Estamos no penúltimo ato que iniciou em 14.1 e termina em 15.20: 1. Adorado em Betânica; 2. Traído no Cenáculo; 3. Abandonado no jardim; 4. Injustiçado pelos religiosos; 5. Negado por Pedro; 6. Condenado pela autoridade civil.
Pedro, como os outros discípulos, fugiu do Getsêmani após a prisão de
Jesus (v. 50); todavia, a seguir, ele e João desobedecem à ordem do Senhor (v.
27) e o seguem. Isso leva Pedro diretamente para as redes da tentação, e ele,
não suportando a carga, nega o Senhor três vezes.
A predição do Senhor torna-se verdade (v. 30), contudo o cantar do galo faz com que Pedro se arrependa (Lc 22:62). Se um apóstolo que viveu com Jesus pôde cair em tal pecado, imagine como temos de acautelar-nos, e vigiar, e orar! João 21:15-19 assegura que Pedro foi perdoado e restaurado ao ministério apostólico.
1. NÃO ERA FORTE COMO PENSAVA –
v.66-71
Precisamos fazemos justiça a Pedro. Precisamos reconhecer que o
comportamento de Pedro nessa noite foi de uma valentia temerária. Tinha
começado tirando a espada no jardim com a coragem temerária de quem teria
enfrentado sozinho toda uma turba.
No Getsêmani ele tinha ferido o servo de sumo sacerdote. Agora, a simples
prudência teria levado Pedro a não deixar-se ver. O último lugar aonde ninguém
teria sonhado que Pedro fosse teria sido o pátio da casa do sumo sacerdote, e
aí foi precisamente aonde se dirigiu.
Pedro se mostra audaz, os outros poderiam ter fugido, mas ele estava
mantendo sua palavra. Embora outros se fossem, ele se manteria junto, ou a uma
distância segura de Jesus.
Pedro sentou-se junto ao fogo porque a noite era fria. Envolto em sua
capa, uma labareda de fogo revelou Pedro, permitindo ele ser reconhecido.
Imediatamente negou toda relação com Jesus.
Em lugar de sair correndo do pátio, Pedro não foi embora. O mesmo voltou
a acontecer outras duas vezes, e Pedro
negou a Jesus, não amaldiçoou o nome de Jesus. O que fez foi jurar que não o
conhecia e amaldiçoar-se a si mesmo se não estava dizendo a verdade. Ao que
parece ainda não pensava em sair dali.
2. A CONCIÊNCIA FOI DESPERTADA –
v.72
E então aconteceu algo. Ao finalizar a terceira vigília, às três da
manhã, trocava-se o guarda. Ao tocar a corneta que era chamado o gallicinium
(ou seja, canto do galo), o som ressoou em toda a cidade silenciosa e caíram em
seus ouvidos, que recordou das palavras de Jesus e atingiu como uma flecha o
seu coração.
Pedro caiu na tentação e negou a Jesus porque julgava ter coragem
fantástica. Para nós é fácil julgar a Pedro, mas nunca estivemos em similar tentação,
nunca estivemos em iguais circunstâncias. Todo homem tem seu ponto fraco. Será
que nós chegaríamos tão longe como Pedro chegou?
O relato de Marcos é feito a partir da confissão do próprio Pedro. Quer
dizer, que Pedro tem que ter relatado esta história uma e outra vez. "Isto
é o que eu fiz", diria, e "e este maravilhoso Jesus nunca deixou de
me amar."
É isso o que Pedro fez. Dizia às pessoas: "Eu o machuquei e o traí
desta maneira, e entretanto, Ele me perdoou e continuou me amando e pode fazer
o mesmo com vocês."
Resumo e Aplicações:
Ø Enquanto Jesus era
escarnecido e torturado, Pedro estava embaixo, no pátio, fazendo o possível para
não ser reconhecido como discípulo dele. Se tivesse dado ouvidos às
advertências de Jesus, não teria se exposto à tentação nem negado seu Mestre
três vezes.
Ø Pedro serve de aviso para
todos nós, pois, afinal, se um apóstolo que andou com Cristo negou o Senhor, o
que nós faríamos em circunstâncias parecidas?
Ø Os cristãos de Roma que
leram o Evangelho de Marcos, sem dúvida, aprenderam com esse relato, pois em
breve eles próprios estariam entrando na fornalha da perseguição.
ü Não foi o canto do galo que
levou a consciência de Pedro a condená-lo, mas sim a lembrança das palavras de
Cristo. É sempre a Palavra que penetra o coração e produz o arrependimento.
ü Pedro refletiu sobre o que
Jesus havia dito e sobre o que havia feito; então, quando estava a caminho do
pretório de Pilatos, Jesus olhou para Pedro. Sem dúvida, foi um olhar de amor,
mas de amor ferido (Lc 22:61).
ü Com o coração quebrantado,
Pedro saiu dali no mesmo instante e chorou amargamente, abrindo caminho para o
arrependimento.
è Antes de julgar Pedro com
severidade, é bom examinar a própria vida. Quantas vezes negamos o Senhor e
perdemos a oportunidade de compartilhar o evangelho com outros?
è Como Pedro, falamos quando
deveríamos ouvir e discutimos quando deveríamos obedecer, dormimos quando
deveríamos orar e lutamos quando deveríamos nos sujeitar?
è Pelo menos, Pedro se
arrependeu de seus pecados, chorou por eles e recebeu o perdão do Senhor.
Depois de sua ressurreição, Jesus reuniu-se em particular com Pedro (Lc 24:34)
e, em seguida, ajudou-o a fazer uma confissão pública, quando se encontrou com
os discípulos na Galiléia (Jo 21).
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