16 de mai. de 2023

O Servo é Sepultado

Marcos 15.42-47 
O Servo é Sepultado

Normalmente, o sepultamento sela o fim da história de uma pessoa comum, mas Jesus não era comum, Ele era o Filho de Deus. O túmulo não foi o último capítulo de sua história, mesmo após a morte, Jesus continuava movimenta a história e impressionando homens.

Nesta passagem vemos em especial a atuação de José de Arimatéia (ajudado por Nicodemos – Jo 19.38-40) se prontificaram para sepultar o corpo de Jesus afim dele não ficar exposto ao tempo e ser defraudado por animais e feras.

 

1. O TEMPO DA PREPARAÇÃO – v.42

Os judeus dividiam o período correspondente à tarde e ao fim do dia em duas partes: o "cair da tarde" - das três às seis - e a "noite" - depois das seis, quando começava um novo dia. Isso explica o fato de tanto Mateus (Mt 27:57) quanto Marcos chamarem o final da tarde de sexta-feira de "cair da tarde".

Era importante que o local da execução fosse liberado rapidamente, pois o shabbath judaico estava prestes a começar, e esse shabbath em particular era um "grande" dia por causa da Páscoa (Jo 19:31).

 

2. OS RESPONSÁVEIS PELO SEPULTAMENTO – v.43-45

Deus preparou José de Arirnatéia, um membro rico do Sinédrio, para cuidar do corpo de Jesus (Mt 27:57). José foi auxiliado por Nicodemos, que também era membro do conselho (Jo 19:38-42). Não se deve imaginar que esses dois homens decidiram, de uma hora para outra, que sepultariam o corpo de Jesus, pois o que fizeram exigiu um bocado de preparo.

Fica claro que Deus preparou esses dois homens e dirigiu suas ações. Nicodemos havia procurado Jesus para uma conversa particular (Jo 3) e também o havia defendido perante o conselho (Jo 7:45-53). Creio que José e Nicodemos examinaram as Escrituras juntos e, guiados pelo Espírito, descobriram que o Cordeiro morreria na Páscoa.

 

José é um personagem curioso.

1. Bem poderia ser que toda a informação sobre o julgamento ante o Sinédrio procedesse dele. Se for assim, corresponderia a José uma participação muito real na redação do relato do Evangelho.

2. Em torno de José há um toque de tragédia. Como membro do Sinédrio não defendeu Jesus. José é o homem que deu a Jesus uma tumba quando estava morto, mas guardou silêncio enquanto estava vivo.

3. José foi outra daquelas pessoas para quem a cruz de Jesus fez o que sua vida não tinha podido fazer. Quando em vida tinha visto Jesus, havia sentido sua atração, mas não tinha ido mais além. Mas quando o viu morrer seu coração estalou de amor.

 

3. O SEPULTAMENTO – v.46

Para começar, José teve de preparar o túmulo num jardim próximo ao local onde Jesus morreu. Embora Mateus 27.60 diga “em seu sepulcro novo”, para muitos teólogos acham provável que esse túmulo não fosse para uso pessoal de José, pois um homem rico dificilmente escolheria ser sepultado próximo a um local de execuções.

Além disso, os dois tiveram de conseguir uma grande quantidade de especiarias (Jo 19:39), algo que não poderia ser feito enquanto o comércio estivesse fechado para a Páscoa. Tudo isso teve de ser feito sem o conhecimento do conselho.

Foi preciso que José pedisse permissão a Pilatos para levar o corpo e que Nicodemos guardasse o corpo enquanto essa permissão oficial era liberada. Se esses dois homens não tivessem agido com tamanha ousadia, é possível que o corpo de Jesus tivesse sido lançado no depósito de lixo da cidade.

É importante notar que corpo deve ter sido preparado para o sepultamento, pois os lençóis usados foram deixados para trás no túmulo (Jo 20:1-10). Além do mais, a maneira de seu sepultamento cumpriu a profecia (Is 53:9).

 

4. PROVA IMPORTANTE DA SUA MORTE – v.47

O fato de o corpo de Jesus ter sido sepultado é prova de que morreu, de fato, na cruz, pois os oficiais romanos não teriam liberado o corpo sem provas de que Jesus estava morto.

Com frequência os crucificados pendiam de suas cruzes durante vários dias antes de morrer, e Pilatos se assombrou de que Jesus tivesse morrido somente seis horas depois de ter sido crucificado, mas, depois de comprová-lo com o centurião, entregou o corpo a José.

Com frequência acontecia que os corpos dos crucificados não eram sepultados: simplesmente eram baixados da cruz e se deixava que os abutres e os cães selvagens que rondavam dessem conta deles.

Por isso se sugeriu que o nome Gólgota era chamado Lugar da Caveira, ou Calvário, pois estaria semeado de caveiras de anteriores crucificações.

 

Aplicações:

1. Havia uma preparação para celebrar o dia de culto ao Senhor (o sábado). Devemos refletir como estamos nos preparando para o Dia de Culto ao Senhor. Não podemos chegar para adoração de qualquer maneira.

2. José e Nicodemos nos ensinam que Deus prepara homens de fé para cada momento importante da história. Agora que os discípulos fugiram, os familiares se retiraram (Jo 19:25-27), Deus preparara alguém para proteger o corpo de Jesus e sepultá-lo.

3. Nicodemos viera até Jesus à noite (Jo 3); todavia, agora ele saía à luz e assumiu sua posição em favor de Cristo. Devemos sair no anonimato e assumir nossa fé em Jesus.

4. As mulheres fiéis foram as últimas a sair de perto da cruz e as primeiras a ir à sepultura (16:1 ss). Elas ensinam a necessidade de perseverar ao lado de Cristo.

5. É importante para a legitimidade da mensagem do evangelho que a morte e o sepultamento de Jesus Cristo fossem autenticados por outras pessoas (Pilatos e o centurião), além dos seus seguidores.

 

 

 

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