19 de fev. de 2025

O Serviço Gera Crescimento

O texto de Atos nos mostra que, já naquela época, os cristãos entenderam que eles deveriam fazer três coisas fundamentais para saúde da igreja:

1. Amar a Deus. Vemos isso na “qualificação dos homens escolhidos” (v.3,5), sem dúvidas eles amavam ao Senhor de todo seu coração;

2. Fazer Discípulos. O texto afirma que a Palavra se espalhava e a igreja crescia (v.1,7), aliás, a situação descrita é resultado do número de discípulos;

3. Servir à Comunidade. A falha estava na distribuição de alimentos (v.1,2) para um grupo da Igreja, a solução foi estabelecer o sacerdócio de todos os discípulos.

 O texto começa com uma referência ao crescimento numérico da Igreja. Mas junto com o crescimento, surgiu um problema interno, a queixa dos cristãos não judeus no que se refere a distribuição de provisões para as viúvas do seu grupo.

O problema foi trazido aos apóstolos que reuniram os discípulos e propuseram a eles que escolhessem homens capazes de administrar a distribuição de provisão. Para os apóstolos, a prioridade do seu chamado ministerial era a pregação e a oração e queriam se dedicar a isso.

Sete homens (dignos de confiança, cheios do Espírito e sábios) foram escolhidos pelos discípulos e os apóstolos consagraram eles para este serviço. Dessa forma o texto traz a nota de que a “palavra de Deus continuava a se espalhar... o número de seguidores crescia”.

Em 1 Pedro 2.5,9 o apóstolo declara esta verdade bíblica que foi esquecida pela igreja durante séculos: “Cada pessoa convertida tem o dever de ser ativo no serviço ao Senhor por meio do exercício dos seus dons espirituais para não sobrecarregar os líderes”. Nisto consiste o Sacerdócio Universal de todos os Crestes.

 

1. O SERVIÇO DE TODOS EVITA RECLAMAÇÃO NA IGREJA - v.1

·        O que era para ser benção (o crescimento numérico da Igreja) passou a produzir um ambiente propício para reclamação na Igreja. Um problema estava surgindo motivado por um resquício de partidarismo entre cristãos gregos e cristãos judeus.

·        Era dever da Igreja prover o sustento das viúvas (1Tm 5.3-16), isso era feito com os recursos que eram trazidos aos apóstolos (Barnabé e Ananias venderam suas propriedades para isso), pois até então eles administravam tais recursos. O problema não era a captação, mas a distribuição do dinheiro.

·        O problema foi resolvido com a delegação deste serviço para pessoas do próprio círculo cristão que eram capazes de realizá-lo, de forma que as injustiças fossem reparadas e assim, houvesse paz na Igreja. A solução estava ali entre eles, pessoas com habilidades para fazer aquele serviço.

·        As reclamações podem surgir: 1. Quem está servindo monopoliza tudo e não deixa espaço para que outros se envolvam e assim ministrem no exercício dos dons. 2. Quem não está servindo se acomoda e deixa tudo para que os outros façam, por pensar que não é capaz ou digno de fazer.

·        A maior parte das reclamações e descontentamentos na Igreja hoje é devido a negligência de parte do corpo que não coloca seus dons a serviço do Senhor e em benefício da Igreja. Se todos servissem, haveria menos falhas nos ministérios e menos reclamações.

·        Como igreja precisamos entender que cada cristão tem seu lugar no corpo de Cristo e portanto, tem seu ministério a desenvolver. Quem se omite e negligencia seu chamado, está pecando e causando prejuízos para a Igreja. Todos são chamados a servir. Todos devem servir (1 Pe 2.9).

 

2. O SERVIÇO DEVE SER COM EXCELÊNCIA. v.2,4

·        Os apóstolos elegeram os diáconos para cuidar da distribuição de alimentos para que eles pudessem se dedicar e fazer o seu melhor na pregação, oração e ensino. Eles poderiam acumular estas funções, mas sabiam que não fariam com toda excelência que era necessário.

