8 de mar. de 2023

O Servo é Adorado em Betânia

Marcos 14.1-11
O Servo é Adorado em Betânia

O SOFRIMENTO O SERVO - MARCOS 14:1-15:20

1.      Adorado em Betânia – 14.1-11

2.    Traído no cenáculo – 14.12.26

3.     Abandonado no Jardim – 14.27-52

4.    Rejeitado pelos religiosos – 14.53-57

5.     Condenado pelas autoridades civis – 15.1-20

 

·        Estamos nós preparados para dar o melhor que temos para Jesus? Mas se essa entrega custar muito caro para nós, mesmo assim vamos entregar a Ele?

·        Vemos no texto reações diferentes diante de Jesus. Somos confrontados a tomar uma posição de reconhecimento ou de negação de Jesus como nosso Senhor.

·        Não podemos ficar neutro diante de Deus, ou o negamos ou confessamos seu senhorio:

o   Rejeita Jesus, não reconhece sua missão e por isso sacrifica a Jesus para obter lucro e autopromoção;

o   Recebe Jesus, reconhece sua missão e dá o melhor por aquele que se sacrificou por nós.

Enquanto milhares de peregrinos se preparavam para comemorar a Páscoa, Jesus se  preparava para a provação de seu julgamento e crucificação. Assim como havia "[manifestado], no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém" (Lc 9:51), também resolveu firmemente em seu coração fazer a vontade do Pai. O Servo foi "obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2:8).

Ao seguir seus passos ao longo dos dias e das horas da última semana, surpreendemo-nos com as reações de várias pessoas ao Senhor Jesus Cristo.

 

1. INVEJA: LÍDERES RELIGIOSOS QUEREM A MORTE – v.1,2

Este acontecimento se deu seis dias antes da Páscoa, ou seja, na sexta-feira anterior à entrada triunfal (Jo 12.1). A Páscoa tinha uma dupla significação:

a)    Tinha uma significação histórica  (Êxodo 12). Comemorava a liberação dos filhos de Israel da escravidão do Egito;

b)    Tinha uma significação agrícola. Assinalava a coleta da colheita de cevada.

Ao introduzir a história de Maria no meio dos relatos sobre a conspiração para prender Jesus, Marcos faz um contraste entre a traição de Judas e dos líderes e o amor e lealdade de Maria. A indignidade dos pecados deles torna ainda mais belo o significado do sacrifício de Maria.

 

2. ADORAÇÃO: MARIA UNGE A JESUS – v.3-9

Nem Mateus nem Marcos dizem o nome da mulher, mas João diz que era Maria de Betânia, a irmã de Marta e de Lázaro (Jo 11:1,2). Maria aparece três vezes nos Evangelhos, todas elas aos pés de Jesus (Lc 10:38-42; Jo 11:31,32; 12:1-8). Desfrutava de comunhão íntima com o Senhor ao assentar-se a seus pés e ouvir sua Palavra, sendo um excelente exemplo para nós.

Não devemos confundir o gesto de Maria ao ungir Jesus com um acontecimento parecido relatado em Lucas 7:36-50. A mulher anônima na casa de Simão, o fariseu, era uma meretriz convertida que expressou seu amor por Cristo em resposta ao perdão que, em sua graça, o Senhor havia lhe concedido.

Na casa de Simão, o leproso (curado), Maria expressou seu amor por Cristo, pois estava prestes a morrer na cruz por ela. Assim, Maria preparou o corpo do Senhor para o sepultamento ungindo-lhe a cabeça (Mc 14:3) e os pés (Jo 12:3) e demonstrou seu amor por Jesus enquanto ele ainda estava vivo.

Maria deu a Jesus um presente caríssimo. O óleo de nardo ("bálsamo") era importado da Índia, e um jarro custava o equivalente ao salário de um ano inteiro de um trabalhador. Maria o presenteou com generosidade e amor. Não se envergonhou de demonstrar seu amor por Cristo abertamente.

