O elo de ligação entre as ideias a seguir é o problema da inveja, do egoísmo, da arrogância. Os versos 13 a 18 descrevem esta atitude pecaminosa e a coloca em contraste com a “sabedoria que desce lá do alto”.
Os versos 1-3 do cap. 4 descrevem os efeitos desta
atitude: guerras e contendas, homicídios, orações sem resposta. Segundo A.
Cury, “sábio é aquele que tem coragem de identificar as suas loucuras,
procurando superá-las. Não esconde a sua irracionalidade, trata-a!”
Sabedoria está mais para como eu vivo, do que para o que eu sei. Há pessoas que sabem muito, mas vivem pessimamente, já outros vivem uma vida plenamente satisfatória com pouco saber intelectual.
1. A SABEDORIA TERRENA. v.13-16
O sábio (que se orgulha de seu conhecimento
superior) é desafiado a demonstrar sua sabedoria pelas obras que a verdadeira
sabedoria produz, através do seu proceder, da sua humildade.
A sabedoria deve produzir obras (ações que refletem
a vontade de Deus) e ser caracterizada pela humildade.
Tanto a sabedoria como a fé têm a ver como o modo
que vivemos, pensamos ou dizemos, assim a sabedoria é um “modo de vida, a
atitude e conduta típicas de uma pessoa piedosa”
Mas a sabedoria terrena produz exatamente o
contrário daquilo que Deus exige de nós. Ela gera a inveja e a ambição, que por
sua vez produzem confusão e práticas nocivas.
Isso não é sabedoria inspirada por Deus. Esta
sabedoria carnal em nada nos ajudará a crescer espiritualmente.
2. A SABEDORIA DIVINA. v.17-18
Em contraste com a sabedoria terrena, a divina
produz bons frutos, pois ela é pura, pacífica, moderada, tratável,
misericordiosa, imparcial e sem hipocrisia.
Esta série de sete adjetivos descreve o que a
sabedoria faz, ou seja, sua atuação para moldar nosso comportamento, assim como
os frutos do Espírito (Gal 5.22-23). Vejamos estas características:
Pureza. Relacionada à
responsabilidade moral, assim como a castidade virginal de uma virgem. A
sabedoria divina inibe a produção de coisas más.
Pacífica e Moderada. A sabedoria produz paz (Pv 3.17) e a “paz” é um fruto do Espírito.
Logo a sabedoria é pacífica, pois ela é também moderada (bondosa,
submissa). Com este estilo de vida
seremos semelhantes a Cristo.
Tratável. Os falsos sábios
são criticados, pois geram brigas e discussões por sua posição irredutível. Uma
pessoa tratável é pacífica na discussão de ideias.
Misericordiosa, Frutífera. O amor ao próximo evidenciado em ações, ou seja, os atos de
misericórdia produzem os frutos da verdadeira sabedoria e da verdadeira fé.
Imparcial, Sem
Hipocrisia. Não demonstra preconceito, é genuína. Diante do “jeitinho
brasileiro” devemos produzir esses valores.
Sobretudo a Sabedoria tem uma natureza pacífica,
capaz de acabar com as amargas disputas dentro da Igreja (v.18).
3. RESULTADO DA SABEDORIA TERRENA. 4.1-3
Quando abandonamos a sabedoria divina, produziremos
prazeres que geram brigas e não acrescentam nada no curso da vida.
“Pessoas que se vangloriam de uma religião cristã –
amor, alegria, paz, temperança diante dos homens – brigam com uma disposição
rancorosa, demonstrando um ódio amargo, a ponto de tudo isso, ser o seu
critério de fé”.
O desejo impróprio é responsável pelas discussões e
conflitos que são prejudiciais à Igreja. As pessoas cobiçam e não conseguem
obter, então matam. Tem ambição e não podem conseguir, então brigam e fazem
guerra.
Os desejos frustrados conduzem à violência. A
frustração é resultado de uma falha em orar de modo apropriado, ou seja, quando
a oração é egoísta.
CONCLUSÃO
Diante da diferenciação entre a sabedoria divina e
a terrena, e sabendo os resultados da sabedoria terrena, o Senhor nos leva a
fazer uma escolha.
Se mesmo sabendo, escolhemos ser sábio conforme o
padrão deste mundo, colheremos seus frutos podres e deles não poderemos nos
alimentar.
Resta-nos então buscar aquela sabedoria que vem do
alto, procedente do trono da graça para que por meio dela, possamos viver da
maneira que o Senhor espera que vivamos.
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