26 de abr. de 2023

O Servo é Condenado por Pilatos

Marcos 15.1-20
O Servo é Condenado por Pilatos

No capítulo 15 de Marcos Jesus é chamado de Rei seis vezes (vv. 2, 9, 12, 18, 26, 32). Os líderes judeus sabiam que uma acusação religiosa não faria Pilatos condenar Jesus, por isso criaram uma acusação política: Jesus afirmou ser rei e, além disso, era uma ameaça à paz da terra e à autoridade de Roma.

Assim que a reunião realizada logo cedo pela manhã encerrou e o veredito foi oficialmente registrado, os líderes judeus entregaram Jesus ao governador romano, Pôncio Pilatos. Normalmente, o governador morava em Cesaréia, mas tinha o costume de ficar em Jerusalém durante a Páscoa.

Sua presença agradava a alguns dos judeus, e ele podia estar por perto caso surgisse algum problema no meio dos milhares de peregrinos que se reuniam em Jerusalém.

Os governadores romanos costumavam julgar as causas que lhes eram apresentadas pela manhã, de modo que Pilatos estava preparado quando lhe trouxeram o prisioneiro.

 

1. A IMPUTAÇÃO DO CRIME

O conselho judeu teve de convencer Pilatos de que Jesus era culpado de um crime capital e, portanto, merecia a pena de morte (Jo 18:31,32). Apesar de sua corrupção política, muitos oficiais romanos prezavam grandemente a justiça e procuravam tratar os prisioneiros com imparcialidade.

Além disso, Pilatos não tinha qualquer apreço especial pelos judeus e não estava disposto a lhes fazer algum favor. Sabia que os líderes judeus não estavam interessados em fazer justiça, mas sim em se vingar (Mc 15:10).

João apresenta o relato mais detalhado do julgamento romano, e, quando combinamos os registros dos quatro Evangelhos, descobrimos que Pilatos declarou repetidamente não haver encontrado crime algum em Jesus (Jo 18:38; Lc 23:14; Jo 19:4; Lc 23:22; Mt 27:24).

O problema é que lhe faltou coragem para se manter firme em sua convicção. Desejava evitar uma rebelião (Mt 27:24), portanto se mostrou disposto a "contentar a multidão" (Mc 15:15). Pilatos não se preocupou em fazer o que era certo, mas sim em tomar uma decisão segura que fosse bem aceita pela multidão.

 

2. ACUSADO DE REVOLUCIONÁRIO

Só havia um crime capital que o conselho poderia apresentar a Pilatos: Jesus se dizia rei e estava instigando o povo. Tentaram retratá-lo como um revolucionário perigoso que ameaçava a autoridade de Roma.

Enquanto estava sendo interrogados por Pilatos, Jesus não disse coisa alguma, mas os sacerdotes continuaram a acusá-lo tentando vencer a resistência do governador pelo cansaço.

 

3. A COVARDIA DE PILATOS

Pilatos pensou que poderia livrar-se da responsabilidade de tomar uma decisão encaminhando Jesus para Herodes, o governante da Galiléia (Lc 23:6-12), mas, depois de zombar de Jesus, Herodes o mandou de volta.

Em seguida, o governador romano ofereceu ao povo uma escolha - Jesus, o nazareno, ou Barrabás, o assassino e revolucionário -, pensando que, certamente, o bom senso prevaleceria e Jesus seria liberto. Mas os principais sacerdotes haviam preparado a multidão (Mc 15:11), que, portanto, pediu a libertação de Barrabás e a crucificação de Jesus.

O governador tentou outro artifício: ordenou que Jesus fosse açoitado, na esperança de que, ao ver o prisioneiro agonizante, a multidão se compadecesse dele (Mc 15:15; Jo 19:1ss). Mas seu plano não funcionou. Pilatos cedeu e entregou Jesus para ser crucificado.

 

4. A ZOMBARIA DOS SOLDADOS

Seguiu-se a zombaria vergonhosa dos soldados, que espancaram Jesus, cuspiram nele e se curvaram diante de Cristo com reverência fingida. Não seria difícil para os soldados romanos escarnecer de um judeu que se dizia rei! "Não temos rei, senão César!" (Jo 19:12-15), Cristo suportou em silêncio e não resistiu, uma lição que os leitores de Marcos teriam de aprender ao enfrentar a perseguição oficial (1 Pe 2:21­ 24).

No entanto, os seres humanos ainda não haviam mostrado o pior de si ao Filho de Deus. Na sequência, ele seria conduzido para fora da cidade e pregado numa cruz. O Servo morreria pelos pecados de todos os homens, inclusive dos que o estavam crucificando.

Resumo e Aplicações:

1. Jesus é rejeitado como rei dos judeus. Em detrimento a Jesus as autoridades religiosas escolhem Barabás. Este princípio continua hoje, as pessoas escolhem o pecado em lugar do filho de Deus.

2. A humilhação de Jesus foi para nos poupar do escárnio que o pecado gera em nossa vida. A única forma de retribuir e agradecer o sacrifício de Jesus é reconhecendo ele como nosso rei, o que os religiosos não fizeram.

3. Jesus é condenado injustamente se considerarmos seus pecados, mas justamente se considerarmos os nossos pecados. A morte do inocente traz salvação para nós pecadores.

4. Não importa o quanto inocente você seja diante de Deus, sempre haverá inimigos para se opor, um Diabo para acusar e demônios para te ferir.

 

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