Paulo está chamando a atenção para o “andar” dos
cristãos. Devemos manter a unidade dentro da Igreja (Ef 4:1-16),
perseverar em pureza para bom testemunho aos de fora (Ef 4:17-5:17),
construir a harmonia dentro do lar (Ef 5:18-6:9) e desfrutar
da vitória sobre as forças do mal (Ef 6:10-24).
Paulo argumenta que os filhos são como os pais, fato que, para os que têm filhos, pode ser ao mesmo tempo animador e embaraçoso. É bem possível que a maior parte do aprendizado das crianças se dê pela observação e imitação.
Somos filhos de Deus, e devemos imitar o Pai. Essa
é a base para as três admoestações desta seção.
·
Deus é amor (1 Jo 4:8), portanto, devemos andar em
amor (Ef 5:1,2).
·
Deus é luz (1 Jo 1:5), portanto, devemos andar como
filhos da luz (Ef 5:3-14).
·
Deus é verdade (1 Jo 5:6), portanto, devemos andar
em sabedoria (Ef 5:15-17).
1. ANDAR EM AMOR – v.1,2
Esta admoestação está ligada aos dois últimos
versículos do capítulo anterior, em que Paulo nos adverte sobre a amargura e a
ira. É triste quando essas atitudes aparecem na família de Deus. O que nos
motiva a andar em amor?
a)
Somos filhos de Deus. É "co-participante da natureza divina"
(2 Pe 1:4). A velha natureza é egoísta, levanta muros e declara guerra. Mas a
nova natureza é amorosa e, portanto, constrói pontes e declara a paz.
b)
Somos filhos amados
de Deus. Deus refere-se a nós
da mesma forma que se refere a Jesus Cristo (Mt 3:17). Retribuamos este amor
pelo modo de vivermos.
c)
Fomos comprados por
um alto preço. A morte de Cristo
satisfez a Lei santa de Deus e, portanto, é aceitável e agradável ao Pai.
Paulo começa com o "andar em amor", pois
o amor é o elemento fundamental da vida cristã.
2. ANDAR COMO FILHOS DA LUZ – v.3-14
Uma vez que "Deus é luz" e estamos
imitando o Pai, devemos andar na luz e não ter qualquer relação com as trevas
do pecado. Para deixar isso claro, Paulo apresenta três descrições dos
cristãos.
a)
Somos santos (v.3,4). Ou seja, "separados", e não pertencemos mais ao
mundo de trevas a nosso redor. Fomos "[chamados] das trevas para a sua
maravilhosa luz" (1 Pe 2:9).
Está abaixo da dignidade dos santos entregar-se aos
pecados do mundo de trevas. Quem possui desejos abjetos normalmente
desenvolve uma forma de falar e um senso de humor igualmente abjetos, e, com
frequência, são pessoas que cometem ou cometeram pecados sexuais e gostam de
fazer piadas sobre esse tipo de coisa.
b)
Somos de outro reino (v.5,6). Entramos no reino de Deus por Cristo (Jo 3:3), e aguardamos a
revelação plena de seu reino (2 Tm 4:1). Quem vive em pecado de modo
persistente e deliberado não terá parte no reino de Deus (GI 5:21).
Essas advertências tratam da prática habitual do
pecado, não de um ato pecaminoso isolado. Um cristão
não é impecável, mas é, cada vez mais, uma pessoa sem pecado em
sua vida.
c)
Somos luz (v.7-14). Essa imagem é a tônica da passagem, é
impossível permanecer nas trevas e na luz ao mesmo tempo.
A luz produz "bondade", uma das
manifestações do fruto do Espírito (GI 5:22). A bondade é o "amor em
ação". A justiça refere-se à retidão de caráter diante de
Deus e de atitudes diante dos homens. Essas duas qualidades são baseadas na verdade,
que é a conformidade com a Palavra e a vontade de Deus.
·
Andar como "filhos da
luz" significa viver diante de Deus, sem esconder coisa alguma.
·
Mas "andar como filhos da
luz" também significa revelar a luz de Deus em nossa vida diária. Por meio
de nosso caráter e conduta, levamos a luz de Deus a um mundo em trevas.
3. ANDAR EM SABEDORIA – v.15-17
Significa "olhar ao redor", "andem
com cuidado e exatidão". Não podemos deixar a vida cristã por conta do
acaso. Devemos tomar decisões sábias e procurar fazer a vontade de Deus.
Os versos 14 e 15 estão inter-relacionados: "Não
andem enquanto dormem! Acordem! Abram os olhos! Infelizmente, muita gente que
se diz cristã passa pela vida como um sonâmbulo, sem fazer o melhor uso
possível das oportunidades que tem de viver para Cristo e servi-lo.
a)
É um sinal de
sabedoria (v.15). Somente um
insensato deixa-se levar pelas circunstancias da vida. Uma vida planejada está
mais preparada para lidar com acontecimentos inesperados.
b)
A vida é curta (v.16a). "Aproveitá-lo ao máximo” as oportunidades. A brevidade da
vida é um forte argumento para que se faça o melhor uso possível das
oportunidades que Deus dá.
c)
Os dias são maus (v.16b). Significava que a perseguição romana estava a caminho (1 Pe
4:12-19). Não desperdicemos as oportunidades de ganhar os perdidos, em breve,
podemos ser proibidos de fazê-lo.
d)
Deus nos deu
entendimento (v.17a). Devemos usar nossa mente para descobrir e
colocar em prática a vontade de Deus, não esperar por revelações.
e)
Deus tem um plano
para a nossa vida (v.17b). Deus nos salvou e tem um propósito para
nós, portanto devemos descobri-lo e conduzir a vida de acordo com ele (Ef
2:10).
Aplicações:
1. Em um mundo cada vez mais frio – sobrinha com tio morto na cadeira de
rodas – devemos demonstar que o amor é a chave para mudar a humanidade;
2. Jesus disse que somos a luz do mundo – para o mundo. Não temos luz em
nós, mas refletimos, com espelhos, a luz de Jesus.
3. Os provérbios fazem uma distinção em tolo e o sábio. Nós não somos os
tolos deste mundo. Devemos mostrar a sabedoria quem vem de Deus.
4. O "andar em pureza", tem sua ênfase sobre a nova vida contrastada
com a antiga vida, imitando a Deus, não ao mundo perverso a nosso redor.
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