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Efésios 2.11-22
Os Reconciliados no
Templo: União e Paz em Cristo
Estamos vivenciando dois grandes conflitos entre
nações: Rússia e Ucrânia, que já dura quase dois anos; Hamas e Israel, que se
estendo por quase meio ano de conflito. Líderes tentam mediar os conflitos,
fazendo propostas para um tratado de paz, mas sem sucesso.
Internamente, vivemos uma polaridade política que
se acentuou na eleição de 2022, que vai revigorar na eleição deste ano, e, sem
exagero, continuar em 2026. Por mais que alguns ergam a bandeira branca
sinalizando uma trégua, convicções e posições arraigadas não permitem uma
vivência amistosa.
Ao que parece, o fracasso é a sina da maioria das missões de paz. A única aliança eterna que perdurou - e que jamais será rompida - foi aquela feita pelo Deus eterno, selada pelo sangue de Jesus Cristo.
Na primeira parte desse capítulo, Paulo relata o
que Deus fez pelos pecadores em geral e, agora, discute o que fez pelos judeus
e pelos gentios, em particular. Deus prometeu um reino para os judeus, mas não
fez alianças messiânicas com os gentios.
Nesta seção, Paulo explica a missão de paz de
Cristo, uma obra momentosa que pode ser sintetizada em três palavras
extremamente importantes: separação, reconciliação e unificação.
1. SEPARAÇÃO: A Situação Anterior dos Gentios (v.11-12)
A maior parte dos membros em Éfeso eram gentios. Os
Gentios não tinham Cristo, quer dizer, não lhes fora prometido um Messias. Eles
não faziam parte da nação de Israel; na verdade, as leis do Antigo Testamento
punham um grande abismo entre judeus e gentios.
Os gentios eram estrangeiros, e não "o povo de
Deus". Eles eram estranhos, não tinham esperança nem a verdade de Deus no mundo.
A palavra mais apropriada para descrever os gentios é sem. Essa carência
revelava-se em vários aspectos.
a)
Sem Cristo. Os efésios adoravam a deusa Diana e, antes de
ouvirem o evangelho, não sabiam coisa alguma a respeito de Cristo. Paulo
refere-se à situação dos efésios sem Cristo como uma tragédia incontestável.
b)
Sem cidadania. Um gentio podia passar a fazer parte de Israel
como prosélito, mas não nascia nessa nação tão especial. Israel era a nação de
Deus em um sentido que não se aplicava a nenhum povo gentio.
c)
Sem alianças. Deus não fez aliança alguma com as nações gentias.
Os gentios eram "estrangeiros" e "forasteiros" - fato que o
povo de Israel não permitia jamais que esquecessem.
d)
Sem esperança. Uma grande nuvem de desesperança cobria o mundo
antigo. Tudo era incapaz de ajudar o ser humano a encarar tanto a vida quanto a
morte. As pessoas ansiavam por encontrar alguma mensagem de esperança, mas tal
mensagem não existia (1 Ts 4:13-18).
e)
Sem Deus. Embora tivessem muitos deuses (At 17:16-23), e por
mais religiosos ou moralmente virtuosos que fossem, os pagãos não conheciam o
Deus verdadeiro (Salmo 115).
2. RECONCILIAÇÃO: A Obra de Deus em Favor dos
Gentios (v.13-18)
A palavra-chave desta seção é "inimizade"
(Ef 2:15,16); e podemos observar que é uma inimizade dupla: entre os judeus e
gentios (Ef 2:13-15) e entre os pecadores e Deus (Ef 2:16-18).
Nesta passagem, Paulo descreve a maior missão de
paz da história: Jesus Cristo não apenas reconciliou judeus e gentios, mas
também reconciliou ambos com ele próprio em um só corpo, a Igreja. O termo reconciliar
significa "estabelecer paz entre".
O pecado é o grande separador neste mundo. Tem
causado separação entre as pessoas desde o início da história humana. Foi sua
obra na cruz que aboliu a inimizade entre os judeus e os gentios e entre os
pecadores e Deus.
a) A inimizade entre os judeus e os gentios
(v.13-15). Deus fez distinção entre judeus e gentios para
cumprir seus propósitos de salvação. Mas, uma vez que esses propósitos foram
cumpridos, deixou de haver qualquer diferença.
Cristo derrubou todas as barreiras que havia entre
judeus e gentios quando morreu na cruz.
·
Ele derrubou o muro físico porque, em
Cristo, todos nos tornamos um (v.15; e veja Gl 3:28-29).
·
Ele derrubou o muro espiritual e aproximou
os gentios (v.13).
