6 de abr. de 2022

O Servo que Liberta


 Marcos 2.23-3.12

 Jesus é o Servo-Deus que Liberta

Estamos vendo a ênfase sobre aquilo que o “Servo nos OFERECE”: Perdão, Satisfação e Liberdade. Nas últimas exposições, enfatizamos o PERDÃO dos pecados e a “SATISFAÇÃO” com salvação, alegria e novidade.

Hoje fechamos este bloco, analisando a questão da LIBERDADE. O tema central é a controvérsia sobre o sábado. Cristo viu o povo apegado ao ritualismo, por isso ensinou que ritos, cerimônias e dias de guarda não devem ser uma lei de ferro.

O sábado era uma bênção, não uma carga. O sábado era para o homem e não o homem para o sábado.

Os judeus consideravam o sábado uma instituição sagrada. Deus deu esse dia ao povo de Israel depois que saíram do Egito (Êx 20:8-11; Ne 9:14), e ele era um sinal especial entre Israel e Jeová (Êx 31:13-17). Não há registro nas Escrituras de que Deus tenha dado o sábado a qualquer outra nação.

Assim, quando Jesus começou a quebrar abertamente as tradições do sábado, foi como declarar guerra contra a religião dos judeus. Jesus começou sua campanha curando um homem que esteve doente por 38 anos (João 5.1-18) e prosseguiu com os acontecimentos registrados nesta seção (Mc 2.23-3.6).

De acordo com a tradição judaica, havia 39 atividades que não podiam ser realizadas no sábado. Moisés proibira o trabalho no sábado, mas não havia dado mais detalhes específicos (Êx 20:10).

Não era permitido acender uma fogueira para cozinhar (Êx 35:3), apanhar lenha (Nm 15:32ss), carregar fardos (Jr 17:21ss) nem realizar negócios (Ne 10:31; 13:15,19). Porém, a tradição judaica desenvolveu os detalhes acerca da Lei, chegando até a informar as distâncias exatas que poderiam ser percorridas no sábado (cerca de 1.320m).

Em resumo, o sábado havia se transformado num fardo impossível de carregar, símbolo da escravidão religiosa que prendia a nação.

 

 

 

 

 

 

 

1. LIBERTA DO RITUALISMO RELIGIOSO VAZIO– vv.2.23-3.6

1.1. Jesus é o Senhor do Sábado – 2.23-28

A Lei permitia que uma pessoa com fome apanhasse um pouco de cereal ou de frutas de seu vizinho, desde que não enchesse um recipiente nem usasse qualquer implemento agrícola (Dt 23:24,25). Mas não foi isso o que exasperou os fariseus, mas sim, o fato de os discípulos estarem trabalhando no dia de sábado!

Quando lemos o relato de Mateus desse acontecimento, notamos que Jesus apresentou três argumentos para defender seus discípulos:

1. O que Davi fez (Mt 12:3, 4);

2. O que os sacerdotes faziam (Mt 12:5, 6);

3. O que o profeta Oséias disse (Mt 12:7, 8).

O argumento é lógico: se um rei faminto e seus homens receberam permissão de comer do pão sagrado do tabernáculo (1 Sm 21 :1-6), então também era correto o Senhor do sábado permitir que seus homens comessem grãos de seu campo.

Davi transgrediu uma lei de Moisés, pois o pão da proposição só poderia ser consumido pelos sacerdotes (Lv 24:5-9). Os discípulos, no entanto, haviam quebrado apenas uma tradição humana.

Por certo, Deus está mais preocupado em suprir as necessidades das pessoas do que em proteger tradições religiosas. As prioridades dos fariseus não estavam em ordem.

 

1.2. Jesus Faz o Bem no Sábado – 3.1-6

Naquele mesmo sábado, Jesus foi à sinagoga para adorar e, enquanto estava lá, curou um homem. Por certo, poderia ter esperado mais um dia; porém, quis desafiar novamente a tradição legalista farisaica.

Dessa vez, os fariseus esperavam que realizasse uma cura (3.2; Lc 6:7), de modo que ficaram observando. Os inimigos de Jesus não responderam à sua pergunta em Marcos 3:4.

Uma vez que o mal atua no mundo todos os dias, inclusive aos sábados, então por que não se pode fazer também o bem nesse dia? A morte está sempre trabalhando, mas isso não deve nos impedir de procurar salvar vidas.

Jesus poderia ver "o endurecimento do coração" (tradução literal) desses líderes, e seus pecados acenderam a ira do Senhor. Jesus nunca se aborreceu com publicanos  e pecadores, mas expressou sua ira contra os fariseus moralistas (Mt 23). Preferiam proteger suas tradições a ver um homem ser curado!

Os fariseus enfureceram-se de tal modo com o que Jesus havia feito que se uniram aos herodianos e começaram a tramar para prendê-lo e dar cabo de sua vida. Em resposta à oposição unida, Jesus simplesmente se retirou, mas não conseguiu evitar que as multidões o seguissem.

2. LIBERTA DOS MALES FÍSICOS E ESPIRITUAIS – 3.7-12

Essas multidões representavam um risco para sua causa, pois não possuíam motivação espiritual, e as autoridades poderiam acusá-lo de organizar uma insurreição popular contra os romanos.

Ainda assim, Jesus recebeu o povo, curou os enfermos e libertou os endemoninhados. Mais uma vez, advertiu os demônios a não revelar quem ele era (Mc 1:23-26).

Aqui, Jesus chega a um ponto crítico de seu ministério. Multidões enormes o seguiam, mas não estavam interessadas nas coisas espirituais. Os líderes religiosos desejavam destruí-lo, e até mesmo alguns dos amigos de Herodes começaram a envolver-se.

Os próximos passos de Jesus seriam passar a noite em oração (Lc 6:12), chamar doze homens para auxiliá-lo como apóstolos e pregar um sermão - o Sermão do Monte -, explicando a base espiritual de seu reino.

Jesus ofereceu-lhes perdão, satisfação e liberdade, mas os judeus recusaram a oferta. Você já aceitou essa oferta?

A partir do próximo domingo, veremos “o SERVO, AS MULTIDÕES E O REINO” (Marcos 3:13-4:34): 1. Fundou uma nova nação; 2. Instituiu uma nova família; 3. Anunciou um novo reino.

 

APLICAÇÕES.

1.     Jesus quer nos libertar de ritualismos religiosos vazios que só colocam fardos pesados sobre nossos ombros, mas não nos dão alegria e satisfação em seguir a Jesus (Mt 11.28-30).

2.    Para muitas pessoas, ir a Igreja, servir em um ministério; ler a Bíblia e Orar é mais uma obrigação do que um prazer. Isso não agrada ao Senhor!

3.    Se Jesus é o meu Senhor e Salvador, não importa qual o dia da semana, ou que tipo de reunião eu frequento, farei com alegria, prazer, dedicação...

4.   O sábado era parte da Aliança com o povo de Israel, não com a igreja. Jesus cumpriu todos os preceitos da Lei de Moisés, e fez uma Nova Aliança com a Igreja no seu sangue.

5.    Portanto, o que vigora sobre nós não é Lei de Moisés, mas a Graça de Cristo. O vinho novo do Evangelho precisa ser colocado em odres novos – o coração das pessoas.

6.   Não são as tradições religiosas que vão nos libertas dos males físicos e espirituais, mas sim Jesus, o Servo-Deus, que morreu, ressurgiu e levou sobre si nossos males.             

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