25 de set. de 2013

Estar com a Igreja, mas não Pertencer à Igreja


Texto: Esdras 2.59-62
Tema: Necessidade de Posicionamento Espiritual
Título: “Estar com a Igreja, mas não Pertencer à Igreja”

Introdução:
·         O texto de Esdras nos apresenta uma oportunidade de reconstrução. No capítulo 1 vemos Deus levantando o “agente” da reconstrução, Ciro o governador da Pérsia. Vemos o “chamado para aqueles que quisessem” fazer parte deste processo. E por último, “os recursos necessários” para a realização do trabalho.
·         Vale a pena lembrar que este povo estava longe de sua terra fazia 70 anos. Neste período muitas coisas aconteceram: famílias foram separadas; bens foram perdidos; novos relacionamentos foram contraídos; uma nova vida havia começado em meio a um povo e uma cultura que eles não conheciam (Jer 29.5-7).
·         Mas agora era hora de voltar, e o cap. 2 registra a lista dos que se dispuseram a acompanhar Zorobabel neste primeiro regresso (v.1,2). Ao todo foram 42.360, mais 7.330 servos e 200 cantores. Porém um grupo de 652 que não puderam provar que eram descendentes de Israel.
·         É esta realidade que vivemos hoje, muitos estão com o povo de Deus, mas não pertencem ao povo. Usufruem das bênçãos do Senhor, mas não vivem na presença deste Senhor. Algumas questões para refletirmos sobre isso:

1. DEUS TEM UM COMPROMISSO COM SEU POVO – Ex. 13.17, 16.1-3, 17.1-3
·         Na saída do Egito, muitos se infiltraram no meio do povo para fugir da escravidão. Já na primeira dificuldade, há uma grande possibilidade de ter sido estes infiltrados os primeiros a reclamar a fata de comida e água.
·         Deus assumiu um compromisso de levar seu povo para a terra que mana leite e mel, ou seja uma terra de fartura. Quem não gostaria de poder usufruir desta fartura também? Por isso acredito que muitas pessoas que não eram israelitas, acabaram saindo junto e participando das bênçãos.
·         Durante todo o período do deserto, comendo o maná, bebendo da água da rocha, sendo protegido pela nuvem durante o dia e guiados pela coluna de fogo a noite. Deus exercendo o seu compromisso com seu povo e com todos que estavam com eles.
·         Hoje a Igreja é o povo de Deus, o seu corpo. E o compromisso de Deus para conosco continua o mesmo (Efésios 5.32), Deus cuidando e provendo para seu povo tudo que precisa. Deus amando, purificando, protegendo aqueles que comprou com seu sangue. Quem não quer estar no meio deste povo?
·         Sou levado a crer que devido aos compromissos que Deus firmou com seu povo, muitos acabam se juntando a este povo para também serem abençoados com as bênçãos que Cristo tem para sua Igreja.

2. DEUS ORDENA O DOMÍNIO DO SEU POVO – Josué 9.9
·         Temos aqui outro relato muito interessante. Josué está conquistando as cidades em Canaã. Já derrotou Jericó e Ai. Com medo do domínio que eles começaram a estabelecer, os gibeonitas de uma forma fraudulenta procuram fazer um acordo com Josué para não serem destruídos (v.3-4).
·         Devido ao acordo de paz que haviam feito (v.15), eles não podiam ser mortos (v.18), a única solução que sobrou para Josué foi de torna-los escravos (v.27). Na ótica de Israel foi um mal negócio pois eles acabam dando trabalho para Josué (cap.10).
·         Mas na ótica dos gibeonitas foi um bom negócio, pois além de não serem mortos, agora eles passaram a morar no meio do Povo de Deus e eram de uma certa forma cuidado por ele.
·         Esta é a realidade que muitos vivem agora. Estar com a Igreja é além de tudo uma forma de proteção e cuidado (muitos que saem do crime vem para Igreja com este propósito). A Igreja oferece cesta básica, em alguns momentos ajuda a pagar conta de água e luz. Quando passa por alguma necessidade, a Igreja se reúne e faz uma oferta.
·         Estar participando do domínio que é atribuído ao povo do Deus é uma situação muito confortável para muitos, e por isso eles querem estar com a Igreja. E fazem bem, pois Deus nos chama para governar. Mas o nosso governo final será na eternidade, onde só estarão os verdadeiramente regenerados e salvos (1 Coríntios 6.2).

