15 de fev. de 2024

Oração por Sabedoria Espiritual

Efésios 1.15-23
Respondendo à Oração por Sabedoria Espiritual

Existem algumas maneiras de ser rico: nascer numa família rica, casar com uma pessoa rica, ganhar na loteria, ter um bom emprego, etc... Eu esgotei todas as alternativas e continuo pobre.

Se discute hoje o aumento da alíquota de impostos sobre heranças, por não ser justo uma pessoa ser rica sem ter trabalhado, tão somente ser rica por herdar riquezas de seus pais.

Descobrimos que, quando aceitamos a Cristo, "nascemos ricos". Mas não basta saber esse fato; devemos também crescer no entendimento do que são nossas riquezas, a fim de usá-las para a glória de Deus. Muitos cristãos não se dão conta das riquezas espirituais abundantes que Deus deixou para eles por meio de Jesus Cristo.

O desejo de Paulo era que os cristãos entendessem a grande riqueza que tinham em Cristo. O apóstolo sabia da fé e do amor dos efésios e se regozijava com eles. A vida cristã possui duas dimensões inseparáveis: a fé em Deus e o amor aos homens.

Efésios apresenta duas orações: 1. para que "lhes dê sabedoria espiritual e entendimento para que cresçam" - 1:15-23; e 2. "ele os fortaleça com poder interior" 3:13-21. A primeira oração é para esclarecimento, e a segunda, para capacitação.

Em nenhuma dessas orações, ele pede coisas materiais. Sua ênfase é sobre a percepção espiritual e sobre o verdadeiro caráter cristão. Não pede que Deus lhes dê aquilo que não têm, mas sim que Deus lhes revele o que já possuem.

Paulo primeiro ora para que saibamos o que Cristo fez por nós; e, a seguir, para que vivamos à altura dessas bênçãos maravilhosas e para que elas operem em nossa vida diária. Veja como respondemos à oração de Paulo:

 

1. QUANDO CONHECEMOS A DEUS – v.17

O ateu afirma que não há Deus a ser conhecido, e o agnóstico afirma que, se há um Deus, não temos como conhecê-lo. No entanto, Paulo teve um encontro com Deus na pessoa de Jesus Cristo e sabia que um ser humano não é capaz de entender verdadeiramente coisa alguma sem o conhecimento de Deus.

Essa ignorância intencional de Deus conduziu a humanidade à corrupção e à condenação. Em Romanos 1:18ss, Paulo descreve os estágios da degeneração humana: ignorar a Deus deliberadamente, dedicar-se à idolatria (colocar uma mentira no lugar da verdade) e, por fim, se entregar à imoralidade e à indecência. Onde isso começa?  Na recusa em conhecer a Deus como Criador, Sustentador, Governante, Salvador e Juiz.

O cristão deve crescer no conhecimento de Deus. A salvação é o conhecimento pessoal de Deus (Jo 17:3). A santificação é o conhecimento crescente de Deus (Fp

3:10). A glorificação é o conhecimento perfeito de Deus (1 Co 13:9-12).

Uma vez que fomos criados à imagem de Deus (Gn 1:26-28), quanto melhor o conhecermos, melhor conheceremos a nós mesmos e uns aos outros. Não basta conhecer a Deus somente como Salvador. Devemos conhecê-lo como Pai, Amigo e Guia, e, quanto melhor o conhecermos, mais gratificante será nossa vida espiritual.

 

2. QUANDO COMPREENDEMOS O CHAMADO DE DEUS – v.18

O termo chamado é de grande importância para o vocabulário cristão. A palavra igreja é uma combinação de dois termos gregos que significam "chamado para fora".

Paulo não se cansava de testemunhar que Deus o havia chamado "pela sua graça" (GI 1:15); e lembrou a Timóteo que o cristão possui uma "santa vocação [chamado]" (2 Tm 1:9). Fomos "[chamados] das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2:9), e até mesmo "[chamados] à sua eterna glória" (1 Pe 5:10).

O chamamento de Deus se dá por causa de sua graça, não de algum mérito que porventura tenhamos.

Paulo deseja que nos conscientizemos da esperança que possuímos em virtude desse chamamento (Ef 4:4). Alguns chamamentos não oferecem esperança alguma, mas nosso chamamento em Cristo nos garante um futuro maravilhoso.

