26 de abr. de 2022

O Servo Anuncia um Novo Reino

Marcos 3.22-30
 Jesus é o Servo-Deus Anuncia um Novo Reino

Introdução: Três Expectativas Frustradas

1.      As multidões esperavam que Jesus libertasse a nação e derrotasse Roma. Em vez disso, o Mestre chamou doze homens comuns e fundou uma "nova nação", uma nação espiritual cujos cidadãos têm os nomes escritos no céu (Lc 10:20; Fp 3:20).

2.    O povo desejava que Jesus se comportasse como judeu devoto e que honrasse sua família, mas Jesus instituiu uma "nova família", formada por todos os que creem nele e fazem a vontade de Deus.

3.     Também esperavam que restaurasse o reino e trouxesse de volta a glória de Israel, mas sua resposta foi anunciar um novo reino, um reino espiritual. "Reino" é a palavra-chave desta seção (Mc 3:24; 4:11, 26, 30).

João Batista havia anunciado que o Rei chegaria em breve, advertindo os judeus para que se preparassem a fim de encontrá-lo (Mc 1:1-8).

Jesus expandiu a mensagem de João e pregou as boas novas do reino, assim como a necessidade de que os pecadores se arrependessem e cressem (Mc 1:14, 15).

Mas como é esse reino? Se não planejava restaurar o reino político de Israel, que tipo de reino pretendia estabelecer?

Jesus explicou o reino utilizando uma parábola que “é uma história ou ilustração colocada lado a lado com um ensinamento para ajudar a entender seu significado” – ela envolve o ouvinte em um nível profundo que o compele a tomar uma decisão que promova uma mudança de vida.

 

A PARÁBOLA SOBRE O VALENTE (3:22-30).

Jesus curou um endemoninhado cego e mudo (Mt 12:22-24), e os escribas e fariseus usaram esse milagre como uma oportunidade para atacá-lo.

1.      A multidão dizia: "Talvez esse homem seja o Filho de Davi o Messias”,

2.    mas os fariseus discordavam afirmando que “ele está de conluio com Belzebu! Faz todas essas coisas pelo poder de Satanás, não pelo poder de Deus".

"Belzebu" é o nome do demônio e significa "senhor da casa". Jesus pegou esse significado e contou uma parábola sobre um homem valente guardando sua casa. Para roubar a casa, o ladrão deveria, antes, derrotar o dono da casa.

Jesus expôs tanto a teologia incorreta quanto a falta de lógica desses líderes religiosos. Se era pelo poder de Satanás que expulsava os demônios, então, na verdade, Satanás lutava contra si mesmo! Isso significa que a casa e o reino de Satanás estavam divididos e, sendo assim, à beira de um colapso.

Satanás guardava aquele homem com todo cuidado, pois não queria perder território. O fato de Jesus ter libertado o homem provava que era mais forte do que Satanás e que o inimigo não poderia detê-lo.

Jesus advertiu os líderes religiosos judeus que eles corriam o grande risco de cometer um pecado eterno e imperdoável (Mt 12:32).

Quando perguntamos às pessoas: "O que é um pecado imperdoável?", sua resposta geralmente é: "A blasfêmia contra o Espírito Santo" ou "O pecado de atribuir ao demônio a obra do Espírito Santo". Em termos históricos, tais afirmações são verdadeiras, mas não respondem, de fato, à questão.

De que maneira blasfemamos hoje contra o Espírito de Deus? Que milagres o Espírito Santo realiza hoje que poderiam, por negligência ou por deliberação, ser atribuídos a Satanás? Será que só diante de um milagre é possível cometer esse pecado hediondo?

Jesus deixou claro que Deus perdoaria todos os pecados e toda blasfêmia, inclusive a blasfêmia contra o próprio Filho de Deus!

Para entender, precisamos compreender a natureza de Deus e em sua forma paciente de lidar com a nação de Israel

1.      Deus o Pai enviou João Batista a fim de preparar a nação para a vinda do Messias. Muitos do povo em geral responderam ao chamado de João e se arrependeram (Mt 21 :32), mas os líderes religiosos não, permitiram que João fosse preso e morto.

2.    Deus, o Filho, veio conforme prometido e chamou a nação para crer nele, mas os mesmos líderes religiosos pediram que Jesus fosse morto. Quando estava na cruz, Jesus orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34).

3.     O Espírito Santo veio em Pentecostes e demonstrou o poder de Deus de várias maneiras convincentes. Qual foi a reação desses mesmos líderes religiosos? Prenderam os apóstolos, ordenaram que se calassem e depois mataram Estêvão com as próprias mãos! Estêvão disse-lhes qual era o pecado deles: "vós sempre resistis ao Espírito Santo" (At 7:51).

Os líderes pecaram contra o Pai e o Filho, mas, pela graça de Deus, foram perdoados. Quando, porém, pecaram contra o Espírito Santo, chegaram ao "fim da linha", onde não haveria mais perdão.

 

Nos dias de hoje, não é possível cometer o "pecado imperdoável" da mesma forma que os líderes religiosos judeus o fizeram quando Jesus estava ministrando na Terra. O único pecado que Deus não pode perdoar em nosso tempo é a rejeição de seu Filho (Jo 3:16-21, 31).

Quando o Espírito de Deus convence o pecador e revela o Salvador, o pecador pode resistir ao Espírito e rejeitar o testemunho da Palavra de Deus, mas isso não significa que tenha perdido todas as oportunidades de ser salvo.

Caso se arrependa e creia, Deus ainda pode perdoá-lo. Mesmo que o pecador endureça o coração a ponto de se tornar aparentemente insensível aos apelos de Deus, enquanto houver vida, ainda há esperança.

Somente Deus sabe quando e se a pessoa chegou ao "fim da linha". Portanto, não devemos jamais perder as esperanças sobre qualquer pecador (1 Tm 2:4; 2 Pe 3:9).

 

Aplicações

1. O que não é a “blasfêmia contra o Espírito”:

1.      Não é recusar a graça de Deus “por um tempo”. Os irmãos de Jesus são um exemplo. Saulo de Tarço é outro exemplo.

2.    Não significa “negar a Cristo”. Pedro e muitos outros negaram e depois se arrependeu.

3.     Não é negar a “divindade do Espírito”. Desde o início da Igreja, várias heresias negavam sua divindade, os Arianos, Testemunhas de Jeová.

4.    Não significa “entristecer o Espirito Santo”. Davi entristeceu o Espírito. O cristão pode fazer isso também (Ef 4.30)

5.     Não se refere a alguém “cair em tentação”, a um simples pecado. É mais uma atitude de espírito do que um ato;

6.    Não significa uma “simples palavra irrefletida ou descuidada”. Para essas palavras existe perdão (v.28);

 

2. Duas definições da “blasfêmia contra o Espírito”:

“É o pecado consciente e intencional de atribuir a obra de Cristo realizada pelo poder do Espírito Santo a Satanás”. Foi isso que os fariseus fizeram em relação à Jesus.

Mas hoje, temos aqueles que atribuem ao Espírito Santo obras que não são dEle, mas sim de espíritos enganadores. Por isso, devemos ter cuidado com certas manifestações tidas como espirituais, mas que demoníacas.

“É a atitude de quem propositadamente, e em desafio à luz e ao conhecimento, rejeita, e não somente rejeita, mas persiste em rejeitar os esforços do Espírito Santo e a graça de Deus oferecida no Evangelho”.

Tal estado, para quem nele permanece sem arrependimento, exclui o perdão, porque é o pecado para a morte referida em 1 João 5.16, e expressa o que Cristo ensinou em João 3.18.

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