·
Ele derrubou o muro legal, pois nele
cumpriu-se a Lei e terminou o reinado da Lei mosaica que separava judeus e
gentios (vv.14-15).
b) A inimizade entre os pecadores e Deus (v.16-18). Era necessário que tanto judeus quanto gentios fossem reconciliados com
Deus (At 15:9,11). A questão não era os gentios passarem a ser judeus para se
tornarem cristãos, mas sim os judeus reconhecerem que eram pecadores como os
gentios (Rm 3:22,23). A mesma Lei que separava os gentios dos judeus também
separava os homens de Deus, e Cristo levou sobre si a maldição da Lei.
Jesus Cristo é "a nossa paz" (Ef 2:14),
ele "[fez] a paz" (Ef 2:15) e "evangelizou paz" (Ef 2:17).
Como Juiz, poderia ter vindo para declarar guerra. Mas, em sua graça, ele veio
trazer uma mensagem de paz (Lc 2:8-14; 4:16-19). Em Cristo, judeus e gentios
têm paz entre si e todos têm livre acesso a Deus (Rm 5:1,2).
3. UNIFICAÇÃO: A Situação de Judeus e Gentios em
Cristo (v.19-22)
Nos últimos versículos deste capítulo, Paulo
apresenta três retratos que ilustram a unidade dos judeus e gentios dentro da
Igreja.
a) Uma só nação
(v.19a). Israel era a nação escolhida de Deus, mas o povo
rejeitou seu Redentor e sofreu as consequências. O reino lhes foi tirado e
"entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt
21:43). Essa "nova nação" é a Igreja, a "raça eleita [...]
povo de propriedade exclusiva de Deus" (Êx 19:6; 1 Pe 2:9).
O pecado dividiu a humanidade, mas Cristo, pelo seu
Espírito, promove a unidade. Todos os cristãos, qualquer que seja sua origem
étnica, pertencem à nação santa e são cidadãos do céu (Fp 3:20, 21).
b) Uma só família
(v.19b). Por meio da fé em
Cristo, passamos a fazer parte da família de Deus. Essa família pode ser
encontrada em dois lugares, "tanto no céu como sobre a terra" (Ef
3:15). A despeito de todas as distinções raciais, nacionais ou físicas que
possuímos, somos todos irmãos e irmãs dentro dessa família.
c) Um só templo (v.20-22). Em Gênesis, Deus "andava" com seu povo
(Gn 5:22, 24; 6:9); no Êxodo, decidiu "habitar" com seu povo (Êx
25:8). Deus habitou no tabernáculo (Êx 40:34-38) - a glória a partir (1 Sm 4);
habitou no templo (1 Rs 8:1-11); mas a glória partiu outra vez (Ez 10:18, 19).
A próxima habitação de Deus foi o corpo de Cristo
(Jo 1:14), que os homens pregaram numa cruz. Hoje, por intermédio do Espírito
Santo Deus habita no coração dos que creram em Cristo (1 Co 6:19,20), e na
Igreja como um todo (Ef 2:20-22).
O Espírito Santo realiza essa obra pegando pedras
mortas do poço do pecado (SI 40:2), dando-lhes vida e colocando-as no templo de
Deus (1 Pe 2:5). Esse templo é "bem ajustado" como corpo de Cristo
(Ef 2:21; 4:16), de modo que cada parte cumpre o propósito determinado por
Deus.
Aplicações:
Por meio de Cristo, ele nos ressuscitou dentre os
mortos e nos assentou no trono. Ele nos reconciliou e nos colocou em seu
templo.
Nem a morte nem o distanciamento espiritual
podem derrotar a graça de Deus! Ele, nos salvou individualmente e incluiu em
sua Igreja coletivamente.
·
Você já experimentou pessoalmente a graça de Deus?
Ou se encontra espiritualmente morto e afastado de Deus? Mas se não tem certeza
da sua situação espiritual, se entregar a Cristo pela fé e creia nele.
Reflita: Somos como a nação de Israel, temos
recebido vários privilégios espirituais, mas temos rejeitado o Deus que os
concedeu. Ou, como os gentios, temos nos afastado de Deus para viver
deliberadamente em pecado e desobediência.
·
Você já é um cristão, está levando outros à fé em
Cristo? Está andando "em novidade de vida" (Rm 6:4)? Compartilha as
boas-novas da "paz com Deus" com os que ainda estão em guerra com
ele?
Devemos viver de modo a tornar a mensagem da
reconciliação algo pessoal. Deus "nos deu o ministério da reconciliação"
(2 Co 5:18). Somos seus embaixadores da paz (2 Co 5:20). Nossos pés devem estar
calçados "com a preparação do evangelho da paz" (Ef 6:15).
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