3 de dez. de 2024

Aprofundando os Alicerces Espirituais

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Mateus 7.24-29

Aprofundando os Alicerces Espirituais

Jesus está concluindo o Sermão do Monte que começa no capítulo 5. Ele vem ressignificando alguns pontos importantes da Lei de Moisés, trazendo uma aplicação em conformidade com a Nova Aliança feita no seu sangue na Cruz.

A conclusão de Jesus é a base para a carta de Tiago, pois tratam da necessidade de se viver, praticar a Palavra, e não apenas ser um ouvinte das Escrituras. Jesus diz aos seus ouvintes que se eles não praticarem aquilo que ouviram, em nada seus ensinos os beneficiarão, e eles seriam como um tolo que construiu sua casa na areia.

Jesus está exortando a perseverarem na aplicação, na prática, na vivencia da sua Palavra todos os dias, em cada área de suas vidas. Mas isso não seria uma tarefa fácil e tão pouco rápida, pois crescer na intimidade com Deus demanda tempo, investimentos, busca, perseverança, esforço na mesma proporção de quem está cavando o solo para lançar os alicerces (Lucas 6.46-49).

Esse texto nos desafia a romper com uma mudança de princípios estrutural na humanidade que reflete na vida cristã: “a substituição dos valores da tradição, sólidos e duradouros pelos conceitos líquidos e passageiros”.

·         Marshall Berman (1940-2013). Abordou a modernidade em sua obra mais conhecida: “Tudo que é sólido desmancha no ar” (1982). Abrimos mão do dever por que é um peso, queremos a felicidade através de uma vida mais leve, mais tranquila que busca os prazeres.

·         Zygmunt Bauman (1925-2017). Defendeu a ideia de que a modernidade é líquida, ou seja, marcada por incerteza, volatilidade e inconstância. Escolhemos casamentos, famílias, trabalhos mais rápidos, fluidos...

·         Gilles Lipovetsky. Teórico da pós-modernidade, autor de vários livros, entre eles “Da Leveza”. As pessoas não aguentam mais o peso ou o dever de ser feliz toda hora, não aquentando mais o padrão estabelecido pela leveza.

 

1. UMA CONSTRUÇÃO SEGURA COMEÇA NA ROCHA

Jesus compara a vida de quem ouve e pratica a Palavra de Deus àquele que constrói sua casa sobre a rocha. A rocha, é claro, representa o próprio Cristo e sua Palavra eterna. O alicerce seguro torna-se evidente nos momentos de adversidade, simbolizados pela chuva, os rios e os ventos.

Na vida cristã, a verdadeira segurança está em nosso relacionamento profundo e constante com Deus. Esse fundamento não se limita à mera audição da Palavra, mas exige uma resposta ativa: obediência, fé e prática. Construir sobre a rocha é cultivar um coração que busca conhecer a Deus em profundidade e confiar plenamente n’Ele.

Mas cavar até chegar na rocha dá trabalho e para muitos, não é nada prazeroso. Cavar é desaparecer, não ser visto, é evoluir para baixo, demora tempo, perseverança, sacrifício. A fase da escavação é feia, perigosa, gera dor.

Precisamos escolher entre a mera beleza exterior e frágil (aparência), ou uma beleza interior e sólida (essência). A casa firme na rocha passa pela cruz e exige que ela acompanhe a vida de quem está construindo.

2. A SUPERFICIALIDADE DA AREIA

A areia representa a superficialidade de uma vida espiritual sem compromisso. Muitas vezes, somos tentados a reduzir nossa relação com Deus às aparências ou à rotina religiosa. Contudo, Jesus nos alerta que essa superficialidade não resistirá às tempestades da vida.

Uma intimidade profunda com Deus não é construída de forma rápida ou fácil. Ela exige tempo, dedicação e entrega. Assim como uma casa edificada na rocha requer trabalho e paciência, nossa vida espiritual também demanda perseverança e uma busca constante por Deus.

O problema do alicerce na areia é a fragilidade revelada quando chegam as tempestades. Nenhuma casa está isenta às tempestades, todas elas, sem exceção, vão ser assoladas, e será nesse momento que o alicerce fará a diferença.

Sem o cumprimento, obediência, prática da Palavra não vamos ter uma casa segura. Se eu não escavar meu coração e retirar o pecado, a rebeldia, idolatria e tudo aquilo que impede a ação do Espírito, jamais poderei lançar alicerces sólidos.

 

3. OUVIR E PRATICAR: O CAMINHO PARA A INTIMIDADE

Jesus não apenas nos chama para ouvir sua Palavra, mas para praticá-la. Esse é o segredo de uma intimidade verdadeira com Deus: transformar o que ouvimos em ação. Isso significa viver uma vida de oração, meditação na Palavra e obediência à vontade de Deus.

A prática da Palavra nos leva a um relacionamento mais profundo com o Senhor. Quando confiamos e vivemos de acordo com seus ensinamentos, experimentamos sua presença de forma real e poderosa. A intimidade com Deus não é apenas um sentimento; é uma caminhada constante e firme na direção d’Ele.

 

4. UMA VIDA QUE IMPACTA

No final da passagem, vemos que as palavras de Jesus causaram grande impacto sobre as multidões, pois Ele ensinava com autoridade (v. 28-29). Da mesma forma, uma vida edificada sobre a rocha de Cristo torna-se um testemunho vivo. Quando vivemos em intimidade com Deus, nossa vida reflete sua graça e seu amor, influenciando aqueles ao nosso redor.

 

Conclusão

Queridos irmãos, a mensagem de Mateus 7.24-29 é um convite à reflexão e à ação. Onde estamos construindo nossa vida? Estamos aprofundando nossa intimidade com Deus ou estamos apenas ouvindo sua Palavra sem praticá-la? 

Que possamos ser como o homem prudente, que edifica sua casa sobre a rocha, cultivando um relacionamento profundo e verdadeiro com o Senhor.

Lembre-se: a intimidade com Deus é o alicerce inabalável que nos sustenta em todas as circunstâncias. Que sua vida seja um testemunho da segurança e da esperança que encontramos em Cristo, a Rocha eterna. Amém!

 

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