1 de ago. de 2023

Os Salvos Avançam para a Eternidade

Filipenses 3.12-21
Os Salvos Avançam para a Eternidade

Em Filipenses 3, Paulo apresenta sua biografia espiritual, seu passado (Fp 3:1-11), presente (Fp 3:12-16) e futuro (Fp 3:17-21). Vimos Paulo como o "contador" que descobriu novos valores depois de seu encontro com Jesus Cristo.

Hoje, o veremos como "atleta", cheio de vigor espiritual, avançando para a linha de chegada da corrida cristã e como o "estrangeiro", cuja cidadania encontra-se no céu e que aguarda a vinda de Jesus Cristo.

Paulo usa a figura do atleta que está numa corrida a pé ou uma corrida de carros. No carro grego usado nos Jogos Olímpicos e em outros eventos, o condutor precisava inclinar-se para frente e usar os nervos e músculos para manter o equilíbrio. "Avançar", em Filipenses 3:13, significa "se esticar como quem está em uma corrida"

Paulo não diz como alcançar a salvação, esta não é pelas obras ou por esforço próprio. Ele lembra seus leitores de que "nossa pátria está nos céus" (Fl 3:20). Uma vez que já somos filho de Deus por meio da fé em Cristo, temos a responsabilidade de "completar a carreira" e de alcançar os objetivos que Deus estipulou para nós (Fl 2:12,13).

Quais são os elementos essenciais para vencer a corrida e, um dia, receber a recompensa prometida?

 

1. INSATISFAÇÃO (Fp 3:12, 13A)

"Não julgo havê-lo alcançado." Essa é uma declaração de um cristão consagrado que nunca se deu por satisfeito com suas realizações espirituais. É evidente que Paulo estava satisfeito com Jesus Cristo (Fp 3:10), mas não com a própria vida cristã. Uma "insatisfação santa" é o primeiro elemento essencial para avançar na corrida cristã.

Muitos cristãos contentam-se com a própria situação, pois comparam sua "carreira" com a de outros cristãos, normalmente com a dos que não fazem grande progresso. Paulo não se comparou com outros; antes, se comparou consigo mesmo e com Jesus Cristo! Ainda não alcançou a perfeição (Fp 3:12), mas já é "perfeito" [maduro] (Fp 3:15), e uma das características dessa maturidade é a consciência da própria imperfeição! O cristão maduro faz uma autoavaliação honesta e se esforça para melhorar.

Mas cuidado para não cair em dois extremos: 1. Considerar-se melhor do que é; ou 2. Considerar-se pior do que é. Uma insatisfação divina é essencial para o progresso espiritual (Sl 42:1, 2).

 

2. DEDICAÇÃO (Fp 3:13b)

"Uma coisa" - essa é uma expressão importante para a vida cristã (Mc 10:21; Lc 10:42; Jo 9:25; Sl 27:4). Muitos cristãos estão envolvidos demais com "várias coisas", quando, na verdade, o segredo do progresso é concentrar-se em "uma coisa".

O cristão deve dedicar-se a "correr a carreira cristã". Nenhum atleta é bem-sucedido ao fazer de tudo; seu sucesso deve-se a sua especialização. Os vencedores são os que se concentram e mantêm os olhos fixos em seu objetivo, sem deixar que coisa alguma os distraia. Dedicam-se inteiramente a seu chamado (Ne 6:3; Tg 1:8).

A concentração é o segredo do poder. Trata-se única e exclusivamente de uma questão de valores e de prioridades, de viver em função do que é mais importante.

 

3. DIREÇÃO (Fp 3:13c)

O incrédulo é controlado pelo passado, mas o cristão que participa da corrida olha para o futuro (Lc 9:62). O cristão deve estar voltado para o futuro, "esquecendo-[se] das coisas que para trás ficam". Na Bíblia, "esquecer" significa "não ser mais influenciado ou afetado por algo" (Hb 10:17).

