Um esboço do Evangelho de Marcos:
1. A Apresentação
do Servo – Cap. 1:1-13
2. O
Ministério do Servo na Galiléia – Cap. 1:14-9:50
3. A Jornada
do Servo a Jerusalém – Cap.10
4. O
Ministério do Servo em Jerusalém – cap. 11-16
I.
Ensino em público e controvérsias no Templo - 11:1-12:44
II.
Ensino em particular e ministério - 13:1-14:31
III.
Prisão, julgamento e crucificação - 14:32-15:47
IV.
Ressurreição e ascensão – 16
Jerusalém, na época da Páscoa, era um lugar de grande alegria para os judeus e de grande preocupação para os romanos. Milhares de judeus devotos do mundo todo chegavam à Cidade Santa com o coração repleto de entusiasmo e de fervor nacionalista.
A
população de Jerusalém quase quadruplicava durante a festa, colocando os militares
romanos em alerta especial. Os romanos conviviam com a possibilidade de que um
zelote judeu mais impetuoso tentasse matar algum oficial romano ou começar uma
rebelião, e sempre havia a possibilidade de conflitos entre os diferentes
grupos religiosos judeus.
Foi
nesse contexto que o Servo de Deus chegou à cidade, menos de uma semana antes
de sua crucificação fora dos muros da cidade.
1. JESUS E O JUMENTINHO
Jesus
tomou um caminho no qual o viajante passava primeiro por Betânia e, depois, por
Betfagé, a cerca de 3 quilômetros de distância de Jerusalém. A altitude nesse
ponto é de aproximadamente 900 metros, permitindo que o viajante tinha uma
vista maravilhosa da Cidade Santa. Cristo estava prestes a fazer algo que nunca
fizera antes, algo que havia acautelado outros repetidamente a não fazer por
ele: permitiu que seus seguidores realizassem uma manifestação pública em sua
homenagem.
Jesus
enviou dois de seus discípulos a Betfagé para buscar o jumentinho do qual precisava
para essa ocasião. A maioria das pessoas considera o jumento uma simples besta
de carga, mas naquele tempo, era um animal digno de ser montado por um rei (1
Rs 1.33). Cristo precisava desse animal para que pudesse cumprir a profecia messiânica
de Zacarias 9:9. Marcos não cita esse versículo nem se refere a ele, pois está escrevendo
principalmente a leitores gentios.
Ao
cumprir essa profecia, Jesus realizou dois propósitos: (1) declarou-se Rei e
Messias de Israel; (2) desafiou deliberadamente os líderes religiosos. Essa
provocação desencadeou a conspiração oficial que levou a sua prisão, seu
julgamento e sua crucificação. Os líderes judeus haviam decidido não prendê-lo
durante a festa, mas Deus havia feito outros planos. O Cordeiro de Deus deveria
morrer na Páscoa.
2. JESUS E A MULTIDÃO
Muitos
judeus patriotas, em meio à multidão de peregrinos, juntaram-se à procissão que
proclamou Jesus como Rei, o Filho de Davi que veio em nome do Senhor. Os que mais
se destacaram na procissão foram os visitantes vindos da Galiléia e também os
que testemunharam a ressurreição de Lázaro (Jo 12.12-18).
Alguns
dizem que as mesmas pessoas que gritaram "Hosana!" no Domingo de
Ramos também gritaram "Crucifica-o!" na Sexta-Feira Santa, mas isso
não é verdade. A multidão que desejava crucificar Jesus era constituída
predominantemente de homens da Judéia e de Jerusalém, enquanto os judeus da
Galiléia simpatizavam com Jesus e com seu ministério.
Na
época, era costume o povo colocar seus mantos e ramos festivos no caminho para
dar boas-vindas a um rei (2 Rs 9.13). "Hosana!" quer dizer
"Salva agora!" e vem de Salmos 118.25, 26. Claro que Jesus sabia que
o povo estava citando um salmo messiânico (relacionar SI 118.22,23 com Mt 21.42-44
e At 4.11), mas permitiu que continuasse com seu clamor. Afirmava abertamente sua
realeza como Filho de Davi.
3. JESUS E OS ROMANOS
O que
se passava na cabeça dos romanos durante essa manifestação festiva? Afinal, os
romanos eram especialistas em organizar desfiles militares e eventos públicos oficiais.
Chamamos esse episódio de "entrada triunfal", mas nenhum romano
usaria tal designação para a entrada de Jesus em Jerusalém.
Um
"triunfo romano" era um acontecimento e tanto. Quando um general romano
voltava a Roma depois da conquista completa de um inimigo, era recebido com um pomposo
desfile oficial. Nesse desfile, exibia seus troféus de guerra e os prisioneiros
ilustres que havia capturado.
O
general vitorioso andava numa carruagem de ouro, enquanto sacerdotes queimavam
incenso em sua homenagem, e o povo gritava seu nome e o louvava. A procissão
terminava na arena, onde o povo era entretido com espetáculos nos quais os
prisioneiros lutavam com animais selvagens. Esse era o "triunfo romano".
4. JESUS E O TRIUNFO
A
"entrada triunfal" de Jesus em Jerusalém foi muito diferente, mas,
ainda assim, foi um triunfo. Ele era o Rei ungido de Deus e o Salvador, mas sua
conquista seria espiritual, não militar. Um general romano precisava matar pelo
menos cinco mil soldados inimigos para ser digno de um "triunfo"; mas
em poucas semanas, o evangelho "conquistaria" cerca de cinco mil
judeus e transformaria sua vida (At 4.4). O "triunfo" de Cristo seria
a vitória do amor sobre o ódio, da verdade sobre o erro, da vida sobre a morte.
Depois
de vislumbrar a área do templo para onde voltaria no dia seguinte, Jesus saiu da
cidade e passou a noite em Betânia, onde era mais seguro e tranquilo. Sem
dúvida, gastou parte do tempo orando com seus discípulos, procurando
prepará-los para a semana difícil que os esperava.
Aplicações.
1. Jesus veio como um Rei de Paz, não
como um Rei político.
2. O Reinado de Jesus é eterno e
exercido no coração, não é passageiro e exercido em um palácio.
3. A justiça será sua arma, e acima de
tudo, a dependência humilde de Deus.
4. Como discípulos, não fazemos nada em
nosso nome nem com nossa autoridade.
5. Devemos obedecer sem vacilar todas as
ordens de Jesus e agir no seu poder.
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