Você gosta de sofrer? Excluindo os masoquistas e torcedores de alguns times de futebol, ninguém mais gosta de sofrer. Mesmo não gostando, muitos vivem de uma maneira que o sofrimento é o resultado natural de escolhas, atitudes ou estilo de vida.
Estamos preparados para viver dias de sofrimento? Não!
É uma ilusão pensar que a vida neste mundo é um mar de rosas, pelo contrário, a
realidade nos apresenta um mar de espinhos. A vida real está muito longe de ser
um “céu na terra”. Devemos estar preparados para enfrentarmos as provações,
pois as tragédias também assolam os filhos de Deus (Jo 16.33).
Deus é pai e ama seus filhos, na demonstração deste amor ele inclui a disciplina e a correção (Hb 12.5-8). Algumas pessoas vivem uma intensa aflição emocional e buscam compreender a causa do seu sofrimento. Nem sempre a resposta está no discurso que reflete a visão tradicional de retribuição divina presente nos discursos dos três amigos de Jó.
Nem todos os sofrimentos são motivados por pecados,
pela dureza de coração ou por erros que cometemos, no entanto, Deus usa a
pedagogia da disciplina para ensinar e manter seus filhos perto dele em plena
comunhão, e, por isso, precisamos da disciplina de Deus.
Assim como Jó, devemos nos apresentar a Deus,
expressar nossos sentimentos e frustrações e pedir que Ele nos revele a causa
da dor e nos dê forças para perseverar até se cumprir o tempo da disciplina e
então superarmos e vencermos cada uma de nossas aflições.
1. JÓ FOI ESCOLHIDO PARA SOFRER – 1.8-12; 2.3-6
Jó era um chefe tribal piedoso e íntegro, foi
abençoado por Deus com prosperidade terrena que se tornou o maior de todos os
homens do Oriente (Jó 1.3). Possuía 7 mil ovelhas; 3 mil camelos; 500 juntas de
boi; 500 mulas. Além disso possuía servos e 10 filhos.
De repente experimentou a perda de toda a fortuna,
em questão de um dia foi assolado por uma série de calamidades e privado de
todas as suas posses, além de perder os filhos (Jó 1.13-19), logo depois teve o
corpo coberto de feridas (Jó 2.7), que para alguns, era lepra, mas isso é
incerto.
O fato intrigantes é ver Deus chamando a atenção de
Satanás para a vida de Jó (Jó 1.8; 2.3), este fato desencadeia todo seu
sofrimento, o qual foi permitido por Deus e executado por Satanás. Em tese,
podemos inferir que “Deus escolheu Jó para sofrer” com a finalidade de provar
para o diabo que Jó era temente de verdade, não apenas alguém interessado em
receber favores divinos.
Três amigos, que vieram para consolá-lo, mas
insistiam que esse sofrimento era um castigo contra o seu pecado, e o único
recurso era o arrependimento. Mas Jó rejeita a acusação e a solução, afirmando
sua retidão e que não conseguia compreender sua desgraça.
Por fim Deus responde a Jó, mas não com uma
justificativa de suas ações, nem com alguma solução intermediária. Deus
responde com uma manifestação pessoal em sabedoria e poder.
2. COMO JÓ LIDOU COM O SOFRIMENTO – 2.7-10
Aqui estão algumas das maneiras pelas quais Jó
lidou com seu sofrimento, de acordo com a narrativa bíblica:
1. Aceitação inicial: Quando Jó
enfrentou as primeiras tragédias, como a perda de sua propriedade e a morte de
seus filhos, ele demonstrou aceitação e submissão à vontade de Deus. Ele disse:
"O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor"
(Jó 1:21).
2. Diálogo com amigos: Jó teve
conversas com seus amigos, que vieram para confortá-lo. No entanto, a maior
parte do livro consiste em diálogos em que seus amigos tentam convencê-lo de
que seus sofrimentos são resultado de pecados secretos. Jó, por sua vez,
defende sua integridade e questiona a justiça de Deus (Jó
2.11-13).
3. Questionamento a Deus: Jó não apenas
questionou seus amigos, mas também questionou a Deus. Ele expressou suas
dúvidas, angústias e perplexidades diante de Deus, pedindo explicações para seu
sofrimento. Ele fez isso de maneira honesta e intensa, buscando compreender por
que estava passando por tanta aflição (Jó 10.1ss).
4. Persistência na fé: Apesar de
seus questionamentos e sofrimentos, Jó não abandonou sua fé em Deus. Ele
continuou a reconhecer a soberania de Deus e a buscá-lo, mesmo em meio a suas
provações (Jó 19.25-27).
5. Encontro com Deus: No final do
livro, Jó tem um encontro direto com Deus, que lhe fala a respeito de Sua
grandeza e sabedoria. Isso leva Jó a reconhecer sua própria limitação e a
submeter-se humildemente à vontade de Deus (Jó 42.5,10,16).
3. IMPACTO DO SOFRIMENTO NA VIDA DE JÓ
"Com os ouvidos eu tinha ouvido falar a teu respeito; mas agora os
meus olhos te veem" Jó 42.5
Se Jó era um homem bom e fazia as coisas direito,
então nos perguntamos: “por que Deus permitiu que ele passasse por todo aquele
sofrimento”? Eu e você já devemos nos ter feito esta pergunta algumas vezes.
Aliás, é uma pergunta que ainda continua sendo feita.
Bem, a resposta pode ser: "Porque coisas ruins
também acontecem com pessoas boas". Não é pelo fato de sermos bons, justos
e honestos que estamos livres de calamidades ou de infortúnios da vida comum
neste mundo. O bem ou o mal podem acontecer a qualquer pessoa, é por isso que
“coisas boas também acontecem com pessoas ruins”.
No caso de Jó, o objetivo era
"aprofundar a relação e a intimidade dele com Deus. Jó precisava
de uma "experiência pessoal". É isso que ele mesmo declara. Todo
aquele sofrimento, as percas, as acusações, a doença, no caso de Jó, foram o
instrumento pedagógico para levá-lo para mais perto do Senhor.
Diante disto, devemos encarar as adversidades
não como castigo de Deus, mas como uma forma extrema, para que venhamos
a reconhecer sua soberania e poder sobre nossas vidas e nos entregarmos
completamente a Ele. Infelizmente, algumas pessoas só entendem a linguagem do
amor de Deus quando passam por momentos controversos.
A manifestação da graça passa despercebida na vida
de muitas pessoas. Então Deus na sua soberania, permite que
circunstâncias dolorosas possam fazer o papel de aio, o qual a graça não teve
êxito. E assim todos têm a oportunidade de se posicionar ao lado de Deus e em
atitude de adoração ao Senhor Jesus.
Jó foi recompensado por sua fidelidade. Ele se dispôs a perdoar e orar por seus amigos que o acusaram. Ele
teve as feridas saradas, seus bens se tornaram o dobro de antes. Teve outros
dez filhos (calculo eu com a mesma esposa, que outrora o havia pedido para
deixar a Deus) e viveu mais cento e quarenta anos.

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