É importante lembrar sempre que, na Bíblia, o termo esperança não significa "espero que isso aconteça", como uma criança que espera ganhar uma bicicleta no Natal. Esse termo bíblico implica "certeza quanto ao futuro".

O cristão espera, evidentemente, pela volta de Jesus Cristo para buscar sua Igreja (1Ts 4:13-18; 1Jo 3:1-3). Quando estávamos perdidos, "não [tínhamos] esperança" (Ef 2:12); mas em Jesus, temos "uma viva esperança" (1Pe 1:3) que nos dá ânimo a cada dia.

A esperança referente a nosso chamado deve ser uma força dinâmica em nossa vida, estimulando-nos a ser puros (1 Jo 2:28 - 3:3), obedientes (Hb 13:17) e fiéis (Lc 12:42-48).

O fato de que, um dia, veremos Cristo e seremos como ele deve nos motivar a viver como Cristo hoje.

 

3. QUANDO CONHECEMOS AS RIQUEZAS DE DEUS – v.18

Essa oração não se refere à nossa herança em Cristo (Ef 1:11), mas sim à herança dele em nós. Trata-se de uma verdade extraordinária - que Deus nos considera parte de sua grande riqueza!

Assim como a riqueza de uma pessoa traz honra para seu nome, a Igreja também glorificará a Deus por causa do que ele investiu nos santos. Quando Jesus Cristo voltar, viveremos "para louvor da glória de sua graça" (Ef 1:6).

 

Deus nos trata com base no futuro, não no passado. Quando Gideão foi covarde, Deus lhe disse: "O SENHOR é contigo, homem valente" (Jz 6:12). E Jesus declarou ao irmão de André: "Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)" (Jo 1:42).

Gideão tornou-se um homem de grande bravura, e Simão tornou-se Pedro, uma rocha. Nós, cristãos, vivemos no futuro; nossa vida é controlada por aquilo que seremos quando Cristo voltar. Uma vez que somos herança de Deus, vivemos de modo a lhe agradar e a glorificá-lo.

Essa verdade indica que Cristo não entrará em sua glória prometida até que a Igreja esteja presente para compartilhá-la com ele. A consciência desse fato deve levar o cristão a viver de maneira dedicada e consagrada ao Senhor.

 

4. QUANDO CONHECEMOS O PODER DE DEUS – v.19-23

O apóstolo está se referindo à energia divina, dinâmica e eterna que se encontra a nosso dispor! Afinal, de que adianta possuir riquezas quando não se tem energia para usá-las? Ou o medo de que ladrões a levarão é tanto que não se é capaz de desfrutá-las?

Nós, cristãos, precisamos de poder por vários motivos:

Em primeiro lugar, somos fracos demais por natureza para dar o devido valor e nos apropriarmos dessas riquezas, a fim de usá-las corretamente. O poder de Deus capacita-nos para que usemos as riquezas de Deus.

Em segundo lugar, há inimigos que desejam tomar essas riquezas de nós (Ef 1:21; 6:11,12). Jamais seríamos capazes de derrotar esses adversários espirituais com as próprias forças, mas é possível fazê-lo pelo poder do Espírito.

A ressurreição de Jesus Cristo manifestou esse poder. Ela não se limita a Cristo ter sido trazido de volta dos mortos, pois ele também subiu ao céu e está assentado no lugar de autoridade, à destra de Deus. Ele não é somente nosso Salvador; também é Soberano (At 2:25-36).

 

Aplicações:

Pelo fato de sermos cristãos, fazemos parte da Igreja, o corpo de Cristo, e ele é o Cabeça. Isso significa que existe uma ligação viva entre nós e Cristo.

Cristo é nosso Cabeça espiritual. Somos ligados a ele por meio do Espírito como membros de seu corpo. Isso significa que temos parte em sua ressurreição, ascensão e exaltação.

Também nos encontramos assentados nos lugares celestiais (Ef 2:6), e todas as coisas estão debaixo de nossos pés.

A oração de Paulo será respondida em sua vida?

Você começará, a partir de hoje, a conhecer por experiência própria o ser de Deus - seu chamamento, suas riquezas e seu poder?

 

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