Assim, "esquecendo-me das coisas que para trás ficam" significa que quebramos o poder do passado sobre o futuro. Não é possível mudar o passado, mas mudar seu significado é algo que se pode fazer. Os acontecimentos não mudaram a disposição de Paulo, o que mudou foi sua maneira de encará-los (1 Tm 1:12-17). Um bom exemplo desse princípio é José (Gn 45:1-15).

Muitos cristãos encontram-se acorrentados aos arrependimentos do passado. Outros distraem-se com os sucessos do passado, o que é igualmente prejudicial.

 

4. DETERMINAÇÃO (Fp 3:14)

"Prossigo!" O mesmo verbo é usado em Filipenses 3:12, e tem o sentido de esforço intenso (um caçador perseguindo avidamente a presa). O atleta bem-sucedido entra no jogo e se mostra determinado a vencer! O mesmo zelo que Paulo manifestava ao perseguir a Igreja (Fp 3:6) pode ser observado em seu serviço a Cristo.

Vemos aqui dois extremos a serem evitados: 1. "eu devo fazer tudo!"; e 2. "Deus deve fazer tudo!" O primeiro descreve o ativista; o segundo, o quietista, e os dois estão condenados a fracassar.

O corredor cristão com disposição espiritual sabe que Deus deve operar nele e capacitá-lo para vencer a corrida (Fp 2:12,13; Jo 15:5). Deus opera em nós para que possa operar por meio de nós.

O alvo é "o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3:14). Quando alcançar o alvo, receberá a recompensa! Paulo não está sugerindo que o céu se alcança pelo esforço próprio, mas apenas que, assim como o atleta é recompensado por seu desempenho, o cristão fiel também será coroado quando Jesus Cristo voltar.

 

5. DISCIPLINA (Fp 3:15,16)

Não basta correr com disposição e vencer a corrida; o corredor também deve obedecer às regras. Paulo enfatiza a importância de os cristãos lembrarem as "regras espirituais" que se encontram na Palavra.

O atleta que se recusa a treinar é desqualificado, como também o é o atleta que transgride as regras do jogo. Um dia, todo cristão vai se encontrar diante do tribunal de Cristo (Rm 14:10-12). Se nos disciplinarmos a obedecer às regras, receberemos o prêmio.

O relato bíblico é repleto de gente que começou a corrida com grande sucesso, mas que fracassou no final por não atentar para as regras de Deus. Não perderam a salvação, mas perderam a recompensa (Ló - Gn 19; Sansão - Jz 16; Saul - 1 Sm 28; 31). E pode acontecer conosco!

 

É estranho ver Paulo chorando em uma carta cheia de alegria! Essas lágrimas não são por si mesmo, mas pelo modo de vida de alguns que se dizem cristãos, pessoas que "se preocupam com as coisas terrenas". Essas pessoas podem ser os judaizantes ou outro grupo chamado de libertinos, ambos eram "inimigos da cruz de Cristo".

Muita gente acredita que o "cristão espiritual" é místico, distante, sem qualquer senso prático e dado a devaneios. A disposição espiritual leva o cristão a pensar com mais clareza e a fazer as coisas com mais eficiência.

Ter "disposição espiritual" significa, simplesmente, olhar para a Terra do ponto de vista do céu. Os cristãos possuem dupla cidadania - celestial e terrena -, e nossa cidadania no céu deve nos tornar pessoas melhores na Terra. O cristão com disposição espiritual não se sente atraído pelas "coisas" deste mundo. Toma suas decisões com base em valores eternos, não nos modismos passageiros da sociedade.

 

1. NOSSO NOME ESTÁ REGISTRADO NO CÉU

Os cidadãos de Filipos desfrutavam do privilégio de ser cidadãos de Roma fora de Roma. Quando o pecador aceita a Cristo e se torna um cidadão do céu, seu nome é escrito no "livro da Vida" (Fp 4:3) e é isso o que determina sua entrada final no país celestial (Ap 20:15). Quando confessamos Cristo na Terra, ele confessa nosso nome no céu (Mt 10:32, 33). Nosso nome "está arrolado nos céus" (Lc 10:20) e ficará registrado lá para sempre (o verbo grego traduzido por "arrolar", em Lc 10:20, encontra-se no tempo perfeito: está e permanecerá arrolado de uma vez por todas).

