Como está nossa vida de oração? Quanto tempo do nosso dia investimos nesta disciplina espiritual? PODE MELHORAR!!! Qual o assunto principal que domina nossas orações? Pelo que oramos? Por questões materiais, terrenas e passageiras, ou por questões espirituais, do Reino e eternas?
Como você se sente quando alguém ora por você? Quem são os seus intercessores? Saber que tem alguém orando por nós traz força e disposição para seguirmos adiante. Saiba que Jesus orou por nós em João 17, que Paulo também orou por nós como Igreja de Cristo.
Lembre-se que as duas orações de Efésios (esta e em
1:15-23) se complementam. A primeira é uma oração por esclarecimento, e
a segunda, por capacitação. Não se refere tanto ao saber, mas sim
ao ser. É uma questão de apropriar-se, pela fé, do que Deus tem para nós
e de fazer disso uma parte essencial da vida.
Paulo quer que os efésios aprendam tudo o que têm em
Cristo e, depois, vivam o que aprenderam. Ele está dizendo: "Quero que
tomem posse de sua riqueza, percebam como ela é imensa e comecem a usá-la".
A oração trata da condição espiritual do ser interior, não das necessidades materiais
do corpo.
1. INTRODUÇÃO DA ORAÇÃO – v.14,15
a) A Posição para Oração – de joelhos
A primeira coisa que chama a atenção é a postura de
Paulo: "Me ponho de joelhos". A Bíblia não especifica qual
“postura” física devemos adotar para orar. A ênfase sobre a postura espiritual
fica extremamente clara em Efésios.
Como pecadores, encontramo-nos sepultados em um cemitério
(Ef 2:1). Mas quando cremos em Cristo, somos ressuscitados dos mortos e assentados
com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2:4-6). Uma vez assentados com
Cristo, poderemos andar/viver de modo agradável a ele (Ef 4:1,17;
5:2,8,15) e ficar firmes contra o diabo (Ef 6:10-13).
No entanto, a postura que liga o "assentar"
com o "andar" é o "ajoelhar-se". É por meio da oração que
nos apropriamos das riquezas que nos permitem viver e lutar como cristãos.
b) O Destino da Oração – O Pai
Paulo dirige sua oração ao "Pai". Na
Bíblia, a oração é dirigida ao Pai, por meio do Filho e no Espírito. Esse é o
padrão.
Não se pode dizer que todos os seres humanos são
filhos de Deus por natureza. Pelo contrário, são filhos da desobediência e
filhos da ira (Ef 2:2,3). Como Criador, Deus é o Pai de cada pessoa; mas como
Salvador, é Pai apenas dos que creem.
2. DESENVOLVIMENTO DA ORAÇÃO – v.16-19
Paulo faz quatro pedidos em sua oração, mas estes
não devem ser considerados petições individuais e isoladas. Um pedido conduz ao
próximo, e assim por diante. O apóstolo ora para que: 1. O ser interior seja
espiritualmente fortalecido, o que, por sua vez, conduzirá 2. A uma experiência
mais profunda com Cristo. Essa experiência mais profunda permitirá 3. Uma compreensão
do grande amor de Deus, que resultará em 4. "Ser [tomado] de toda a
plenitude de Deus". Assim, Paulo ora pedindo força, profundidade,
compreensão e plenitude.
a. Força - v.16
A presença do Espírito Santo na vida do cristão dá
testemunho de sua salvação (Rm 8:9), mas o poder do Espírito dá a capacitação necessária
para sua vida (At 1:8).
Jesus realizou seu ministério na Terra pelo poder
do Espírito (Lc 4:1,14; At 10:38), e esse é o único recurso disponível para a
vida cristã nos dias de hoje. Atos mostra a importância do Espírito Santo na
vida da igreja (são 59 menções).
Alguém disse: "Se Deus tirasse o Espírito Santo
deste mundo, a maioria das obras dos cristãos prosseguiria... e ninguém
perceberia a diferença!"
