrando a que está dedicado seus corações (Mat 6.19-21).
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Além disso, este acúmulo de bens de nada servia para ajudar os pobres (Lucas 12.33), e assim é errado, pois
demonstra falsas prioridades e priva da própria vida outras pessoas que deixam
de ser assistidas nas necessidades.
3. A FRAUDE NO PAGAMENTO DOS
TRABALHADORES. v.4
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Nesta época havia uma concentração cada vez maior de terras nas mãos de
um pequeno grupo rico, assim os homens do campo foram forçados a se tornar
empregados dos ricos.
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Dentro desta perspectiva, o pagamento deveria ser feito no mesmo dia (Mateus 20.1-16, Deut. 24.14,15). Este
pagamento imediato garantia o sustento da família do empregado.
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Isso não era exagero, pois como não havia crédito, a falta de pagamento
aos trabalhadores poderia de imediato, colocar em risco a própria vida.
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Agindo assim, os ricos não se darão bem com o pecado deles. A semelhança
do sangue de Abel que clama desde a terra, os salários retidos clamam a Deus
por justiça e defesa.
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Quando a injustiça cometida é colocada diante de Deus, Ele é santo,
poderoso e pronto a julgar aqueles que desrespeitam seus mandamentos.
4. A VIDA DE LUXO, EGOÍSMO E
INDIFERENÇA. v.5
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Esses ricos têm vivido em “delícias,
satisfazendo prazeres”, o que revela pessoas que não se importam com seus
próprios erros, assim como o povo de Sodoma que descansava na sua
tranquilidade.
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A semelhança de 2 Pedro 2.13
eles estão “festejando” em pleno dia
“sobre a terra”, o que é um contraste
com o tormento que os aguarda na eternidade (Lucas 16.25).
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É devido a este esquema de inversão de valores que estão “engordando o coração” enquanto os pobres
sofrem muito. Está prática egoísta e arrogante dos ricos vai continuar até o
dia do julgamento de Deus.
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O mais triste é que esses últimos dias já haviam começado, o julgamento
podia acontecer a qualquer momento, mesmo assim os ricos continuam com sua
arrogância egoísta, aumento assim sua culpa.
5. A CONDENAÇÃO E MORTE DO
JUSTO. v.6
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O justo era a maneira de descrever o homem perseguido pelos ricos. Este
justo é “pobre e necessitado” e
espera em Deus seu livramento.
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A expressão “matar o justo” é
uma forma de descrever os excessos do rico que decide em não dividir seus bens
nem de pagar os salários de seus empregados, chegando até a confiscar suas
terras fraudando processos legais.
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Esta prática era totalmente injusta pois, mesmo que os oprimidos quisessem,
não poderiam promover qualquer tipo de retaliação ou de resistência contra
aquela realidade.
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E assim Tiago conclui com grande sensibilidade expondo que o justo não
está resistindo ao rico opressor, sua esperança de resgate está depositada em
Deus e no seu poder.
CONCLUSÃO:
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A única maneira de conciliar a riqueza com a não condenação é ser
generoso. A generosidade faz de nós senhores sobre a riqueza e não o contrário.
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Mesmo possuindo muitos bens, devemos entender que eles em nada nos
beneficiarão na eternidade. Por isso precisamos acumular tesouros nos céus.
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Mesmo tendo muito sempre sentimos falta de algo, imagina aquele que tem
pouco e deixa de receber o lhe é direito? Pague a quem você está devendo.
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Um estilo de vida luxuoso e indiferente ao meu próximo demonstra o egoísmo
e conduz à condenação.
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