Texto: Jeremias 24.6,7
Tema: O Bom, Nem Sempre é o Melhor.
Introdução:
1. Esse texto me faz lembrar a história do homem sem experiência que foi apostar em rinha de galos. Chegando ao local pediu a uma pessoa: qual é o galo bom? A pessoa apontou e disse: é este aqui. Então o homem aposta tudo naquele galo. Começada a rinha, o seu galo perdeu e feio, então ele protestou para quem lhe havia indicado dizendo: você não me disse que este era o galo bom? A que o outro responde: sim este é o bom, mas o outro é o “marvado”.
2. Deus fala a Jeremias por meio de uma visão, usando uma fruta muito apreciada pelos judeus, o figo. Os bolos de figo secos eram um alimento excelente e um presente aceitável (1 Samuel 25.18). Isaías receitou uma massa ou pasta de figos como emplasto para ser posta sobre a úlcera de Ezequias (2 Reis 20.7). Jesus quando chegou a uma figueira e não encontrou frutos amaldiçoou a figueira.
3. Nessa visão Deus mostra ao profeta dois cestos de figos, sendo que em um deles havia figos bons e no outro havia figos ruins que não podiam ser comidos. Então Deus pergunta: o que você vê? Jeremias responde: figos. Os bons são muito bons, mas os ruins são intragáveis, ou seja, não podiam ser comidos. Então o Senhor começa a esclarecer sua visão e mostrar o que Deus queria ensiná-lo.
1. TEMPO/CONTEXTO DA VISÃO – v.1
a. O tempo de Deus para nossas vidas sempre é o melhor. Apesar de sabermos isso, é difícil nos submeter a esse princípio e exclamamos: puxa, logo agora. Talvez para nós esse não seria o melhor momento, mas para quem tem o controle e sabe de todas as coisas, sempre o momento é o melhor. Devemos nos submetera soberania de Deus.
b. Depois que Nabucodosor levou cativo o rei, os príncipes, os artífices, os ferreiros. O que isso significa? O melhor foi levado cativo, os que estavam nas cabeças, os líderes, aqueles que pagavam o preço de conduzir e produzir para o bem estar da nação.
c. A nata, o melhor, os mais produtivos, as pessoas de destaque foram levados nessa primeira deportação que deu-se em 597 a.C. (2 Reis 24.14-16). Neste grupo estavam Daniel e seus amigos.
d. Que implicação isso tem? As pessoas que não foram exiladas podiam se considerar mais afortunadas ou melhores que os exilados. Estar escravo não é uma condição boa, basta lembrar-se de Israel no Egito, ou a condição transitória em Canaã onde o povo dependia dos juízes para livrá-los: Gideão, Debora, Sansão, e outros.
e. Os que ficaram diziam: vocês estão presos, não podem curtir, não aproveitam a vida, mas nós temos liberdade, podemos viver a vida que queremos. Alguém já disse isso a você? Sua igreja proíbe você de fazer as coisas, nós não, nós somos livres para fazer o que queremos. É esse pensamento de “liberdade” que está matando nossa sociedade.
2. OS FIGOS RUINS – v.8-10
a. São os líderes corruptos, que estão fora de alcance da redenção e só podem ser destruídos pelo juízo divino. São os que ficaram em Judá, e de tão ruins que eram nem o diabo (Nabucodosor) os quis.
b. Os figos ruins são a turma de Zedequias que ficou com ele na terra de Judá e os que fugiram depois para o Egito, contra o mandado de Deus. Mas o que vai acontecer aos figos ruins (Jeremias 24.8-10)?
i. Serão objeto de terror e desgraça;
ii. Servirão de exemplo negativo;
iii. Servirão de maldição e ridículo;
iv. Serão consumidos pela guerra;
v. Passarão fome;
vi. Serão acometidos por doenças;
vii. E por fim serão eliminados.
c. Aqueles que se exaltavam, que supunham que teriam uma condição melhor, os que se achavam donos da verdade, agora eram vistos como repúdio. O juízo de Deus veio sobre os filhos da desobediência. Jesus disse: quem se humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado.
d. Devemos estar debaixo da poderosa mão do Senhor, sujeito a sua vontade para não nos tornarmos figos ruins. Se talvez a impressão de falta de liberdade nos incomoda, saibamos que nem sempre o ser “livre” trará as melhores recompensas.
e. Paulo chama a atenção da Igreja na Galácia para a questão da liberdade em Cristo e o perigo de abusar dessa liberdade para dar ocasião à carne (Gálatas 5.1-6; 13-15).
3. OS FIGOS BONS – v.5-7
a. Os figos bons são aqueles que foram levados para o exílio e cujos corações Deus sabia que se tinham mantido fieis a Ele. Foram restaurados a terra e a prosperidade por causa da lealdade ao Senhor.
b. Temos que considerar o fator de preservação do cativeiro, pois teve um efeito de separação da influencia da idolatria de Canaã que tomou conta dos que ficaram e por isso serão destruídos por sua indiferença para com Deus.
c. Para entendermos a expressão “figos temporãos” temos que considerar que a figueira produzia três espécies de figos:
i. Figos tardios (no outono). Fornecem a colheita principal, que vai de agosto até o inverno.
ii. Figos verdes ou de inverno. Não amadurecem cedo, passam o inverno nos ramos e ficam vermelhos na primavera, são figos pequenos e caem facilmente com o vento.
iii. Primeiros figos maduros ou “figos temporãos”. São os que ficaram na árvore, não caíram com o vento e vão amadurecer no verão, de junho em diante.
d. São estes que resistiram o frio do cativeiro, os ventos da escravidão que o Senhor chamou de “figos bons”. Veja o que acontecerá a eles (Jeremias 24.5-7):
i. Deus fará bem a eles;
ii. Os olhos do Senhor estão sobre eles;
iii. Serão edificados;
iv. Serão plantados;
v. Receberão um novo coração;
vi. Serão o povo de Deus.
e. Se tornar figos bons às vezes demanda passar pelos invernos da vida. Enfrentar uma situação de dor, de perda, de tragédia, para através disso provar a fidelidade e a perseverança. A Bíblia diz que aquele que perseverar até o fim será salvo.
f. Os grandes homens e mulheres da Bíblia não tiveram vida fácil. Abraão, Moisés, José, Jacó, Isaque, os profetas Isaías, Jeremias, Elias e outros. Os apóstolos Paulo, João, Pedro, enfim.
g. O povo não sabia o porquê irem para o cativeiro, mas Deus sabia. E um dia o cativeiro terminou e eles voltaram para ser a o povo do Senhor, a nação santa e cumprir o grande projeto de Deus e tornar seu nome conhecido em todas as nações através destes.
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