3 de nov. de 2022

O Servo vem como Rei

Marcos 11.1-11
 Última de Semana:  O Servo vem como Rei

Um esboço do Evangelho de Marcos:

1. A Apresentação do Servo – Cap. 1:1-13

2. O Ministério do Servo na Galiléia – Cap. 1:14-9:50

3. A Jornada do Servo a Jerusalém – Cap.10

4. O Ministério do Servo em Jerusalém – cap. 11-16

       I.            Ensino em público e controvérsias no Templo - 11:1-12:44

     II.            Ensino em particular e ministério - 13:1-14:31

  III.            Prisão, julgamento e crucificação - 14:32-15:47

 IV.            Ressurreição e ascensão – 16

Jerusalém, na época da Páscoa, era um lugar de grande alegria para os judeus e de grande preocupação para os romanos. Milhares de judeus devotos do mundo todo chegavam à Cidade Santa com o coração repleto de entusiasmo e de fervor nacionalista.

A população de Jerusalém quase quadruplicava durante a festa, colocando os militares romanos em alerta especial. Os romanos conviviam com a possibilidade de que um zelote judeu mais impetuoso tentasse matar algum oficial romano ou começar uma rebelião, e sempre havia a possibilidade de conflitos entre os diferentes grupos religiosos judeus.

Foi nesse contexto que o Servo de Deus chegou à cidade, menos de uma semana antes de sua crucificação fora dos muros da cidade.

 

1. JESUS E O JUMENTINHO

Jesus tomou um caminho no qual o viajante passava primeiro por Betânia e, depois, por Betfagé, a cerca de 3 quilômetros de distância de Jerusalém. A altitude nesse ponto é de aproximadamente 900 metros, permitindo que o viajante tinha uma vista maravilhosa da Cidade Santa. Cristo estava prestes a fazer algo que nunca fizera antes, algo que havia acautelado outros repetidamente a não fazer por ele: permitiu que seus seguidores realizassem uma manifestação pública em sua homenagem.

Jesus enviou dois de seus discípulos a Betfagé para buscar o jumentinho do qual precisava para essa ocasião. A maioria das pessoas considera o jumento uma simples besta de carga, mas naquele tempo, era um animal digno de ser montado por um rei (1 Rs 1.33). Cristo precisava desse animal para que pudesse cumprir a profecia messiânica de Zacarias 9:9. Marcos não cita esse versículo nem se refere a ele, pois está escrevendo principalmente a leitores gentios.

Ao cumprir essa profecia, Jesus realizou dois propósitos: (1) declarou-se Rei e Messias de Israel; (2) desafiou deliberadamente os líderes religiosos. Essa provocação desencadeou a conspiração oficial que levou a sua prisão, seu julgamento e sua crucificação. Os líderes judeus haviam decidido não prendê-lo durante a festa, mas Deus havia feito outros planos. O Cordeiro de Deus deveria morrer na Páscoa.

 

2. JESUS E A MULTIDÃO

Muitos judeus patriotas, em meio à multidão de peregrinos, juntaram-se à procissão que proclamou Jesus como Rei, o Filho de Davi que veio em nome do Senhor. Os que mais se destacaram na procissão foram os visitantes vindos da Galiléia e também os que testemunharam a ressurreição de Lázaro (Jo 12.12-18).

Alguns dizem que as mesmas pessoas que gritaram "Hosana!" no Domingo de Ramos também gritaram "Crucifica-o!" na Sexta-Feira Santa, mas isso não é verdade. A multidão que desejava crucificar Jesus era constituída predominantemente de homens da Judéia e de Jerusalém, enquanto os judeus da Galiléia simpatizavam com Jesus e com seu ministério.

Na época, era costume o povo colocar seus mantos e ramos festivos no caminho para dar boas-vindas a um rei (2 Rs 9.13). "Hosana!" quer dizer "Salva agora!" e vem de Salmos 118.25, 26. Claro que Jesus sabia que o povo estava citando um salmo messiânico (relacionar SI 118.22,23 com Mt 21.42-44 e At 4.11), mas permitiu que continuasse com seu clamor. Afirmava abertamente sua realeza como Filho de Davi.

 

3. JESUS E OS ROMANOS

O que se passava na cabeça dos romanos durante essa manifestação festiva? Afinal, os romanos eram especialistas em organizar desfiles militares e eventos públicos oficiais. Chamamos esse episódio de "entrada triunfal", mas nenhum romano usaria tal designação para a entrada de Jesus em Jerusalém.

Um "triunfo romano" era um acontecimento e tanto. Quando um general romano voltava a Roma depois da conquista completa de um inimigo, era recebido com um pomposo desfile oficial. Nesse desfile, exibia seus troféus de guerra e os prisioneiros ilustres que havia capturado.

O general vitorioso andava numa carruagem de ouro, enquanto sacerdotes queimavam incenso em sua homenagem, e o povo gritava seu nome e o louvava. A procissão terminava na arena, onde o povo era entretido com espetáculos nos quais os prisioneiros lutavam com animais selvagens. Esse era o "triunfo romano".

 

4. JESUS E O TRIUNFO

A "entrada triunfal" de Jesus em Jerusalém foi muito diferente, mas, ainda assim, foi um triunfo. Ele era o Rei ungido de Deus e o Salvador, mas sua conquista seria espiritual, não militar. Um general romano precisava matar pelo menos cinco mil soldados inimigos para ser digno de um "triunfo"; mas em poucas semanas, o evangelho "conquistaria" cerca de cinco mil judeus e transformaria sua vida (At 4.4). O "triunfo" de Cristo seria a vitória do amor sobre o ódio, da verdade sobre o erro, da vida sobre a morte.

Depois de vislumbrar a área do templo para onde voltaria no dia seguinte, Jesus saiu da cidade e passou a noite em Betânia, onde era mais seguro e tranquilo. Sem dúvida, gastou parte do tempo orando com seus discípulos, procurando prepará-los para a semana difícil que os esperava.

 

Aplicações.

1.      Jesus veio como um Rei de Paz, não como um Rei político.

2.    O Reinado de Jesus é eterno e exercido no coração, não é passageiro e exercido em um palácio.

3.     A justiça será sua arma, e acima de tudo, a dependência humilde de Deus.

4.    Como discípulos, não fazemos nada em nosso nome nem com nossa autoridade.

5.     Devemos obedecer sem vacilar todas as ordens de Jesus e agir no seu poder.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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