O Ministério do Servo em Jerusalém – cap. 11-16
I.
Ensino em público e controvérsias no Templo - 11:1-12:44
Esta é
a terceira vez que Jesus vai ao Templo. A primeira é registrada em 11.11; a
segunda em 11.15. Os líderes religiosos ficaram com raiva do que Jesus fez e
disse (v.15-17). Eles estavam determinados a destruí-lo (v. 18); todavia, antes
disso tinham de reunir evidências suficientes para acusá-lo.
Tudo
girava em torno da autoridade (vv. 28-29,33): que direito ele tinha de limpar o
templo e chamá-lo de sua casa? Ele estava afirmando que era Deus!
Fatos importantes a serem notados aqui: a continuada inimizade dos chefes religiosos; eles reconhecem que Jesus agiu com autoridade na purificação do templo; a pergunta dos sacerdotes não merecia resposta direta, por isso responde com outra pergunta; Jesus quis tocar a consciência dos líderes.
1. JESUS, O SERVO, TEM AUTORIDADE – v.27-33
A
pergunta dos chefes religiosos é uma armadilha.
a)
Se dissesse que atuava por sua própria autoridade poderiam prendê-lo como
um megalômano antes de que fizesse mais dano.
b)
E se dissesse que o fazia pela autoridade de Deus, poderiam prendê-lo sob
a acusação de blasfêmia, porque era óbvio que Deus nunca daria autoridade a
ninguém para criar uma perturbação nos pátios de sua própria casa.
Então Jesus
os fez voltar três anos no tempo, à época em que João Batista ministrava ao povo.
Ele perguntou: "O batismo de João era do céu ou dos homens?"
(v. 30). Essa pergunta deixou os escribas, os anciãos e os principais
sacerdotes em um dilema, pois qualquer resposta que dessem lhes traria
problema!
a) Se dissessem que era divina, sabiam que
Jesus lhes perguntaria por que tinham estado contra ele.
Pior
ainda: se dissesse que era divina, Jesus poderia lhes replicar que em realidade
João tinha dirigido a todos os homens a Ele, e que, portanto, Ele tinha o
testemunho divino e não necessitava outra autoridade. Se aqueles membros do
Sinédrio concordassem em que a obra de João era divina, poderiam ver-se
compelidos a aceitar a Jesus como o Messias.
b) Por outro lado, se dissessem que a obra do
João era puramente humana, agora que João
tinha, além disso, a distinção de ter morrido como mártir, sabiam bem que o
povo que ouvia provocaria uma revolta.
Talvez
esses líderes tivessem esquecido a decisão deles a respeito de João Batista,
mas a decisão deles não os esquecera.
Por
fim, ela os pegava e os condenava. Eles rejeitaram o ministério de João (Lc
7:29-30) e, além disso, não estavam dispostos a receber Jesus e crer nele. Em
sua covardia e descrença, eles até permitiram que Herodes Antipas matasse João Batista,
e logo pediriam a Pilatos que crucificasse Jesus.
2. JESUS, O SERVO, DESAFIA SEUS ADVERSÁRIOS – 12.1-12
Ainda é
terça-feira da Semana Santa. Após calar os fariseus, escribas e anciãos,
apresenta uma parábola contra eles. Ao longo da Bíblia, a não judaica é
comparada a três árvores: à vinha (Is 5.1-7; Sl 80.8-16), à oliveira, e à
figueira. Antigamente a nação era como uma vinha frutífera, depois uma figueira
estéril, e mais tarde será uma oliveira florescente.
2.1. PARÁBOLA DOS LAVRADORES MAUS – V.1-9
2.1.1. Ensinos da primeira parábola
a)
Deus prepara as circunstâncias do seu povo, de maneira tal que esse possa
dar fruto. Notemos que o homem plantou, cercou, fundou e edificou antes de
arrendar a vinha;
b)
Que Ele conta com algum resultado que lhe seja aceitável;
c)
Que Ele espera haver da parte dos lavradores um reconhecimento de
responsabilidade, e um esforço adequado no serviço;
d)
Que há uma tendência da natureza humana pecaminosa para:
i.
