Texto: Tiago 2.14-26
Tema: Sobre Fé e Obras
Titulo: A Verdadeira Fé Produz
Obras
Introdução:
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Este texto é o ponto alto do apelo por uma “religião pura” que se
justifica na ação, tema que é a grande preocupação de Tiago. A igreja tinha uma
fé que se resumia a uma confissão verbal, ou seja, uma fé da boca pra fora.
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Diante disso ele nos apresenta três questionamentos:
o Há vantagem na fé sem obras?
(v.14,16).
o A fé não ativa pode salvar
alguém? (v.14)
o Que proveito há na fé que
não estende a mão ao necessitado? (v.16)
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Temos diante de nós uma união inseparável entre fé e obras. Paulo cita
“as obras” referindo-se as obras da lei, a observância legalista dos rituais
judaicos; Tiago se refere “às obras” para refletir os atos de amor e
misericórdia praticados pelos cristãos em cumprimento da lei do amor.
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Um ponto comum entre eles é que “obras” são “atos praticados em
obediência a Deus”, a diferença está no contexto em que as obras são
praticadas.
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Paulo nega que as obras possam ter algum valor em nos colocar num relacionamento
com Deus; Tiago insiste em que, uma vez estabelecido o relacionamento, as obras
são essenciais.
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A diferença entre Paulo e Tiago está na sequencia das obras e da
conversão. Paulo está negando a eficácia de obras praticadas antes da
conversão, mas Tiago está apelando à necessidade absoluta de obras praticadas
depois dela.
1. A FÉ QUE É CONDENADA
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É a fé que consiste somente em palavras. Este tipo de fé “sem as obras”
(atitudes de obediência), que quando confrontada pela necessidade nada faz.
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Essa fé é considerada por Tiago como:
o Morta (v.17,26). Quando a fé é
apenas expressa em palavras e não é acompanhada de ações que correspondem a
elas. Uma fé que se evidencia apenas da boca pra fora, para Tiago é morta.
o Inoperante (v.20). O contraste não é
entre fé e obras, mas entre fé “com obras” e fé “sem obras”. A fé sem obras é
igual a um corpo sem espírito, sem vida. É uma fé vazia que não passa de
informações sobre Deus, tal como a dos demônios.
o Sem poder pra salvar (v.14) ou justificar
(v.24). Essa suposta fé que não é vista através das obras, não vai ser operante
a ponto de produzir os frutos do arrependimento para salvação. A fé que não
produz a salvação também não produz obras.
2. A FÉ QUE É EXALTADA
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Já a fé que ele possui é bem diferente, é uma fé real:
o É acompanhada de obras (v.14-17). Tiago não é
contra a fé e a favor das obras. A questão é que para Tiago a fé não pode ser
estéril, que não produza nada. A fé genuína que agrada a Deus vem acompanhada
de frutos, as obras.
o É consumada pelas obras (v.22). A fé é a “ação”
decisiva que conduz à justificação. Mas a “ação” deixa a marca de sua
ocorrência – as obras. A fé não pode ser confundida com obras, mas também não
pode ser separada delas. As obras são a coroação da fé que é verbalmente
professada.
o Opera juntamente com as
obras
(v.22). O que Tiago quer mostrar é que a fé não trabalha sozinha, ela precisa
de uma companhia inseparável, as obras. Pois assim uma completa e dá
credibilidade a outra.
3. A FÉ QUE É EXEMPLIFICADA
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O primeiro exemplo é Abraão. Em Genesis 15.6 Deus faz uma
aliança com ele. Com base nesta aliança ele ficou conhecido como “pai da fé”.
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Deus pede a Abraão que ofereça em sacrifício seu filho Isaque o que é a
sua maior “obra” que expressou sua fé, que o fez digno da aceitação por parte
de Deus.
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O outro exemplo é Raabe. Uma estrangeira que conheceu
os feitos do Senhor e assim passou a ter fé nEle. Foi baseada nesta fé que ela
acolheu e escondeu os emissários israelitas, praticando assim uma grande obra
de hospitalidade e cuidado demonstrando sua fé.
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Abraão o herói da fé e pai de Israel amplamente aclamado é comparado
com a mulher pagã de baixa reputação. Mas tanto o patriarca quanto a prostituta
são declarados justos com base nas obras que provinham da fé que possuíam.
CONCLUSÃO:
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A chave para entender essa relação entre fé e obras “não é que as obras
devem ser acrescentadas à fé, mas que
a fé genuína as inclui, faz parte de
sua natureza”.
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Sem este tipo de fé operante, o cristianismo torna-se uma ortodoxia
estéril e perde todo o direito de ser chamado de fé.
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A fé genuína está sempre viva e ativa. Para esta fé é impossível não
praticar coisas boas sem cessar. Não pede se as boas obras devem ser
realizadas, ela já realizou e continua a praticá-la.
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Portanto, qualquer pessoa que não pratica tais obras é uma descrente.
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