 

2. FALAMOS A LINGUAGEM DO CÉU

Os que "só se preocupam com as coisas terrenas" falam de coisas terrenas. Afinal, o que sai da boca revela o que se encontra no coração (Mt 12:34-37). Os cidadãos do céu compreendem as coisas espirituais, gostam de falar sobre elas e de compartilhá-las uns com os outros (1 Io 4:5, 6). Falar a linguagem do céu envolve também a como se diz. Devemos ter cuidado, porém, de falar de maneira a glorificar a Deus (CI 4:6). Nossas palavras devem demonstrar moderação e pureza (Ef 4:29).

 

3. OBEDECEMOS ÀS LEIS DO CÉU

Os cidadãos de Filipos não eram governados pela legislação grega, mas sim pelas leis de Roma. Por causa dessa política Paulo foi em Filipos (At 16:16-24) e usou sua cidadania romana para ter proteção (At 16:35-40).

"Sede imitadores meus." Paulo era imitador de Cristo, de modo que não se trata de uma admoestação egotista (1Co 11:1). Paulo considerava-se um "estrangeiro" neste mundo, um "peregrino e forasteiro" (1 Pe 2:11). Sua vida era governada pelas leis do céu, e era isso o que o tornava diferente.

 

4. SOMOS LEAIS À CAUSA DO CÉU

Os judaizantes eram "inimigos da cruz de Cristo" porque a cruz deu cabo da religião do Antigo Testamento (Hb 10:19-25). Por meio de sua morte e ressurreição, Jesus realizou a "circuncisão espiritual" que tornava a circuncisão ritual desnecessária (CI 2:10-13). Tudo aquilo que os judaizantes defendiam havia sido eliminado pela morte de Cristo na cruz!

Paulo chora porque sabe o que o futuro reserva para esses homens: "O destino deles é a perdição" (Fp 3:19). Entretanto, o verdadeiro filho de Deus, cuja cidadania está no céu, tem um futuro esplendoroso.

 

5. AGUARDAMOS O SENHOR DO CÉU

Os judaizantes viviam no passado, tentando convencer os filipenses a voltar a Moisés e à Lei, mas o verdadeiro cristão vive no futuro, aguardando a volta de seu Salvador (Fp 3:20,21). Uma esperança futura exerce grande poder no presente (Abraão - H b 11 :13-16; Moisés - Hb 11 :24- 26), Jesus dispôs-se a sofrer na cruz.

O cidadão do céu que vive na Terra não fica desanimado, pois sabe que um dia seu Senhor vai voltar, continua realizando seu trabalho com toda dedicação, não vive em função das coisas deste mundo.

Paulo menciona, de modo específico, que o cristão receberá um corpo glorificado, como o corpo de Cristo. Hoje, vivemos em um "corpo de humilhação" (Fp 3:21); mas quando virmos a Cristo, receberemos um corpo de glória (1 Co 15:42-53.

Quando Jesus voltar, há de "subordinar a si todas as coisas" (Fp 3:21b). O termo "subordinar" significa "organizar em ordem de dependência, do inferior ao superior". Viver no futuro significa deixar que Cristo ordene as coisas de acordo com a verdadeira importância.

Aplicações:

1. Deus nos chama para santificação que é o processo de aperfeiçoamento do cristão. Esta perfeição não é alcançada neste mundo, mas somente em Cristo no céu.

2. A santificação é crescente e progressiva diariamente com Jesus por isso temos pessoas em níveis diferentes de crescimento espiritual.

3. Não há igrejas sem problemas, ajude a sua igreja a ser melhor evitando o legalismo das obras e a libertinagem do “tudo pode”

4. Devemos ser exemplos para as novas gerações e manter a esperança do retorno de Jesus e da glorificação de nossos corpos.

 

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