Seu ato de adoração teve três consequências.

a)    Em primeiro lugar, a casa se encheu da fragrância maravilhosa do bálsamo (Jo 12:3; ver também 2 Co 2:15, 16). Há sempre uma "fragrância espiritual" no lar onde Jesus Cristo é amado e adorado.

b)    Em segundo lugar, liderados por Judas, os discípulos criticaram Maria por desperdiçar seu dinheiro! Judas deu ares de ser muito piedoso ao falar dos pobres, mas, na verdade, queria o dinheiro para si (Jo 12:4-6). Mesmo no cenáculo, seis dias depois, os discípulos continuavam pensando que Judas estava preocupado em ajudar os pobres (Jo 13:21-30). É interessante que a palavra traduzida por "desperdício", em Marcos 14:4, é traduzida por "perder", em João 17:12, com referência a Judas! Judas criticou Maria por estar desperdiçando dinheiro, mas foi ele quem desperdiçou a vida toda!

c)     Em terceiro lugar, Jesus elogiou Maria e aceitou seu presente generoso. Conhecia o coração de Judas e sabia o que havia levado os outros discípulos a seguir seu péssimo exemplo. Também conhecia o coração de Maria e não hesitou em defendê-la (Rm 8:33-39). Não importa o que os outros digam sobre nossa adoração e serviço; o importante é agradar ao Senhor. O fato de outros não nos entenderem e nos criticarem não deve nos impedir de demonstrar nosso amor por Cristo. Nossa preocupação deve ser somente com a aprovação dele.

Quando Maria colocou o que tinha de melhor aos pés de Jesus, deu início a uma "onda de bênçãos" que continua até agora. Foi uma bênção para Jesus ao compartilhar com ele seu amor e foi uma bênção para seu lar ao enchê-lo da fragrância do bálsamo.

Se não fosse por Maria, é provável que Betânia, o vilarejo onde ela morava, tivesse sido esquecido. O relato de seu gesto foi uma bênção para a Igreja primitiva, que ficou sabendo o que ela havia feito, uma vez que três dos Evangelhos registram esse episódio, e Maria foi e continua sendo uma bênção para o mundo todo. Sem dúvida, as palavras proféticas de Jesus se cumpriram.

 

3. TRAIÇÃO: JUDAS TROCA JESUS POR DINHEIO – v.10,11

Como um consumado artista, Marcos coloca lado a lado a unção em Betânia e a traição de Judas. Sem comentários, põe um ao lado do outro: o ato de generoso amor e o ato de terrível traição.

Maria deu o que tinha de melhor pela fé e com amor; Judas deu o que tinha de pior com incredulidade e ódio.

Por trás da ação de Judas podemos distinguir certas coisas:

1.      Havia cobiça. Em Mateus 26:15 é-nos dito que Judas foi às autoridades e lhes perguntou quanto lhe pagariam e acordou com elas por trinta peças de prata. Judas era o tesoureiro da companhia apostólica e aproveitava seu cargo para furtar da bolsa comum (João 13:6). O afã do dinheiro pode ser algo terrível. Pode fazer com que alguém perca de vista a decência, a honestidade e a honra.

2.    Indubitavelmente deve ter havido ciúmes. É fácil ver que entre os Doze havia tensões. Outros foram capazes das superar, e talvez Judas fora o único que tinha em seu coração o invencível e indomável demônio do ciúme.

3.     Indubitavelmente havia ambição. Uma e outra vez vemos como os Doze pensavam no Reino em termos terrenos, e como sonhavam tendo nele posições elevadas. Judas deve ter sido assim.

O fato é que Judas resolveu o problema dos líderes judeus que não sabiam como prender Jesus sem causar um tumulto durante a festa. Vendeu o Mestre pelo preço de um escravo (ver Êx 21 :32), o ato mais abjeto de traição da história.

 

Aplicações:

1.      Religiosidade não é sinônimo de reconhecimento do senhorio de Jesus em nossa vida. Estar perto fisicamente, mas longe espiritualmente e de coração.

2.    A ganância e o desejo por reconhecimento pode fazer o homem se afastar de uma vida de intimidade e comunhão com Jesus, rejeitando o verdadeiro discipulado e assim não crescer espiritualmente.

3.     Ostentar poder e piedade que não se tem de verdade, afasta de uma vida de intimidade e santidade com Jesus, tornando o homem apenas religioso.

4.    Devemos reconhecer o valor de Jesus, e não hesitar em oferecer nossa adoração em amor e devoção.

5.     Ter Jesus como Senhor está acima de todas as outras coisas e pessoas. Por amor a Jesus ajudamos as pessoas, mas ajudar as pessoas não significa que amamos a Jesus.

6.    O devido louvor e adoração dependem do real conhecimento da pessoa e da obra de Jesus.

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