3. . DEUS É QUEM CONHECE A INTENÇÃO DO SEU POVO – Mateus 7.15-23
·         A real intenção do coração do homem é só o Deus quem conhece. Nós apenas podemos ter uma noção das motivações pelas quais as pessoas buscam a Deus. Até o trabalhar para Deus muitas vezes não é com as intenções corretas.
·         No texto Jesus diz que muitos dos que profetizavam, expulsavam demônios, faziam milagres, ou seja, trabalham em nome e para Deus, não eram reconhecidos por Ele. Podiam ser pessoas notórias na sociedade, pessoas conhecidas nos círculos cristãos, mas estranhas para Deus.
·         Qual a real intenção de muitos que estão hoje na Igreja? Talvez o jovem quer arrumar uma namorada. Talvez o homem de negócios quer sucesso profissional. Talvez a mulher quer alguém que se compadeça de sua realidade. Ou pode ser simplesmente medo de ir para o inferno, ou medo do diabo.
·         O verdadeiro povo de Deus se relaciona por necessidade. Se relaciona sem interesses. Está na Igreja por amor a Cristo e á sua Palavra. Vive de tal forma que essa comunhão seja o mais importante para ele.

4. DEUS É QUEM FAZ A SEPARAÇÃO DO SEU POVO – Mateus 13.24-30
·         Nesta parábola Jesus nos ensina sobre o tempo da separação entre o seu povo e aqueles que não o povo dEle. O contraste entre o homem e o inimigo, a boa semente e o joio é o contraste entre a Igreja e as pessoas que são a Igreja.
·         A lição aqui é bem simples, nós não podemos humanamente  fazer a separação entre trigo e joio. Mesmo que queiramos, mesmo que pelos frutos podemos reconhecer o joio, o direito de arrancar é atribuído a Deus apenas.
·         Hoje há muitas pessoas que estão querendo, no lugar de Deus, fazer a “purificação” da Igreja pelas próprias mãos. Ao tomar esta atitude, acabam arrancando além do joio, muito do trigo que o Senhor tem feito crescer em nossas plantações.
·         Mesmo que parece estranho, a recomendação do Senhor é deixar crescer juntos o joio e o trigo. Isso não é irresponsabilidade, mas uma forma de provar a verdadeira essência de cada um. Quando chega a hora da frutificação o joio se distingue do trigo.
·         Na hora da colheita final, o Senhor vai fazer a separação, o trigo vai ser acolhido no celeiro, e o joio será lançado no fogo (v.30). Embora possam coexistir por toda uma vida, chegará o dia da separação.

CONCLUSÃO:
·         Poderia relacionar muitas outras ocasiões onde este princípio é apresentado para nós. Mas quero terminar dizendo que aqueles que não tinham seus nomes escritos nos registros, não puderam fazer parte deste processo de reconstrução.
·         Semelhante a isso em Apocalipse 20.11-15 lemos sobre o juízo final, lemos no v.15 que “todo aquele que não se achou inscrito no livro da vida foi jogado no lago de fogo”. Aqueles que de fato não pertenciam ao povo de Deus, foram de uma forma final, separados.
·         Estar no meio do povo de Deus não é garantia de pertencer a ele. Somente uma entrega pessoal e real, somente a confissão dos pecados e reconhecimento de Jesus como único salvador e um processo de novo nascimento, habilita uma pessoa a pertencer ao povo de Deus (João 1.12).

·         Sendo este o seu caso, não se contente em apenas estar no meio do povo, passe a ser o povo de Deus. Entregue sua vida a Jesus.
Pr. Elias Colombeli

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