Esse poder encontra-se à disposição do "ser
interior", ou seja, da parte espiritual do ser humano onde Deus habita e
opera. O ser exterior é perecível, mas o ser interior pode ser renovado espiritualmente,
a despeito da deterioração física (2 Co 4:16-18). É esse poder interior que
permite ao cristão ser vitorioso.
b. Profundidade - v.17
A fim de transmitir o conceito de profundidade
espiritual, Paulo usa três imagens, ocultas em três verbos: "habitar",
"arraigar" e "alicerçar". O verbo habitar significa,
literalmente "fazer morada e sentir-se em casa".
Paulo está pedindo que o povo de Deus tenha uma
experiência mais profunda com Cristo. Seu desejo é que Cristo não apenas habite,
mas também se sinta em casa no coração dos cristãos, indicando uma comunhão cada
vez mais íntima, não um relacionamento superficial.
O verbo "arraigar" remete-nos à botânica.
Uma árvore deve ter raízes profundas, a fim de se manter firme e obter
nutrientes do solo; o cristão deve encontrar-se profundamente arraigado no amor
de Deus.
"Alicerçar" é um verbo relacionado à
arquitetura e se refere aos fundamentos sobre os quais edificamos. As provações
da vida testam a profundidade da nossa experiência.
c. Compreensão – v.18,19a
Compreender não significa apenas entender algo no plano mental, mas
também assimilar esse entendimento no plano pessoal. Paulo quer que nos apropriemos
da imensidão do amor de Deus. Ele deseja que vivamos em quatro dimensões: largura, comprimento, altura e profundidade. A
quarta dimensão de Deus é o amor!
d. Plenitude - v.19b
Da mesma forma que o ar e a água ocupam imediatamente qualquer espaço
vazio, Deus deseja que experimentemos plenitude. O Espírito Santo é o meio pelo
qual obtemos essa plenitude (Ef 5:18), cuja medida é o próprio Deus (Ef 4:11-16).
Gostamos de tomar como parâmetro os cristãos mais fracos que conhecemos
e, então, nos gloriar do que supomos ser nossa superioridade espiritual. Paulo
diz que Cristo é a medida e que não podemos (nem devemos) nos gloriar de coisa
alguma. Quando alcançarmos a plenitude de Cristo, então teremos chegado
ao limite.
3. CONCLUSÃO DA ORAÇÃO – v.20,21
Convém notar a ênfase trinitária das palavras do apóstolo: Paulo ora a
Deus Pai pedindo o poder interior do Deus Espírito, oferecido a nós por meio do
Deus Filho.
Esse poder infinitamente maior do que tudo está a nossa
disposição e vai muito além de tudo o que pedimos ou pensamos!
O poder operante de Deus atua em nossa vida. Esse poder opera em nós,
no ser interior (Ef 3:16). É o Espírito Santo que libera o poder da
ressurreição de Cristo em nossa vida.
A incredulidade, os pecados não confessados, o desleixo no modo de viver
e o caráter mundano das ideias e ações podem privar o cristão da energia e do
poder necessários, tornando-o inadequado para ser usado por Deus.
Por que Deus compartilha seu poder conosco? Para glorificar o Filho de Deus.
A Igreja está aqui na Terra para glorificar a Cristo. Se nossa motivação maior
for glorificar a Deus edificando sua Igreja, então Deus compartilhará seu poder
conosco. O poder do Espírito não é um luxo, é uma necessidade.
Vamos começar a usar nossas riquezas espirituais, abrindo o coração para
o Espírito Santo e seguindo o exemplo de Paulo, pedindo força para o ser
interior, a fim de alcançar uma nova profundidade no amor de Cristo, crescer em
compreensão e experimentar a plenitude espiritual.
Aplicações:
1. Coloque-se mais de joelhos diante do Pai em oração, pedindo que ele opere
com seu poder que realiza mais do que pedimos ou pensamos.
2. Deixe de ser pecador morto; torne-se um salvo assentado à destra de Deus
para andar em novidade de vida.
3. Fortaleça o interior, para aprofundar a intimidade e compreender o amor
e assim ser tomado pelo Espírito Santo de Deus.
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