Texto: Esdras 2.59-62
Tema: Necessidade de
Posicionamento Espiritual
Título: “Estar com a Igreja, mas
não Pertencer à Igreja”
Introdução:
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O texto de Esdras nos apresenta uma oportunidade de reconstrução. No
capítulo 1 vemos Deus levantando o “agente” da reconstrução, Ciro o governador
da Pérsia. Vemos o “chamado para aqueles que quisessem” fazer parte deste
processo. E por último, “os recursos necessários” para a realização do
trabalho.
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Vale a pena lembrar que este povo estava longe de sua terra fazia 70 anos.
Neste período muitas coisas aconteceram: famílias foram separadas; bens foram
perdidos; novos relacionamentos foram contraídos; uma nova vida havia começado
em meio a um povo e uma cultura que eles não conheciam (Jer 29.5-7).
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Mas agora era hora de voltar, e o cap. 2 registra a lista dos que se
dispuseram a acompanhar Zorobabel neste primeiro regresso (v.1,2). Ao todo
foram 42.360, mais 7.330 servos e 200 cantores. Porém um grupo de 652 que não
puderam provar que eram descendentes de Israel.
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É esta realidade que vivemos hoje, muitos estão com o povo de Deus, mas
não pertencem ao povo. Usufruem das bênçãos do Senhor, mas não vivem na
presença deste Senhor. Algumas questões para refletirmos sobre isso:
1. DEUS TEM UM COMPROMISSO
COM SEU POVO – Ex. 13.17, 16.1-3, 17.1-3
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Na saída do Egito, muitos se infiltraram no meio do povo para fugir da
escravidão. Já na primeira dificuldade, há uma grande possibilidade de ter sido
estes infiltrados os primeiros a reclamar a fata de comida e água.
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Deus assumiu um compromisso de levar seu povo para a terra que mana
leite e mel, ou seja uma terra de fartura. Quem não gostaria de poder usufruir
desta fartura também? Por isso acredito que muitas pessoas que não eram
israelitas, acabaram saindo junto e participando das bênçãos.
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Durante todo o período do deserto, comendo o maná, bebendo da água da
rocha, sendo protegido pela nuvem durante o dia e guiados pela coluna de fogo a
noite. Deus exercendo o seu compromisso com seu povo e com todos que estavam
com eles.
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Hoje a Igreja é o povo de Deus, o seu corpo. E o compromisso de Deus
para conosco continua o mesmo (Efésios 5.32), Deus cuidando e provendo para seu
povo tudo que precisa. Deus amando, purificando, protegendo aqueles que comprou
com seu sangue. Quem não quer estar no meio deste povo?
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Sou levado a crer que devido aos compromissos que Deus firmou com seu
povo, muitos acabam se juntando a este povo para também serem abençoados com as
bênçãos que Cristo tem para sua Igreja.
2. DEUS ORDENA O DOMÍNIO
DO SEU POVO – Josué 9.9
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Temos aqui outro relato muito interessante. Josué está conquistando as
cidades em Canaã. Já derrotou Jericó e Ai. Com medo do domínio que eles
começaram a estabelecer, os gibeonitas de uma forma fraudulenta procuram fazer
um acordo com Josué para não serem destruídos (v.3-4).
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Devido ao acordo de paz que haviam feito (v.15), eles não podiam ser
mortos (v.18), a única solução que sobrou para Josué foi de torna-los escravos
(v.27). Na ótica de Israel foi um mal negócio pois eles acabam dando trabalho
para Josué (cap.10).
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Mas na ótica dos gibeonitas foi um bom negócio, pois além de não serem
mortos, agora eles passaram a morar no meio do Povo de Deus e eram de uma certa
forma cuidado por ele.
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Esta é a realidade que muitos vivem agora. Estar com a Igreja é além de
tudo uma forma de proteção e cuidado (muitos que saem do crime vem para Igreja
com este propósito). A Igreja oferece cesta básica, em alguns momentos ajuda a
pagar conta de água e luz. Quando passa por alguma necessidade, a Igreja se
reúne e faz uma oferta.
