No capítulo 1, Paulo apresenta a doutrina da “Preeminência De Cristo” na Mensagem do evangelho; na Redenção; na Criação; na Igreja e no seu Ministério. No capítulo 2, ele apresenta o perigo que rondava a Igreja de Colossos, por isso a “Preeminência de Cristo é Defendida”. Eles deveriam tomar cuidado com três ameaças:
A. Cuidado com as vãs filosofias 2:1-10
B. Cuidado com o legalismo religioso 2:11-17
C. Cuidado
com as disciplinas criadas por homens - 2:18-23
Nesse capítulo, Paulo, como um pastor que luta contra os lobos, vai ao cerne do problema e denuncia os falsos mestres. Ele assegura com clareza a suficiência de Cristo para todas as necessidades. Ele faz três advertências, tão necessárias hoje como na época dele.
1. CUIDADO COM AS VÃS FILOSOFIAS (1-10)
Paulo estava muito oprimido, enfrentava luta
espiritual de oração contra Satanás que tentava desviar os crentes. Ele sabia
como derrotar Satanás — com oração e com a Palavra de Deus (Ef 6:17-18). Ele
ansiava por ver os santos unidos em Cristo para que usufruíssem das bênçãos maravilhosas
que tinham nele.
Em Cristo, temos "todos os tesouros da
sabedoria e do conhecimento" (v.3), mesmo que os falsos mestres tenham
filosofias fascinantes. Não vale a pena levar em consideração nenhuma filosofia
feita pelo homem que não tenha espaço para Cristo.
Por que nos rebaixarmos ao seguir doutrinas feitas
pelo homem, se somos ricos em Cristo? Deixe que os líderes religiosos
desenvolvam suas "doutrinas secretas"; temos toda sabedoria escondida
em Cristo, pois estamos "ocultos juntamente com Cristo, em Deus"
(3:3).
As filosofias do homem são atraentes. Eles dão um show
de sabedoria e de inteligência, e, muitas vezes, os cristãos jovens são
"enganados" pelos "raciocínios falazes" (v.4). É triste
quando jovens cristãos vão para escolas seculares e são vítimas das filosofias
feitas pelo homem que negam Jesus Cristo e a Bíblia. O apóstolo adverte: "Cuidado
que ninguém vos venha a enredar" (destruí-lo; v.8). Como o crente
derrota essas filosofias?
a. Ande em Cristo (v. 6)
Você é salvo pela fé, portanto ande pela fé. Como é
salvo pela Palavra, ande de acordo com ela. Como é salvo pela obra do Espírito,
ande nele. A continuação da vida cristã é como seu início - pela fé em Deus.
b. Cresça em Cristo (v. 7)
Tenha raízes que se aprofundem na riqueza da
Palavra. Tenha um firme fundamento, assentado sobre Jesus Cristo. Como é
importante aprender a Palavra do Senhor! Se o crente não estiver firmado em
Cristo, fundamentado na Palavra e edificado na verdade da Bíblia, ele cai nas
armadilhas das filosofias religiosas. A maioria dos membros de seitas, foram
membros de igrejas históricas, porém não cresceram, e se deixaram iludir por
falsas doutrinas.
c. Faça de Cristo o teste (v. 8)
Teste todo sistema religioso altissonante com a
pergunta: "Cristo tem a supremacia nesse sistema?". Quase todos os
sistemas religiosos de hoje dão um lugar de destaque para ele, mas apenas o
verdadeiro cristianismo bíblico dá a supremacia a ele.
d. Aproxime-se da plenitude dele (vv. 9-10)
Perceba que não há substituto para Cristo e que
nele temos tudo de que precisamos. Em geral, os crentes sentem falta de alguma
coisa que Jesus Cristo não pode suprir quando mergulham na vida mundana ou se
deixam apanhar pelos sistemas feitos pelo homem. "Recebemos a plenitude"
nele! Temos uma posição maravilhosa em Cristo!
2. CUIDADO COM O LEGALISMO RELIGIOSO (2:11-17)
Os falsos mestres fizeram uma miscelânea e tanto,
misturaram misticismo oriental com as filosofias gregas e com o legalismo
judeu. Mas a carne ama ser religiosa, contanto que a religião não tenha uma cruz
para crucificá-la.
Os crentes colossenses estavam envolvidos no legalismo
judeu - nos rituais, nas dietas, nos dias santos e assim por diante. Paulo
clama: "Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia
de festa, ou lua nova, ou sábados, tudo isso tem sido sombra das coisas que
haviam de vir; porém o corpo é de Cristo" (v.16,17).
Esses cristãos se voltaram da plenitude de Cristo
para o conhecimento superficial ("rudimentos"; 2:8,20) do mundo, como
a criança que admira a foto do pai, mas ignora a presença dele.