Tomar para seu próprio gozo aquilo que pertence ao dono;
ii.
Perseguir os que vêm lembrar do dever;
iii.
Pensar que por meios violentos pode-se tomar posse e fazer próprio aquilo
que é apenas arrendado.
e)
Que, afinal, haverá um castigo para os malvados;
f)
Que outros entrarão na posse da herança violada.
2.1.2. Significado para Israel
a)
A vinha tinha gozado de privilégios e proteção especial – plantada em uma
terra que manava leite e mel, cercada de providências divinas, instruída e
admoestada por profetas;
b)
Que Israel não deu fruto aceitável a Deus;
c)
Que Israel perseguiu os profetas;
d)
Que, por isso, Israel está sob a reprovação de Deus.
2.1.3. Significado para nós hoje
a)
Deus nos tem cercado de cuidados, privilégios, oportunidades, e
responsabilidades, a afim de darmos fruto para a sua glória;
b)
Ele manda seus servos exortar-nos a esse respeito;
c)
É possível maltratarmos os servos do Senhor, ou, talvez, apenas
desprezarmos as suas mensagens;
d)
Os privilégios e as oportunidades que não se aproveitam podem ser dados a
outros.
2.2. PARÁBOLA DA PEDRA REJEITADA – V.10-12
2.2.1. Jesus é rejeitado
O
Cordeiro de Deus da Páscoa (Jo 1:29) foi "examinado" pelos líderes judeus
e provou ser perfeito (1 Pe 1:18-19), embora não o aceitassem.
Como é
trágico quando as pessoas devotas prendem-se a suas tradições e rejeitam a verdade
viva que está tão evidente! Na verdade, o Senhor Jesus revelava os pecados do
coração deles ao responder às muitas perguntas que eles faziam.
2.2.2. Jesus conhece as intensões do coração
Jesus
sabia que seus inimigos queriam matá-lo e, nessa parábola, ele revela o desejo
pecaminoso deles de destruí-lo e de reivindicar a herança para si mesmos (Jo
11:45-53). A vinha identifica de imediato a nação de Israel (Is 5:1-7; SI
80:8-1 6; Jr 2:21), e os lavradores são os líderes da nação (v. 10; At 4:11).
Em
Levítico 19:23-25, veja as instruções em relação ao tempo da colheita. O
proprietário tinha de receber uma quantia como "pagamento" a fim de
manter seus direitos sobre a terra.
Os
arrendatários, ao não pagar o estabelecido, perdiam seus direitos à terra. Se
os herdeiros morressem, então a terra ficaria com os que moravam nela. Essa era
uma artimanha egoísta que punha as posses à frente das pessoas.
2.2.3. Jesus se apresenta como Messias
Jesus
cita Salmos 118, um salmo messiânico (118:22-23; e compare com Mc 11:9 e SI 11
8:25-26), e permite que seus ouvintes profiram a própria sentença (Mt 21:41).
Jesus, ao aplicar a si mesmo a imagem de "pedra angular", afirmou
que, na verdade, ele era o Messias (At 4:11; 1 Pe 2:7). Para os líderes
religiosos, isso era blasfêmia, e eles o teriam prendido na mesma hora se não
temessem o povo.
Aplicações.
·
Temos um exemplo
do que acontece aos homens que não querem enfrentar a verdade. Para evita-la,
têm que torcer-se e retorcer-se e no final, não têm nada a dizer.
·
Enfrentar a
verdade exige humilhação e reconhecer que estava equivocado, e colocar-se ao
lado dela, o que lhe garante um futuro forte e brilhante.
·
O homem que não
enfrenta a verdade se torna cada vez mais incapaz e ineficaz.
·
Deus quer nos
cercar com seus cuidados para darmos frutos para Sua glória.
·
Ao rejeitar a
Jesus, rejeitamos a verdade, logo viveremos no erro e não frutificaremos.

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