Até o verso 9, Tiago fala que as provações tem como finalidade gerar crescimento e maturidade, e que devemos orar a Deus pedindo sabedoria para conseguir passar pelas provações.
Nos versos 9 a 18 ele aborda o dever de não
ceder às tentações como uma forma de assegurar que
realmente nascemos de novo e estamos vivendo em santidade.
Então Tiago finaliza o capítulo
introdutório, exortando a não sermos apenas ouvintes da Palavra,
mas que devemos colocá-la em prática. A “Torá da Liberdade” nos
chama a: Falar com amor; Servir aos pobres e Sermos totalmente consagrados a
Deus.
Agora o foco é com relação à prática da Palavra de Deus no nosso viver diário. Muitas pessoas se enganam, se declaram cristãs, julgam ter a salvação (Mt 7.22,23), se julgam espirituais, mas suas atitudes mostram o contrário, não são cristãos, são pecadores mundanos.
A realidade espiritual é resultante de um
relacionamento correto com Deus por meio de sua Palavra. Deus não quer pessoas
teóricas, mas cristãos práticos. Não basta “saber” a Palavra, é preciso “viver”
a Palavra de Deus.
1. A BASE ESPIRITUAL PARA VIVER A BÍBLIA (v.18,21)
Viver a Bíblia não é tão simples, é preciso um
preparo prévio. Uma pessoa não-cristã não pratica a Bíblia, pois lhe falta a
base espiritual.
A primeira necessidade é a CONVERSÃO. No v.18
lemos: “nos gerou pela palavra... para
que fossemos primeiros frutos”. Não podemos esperar de uma pessoa
não-convertida a obediência da Bíblia. No v.21 temos essa ideia ampliada: a
conversão leva à santificação e a aceitação da Palavra. Sem conversão não há
prática da Palavra (1 Pedro 1.20-2.3).
Você já entregou sua vida a Cristo? Na sua história
de vida há um divisor, capaz de identificar o antes e o depois de Cristo no seu
coração? Lembremo-nos que Tiago escreve a pessoas que eram religiosos (Judeus)
mas que se converteram ao Evangelho.
A religiosidade não nos torna salvos, pertencer a
uma igreja não nos levará ao céu. É preciso nascer de novo para ver o Reino de
Deus – “removam toda impureza e maldade”.
2. OUVIR MAIS, FALAR MENOS, IRAR-SE AS VEZES (v.19,20)
O Fato de termos dois ouvidos e uma boca é
relevante aqui para ilustrar o princípio expresso por Tiago. Tem gente que fala
demais e não gosta de ouvir, os muitos falantes correm o risco serem mais
irados.
A capacidade de ouvir está diretamente ligada a
disciplina do falar. Quem escuta mais fala menos bobagens, e até os tolos
calados se passam por sábios. A máxima dos Provérbios é: O tolo fala demais e
atoa; O sábio fala o necessário (Provérbios 10.19,
15.1, 17.27,28)
Esse equilíbrio entre ouvir e falar vai resultar no
aplacamento da ira (Davi, quando ouviu de Natã a história do cordeirinha; Pedro
no Getsêmani). Se não me disciplino em ouvir, corro o risco de me irar
facilmente, ai tenho que controlar a ira para não pecar.
Nossa tolice e infantilidade é revelada nas muitas
palavras, as quais abrem brecha para ira e para injustiça (v.20).
3. ROMPER A TEORIA E VIVER A PALAVRA (V.22-25)
Este princípio e necessidade estão claro no v.22,
acrescendo a ideia de autoengano ao ser teórico e deixando de aplicar a
Bíblia nas decisões e conduta diária.
a) Exame – espelho. 1. Elas apenas se olham de relance; 2. se esquecem do que
veem; 3. Não obedecer ao que a Palavra ordena.
Tiago usa o exemplo do homem em frente ao espelho
(v.23,24) que esquece como era sua aparência para descrever o não-praticante, e
contrapondo a esse teórico, diz que quem pratica a Palavra será abençoado no
que fizer (Mateus 7.24-27). Há uma íntima
relação entre: ouvinte – esquecimento – derrota, por outro lado o praticante –
guarda – vitória.
b) Restauração. Se quero que haja vitória sobre o pecado, vitória na maturidade
espiritual, sobre as tentações, na vida financeira, pessoal, sentimental, devo
passar a praticar a Palavra na minha vida como demonstração que houve mudança.
c) Transformação. A religiosidade vazia da Palavra não transformará minha realidade, mas
a disciplina prática das verdades bíblicas podem moldar meu caráter e
transformar minha vida.
4. DUAS AÇOES CRISTÃS PRÁTICAS (v.26,27)
A primeira questão prática envolve a língua
e a religiosidade. Sem o domínio da língua o religioso torna sua fé
inútil. A vida espiritual é demonstrada através da forma que uso minhas
palavras.
A segunda questão é demonstrar
em ações o que professo com os lábios, suprindo as dificuldades dos
necessitados (órfãos e viúvas) e me afastando do mundo que com suas filosofias
e conduta contaminam minha vida.
Nossa religião - "religião" significa "a
prática exterior, o culto a um Deus" vai ter valor e ser relevante se
cuidamos da língua e agimos ante a necessidade da família cristã. O rompimento
com o mundo é a demonstração que a Palavra está agindo em mim e que estou
praticando a mesma no meu dia a dia.
Aplicações:
1. Procure rememorar diariamente diante das
provações e tentações sua filiação a Deus, lembre sempre da obra do Espírito
Santo em você e declare: sou filho(a) de Deus.
2. Se proponha a ouvir mais, a dominar sua língua e
o impulso de falar e retrucar. Quando abrir seus lábios, que saiam apenas
palavras de benção, edificação e fortalecimento.
3. Saia da cadeira e trabalhe para Jesus. Você não
precisa de mais um curso, estudo ou tempo, você precisa se dispor a ser um
servo e instrumento usado por Deus em sua Igreja e na comunidade.
4. Sua fé será melhor demonstrada com atitudes do
que com meras palavras, fale menos da sua fé e pratique-a mais. Faça algo pelas
pessoas ao seu redor. Decida romper com os padrões mundanos que ainda moldam
seu caráter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário