12 de mai. de 2022

Sólo Fértil para o Reino

Marcos 4.1-20
 Solo Fértil para o Novo Reino – O Semeador

Jesus não ensinava mais na sinagoga, e sim junto ao lago, ele muda o enfoque ortodoxo empregando métodos inusitados. Estava ansioso para tirar as multidões de homens e mulheres simples para fora de seu contexto convencional na sinagoga e levá-los ao ar livre, bem como a pregação e o ensino religioso.

O método que Jesus escolheu foi falar às pessoas por meio de parábolas. O significado literal de parábolas é “algo lançado ao lado de outra coisa”; quer dizer que uma parábola é, basicamente, uma “comparação”, É um “relato terrestre que tem um significado celestial”.

A parábola do semeador ajudou os discípulos a entender por que Jesus não estava impressionado com a grande multidão que o seguia: sabia que a maior parte dessas pessoas jamais produziria os frutos de uma vida transformada, uma vez que a Palavra que estava pregando era como uma semente caindo em solo infértil.

è A semente representa a Palavra de Deus (Lc 8:11);

è e o semeador é o servo de Deus que compartilha a Palavra com outros (ver 1 Co 3:5-9);

è O coração humano é como o solo: deve ser preparado para receber a semente de modo que esta crie raízes e produza frutos;

è  mas há um adversário – Satanás (ou seus servos) que tira a palavra semeada no coração.

Assim como a semente, a Palavra é viva e capaz de produzir fruto espiritual, mas a semente deve ser plantada e cultivada antes da vinda da colheita.

Como naqueles dias, hoje também existem quatro tipos de coração que reagem de quatro maneiras diferentes à mensagem de Deus.

 

1. O CORAÇÃO ENDURECIDO (Mc 4:4, 15)

Resiste à Palavra de Deus e permite que Satanás (os pássaros) leve a semente embora.

Da mesma forma como a terra à beira da estrada é compactada pela passagem de muitos transeuntes, também os que agem de modo descuidado e "abrem o coração" a todo tipo de pessoa e influências correm o risco de se tornar endurecidos (ver Pv 4:23).

Corações endurecidos devem ser "arados" antes de receber a semente, experiência que pode ser extremamente dolorosa (Jr 4:3; Os 10:12).

Há alguns em cujo coração a verdade cristã não pode penetrar. Essa impossibilidade se deve à falta de interesse do ouvinte e essa falta de interesse, por sua vez, deve-se à incapacidade de perceber a importância da decisão cristã.

O cristianismo não acha guarida em muita gente, não porque sejam hostis a ele, e sim porque são indiferentes. Creem que é algo irrelevante e que podem viver sem ele.

 

2. O CORAÇÃO SUPERFICIAL (vv. 5, 6, 16, 17)

É como um solo rochoso com uma camada fina de terra sobre as rochas, típico da Palestina. Uma vez que esse solo não tem profundidade, qualquer coisa plantada nele não dura muito tempo, pois não consegue criar raízes.

Trata-se de uma representação do "ouvinte emocional", que aceita com toda alegria a Palavra de Deus, mas não compreende o preço que deve ser pago para se tornar um cristão genuíno.

Pode haver grande alegria e entusiasmo quando recebe a palavra, mas quando as perseguições e situações difíceis chegam, o entusiasmo esfria e a alegria desaparece.

É muito fácil para a natureza humana decaída simular "sentimentos religiosos" e encher alguém que se diz cristão de falsa confiança.

Conta-se que um famoso evangelizador disse: "Aprendemos que se necessita cinco por cento de esforço para ganhar um homem para Cristo e um noventa e cinco por cento para mantê-lo a seu lado e para que cresça dentro da Igreja."

São muitos os que empreendem o caminho cristão, e também são muitos os que ficam ao flanco do caminho.

Há dois problemas que provocam esta deserção.

è O primeiro é a incapacidade de pensar a fundo no que significa o cristianismo, de dar-se conta de qual é seu conteúdo e o preço que terá que pagar por ele antes de começar.

è O outro fator é que há milhares de pessoas que se sentem atraídas pelo cristianismo mas que jamais permitem que penetre além da superfície.

O concreto é que o cristianismo é uma questão de tudo ou nada. O homem só está seguro quando se entrega por completo a Cristo.

 

3. O CORAÇÃO ABARROTADO (vv. 7, 18, 19)

Representa a pessoa que recebe a Palavra, mas não se arrepende verdadeiramente nem remove os "espinhos" do coração. É muito fácil abarrotar a vida com tantos interesses que não sobra tempo para dedicar a Jesus.

Esse ouvinte tem vários tipos diferentes de "sementes" competindo por seu coração - as preocupações do mundo, o desejo de riqueza e as ambições -, e a boa semente da Palavra não encontra espaço para crescer.

Usando outra ilustração, essa pessoa quer andar pelo "caminho largo" e pelo "caminho estreito" ao mesmo tempo (Mt 7:13, 14), algo que não pode ser feito.

Quanto mais complexa seja a vida, mais importante resulta comprovar que nossa ordem de prioridades seja correta, pois são muitas as coisas que tentam de tirar Cristo do lugar principal.

 

Esta parábola pode ser chamada a “dos ouvintes que não ouviram”. Cada um dos três tipos de coração infrutífero é influenciado por um inimigo diferente, a verdade não pode fazer nada com eles:

1.      No coração endurecido (desleixo e indiferença), o próprio Satanás rouba a semente;

2.    No coração superficial (mente sem propósito e perseverança), a carne simula sentimentos religiosos;

3.     E no coração abarrotado (amor dos prazeres e outros deleites), as coisas do mundo sufocam o crescimento e impedem a produção.

Eis os três grandes inimigos do cristão: o mundo, a carne e o diabo (Ef 2:1-3).

 

4. O CORAÇÃO FRUTÍFERO (vv. 8, 20)

É a representação do cristão verdadeiro, pois o fruto - uma vida transformada - é evidência da verdadeira salvação (2 Co 5:17; GI 5:19-23).

Uma vez que os outros três tipos de coração não produziram frutos, concluímos que pertenciam a pessoas que nunca nasceram de novo. Nem todos os que creem verdadeiramente produzem frutos na mesma quantidade, mas em todo cristão legítimo haverá evidências de fruto espiritual.

O coração que realmente ouve, é chamado honeste e bom (Lc 8.15). Eles ouvem a palavra, isto é, com o ouvido da fé, recebem-na. Os resultados são diversos, em proporção à realidade do ouvir. Este fruto não é produzido de uma só vez, mas representa o costume de uma vida inteira.

 

CONCLUSÃO:

Nem toda pregação é boa semente, e há diversas espécies de ouvintes. Se tivermos que nos beneficiar realmente com a mensagem cristã, a parábola nos diz que devemos fazer três coisas.

è Devemos escutá-lo. Não podemos ouvir se não escutarmos.

è Devemos recebê-lo. Quando ouvimos a mensagem cristã devemos fazê-la penetrar em nossa mente.

è Devemos transformá-lo em ações concretas. A verdade cristã sempre deve traduzir-se em ações concretas. Em última instância, o cristão recebe um desafio, não para especular, e sim para agir.

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