23 de mai. de 2023

Amor de Filho e a Dor de Perdê-lo

João 19.25-27 
Amor de Filho e a Dor de Perdê-lo

Um grupo de mulheres e o apóstolo João permaneceram algum tempo próximos da cruz. (Posteriormente, juntaram-se a um grupo de amigos do Messias que se encontrava mais afastado da cruz [Mt 27:55,56; Mc 15:40,41]).

João cita especificamente quatro mulheres: Maria, a mãe de Jesus; Salomé, irmã de Maria e mãe de Tiago e João; Maria, esposa de Clopas e também Maria Madalena.

Foi preciso grande coragem para permanecerem junto de Cristo em meio a tanto ódio e escárnio, mas a presença desses seguidores fiéis deve ter sido fonte de ânimo para Jesus.

 

1. O AMOR DE UM FILHO – v.26,27

Jesus afirmou seu amor por ela e lhe deu seu mais excelente discípulo, aquele que havia se reclinado junto ao peito do Mestre, para ser seu filho adotivo e para cuidar dela.

Não sabemos se João tirou Maria de lá imediatamente e a levou para casa. Sabemos, porém, que cuidou da mãe do Mestre e que Maria encontrava-se entre os cristãos reunidos no cenáculo à espera de Pentecostes (At 1:14).

Mesmo enquanto realizava a grande obra de redenção, Jesus mostrou-se fiel a suas responsabilidades como filho. Quando Jesus viu sua mãe ali, e projetando os dias por vir, não podia deixá-la em mãos de seus irmãos porque estes ainda não criam nEle (João 7:5). Que grande honra para João tomar o lugar de Jesus na vida de Maria!

Depois de tudo, havia duas razões pelas quais João era particularmente indicado para a tarefa que Jesus lhe encarregou: era seu primo, pois era filho do Salomé, e era o discípulo a quem Jesus amava. De maneira que Jesus encarregou a João que cuidasse de Maria e encarregou a Maria que cuidasse de João para que ambos se consolassem quando Ele já não estivesse presente.

Há algo imensamente comovedor no fato de que na agonia da cruz, quando a salvação do mundo estava no fio da navalha, Jesus pensasse na solidão de sua mãe quando Ele já não estivesse com ela.

Jesus nunca esqueceu suas obrigações. Era o filho maior de Maria e, até no momento de sua batalha cósmica não esqueceu as coisas singelas do lar. Até o final do dia, inclusive na cruz, Jesus pensava mais nas tristezas de outros que nas suas.

 

2. A DOR DA PERCA DO FILHO

A primeira vez que Maria aparece no Evangelho de João foi em um casamento (Jo 2: 1-11); aqui a vemos se preparando para um funeral. Era chegada a hora! Estava sendo traspassada pela "espada", conforme havia sido profetizado (Lc 2:35).

Seu silêncio é significativo, pois, se havia alguém que poderia salvar Jesus, era sua mãe. Tudo o que precisava fazer era desmentir as declarações do Filho, mas não disse coisa alguma. Que testemunho maravilhoso da divindade de Cristo.

No final, Jesus não estava completamente sozinho. Ao pé da cruz estavam as quatro mulheres que amavam a Jesus arriscavam suas vidas. Sempre era arriscado estar perto de alguém que era um criminoso tão perigoso para o governo romano para merecer a cruz.

Sempre é perigoso demonstrar nosso amor por alguém a quem a ortodoxia olha como pecador e herege. A presença destas mulheres ao pé da cruz não se devia ao fato de que ninguém as levava em conta mas ao fato eterno de que o amor perfeito afugenta o temor.

Possivelmente Maria não podia entender, mas podia amar. Sua presença ali era a coisa mais natural do mundo para uma mãe. Aos olhos da lei Jesus podia ser um criminoso, mas era seu filho. O amor eterno do coração da mãe está em Maria ao pé da cruz.

 

Aplicações:

1.     Filhos, vocês deram alegria à vossas mães quando nasceram, vivam de maneira que aquela alegria não seja ofuscada pelas dores e dissabores acarretados pelo seu estilo de vida hoje.

2.    Mães, orem para não passarem pelo dor de ter que sepultar um filho. E se tiverem que viver esta amarga experiência, saiba que a um Pai que cuidará de seu coração e lhe dará força e consolo pelo Espírito Santo.

3.    Mae, nem sempre você vai entender, outras não vai poder mudar as escolhas e o que acontecerá com seu filho, mas sempre você poderá escolher amá-lo e entrega-lo em oração a Deus.

4.   Ser mãe é muitas vezes guardar no coração sentimentos, isso implica em sofrer em silêncio, sufocar o choro, disfarçar as lágrimas, buscar força em Deus e contar com sua graça para seguir adiante.

5.    O fato é que ser mãe envolve muitos sentimentos, do pico das alegrias para os vales das lágrimas. Mas se assim não fosse, a mulher seria apenas mulher, não uma mãe.

 

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