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Estar participando do domínio que é atribuído ao povo do Deus é uma
situação muito confortável para muitos, e por isso eles querem estar com a
Igreja. E fazem bem, pois Deus nos chama para governar. Mas o nosso governo
final será na eternidade, onde só estarão os verdadeiramente regenerados e
salvos (1 Coríntios 6.2).
3. . DEUS É QUEM CONHECE A INTENÇÃO
DO SEU POVO – Mateus 7.15-23
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A real intenção do coração do homem é só o Deus quem conhece. Nós
apenas podemos ter uma noção das motivações pelas quais as pessoas buscam a
Deus. Até o trabalhar para Deus muitas vezes não é com as intenções corretas.
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No texto Jesus diz que muitos dos que profetizavam, expulsavam
demônios, faziam milagres, ou seja, trabalham em nome e para Deus, não eram
reconhecidos por Ele. Podiam ser pessoas notórias na sociedade, pessoas
conhecidas nos círculos cristãos, mas estranhas para Deus.
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Qual a real intenção de muitos que estão hoje na Igreja? Talvez o jovem
quer arrumar uma namorada. Talvez o homem de negócios quer sucesso profissional.
Talvez a mulher quer alguém que se compadeça de sua realidade. Ou pode ser
simplesmente medo de ir para o inferno, ou medo do diabo.
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O verdadeiro povo de Deus se relaciona por necessidade. Se relaciona
sem interesses. Está na Igreja por amor a Cristo e á sua Palavra. Vive de tal
forma que essa comunhão seja o mais importante para ele.
4. DEUS É QUEM FAZ A SEPARAÇÃO
DO SEU POVO – Mateus 13.24-30
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Nesta parábola Jesus nos ensina sobre o tempo da separação entre o seu
povo e aqueles que não o povo dEle. O contraste entre o homem e o inimigo, a
boa semente e o joio é o contraste entre a Igreja e as pessoas que são a
Igreja.
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A lição aqui é bem simples, nós não podemos humanamente fazer a separação entre trigo e joio. Mesmo
que queiramos, mesmo que pelos frutos podemos reconhecer o joio, o direito de
arrancar é atribuído a Deus apenas.
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Hoje há muitas pessoas que estão querendo, no lugar de Deus, fazer a
“purificação” da Igreja pelas próprias mãos. Ao tomar esta atitude, acabam
arrancando além do joio, muito do trigo que o Senhor tem feito crescer em
nossas plantações.
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Mesmo que parece estranho, a recomendação do Senhor é deixar crescer
juntos o joio e o trigo. Isso não é irresponsabilidade, mas uma forma de provar
a verdadeira essência de cada um. Quando chega a hora da frutificação o joio se
distingue do trigo.
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Na hora da colheita final, o Senhor vai fazer a separação, o trigo vai
ser acolhido no celeiro, e o joio será lançado no fogo (v.30). Embora possam
coexistir por toda uma vida, chegará o dia da separação.
CONCLUSÃO:
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Poderia relacionar muitas outras ocasiões onde este princípio é
apresentado para nós. Mas quero terminar dizendo que aqueles que não tinham
seus nomes escritos nos registros, não puderam fazer parte deste processo de
reconstrução.
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Semelhante a isso em Apocalipse 20.11-15 lemos sobre o juízo final,
lemos no v.15 que “todo aquele que não se achou inscrito no livro da vida foi
jogado no lago de fogo”. Aqueles que de fato não pertenciam ao povo de Deus,
foram de uma forma final, separados.
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Estar no meio do povo de Deus não é garantia de pertencer a ele.
Somente uma entrega pessoal e real, somente a confissão dos pecados e
reconhecimento de Jesus como único salvador e um processo de novo nascimento,
habilita uma pessoa a pertencer ao povo de Deus (João 1.12).
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Sendo este o seu caso, não se contente em apenas estar no meio do povo,
passe a ser o povo de Deus. Entregue sua vida a Jesus.
Pr. Elias Colombeli
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