Na cruz, Cristo realizou tudo de que precisamos. O
versículo 11 não se refere à circuncisão física dele em criança (Lc 2:21), mas
à sua morte na cruz. Da mesma forma que o batismo de Cristo com água simbolizava
seu batismo de sofrimento na cruz (Lc 12:50), também sua circuncisão na
infância antecipava seu "despojamento do corpo" quando, no Calvário,
ele tomou sobre si os pecados.
Paulo afirma: "Nele, também fostes
circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da
carne, que é a circuncisão de Cristo". Ele lhes pergunta por que
querem substituir Cristo por Moisés. Por que fazer um corte físico na carne, em
vez de uma operação espiritual no coração? E afirma que a circuncisão remove um
pedaço de carne, mas nossa identificação com Cristo retira toda a natureza
carnal.
Tudo isso se torna verdade por meio de nossa união
com Cristo, quando o Espírito nos batiza no corpo dele. Morremos e
ressuscitamos com ele. Agora, as leis da antiga aliança foram postas de lado,
Satanás foi totalmente derrotado (v.15), portanto usufrua a liberdade que você
tem em Cristo. Paulo incita: "Ninguém, pois, vos julgue" (v.
16).
3. CUIDADO COM AS DISCIPLINAS CRIADAS PELO HOMEM (2:18-23)
Como a carne ama o legalismo: jejum, regras
alimentares, disciplina corporal! As pessoas sentem-se "espirituais" com
suas regras de observâncias religiosas especiais. "Ninguém se faça árbitro
contra vós outros" (julgá-lo; v.18).
Cuidado com a humildade aparente, a imitação que
tenta imitar a humildade espiritual genuína. Não há nada de errado em exercitar
a disciplina no Espírito de Deus para a glória do Senhor, mas isso se torna
pecado quando é feito na carne para a exaltação de nós mesmos. Nem por um minuto
cremos que o fato de o crente desistir de certos hábitos e prazeres o torne
automaticamente espiritual, embora acreditemos de coração que os crentes não
devem abusar de sua liberdade e tornar-se pedra de tropeço (1 Co 8:9-10).
Nosso relacionamento com Cristo é uma união viva —
ele é o cabeça, nós somos os membros do corpo. O corpo funciona com alimento,
não com leis. Quem pode ordenar ao estômago: "Comece a digerir! Pare de doer!"?
Quanta insensatez!
Contudo, as pessoas pensam que tornam a vida
cristã, a pessoal, e a igreja, o conjunto, espirituais por meio de regras e
disciplinas carnais. Nós cremos em padrões ("Não ameis o mundo"), porém
rejeitamos a noção de que a obediência exterior a padrões traz necessariamente espiritualidade
interior.
Estamos mortos para os elementos do mundo, estamos
vivos em Cristo, e ele é tudo de que precisamos. Paulo afirma com clareza que a
obediência às regras religiosas feitas pelo homem (vv. 21-23) não controlam nem
derrotam a carne, embora algumas pessoas tenham a impressão de que essas práticas
sejam espirituais.
Sim, essas regras nos tocam, além de também parecer
que nos ajudam a desenvolver a piedade e uma espiritualidade superior, mas, no
que diz respeito a Deus, são inúteis.
Esse é o tema central de Colossenses: Jesus Cristo
é tudo de que o crente precisa. Os sistemas e as regras feitos pelo homem
parecem muito espirituais, mas são meros princípios mundanos (rudimentos,
v.20). Eles são o "jardim da infância" do viver; precisamos nos
formar no grau mais alto do cristianismo.
A carne não pode controlar, nem melhorar e,
tampouco, aperfeiçoar a si mesma por mais atraentes que as disciplinas (asceticismos)
feitas pelo homem possam parecer. Gálatas 3:3 pergunta: "Sois assim
insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando
na carne?".
Nossa união com Cristo é uma união viva. A vida não
pode ser controlada pelas leis do homem, mas apenas pelos princípios que Deus estabeleceu
para o corpo. Apenas outra vida pode controlar a vida, e temos a vida dele em
nós.
Aplicações:
Paulo defendeu a preeminência de Jesus Cristo e refutou
as falsas doutrinas do legalismo, do misticismo e do asceticismo. Cabe a nós
crer nas palavras do apóstolo e praticar esses princípios espirituais.
A resposta para o legalismo é a realidade espiritual
que temos em Cristo. A resposta para o misticismo é a união espiritual com Cristo,
o Cabeça da Igreja. A resposta para o asceticismo é nossa posição em Cristo na morte,
sepultamento e ressurreição.
Todas essas coisas são colocadas em prática
diariamente mediante a comunhão com Cristo por meio da adoração, da Palavra e da
oração. Quando nos entregamos ao Espírito, que habita em nós, recebemos o poder
de que precisamos para avida diária.
Pela comunhão com outros cristãos, contribuímos espiritualmente
para o crescimento do corpo e da igreja, e os demais membros do corpo
contribuem conosco. Que maneira maravilhosa de viver!
Cristo é preeminente em sua vida? Você extrai dele
poder espiritual ou depende de algum substituto "religioso" criado
por homens?

Nenhum comentário:
Postar um comentário