·        Eles sabiam que no meio da congregação havia pessoas capazes de fazer aquele serviço com a mesma dedicação e excelência que eles estavam fazendo, e até melhor, afinal alguns estavam reclamando porque as suas viúvas recebiam menos que as outras.

·        Paulo aborda em 1 Coríntios 12, Efésios 4.11-13 o assunto dos dons para entendermos que cada um é necessário no corpo e, assim, tem um trabalho a executar, mas é em Romanos 12.4-8 que somos exortados a servir com zelo, fazendo bem feito aquilo para o qual fomos chamados.

·        O profeta Jeremias alertou sobre a negligência dos soldados na guerra contra Moabe com uma expressão muito forte “maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (48.10), ou com negligência, com frouxidão, com engano. Não basta servir, é preciso fazer com excelência.

·        Devemos refletir se estamos sendo servos bons e fiéis (Mt 25.21,23), se estamos dando o melhor da nossa parte para servir aos irmãos através de nossos dons ou se estamos sendo relaxados, ou pior, estamos escondendo nossos dons e assim trazendo prejuízo à Igreja.

 

3. O SERVIÇO EXIGE HABILIDADES... ESPIRITUAIS v.3,5,8

·        O pedido dos apóstolos foi para que escolhessem sete homens com algumas características (basicamente espirituais) específicas para desempenhar aquela função:

o   Sábios, (sophia). Sabedoria, inteligência ampla e completa; usado do conhecimento sobre diversos assuntos; a sabedoria que pertence aos homens (conhecimento variado de coisas humanas e divinas, adquirido pela sutileza e experiência, e sumarizado em máximas e provérbios).

o   Cheios do Espírito, (pleres). Cheio, i.e., preenchido, completo (em oposição a vazio). Inteiro, i.e., completo; que não tem falta de nada, perfeito.

o   Bom testemunho, (martureo). Ser uma testemunha, dar testemunho, i.e., afirmar ter visto, ouvido ou experimentado algo, ou recebido por revelação ou inspiração divina.

o   Havia tornado cristão, (proselutos). Alguém que veio de uma religião pagã para o judaísmo. a) Prosélitos de retidão: que recebiam a circuncisão e se comprometiam em guardar toda a lei mosaica e cumprir todas exigências do judaísmo; b) Prosélitos da entrada: que habitavam entre os judeus, e mesmo incircuncisos observavam algumas leis específicas.

o   Cheio de fé (charis). Graça; aquilo que dá alegria, deleite, prazer, doçura, charme, amabilidade: graça de discurso; boa vontade, amável bondade, favor; da bondade misericordiosa pela qual Deus, exercendo sua santa influência sobre as almas, volta-as para Cristo, guardando, fortalecendo, fazendo com que cresçam na fé cristã, conhecimento, afeição, e desperta-as ao exercício das virtudes cristãs

·        Não devemos entender com isso que as qualificações humanas podem ser desprezadas, mas que quando se trata de serviço a Deus para a Igreja, o critério primário é espiritual. Se a pessoa tem essa qualificação espiritual e coloca sua formação humana à disposição, isso é benção.

·        Infelizmente quando pensamos em pessoas para desempenhar certos serviços na Igreja, escolhemos a via errada de seleção. Nos atemos primeiramente às capacitações e habilidade humanas e não espirituais. Erradamente avaliamos pelo currículo que a pessoa possui (professor Escola Bíblica).

·        O fato é que se a pessoa não for salva, regenerada e comprometida com o Senhor Jesus, ela pode ter o melhor currículo, a melhor formação, todos os cursos possíveis, mas ela não servirá com excelência, com dedicação. Ou talvez ela nunca se envolverá em algum serviço na Igreja.

 

CONCLUSÃO:

·        O texto começa e termina com a mesma ênfase: “o número dos discípulos aumentava...”. Este crescimento numérico revela a saúde espiritual daquela igreja.

·        Era uma igreja marcada pela Oração Comunitária; pela Intensa Comunhão e cada um servindo com seus dons espirituais.

·        A vontade de Deus para sua Igreja é que todos sejam servos, que usem seus Dons com excelência, pois isso vai gerar o crescimento do corpo de Cristo.

 

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