14 de ago. de 2024

Fé Verdadeira Produz Obras

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Tiago 2.14-26

A Fé Verdadeira Produz Boas Obras

Nos versos 1 a 13 Tiago apresenta o primeiro dos doze ensinos sobre devoção inteira a Jesus: a discriminação contra os pobres, o que segundo ele é fruto de padrões malignos. Agora, nos versos 14 a 26 ele trata da “fé verdadeira” aquela que se manifesta produzindo boas obras, em contraste com a fé morta, que nada produz. Este tema reflete o ensino de Jesus em Mateus 7.21-27.

Tiago e Paulo não se contradizem, mas tratam da fé sob ângulos e perspectivas distintos. Paulo trata da fé no que tange à salvação dos incrédulos (Ef 2.8,9), ao passo que Tiago trata da fé para as boas obras dos que já são salvos. Tiago não fala de “fé mais obras”, ele fala de “fé e obras”.

Este texto é o ponto alto do apelo por uma “religião pura” que se justifica na ação, tema que é a grande preocupação de Tiago. A igreja tinha uma fé que se resumia a uma confissão verbal, ou seja, uma fé da boca pra fora.

Diante disso ele nos apresenta três questionamentos:

o   Há vantagem na fé sem obras? (v.14,16).

o   A fé não ativa pode salvar alguém? (v.14)

o   Que proveito há na fé que não estende a mão ao necessitado? (v.16)

Temos diante de nós uma união inseparável entre fé e obras. Paulo cita “as obras” referindo-se as obras da lei, a observância legalista dos rituais judaicos; Tiago se refere “às obras” para refletir os atos de amor e misericórdia praticados pelos cristãos em cumprimento da lei do amor.

Um ponto comum entre eles é que “obras” são “atos praticados em obediência a Deus”, a diferença está no contexto em que as obras são praticadas.

Paulo nega que as obras possam ter algum valor em nos colocar num relacionamento com Deus; Tiago insiste em que, uma vez estabelecido o relacionamento, as obras são essenciais.

A diferença entre Paulo e Tiago está na sequência  das obras e da conversão. Paulo está negando a eficácia de obras praticadas antes da conversão, mas Tiago está apelando à necessidade absoluta de obras praticadas depois dela.

 

1. ARGUMENTO PRÁTICO: A FÉ QUE É CONDENADA – v.14-17

É a fé que consiste somente em palavras. Este tipo de fé “sem as obras” (atitudes de obediência), que quando confrontada pela necessidade nada faz.

Essa fé é considerada por Tiago como:

-> Morta (v.17,26). Quando a fé é apenas expressa em palavras e não é acompanhada de ações que correspondem a elas. Uma fé que se evidencia apenas da boca pra fora, para Tiago é morta.

-> Inoperante (v.20). O contraste não é entre fé e obras, mas entre fé “com obras” e fé “sem obras”. A fé sem obras é igual a um corpo sem espírito, sem vida. É uma fé vazia que não passa de informações sobre Deus, tal como a dos demônios.

-> Sem poder pra salvar (v.14) ou justificar (v.24). Essa suposta fé que não é vista através das obras, não vai ser operante a ponto de produzir os frutos do arrependimento para salvação. A fé que não produz a salvação também não produz obras.

 

2. ARGUMENTO TEOLÓGICO: A FÉ QUE É EXALTADA - v.18-20

Já a fé que ele possui é bem diferente, é uma fé real:

-> É acompanhada de obras (v.14-17). Tiago não é contra a fé e a favor das obras. A questão é que para Tiago a fé não pode ser estéril, que não produza nada. A fé genuína que agrada a Deus vem acompanhada de frutos, as obras.

-> É consumada pelas obras (v.22). A fé é a “ação” decisiva que conduz à justificação. Mas a “ação” deixa a marca de sua ocorrência – as obras. A fé não pode ser confundida com obras, mas também não pode ser separada delas. As obras são a coroação da fé que é verbalmente professada.

-> Opera juntamente com as obras (v.22). O que Tiago quer mostrar é que a fé não trabalha sozinha, ela precisa de uma companhia inseparável, as obras. Pois assim uma completa e dá credibilidade a outra.

 

3. ARGUMENTO BÍBLICO: A FÉ QUE É EXEMPLIFICADA - v.21-24

O primeiro exemplo é Abraão. Em Genesis 15.6 Deus faz uma aliança com ele. Com base nesta aliança ele ficou conhecido como “pai da fé”.

Deus pede a Abraão que ofereça em sacrifício seu filho Isaque o que é a sua maior “obra” que expressou sua fé, que o fez digno da aceitação por parte de Deus.

O outro exemplo é Raabe. Uma estrangeira que conheceu os feitos do Senhor e assim passou a ter fé nEle. Foi baseada nesta fé que ela acolheu e escondeu os emissários israelitas, praticando assim uma grande obra de hospitalidade e cuidado demonstrando sua fé.

Abraão o herói da fé e pai de Israel amplamente aclamado é comparado com a mulher pagã de baixa reputação. Mas tanto o patriarca quanto a prostituta são declarados justos com base nas obras que provinham da fé que possuíam.

 

CONCLUSÃO:

A chave para entender essa relação entre fé e obras “não é que as obras devem ser acrescentadas à fé, mas que a fé genuína as inclui, faz parte de sua natureza”.

Sem este tipo de fé operante, o cristianismo torna-se uma ortodoxia estéril e perde todo o direito de ser chamado de fé.

A fé genuína está sempre viva e ativa. Para esta fé é impossível não praticar coisas boas sem cessar. Não pede se as boas obras devem ser realizadas, ela já realizou e continua a praticá-la.

Portanto, qualquer pessoa que não pratica tais obras é uma descrente. 

 

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